CALMANTES COM CHAMPAGNE
Imitação Tosca de Um Blog -
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Marcelo Costa
31/01/2006 - 11h56
Assim como fez com Cidade de Deus, que concorreu em
quatro categorias ao Oscar dois anos após ser lançado, a Academia
de Artes Cinematográficas dos EUA lança luz sobre o sensacional
Crash - No Limite, que entra na disputa como azarão
e deve surpreender bastante. Crash ocupa o lugar de
filmes que vinham sendo apontados como nomes certos na lista
final da Academia, como Match Point e Johnny & June.
Por mais que Brokeback Mountain seja o virtual vencedor,
a indicação de Crash deve balançar a votação tanto
em melhor filme quanto em direção. Capote é outro filme
que merece atenção. E Woody Allen, preterito nas categorias
melhor filme e melhor diretor, recebe a 14ª indicação de sua
carreira na categoria Melhor Roteiro Original.
A crítica internacional é quase unânime quando tem de
escolher uma palavra para definir o senhor: gênio. O título
lhe agrada?
Woody Allen: Isso é engraçado. Gênio, no show-business,
no cinema e no teatro é uma palavra banalizada, que é aplicada
com mais freqüência do que deveria. Mas, quando se sabe que
Leonardo Da Vinci foi um gênio, Beethoven foi um gênio, Shakespeare
também, então a idéia de que você possa ser um acaba parecendo
tola. Eu sou, no máximo, alguém que tem um talento. E que
trabalha duro. Se eu sou um gênio, então Rembrandt é o quê?
Confira a integra da entrevista que Woody Allen concedeu ao
jornal O Globo. Aqui.
Já estão no ar as minhas resenhas sobre Match Point
e Johnny & June, dois filmes que deverão estar na lista
de concorrentes ao Oscar nesta terça-feira. Durante o dia
publico o texto sobre Boa Noite & Boa Sorte. E até
quarta entra no ar a resenha do excelente Brokeback Mountain,
que assisti na segunda-feira. No caminho, textos para Orgulho
& Preconceito e também Syriana. As resenhas vão
entrar na página Arquivo
de Textos, e serão destacadas na véspera de suas
estréias na capa do site, ok.
Você tem Speedy em casa? Sim? Então, quer concorrer
a mil ingressos para os shows do U2 em São Paulo? Vai
lá, se cadastra e aguarda: http://www.speedyu2.com.br
30/01/2006 - 07h59
Era uma vez uma madrugada
São quatro horas da manhã e o sono me abandonou. Levanto
da cama, olho no espelho, não sei quem sou. Cortei o cabelo,
fiz a barba, arranquei o coração. Meus braços descascam a
mais de três semanas. Troco de pele como se estivesse trocando
de alma. Em comemoração, bebo uma vodka. Ela me acompanha
até a Consolação. Procuro um ângulo melhor para observar o
nascer do sol. Levanto um brinde enquanto penso em Dostoievsky.
E sorrio. Nada mudou. Uma menina perdida na madrugada ri de
alguma coisa tolamente engraçada. Um fantasma sem casa para
assombrar atravessa sem vontade a rua Augusta. O dia ainda
nem nasceu e já é música. O desamor me convida para uma dança.
Eu vou. Danço tão mal que nem metade da valsa se passa e já
estou novamente sorrindo sozinho na calçada. Até o desamor
me abandona, mas acena para mim quando pega outra pessoa.
Parece loucura e eu nem bebi cinco perguntas sem respostas.
Carros passam e pressinto que posso voar. Mas não sou anjo,
não tenho asas, não sei dançar. É sangue, sorvete de morango
ou vinho na minha camisa? É amor, desejo ou vício o que me
inferniza? Lavo as mãos com o que restou da minha bebida.
Calculo quantas passadas vão me devolver à minha cama. Penso
em quantos segundos me separam do fim do mundo. Gostaria de
ser romântico antes que as estrelas caíssem. É tudo amor e
é tudo tão tolice. Ela sorri como se ele mentisse. Ele disfarça
a verdade contando uma piada sobre contos de fadas que nunca
se realizam. A brincadeira termina. O sol brilha na Avenida
Ipiringa. Deixo para trás um rastro de melancolia embebida
em vodka. O buraco do coração arrancado do peito causa um
vazio. Não sinto mais nada quando chego em casa. Nem dor,
nem saudade, nem vontade, nem desejo. Ok, ok. Estou mentindo.
Penso no colo da minha mãe. Cafuné, silêncio, lágrimas e suco
de beterraba. Você sabe quando acaba? Eu preciso de uma placa,
um aviso, um relógio despertando com uma música de Vinicius.
Ou Nick Cave. Ou do seu beijo. Não era para ter escrito isso.
Nada sei sobre eu e você, mas talvez possa escrever um livro.
Shakespeare adoraria desenvolver o tema. Billy Wilder faria
uma versão para o cinema. E eu jogaria tudo no lixo. Há um
lado no amor que não é divertido. Há muita luz no meu quarto
quando me deito. Sinto o seu cheiro como se você estivesse
ao meu lado. Estou bêbado, mas ainda consigo tirar meus sapatos.
Durmo e logo sonho. Quero acordar com sua voz, com seu hálito,
com seu sorriso. Sei que vou ficar alguns séculos dormindo.
Talvez seja melhor do que sonhar acordado. Sei lá que horas
são e não me importo. Nada têm muita importância além do amor
quando se ama. Ele dorme. Ela acorda. Era uma vez uma madrugada.
28/01/2006 - 09h52
Não estou de ressaca, mas é incrível o que meia dose de tequila
faz por você. Não que a bebida seja a culpa de tudo. Nunca
é. Você apenas se apóia nela para fazer as coisas certas,
nas horas erradas. E existem coisas que, inevitavelmente,
precisam ser feitas. Existem erros que precisam ser cometidos.
Só para relativizar, coloco abaixo um trecho de uma troca
de e-mails que me explica bastante. Não o caos interessante
que foi a noite passada cheia de sinais. Mas uma centena de
coisas que passaram pela minha cabeça depois que coloquei
a cabeça no travesseiro.
Ela diz: in love again, darling? tu sofre de paixonite
crônica, melhor mandar examinar esse seu músculo cardíaco...
risos.
Ele diz: paixonite crônica??????? ei, nos últimos quatro
anos eu só me apaixonei três vezes! e uma destas foi dona
exclusiva deste músculo cardíaco por quase três anos! paixonite
crônica... humpft...
Vou me esconder em cinemas e em temporadas de Friends
neste fim de semana. Quando voltar, conversamos sobre filmes,
e músicas e banalidades domésticas. Das coisas que eu não
entendo vou dar um tempo. Pra você e pra mim mesmo.
Nick Cave canta na linda Breathless: "Still, the fire
of love is true". Eu sei, meu caro.
Nada de bebidas por uns bons dias.
27/01/2006 - 14h35
Uma piada: uma mãe está assistindo a uma luta de boxe do filho.
Ele está sendo massacrado pelo adversário, e então ela percebe
que há um padre ao lado:
- Padre, você pode pedir para Deus ajudar o meu filho?
- Pedir eu posso, diz o padre. - Mas se seu filho não bater
não vai adiantar nada.
Essa piada pode ser ouvida ao menos em dois filmes de Woody
Allen, mas ganha novo significado com Match Point,
novo filme do diretor norte-americano. Em Match Point,
Woody Allen defende que não adianta você ser fudidamente bom
em algo se você não tiver... um, dois, três: sorte. Match
Point é o filme menos Woody Allen do diretor em anos e
anos. E é também o melhor filme do homem desde Tiros na
Broadway, de 1994, colocando no chinelo obras recentes
como Melinda e Trapaceiros. A rigor, sai Nova
York e entra Londres. Sai o jazz e entra a ópera. Sai a comédia
de costumes e entra um drama de suspense. Saem os longos diálogos
que se atropelam. O próprio Woody Allen sai da tela, deixando
o brilho para a ótima (e nervosa) atuação de Jonathan Rhys-Meyers.
Porém, continua a fixação do diretor por filósofos (Sófocles
é o escolhido da vez), romances proibidos e nada de finais
felizes. Woody Allen precisou deixar de ser Woody Allen para
voltar a fazer cinema clássico. Assista!
Ahhhh, a Scarlett Johansson me deixou sem respiração.
Acho que cheguei à idade de se admirar uma ópera. Ou então
estava tão melancólico durante ao filme que toda vez que começava
uma ópera eu quase ia às lágrimas.
Mudando de assunto: O Scream tem alguns sites parceiros. Já
há bastante tempo que o Cinefília divide textos de cinema
conosco. E que eles republicam textos meus lá. Hoje, por exemplo,
o destaque do site é a minha opinião sobre Munique.
Mas sempre existem textos do staff do Cinefília por aqui.
Gosto dessa parceria porque a turma do Cinefilia costuma aprofundar
mais nas análises, e é bom estar entre tanta gente boa. Já
o caso do Speculum é mais abragente. O Speculum é um dos melhores
sites do país, e estende seus textos além do óbvio de cultura
pop que exploramos aqui, abarcando fotografia, artes e filosofia.
Também dividimos pautas, trocando textos e opiniões. A capa
do S&Y, por exemplo, exibe Danilo Corci dissertando sobre
Edward Bunker. Nesta semana também estou na capa do Speculum,
com o Munique. Além destes dois sites parceiros, cujos
links vão vir no final deste post, textos do Scream podem
ser encontrados na versão impressa da revista Pipoca Moderna,
claro, editados. Enquanto aqui gastamos entre 5 mil e 8 mil
toques para analisarmos um filme, lá reduzimos tudo isso a
no máximo 3 mil. Quer saber? Vários textos meus ficaram melhor
na publicação do que aqui no site. E este blá blá blá todo
era só para falar que alguns textos do site vão ser republicados
no caderno semanal Plug, do jornal Gazeta de Limeira.
O esquema é o mesmo de sempre: via de mão dupla. Quando o
editor Marcos Paulino tiver algo bacana que interesse ao público
do S&Y, ele nos passa. E quando ele encontrar algo interessante
aqui que talvez interesse ao público da Gazeta, ele
pega. A parceria foi iniciada na semana retrasada com a publicação
da excelente entrevista que o André Azenha fez com a cantora
Fernanda Takai, do Pato Fu. E terá sequência neste sábado,
quando o Marcos publicará no Plug um resumão dos Melhores
do Ano do Scream & Yell. O caminho para se conhecer estes
quatro ótimos veículos de cultura segue abaixo. Divirta-se.
Cinefília - http://www.canalcinefilia.com.br
Speculum - http://www.speculum.art.br
Gazeta de Limeira - Plug - http://www.gazetadelimeira.com.br/lazermais/plug.php
Pipoca Moderna - http://www.pipocamoderna.com.br
Downloads: sites que semprem abrigam novidades que logo logo
a NME, a Folha de S. Paulo, a Bizz e
o S&Y (risos) vão estar falando para você ir atrás.
Desta forma, que tal eliminar os atravessadores e ir direto
à fonte: as gravadoras. O primeiro:
A sessão de MP3 da Secretly Canadian traz canções para download
gratuito de gente como Antony & The Johnsons, Jens Lekman
e The Earlies. Eles estão sempre colocando coisas novas ali:
http://www.secretlycanadian.com/mp3.php
Quem ai precisa de uma tequila?
26/01/2006 - 22h42
Tudo bem por ai? Por aqui... tudo indo... mas tudo bem.
Nesta sexta estréia Munique, o novo filme de Steven
Spilberg, em grande circuito. Mais do que um filme, Munique
é uma obra perfeita para se analisar a mídia em geral, e o
cinema em particular. Em (poucas) entrevistas (a distribuidora
aconselhou o diretor a falar pouco com a imprensa), Spielberg
lamenta as críticas negativas ao filme, e dispara: jornalistas
estão "usando a crítica para fazer censura política". Na minha
humilde opinião, o senhor Spielberg manipula a verdade em
Munique, mas nem eu, nem nenhum jornalista é dono da
verdade. Nem Spielberg. O filme chega aos cinemas nesta sexta.
Assista. Depois confira a entrevista que o diretor concedeu
ao jornal britânico The Sunday Times (aqui).
Aproveita e leia a minha
resenha. E, através dos dois pontos de vista (o do diretor
e o de um jornalista), crie o seu.
Estou discutindo muito com as minhas metas...
Para esta quinta, Supercordas no Milo. Queria aproveitar para
comentar duas coisas que faltaram na minha lista de melhores
de 2005. O Supercordas como capa do ano (a capa do excelente
EP Satelites no Bar é primorosa) e o Crippe Crow
do Devendra entre os melhores discos. Bem, Supercordas ainda
toca nesta sexta na Funhouse.
Estou bêbado... e nem saí pra balada ainda (Cá, isso não vale!
risos)
25/01/2006 - 17h02
Me apaixonei. Ops, desrespeitei a meta 4. Ok, vou me desapaixonar.
Mas não quero...
Música do dia: a apropriada You Can't Hurry Love, do
Concretes. E tem essa também, sensacional, o sertanejo moderno:
Eu vou te deletar do meu orkut. Ouça!
Estava relendo posts antigos e percebi que já tinha me rendido
ao Killers tempos atrás. Agora é caso de vício. A edição japonesa
de Hot Fuss, que traz faixas bônus e um DVD de clipes,
não pára de rodar aqui. E na pista, Killers é... matador.
risos.
Filme do dia: revi com amigos A Festa Nunca Termina.
Filmaço. Adoro este
texto.
São Paulo 40 graus. Conheci o Museu do Imigrante e um bar
pra lá de bacana chamado Vilarejo, cheio de carros antigos,
na Mooca. Descubra ele. Aqui perto de casa, atrás da Praça
Roosevelt, a dica é o Papo, Pinga e Petisco, barzinho familiar,
barato, de cerveja de garrafa e um ótimo lanche de carne desfiada.
Ah, e tem um sebo de vinis no fundo (risos). Tô me apaixonando
por essa cidade novamente...
Afrodite, vamos tomar um café qualquer dia desses? Estou precisando
de aulas, sabe. Essa coisa de amor me deixa sem respirar.
E eu preciso respirar, entende. :***
24/01/2006 - 00h14
Dez metas para o próximo minuto e fevereiro:
01) Arranjar um emprego fixo
02) Economizar, economizar, economizar
03) Me desapaixonar
04) Não me apaixonar até agosto
05) Ver o Franz Ferdinand no RJ
06) Terminar de ler o Dylan e a Carmen
07) Escrever sobre Aldous Huxley
08) Ler John Fante
09) Assistir três filmes do Bergman
10) Ver as cinco mulheres da minha vida
Se eu conseguir a 1, a 3 e a 4, fechou. As outras são
fáceis. Coração faz a razão de gato e sapato aqui em casa.
Ele tá precisando de férias, tipo, ser jogado pela janela.
Meus três episódios favoritos de Friends nas
três primeiras temporadas:
01) Aquele em Que Mônica e Richard são amigos - 3ª
Temporada
Por causa do Joey e dos livros no refrigerador
02) Aquele depois do Superbown - 2ª Temporada
Esse é quase inteiro sensacional, e tem a Julia Roberts...
03) Aquele da Ultrasonografia no Final - 1ª Temporada
Por causa do papo sobre beijo e sexo (comentei em posts anteriores)
Estou indo para o final da 3ª temporada, mas um que estará
entre os melhores na minha lista definitiva, quando um dia
eu ter visto todas as temporadas, será aquele da "Lei de Ross"
sobre ficar com irmãs, ex, atuais ou futuras namoradas de
amigos.
Uma amiga estava lendo meu texto sobre o X&Y, do Coldplay,
e comentou a teoria das bandas coxinhas, que está linkada
na resenha sobre o disco da banda de Chris Martin. Fazia tempo
que eu não lia... e me diverti. De vez em quando eu acerto.
:)~ Então, aproveitando, vou destacar os textos que eu mais
gostei de ter escrito:
Resenha do álbum X&Y,
do Coldplay - 13/06/2005
A Teoria das Bandas Coxinhas
- 31/08/2002
Planeta Terra
... "2+2=5", Radiohead - 13/06/2003
Matrix Reloaded
- 15/05/2003
The Clash - Discografia
Comentada - 19/08/2003
Bob Dylan, Martin Scorcese e
a História Universal - 20/02/2003
Must I Paint You
A Picture?, de Billy Bragg - 10/08/2004
Kill Bill Volume 2
- 26/09/2002
Magnólia - 2000
Brincando de Seduzir
- sem data
23/01/2006 - 11h54
Calor. Bom dia!
Descobri o nome de um dos episódios top five do Friends aqui
em casa: é "aquele em que Mônica e Richard são amigos". É
nesse que a Rachel vai pegar gelo na casa dos meninos e descobre
que Joey coloca o livro O Iluminado no congelador,
de tanto medo. E isso contando que ele já leu O Iluminado
várias vezes. Rachel desafia Joey e eles trocam livros. Ele
lê Adoráveis Mulheres enquanto ela lê O Iluminado.
No entanto, assim que Beth começa a ficar doente em Adoráveis
Mulheres, Joey fica com medo que ela morra, e a cena dos
dois colocando o livro no congelador é uma das minhas preferidas
em toda a série. Neste momento, Ross e Rachel estão dando
um tempo... e ele vai dormir com a menina de piercing da copiadora,
ah, vai....
Em uma conversa de boteco no fim de semana descobri o que
tanto me incomodou em Munique, novo filme de Spilberg:
é um filme pró-Bush, que através do discurso de que violência
gera violência, justifica a política de guerra do presidente
dos EUA. Fico com uma frase do Devendra Banhart: "It's simple:
we don't wanna kill".
22/01/2006 - 16h03
Logo, logo, prédios vão derreter nessa cidade. São Paulo ferve.
Ontem eu tomei uns três banhos durante o dia, com termômetros
marcando 33 graus em alguns pontos do centro. Bebi umas quinze
cervejas. E conheci um boteco novo, bacana. Foi o sábado.
Tirei o domingo pra bancar a Maria. Putz, a capacidade que
a poeira tem de se juntar é algo extremamente assustador.
Até lavei roupas... garoto prendado. Homem morando sozinho...
bah. Agora, cerveja, PJ Harvey e já já show do Wonkavision.
Filme do dia: Orgulho e Preconceito. A Keira Knightley
têm o nariz
mais lindo do cinema mundial na atualidade. E o sorriso "não
sorriso" mais fofo do planeta (ela deve ter aprendido
com a Katie Holmes). No entanto, Orgulho e Preconceito
é beeeeem mediano. Porém, são as coisas ruins que trazem mais
aprendizado do que as boas. Aprendemos mais com a dor do que
com o sorriso. Desta forma, um texto bacana do João Pereira
Coutinho define à perfeição a escritora Jane Austen, o filme/livro
Orgulho e Preconceito, e a corriqueira queda por problemas
sentimentais que andam desabando sobre muitos de nós, defendendo
que "primeiras impressões todos temos e perdemos. Mas o amor
só é verdadeiro quando acontece à segunda vista":
Jane Austen acertou. Duplamente. Como literatura e como
aviso. O amor não sobrevive aos ritmos da nossa modernidade.
O amor exige tempo e conhecimento. Exige, no fundo, o tempo
e o conhecimento que a vida moderna de hoje não permite e,
mais, não tolera: se podemos satisfazer todas as nossas necessidades
materiais com uma ida ao shopping do bairro, exigimos dos
outros igual eficácia. Leia
mais.
Para fechar, boas vindas à Laura. Ela nasceu nessa madrugada
no Rio de Janeiro.
Flá e Olivier, ela é linda. Vejo vocês três em fevereiro.
21/01/2006 - 17h27
Passadinha rápida para deixar um sorriso. Ontem eu estava
de péssimo humor, e nada como tirar um peso dos ombros para
que tudo pareça mais leve. Sorrisos e sorrisos. Isso não quer
dizer que hoje eu gostaria de Munique. Ainda acho o
filme ruim. :) Agora, dia de sol em SP, Friends em
DVD, pessoas queridas durante o dia e sorrisos.
20/01/2006 - 15h19
O corpo está quebrado, humor péssimo, e a vontade é
de passar meses deitado no colo da minha mãe. E não tem nada
a ver com a ressaca violenta de ontem...
Bem, filme do dia: Munique, de Steven Spilberg. A crítica
norte-americana se dividiu sobre o contéudo, mas todos concordaram
que 164 minutos é exagero de duração. Alguns críticos escreveram
que Spilberg humanizou os terroristas, e um em especial dissertou
que é possível sentir "simpatia por estes homens". Discordo.
Munique é exagerado, sem foco, sem corte, sem ideologia.
Spilberg exibe aquilo que todo mundo sabe: que violência gera
violência. Humanizar os terroristas? Oras, precisava? Eles
são marcianos? Spilberg envelheceu e esqueceu como se faz
cinema. Uma droga.
Como dei uma folga a vocês da minha melancolia ontem, não
pude dizer que reassisti a dois filmes que amo: As Pontes
de Madison, que surge em texto especial na próxima semana,
e Harry & Sally. Estou quebrado. Vou dormir um pouco.
Me acorda?
18/01/2006 - 11h54
Idéias malucas por aqui. Logo quando eu tiver mais confiança,
eu conto para você, tá. Apesar de estar com medo, assumo que
é algo legal. Eu espero. Dedos cruzados.
Do capítulo "o bom filho a casa retorna", estreou ontem no
estreante site da ótima revista Rock Press a minha
coluna sobre cinema. Escrevi na Rock Press impressa
por uns bons dois anos deixando lá textos especiais como alguns
da cobertura do Rock in Rio III e a longa entrevista com Ian
McCulloch, do Echo & The Bunnymen. Na versão online, estréio
a coluna L'Âge D'or, cujo nome é uma homenagem dupla para
Renato Russo e Buñuel. Uma das poucas músicas do álbum V
da Legião Urbana que não tocou em rádio é L'Âge D'or,
um poderoso rock setentista que diz, entre outras coisas:
"já tentei muitas coisas de heroina a Jesus: tudo que já
fiz foi por vaidade" e que "o maior segredo é não haver mistério
algum". L'Âge D'or também é o nome de um filme de Buñuel,
de 1930, traduzido por aqui ao pé da letra, A Idade do
Ouro, e que segundo a minha querida sócia, "reúne tudo
aquilo que não pode". O filme desfila violência gratuita,
olhos sangrando, um casal se agarrando na lama em meio a uma
multidão e muito mais coisas que fizeram com que A Idade
do Ouro fosse proíbido em diversos países. Como nome de
coluna, L'Âge D'or se aproxima bastante de Calmantes
com Champagne, que antes de virar este blog tosco, era
uma coluna aqui no S&Y (leia
aqui). A idéia básica dos nomes é fazer tudo o
que não pode mesmo, escrever de tal modo que as pessoas até
achem que seja um suícidio, pois desnudar a alma, defender
opiniões próprias e ir contra a corrente é quase um
suícidio num mundo que abaixa a cabeça e aceita como regra
o que está pré-estabelecido. Para abrir o espaço lá, nada
melhor do que falar de amor numa revista de rock. Alonguei
um pouco mais a discussão sobre 2046. Confere a primeira
L'Âge
D'or.
No mais, filme do dia: A Mexicana. Revi em DVD no fim
da madrugada e é um tremendo filme despretensioso, com duas
estrelas de Hollywood (Julia Roberts e Brad Pitt), mas que
conta com uma história surreal e bastante divertida (e um
pouco chupada de Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes).
E melhor: as cenas deletadas que surgem nos extras do DVD
são divertidissimas. Texto
antigo...
Pra fechar, não páro de ouvir Devendra Banhart. Vou escrever
sobre ele.
E sobre o Strokes também, claro... hehehe
Abaixo, os 50 discos de 2005 pelo Scream & Yell:
01) You Could Have It So Much Better, Franz Ferdinand (Trama)
02) CSS - Cansei de Ser Sexy (Trama)
03) Cidadão Instigado e o Método Túfo de Experiências - Cidadão
Instigado (Slag)
04) Toda Cura Para Todo Mal, Pato Fu (Sony)
05) Futura, Nação Zumbi (Trama)
06) Canções Dentro da Noite Escura, Lobão (Tratore)
07) Howl, Black Rebel Motorcycle Club (Red Ink)
08) Grandes Infiéis, Violins (Monstro Discos)
09) Guero, Beck (Universal)
10) Chaos and Creation in the Backyard, Paul McCartney (EMI)
11) In Your Honor, Foo Fighters (Sony & BMG)
12) LCD Soundsystem, LCD Soundsystem (EMI)
13) Clap Your Hands Say Yeah, Clap Your Hands Say Yeay
14) Don't Believe The Truth, Oasis (Sony)
15) 4, Los Hermanos (Sony & BMG)
16) Pista Livre, Cachorro Grande (Deck Disc)
17) Get Behind Me Satan, White Stripes (Sum Records)
18) Playback, Walverdes (Mondo 77)
19) Silent Arm, Bloc Party (Warner)
20) I am a Bird Now, Antony and the Johnsons (Secretly Canadian)
21) O Exercício das Pequenas Coisas, Ludov (Deck Disc)
22) Mezmerize, System Of A Down (Sony)
23) Luisa Mandou um Beijo, Luisa Mandou um Beijo (Midsummer
Madness)
24) Demon Days, Gorillaz (EMI)
25) Arular, M.I.A. (Sum Records)
26) Multiply, Jamie Lidell (Warp)
27) Employment, Kaiser Chiefs (Universal)
28) Lullabies to Paralyze, Queens on The Stone Age (Universal)
29) The Magic Numbers, The Magic Numbers (EMI)
30) Frances The Mute, Mars Volta (Universal)
31) Jet-Samba, Marcus Valle (Universal)
32) Out of Exile, Audioslave (Universal)
33) Extraordinary Machine, Fiona Apple (Sony)
34) Takk, Sigur Rós (Geffen)
35) Live At Carnegie Hall, Thelonious Monk e John Coltrane
(EMI)
36) Rubinho e Força Bruta, Rubinho Jacobina (Nikita)
37) Cripple Crow, Devendra Banhart (Xl / Beggars Us Ada)
38) Tudo que Eu Quero Dizer Tem que Ser no Ouvido, Cadão Volpato
(Tratore)
39) Z, My Morning Jacket (Ato Records)
40) Piratão, Quinto Andar (Tratore)
41) Devils & Dust, Bruce Springsteen (Sony)
42) Max de Castro, Max de Castro (Trama)
43) Late Registration, Kanye West (Universal)
44) Stand By The Dance, Forgoten Boys (ST2)
45) Make Believe, Weezer (Universal)
46) Vc Vai Perder o Chão, Terminal Guadalupe (Independente)
47) Road to Rouen, Supergrass (Capitol)
48) Misantropicalia, Satanique Samba Trio (Amplitude)
49) Apologies to the Queen Mary, Wolf Parade (Subpop)
50) Baladas do Asfalto & Outros Blues, Zeca Baleiro (Universal)
TOP SEVEN SCREAM
& YELL 2005
17/01/2006 - 16h00
Apesar das mancadas do Rubens Ewald Filho, que resumiu Johnny
& June a um filme de country, os três Globos de Ouro que
os jornalistas estrangeiros concederam ao filme o colocam
na corrida pelo Oscar. Johnny & June foi premiado como
Melhor Filme Comédia/Musical, Melhor Ator Comédia/Musical(Joaquin
Phoenix) e Melhor Atriz Comédia/Musical (Reese Witherspoon).
Não acho que seja um filme para tanta badalação assim no Oscar.
Boa Noite e Boa Sorte é muito mais filme que Johnny
& June, mas reduzir a vida de Johnny Cash e seu romance
com June Carter a um filme de country foi uma tremenda bola
fora do Rubens Ewald Filho, sustentado pela idéia de que ninguém
no Brasil conhece Johnny Cash. E eu pergunto: Sr. Rubens Ewald
Filho, achas que alguém nesse país conhecia Ray Charles antes
do filme?
Bem, filme do dia: Boa Noite e Boa Sorte, de George
Clooney. O filme estréia no Brasil no dia 03 de fevereiro,
e é excelente. Porém, é em preto e branco, bastante discursivo,
muito político e o galã George Clooney é coadjuvante. Para
quem gosta, é um prato cheio, mas é um filme muito "artístico"
para Hollywood. Como eu e você sabemos que Hollywood não entende
bulhufas de cinema, Boa Noite e Boa Sorte se transforma
desde já em um dos filmes do ano. Conta a história real do
jornalista Edward R. Murrow (David Strathairn), que tinha
um programa em rede nacional na CBS nos anos 50 e, com verve
potente, decidiu enfrentar o temível senador Joseph McCarthy,
no período que entrou para a história mundial como "caça às
bruxas". Liderado por McCarthy, uma lista negra que incluia
jornalistas, roteiristas de cinema, militares e pessoas comuns,
foi interrogada abusivamente a respeito de relações simpáticas
com comunistas. Clooney filma com seriedade e o resultado
é um pequeno líbelo pela liberdade de imprensa e de expressão.
Um pequeno grande filme.
John era John Hammond, o grande caçador de talentos e descobridor
de artistas monumentais, que lançou personalidades da história
da música - Billie Holiday, Teddy Wilson, Charlie Christian,
Cab Calloway, Benny Goodman, Count Basie, Lionel Hampton.
Artistas que criaram a música que ressoa através da vida americana.
Ele trouxe tudo isso a público. Hammond tinha até conduzido
a última sessão de gravação de Bessie Smith. Era legendário,
aristocracia americana pura. Sua mãe era uma Vanderbilt legítima,
e John fora criado na alta-roda, no conforto e na comodidade
- mas não se sentia satisfeito e então seguiu sua paixão,
a música, em especial o ritmo vibrante do hot jazz, spirituals
e blues, os quais apoiou e defendeu com a própria vida. Ninguém
podia barrar seu caminho, e ele não tinha tempo a perder.
Mal pude acreditar que eu estava mesmo acordado quando sentei
em seu escritório; ser contratado por ele para a Columbia
Records era inacreditável. Parecia um delírio.
A Columbia era um dos primeiros e principais selos do país,
e, para mim, até mesmo cruzar pela porta era coisa séria.
Para começar, música folk era considerada uma porcaria, coisa
de segunda, e era lançada apenas por selos pequenos. Gravadoras
grandonas eram estritamente para a elite, para música higienizada
e pasteurizada. Alguém como eu jamais seria admitido, exceto
em circunstâncias extraordinárias. Mas John era um homem extraordinário.
Ele não fazia discos para colegiais nem gravava artistas colegiais.
Era um homem de visão e previsão, tinha me visto e ouvido,
captado meus pensamentos e levado fé nas coisas que estavam
por vir. Explicou que me via como alguém na linha de uma longa
tradição, a tradição do blues, jazz e folk, e não como alguma
maravilha modernosa inovadora. Não que houvesse qualquer coisa
inovadora acontecendo. As coisas estavam bem apáticas na cena
musical americana no final dos 50 e começo dos 60. As rádios
populares estavam em uma espécie de imobilidade, recheadas
de entretenimento vazio. Isso foi nos anos anteriores àqueles
em que os Beatles, The Who ou os Rolling Stones sopraram vida
nova e excitação para dentro do rádio. O que eu tocava na
época eram canções de folk com letras fortes e atrevidas,
guarnecidas com fogo e enxofre, e você não precisa de pesquisas
de opinião para saber que elas não combi navam com nada das
rádios, que não se prestavam ao lance comercial, mas John
me disse que essas coisas não estavam entre as suas prioridades
e que compreendia todas as implicações do que eu fazia.
"Compreendo a sinceridade", foi o que ele disse. John falou
com uma atitude ríspida e grossa; entretanto, havia um vislumbre
de apreciação no olhar dele.
Quem narra esse trecho acima é nada mais nada menos que
o senhor Bob Dylan. Comecei a ler o Crônicas - Volume 1
ontem. Na verdade, desisti de carregar a Carmen Miranda pra
lá e pra cá. Estou dormindo com ela e me divertindo muito
com a prosa do seu Ruy Castro. Para andar preferi um livro
mais leve, esse do Dylan, crônicas escritas de próprio punho.
Esse trecho é da crônica que abre o livro, e destaquei ele
por exemplificar que até um mito como Dylan já foi uma pessoa
comum (algo óbvio, mas que muita gente esquece) e também pela
linda frase de John Hammond no final: "Compreendo a sinceridade".
Um cara que eu queria ter conhecido.
Para finalizar, adaptando Fernanda Young:
"Todas as mulheres são loucas ou só aquelas por quem eu me
apaixono?"
:)~
16/01/2006 - 13h23
Pela primeira vez em cinco anos o Scream & Yell caiu
devido a muitos acessos simultâneos. Para quem não sabe, o
trâfego gerado pelo acesso simultâneo à mesma página no mesmo
momento sobrecarrega o servidor. Se o provedor não der conta,
o site sai do ar por alguns minutos. No caso do Scream
& Yell, a publicação das mais de 100 páginas sobre os
Melhores de 2005 causou uma grande navegação dentro do site,
que acabou sobrecarregando e derrubando o servidor. Na hora
em que você estiver lendo isso aqui o site já estará no ar
novamente. Tô só contando vantagem...
:)~
No ano que vem, duas novas categorias entram no especial de
Melhores de Ano: DVD (pedido do xará Orozco) e Blogs (pedido
do querido amigo Inagaki). Mais trabalho...
Alguém já armou um abaixo-assinado para que o Franz Ferdinand
- que venceu o Top Seven S&Y com Melhor Disco, Músicas e Capa
- faça mais shows no Brasil? Cadê?
O Jumbo Elektro coloca seu excelente álbum de estréia inteirinho
para download no site oficial da banda: pega
o Freak To Meet You e saia cantando por ai!
Decidi que vou fazer o possível para ver ao menos um filme
por dia de agora em diante, ok. O de hoje, por exemplo, foi
Apenas Um Beijo, de Ken Loach, que - apesar do título
fofinho - pega pesado no 'racismo religioso' que faz de tudo
para que uma professora irlandesa não fique ao lado de um
DJ paquistânes. Ken Loach filma com leveza, e apenas a edição
deixa a desejar na segunda metade, acelerando passagens que
mereciam serem melhores exploradas. Tematicamente, o grande
filme sobre o assunto nos últimos anos ainda é Casamento
Arranjado, mas Apenas Um Beijo merece destaque
por valorizar o amor em detrimento da família e da religião.
Quebrar regras é essencial para o crescimento humano. Principalmente
porque se você não as quebra-la, seus filhos as vão quebrar.
É assim que funciona. Grandes amores não caem do céu nos braços
dos sonhadores. Viva e faça valer a pena.
Fechei minhas mãos com tanta força que senti minhas próprias
unhas cravarem na palma das mãos. Fiz o que pude - a gente
sempre acha que fez o que pôde - mas não houve jeito: ela
escorregou por entre os dedos. Uma pena. Teria sido divertido.
Se você estiver logo atrás de mim na fila para conversar com
o cara lá em cima, aconselho você a sair para beber um longo
café e conhecer as beldades do paraiso enquanto eu tiro algumas
'pequenas dúvidas' sobre amor e romance. Minha conversa com
o cara irá demorar umas três eternidades. Ele vai ter muito
o que me explicar.
14/01/2006 - 21h40
A grande maioria dos prédios da orla de Santos é torta mesmo,
tipo a Torre de Pisa, ou eu bebi caipirinha de abacaxi demais
sob um sol de 30 graus? Tô todo vermelho...
Johnny & June estréia no Brasil no dia 10 de fevereiro...
Na sexta, em Santos, ainda teve show de Marcelo Nova. A banda
atual do ex-Camisa de Vênus não ajuda muito e conseguiu estragar
canções sensacionais como Quando Eu Morri, Balada
do Perdedor, Só o Fim e Eu Vi o Futuro.
Recomendo o álbum O
Galope do Tempo, que Marceleza acabou de lançar. Já
no show ele ficou devendo...
13/01/2006 - 14h52
O amor. Eu havia prometido que iria dar um descanso do assunto
a você, caro leitor, mas dois e-mails que chegaram me fizeram
reavaliar a questão. Quando termino o texto sobre o soberbo
2046
dizendo que não existe segredo nenhum no amor, que "quem ama,
sofre", é preciso que se diga que esse é apenas um dos lados
da moeda. Conversando com uma amiga querida ontem (aliás,
recomendo a balada rock do Vegas às quintas), fui questionado
se, citando o Brilho
Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, eu apagaria as
lembranças de alguma pessoa na minha vida. E a resposta é
não. Tudo é aprendizado, e mesmo aqueles que me trairam (foram
poucos, mas eles estão por ai) me trouxeram algo para aprender.
No amor, então, nem se fala. Para cada fim de relacionamento
quase trágico existe, ao menos, uns sessenta dias inesquecíveis,
de coração querendo pular para fora do peito, de vontade de
ligar para a pessoa amada o tempo todo, de vontade de dormir
abraçado e acordar olhando o rosto dela. Eu não apagaria ninguém,
nunca. E amaria do mesmo jeito que amei. Ok, eu iria tentar
não errar tanto (risos). Tudo isso reforça a teoria de que
o amor sempre vai nos fazer sofrer, mas não existe melhor
coisa do que estar apaixonado. De que olhar a pessoa que te
deixa sem ar dançando. De ver como ela mexe no cabelo, como
ela reage ao gosto forte da bebida, como ela ri, como ela
conta suas histórias. De falar no telefone por horas e horas
e horas. De ficar teclando o F5 na espera de uma nova mensagem.
O amor vai te fazer sofrer, mas algo que Kar-Wai não diz em
2046 é que por mais que o sofrimento seja a regra,
a exceção é que você pode encontrar a pessoa certa, no momento
certo. É raro, mas se acontecer, não deixe que ela escorregue
por entre seus dedos. Se não acontecer, você será feliz por
alguns meses e depois... terá lembranças que não devem ser
apagadas. Pois, como exemplificou Charlie Kaufman, existem
coisas que podem ser apagadas do cérebro, mas nunca vão ser
apagadas da alma. Ame, vale a pena.
Falando em amor... e rock and roll... acabo de assistir a
sessão para imprensa de Johnny & June, que conta a
história de Johnny Cash, e seu romance com June Carter. No
meio da sessão eu já queria chorar. Consegui prender as lágrimas
na sala de exibição, no ônibus, e na entrada do apartamento.
Agora, que escrevo, elas caem. Johnny & June é arrebatador.
Baseado na autobiografia de Cash, o filme conta a história
do homem que ficou conhecido como "Man in Black", cuja voz
era mais forte que um trem e suas canções cortavam mais que
navalhas. Imagina um filme em que o personagem que dirige
o carro é Johnny Cash e, no banco ao lado, está Jerry Lee
Lewis. Ainda "participam" da história Elvis Presley, Roy Orbinson,
Sam Phillips, Carl Perkins e outros. Joaquin Phoenix e Reese
Witherspoon estão ótimos nos papéis principais e concorrem
ao Globo de Ouro na categoria Melhor Ator/Atriz Musical/Comédia.
Johnny & June também concorre como Melhor Filme. Porém,
além do rock, das anfetaminas e das canções, Johnny & June
é uma história de amor exemplar. Cash foi o terceiro marido
de June, que resistiu muito a se casar com o cantor. Quando
aceitou o pedido, a cena é linda, June também aceitou
um homem que havia renascido para ela. E que morreu por ela.
Após 35 anos de casados, June veio a falecer em 15 de maio
de 2003. Cash a seguia quatro meses depois. Tudo que eu falei
sobre amor no parágrafo anterior se ampara neste filme. Para
ir se preparando, recomendo audições do clássico Johnny
Cash at Folsom Prison, álbum de Johnny Cash gravado
ao vivo na prisão estadual de segurança máxima
da Califórnia.
Já enxuguei meu rosto. Está tudo bem. Ame. E não se preocupe
com o resto.
12/01/2006 - 17h49
Caro André
Alvarez, pago um café pra você me explicar o que bulhufas
acontece aqui e ali em A Passagem? Acho que gostei,
mas ainda estou em dúvida. Muitas... risos.
E como a Naomi Watts está linda...
Tudo o que eu tinha para falar sobre amor eu falei no texto
que escrevi sobre 2046. Então vou dar uma folga para
vocês e falar de coisas mais interessantes... como o meu sofá
laranja. Como era o nome daquele livro de receitas quebra-galho
que tinha um monte de macetes para coisas domésticas? Então,
tô precisando saber como tirar a mancha do meu sofá. Ele é
tão... tão... tão... laranja, mas tem umas manchinhas estranhas
aqui e ali... não me recrimina. Homens morando sozinhos
sujam o sofá...
Falando em textos novos, uma avalanche de textos bacanas na
capa do site. Tem a querida Dulce Quental em um linda coluna
feminista, o amigo Carlos Eduardo Lima entrando em um taxi
com 34 anos e saindo dele com 15, Pedro Damian narrando a
emoção de ouvir mais um álbum clássico do Teenage
Fanclub, e Ricardo Manini transformando o álbum de Dean
Wareham com Britta Phillips (ambos do Luna) em objeto
de desejo. Tem muito mais pela frente.
Musicalmente, Arctic Monkeys está divertindo o ambiente, mas
está soando apagado pela descoberta tardia do Polyphonic Spree.
O novo do Devendra Banhart também chegou arrebatando coração
e alma por aqui. E olha que eu consegui gostar do Anthony
& The Johnsons. O tal Clap Your Hands And Say Yeah ainda não
me pegou e o novo do Strokes é mediano. Ah, Strokes é veterano,
sorry. :)~
U2 com Franz Ferdinand por 200 pilas? Me vê cinco ingressos,
please (sic). Ei, alguém poderia montar um abaixo-assinado
para mandarmos para a gravadora Trama pedindo shows extras
do Franz Ferdinand no País. Eu acho que rola...
Bem, pra fechar, downloads: a segunda versão do disco manifesto
Help pode ser baixado na integra em arquivo zip num
link do Baby Bordeline. No disco, inéditas de Radiohead, Coldplay,
Kaiser Chiefs tocando I Heard It Through The Grapevine
e novidades de Maximo Park, Go Team!, Magic Numbers, Elbow,
BabyShambes e mais, muito mais. Vinte e duas músicas. O download
é pesado, então você clica nele, vai dormir e deixa baixando.
Aqui.
O Baby Bordeline ainda disponibiliza os discos do Mogwai,
Dandy Warhols, The Go-Betweens e Engineers, entre outros.
Link
direto.
11/01/2046 - 00h00
O horário acima é uma homenagem a Wong Kar Wai. Vamos brincar
de desaparecer?
Ok, ok, uma frase: "É preciso aprender a desistir". Pouco
antes disso, uma outra frase dizia que só que não aceita um
"não" consegue tudo aquilo que quer. Antagonismos? Não. As
duas frases e outras belíssimas estão muito bem ambientadas
na trama de cores e fotografia esplendorosa de 2046.
O amor. Só se desiste após tentar muito.
E é preciso aprender a desistir.
10/01/2006 - 02h44
Dias estranhíssimos por aqui. Cruza os dedos por mim.
Boas vibrações são sempre benvindas,
ok. Enquanto isso, decidi que o especial Melhores do Ano entra
na próxima segunda. Muita coisa para se fazer ao mesmo
tempo agora. Eu ia tentar ver o 2046 nesta segunda,
não rolou. Vou tentar ver na terça. No entanto, dobradinha
de Linklater, Delpy e Hawke aqui em casa: já assisti Antes
do Amanhecer e encaro, agora, Antes do Pôr-do-Sol.
Fui reler o texto
que escrevi sobre o segundo e gostei...
Eu já disse que geralmente não gosto do que escrevo? Então,
não gosto.
Não quero soar injusto: Carne Trêmula inteiro é foda.
Não são só os dez minutos iniciais. Porém, os dez minutos
iniciais brigam forte pelo posto de "melhores dez minutos
iniciais da história do cinema". No entanto, Fale com Ela
ganha por um tiquinho de diferença na minha paixão pelo cinema
de Pedro Almòdovar. E Tudo Sobre Minha Mãe está por
ali, cabeça a cabeça, entende. Os três são filmes sensacionais.
Por enquanto é só, tem mais coisas, mas estou me resguardando.
Sorrisos.
08/01/2006 - 17h02
Bem rápido: os dez primeiros minutos de Carne Trêmula
não são um dos dez minutos mais lindos, líricos e poéticos
do cinema em todos os tempos? Bendito Almòdovar.
08/01/2006 - 13h40
Muita, mas muita cerveja, e nenhum sinal de ressaca. Balada,
rock em alto volume, cerveja Sol. :) Olha, o especial Melhores
do Ano não entra na segunda, pelo jeito. Muuuuitas páginas
para diagramar, mas o resultado está bem legal. Máximo terça,
prometo. Gostei muito de Old Boy, e mais ainda de Marcas
da Violência. E o Buñuel me agradou, e não sei, mas estou
surpreso com isso. Vou precisar ler um pouco sobre os dois
filmes, e rever, mas valeu muito ter visto. Vamos combinar
o seguinte, já que a minha órbita pessoal anda estranha nos
últimos dias. Você vai no Baby Bordeline, baixa o EP Walking
With A Ghost + 4 Live Tracks (aqui)
do White Stripes (a faixa título é matadora),
pega o Strokes que apareceu de novo lá (aqui)
e baixa o Arcade Fire Live at First Avenue club, Minneapolis,
com direito a cover de David Bowie, e arte de capa e contracapa
(aqui).
Mais: Horses, o clássico da Patti Smith. (aqui)
Depois que você tiver baixado tudo, a gente conversa, se você
quiser. :)~
Por que complicamos tanto as coisas simples da vida?
05/01/2006 - 15h12
Bem, a votação de Melhores de 2005 está chegando ao final.
Os últimos votos devem chegar entre hoje e amanhã. Para não
doer a minha consciência, decidi correr atrás de três filmes
que estão sendo bem citados nas listas: Old Boy (peguei
na locadora), Marcas da Violência (peguei no camelô)
e 2046, que estréia nesta sexta no País. O amigo Bruno
Saito deu capa para 2046 no caderno Ilustrada desta
quinta-feira (leia).
2046 - Os Segredos do Amor é um filme do diretor Wong
Kar-wai, responsável pelo irretocável Amor à Flor da Pele.
Bruno escreveu: Para Wong Kar-wai, o amor é uma ilusão
de ótica. Em filmes como "2046 - Os Segredos do Amor", que
estréia amanhã, o cineasta constrói labirintos onde os amantes
se perdem e não mais se encontram. É um mundo habitado por
seres solitários, casais famintos pela consumação do desejo,
mas que sempre são frustrados pelos descaminhos do acaso.
O filme já pintou em algumas listas de Melhores do Ano. O
próprio Bruno Saito o incluiu em sua lista, assim como os
jornalistas Lúcio Ribeiro e Thiago Ney. Vejo amanhã e opino.
Tomei coragem e aluguei também um "2 em 1" do Buñuel:
L'age D'or (A Idade do Ouro) e Un Chein Andalou
(Um Cão Andaluz). Está aqui ao lado e até o fim de
semana preciso ver para devolver. Estou com medo, mas eu precisava
fazer isso um dia.
Risos - Lembre-se: eu sou pop...
04/01/2006 - 19h37
Comentário rápido: 75 votos já chegaram para o Melhores do
Ano do S&Y. E tem como acreditar que quatro, isso mesmo, QUATRO
discos estão empatados em primeiro lugar na categoria Disco
Nacional de 2005? Todos com 14 votos. Na categoria Show Internacional,
a diferença do primeiro lugar para o segundo é de apenas 1
voto. Em 2004, o Teenage bateu o Pixies por um voto, 19 a
18, como melhor show. Neste ano já está 22 a 21. E o terceiro
lugar tem 18 votos. Dois livros brigam cabeça a cabeça pelo
primeiro lugar e o filme do ano parece que já está definido,
abrindo três votos dos demais. Ainda devem chegar uns 15 votos
nesta quinta e sexta.
03/01/2006 - 01h31
Acabei de ver The Producers. Só mesmo o Mel Brooks
para me fazer sair feliz de um musical. Vou escrever sobre
ele nesta terça. Aliás, rola uma boa atualização nesta terça.
Entrevista com Fernanda Takai, Rock Raro, Edward Bunker, The
Producers. Se conseguir, ainda atualizo as resenhas novas
e escrevo sobre o Flores Partidas. E coloco na capa
o "Clube do DVD Scream & Yell", que já falei no
fim de dezembro. A Livia e o Mauricio vão começar. Quem mais
quer ver Amor À Queima Roupa e Cronicamente Inviável?
Ah, é todo o País, viu. A idéia é fazer estes dois DVDs rodarem
capitais. Estou com sono. Vou tirar uma soneca e volto já...
02/01/2006 - 13h27
Estou com um friozinho fudido na barriga. E nem estou apaixonado.
Ok, ok. Estou parcialmente apaixonado, mas quando acontecer
de eu não estar apaixonado, pára o mundo que alguma coisa
está muito errada. No entanto, não é paixão o que me abala
no momento. É o recomeço das coisas. Ainda não sei o quero
fazer da vida, mas preciso fazer algo. Trabalhar é um bom
começo. Em 2005, publicamos mais de 300 textos no S&Y, o que
dá uma média de um texto a cada vinte e nove horas, mais ou
menos. Quero tentar manter o mesmo ritmo este ano, mas fazendo
algo que permita manter o site, pagar a cerveja e as baladas.
Metas, metas, metas.
Tem um punhado de filmes que preciso ver no cinema. Ando meio
caseiro, sabe. Ontem revi Igual a Tudo na Vida, do
Woody Allen. Meu deus, como o Allen conseguiu transformar
a Christina Ricci em um escândalo sensual. Não que ela já
não fosse, mas toda vez que ela aparece na tela transpira
excitação. No entanto, o filme é beeeeeeeeem mediano. Para
compensar, nada como um clássico para nos mostrar o caminho
das pedras: A Felicidade Não Se Compra, de Frank Capra.
Perfeito para começar o ano com a esperança batendo no lado
esquerdo do peito.
Coisas: Wander Wildner em dose dupla nas lojas. O bardo punk
brega lança uma coletânea pessoal e um trabalho em CD/DVD
com o Replicantes. A coletânea Bebendo Vinho é bem
boa, e traz uma faixa inédita, Fora da Lei, que pode
ser baixada no site oficial do cantor (aqui).
Já Go Ahead, do Replicantes, mistura clássicos e canções
do repertório do combo gaúcho que estavam inéditas na voz
de Wander.
Os cariocas do Lasciva Lula estréiam site novo. E aproveita
e baixa algumas canções de uma das bandas mais queridas deste
que vos escreve. Confere.
Dicas: Häagen Dazs, Canção de Amor, Casal de Velhos, Pop
Song e Mimo.
Eu já devo ter comentado aqui, mas dois discos que estiveram
entre os melhores de 2004 no Scream & Yell estão disponíveis
para download na integra:
Nadadenovo,
Mombojó
Paraquedas
de Coração,
Wander Wildner
Para fechar, a amiga Crib Tanaka também coletou os melhores
do ano para um site que colabora. Mais uma oportunidade para
eu falar de Violins, Marcelo Nova, Franz Ferdinand e Black
Rebel Motorcycle Club. Leia
aqui.
01/01/2006 - 14h11
Então, tudo bem por ai? Por aqui, balada boa, discotecagem
boa, um ano novo cheio de rojões e fogos deixando o céu de
São Paulo colorido ao lado de amigos queridos e nada de ressaca.
Bem, ordem no caos. Vou começar pela sexta...
Os curitibanos do Faichecleres enfileiraram mini-hits na Funhouse
na sexta-feira (Aninha Sem Tesão, A Melhor Amiga, Ela Só
Quer Me Ter, Metida Demais), tocaram músicas novas e exibiram
a excelência de Tuba com as baquetas, o grande baterista do
rock nacional em 2005. Ainda acho que falta peso nas guitarras
no som da banda. É tudo muito Jovem Guarda, e a Jovem Guarda
era beeeem legal, nos anos 60. Mesmo assim, ao vivo o Faichecleres
compensa com carisma e entrega. Um puta show.
Reveillon divertido com amigos queridos. É tão bom conversar,
dar risada e ser abraçado (e abraçar) por pessoas amigas que
entraram na nossa vida nem há tanto tempo assim, mas que você
sabe que sempre vão estar ao seu lado. Depois de cantarmos
como se o disco estivese riscado aquele tema de natal (riscado
justamente na frase "muito dinheiro no bolso, muito dinheiro
no bolso, muito dinheiro no bolso"), champagne e São Paulo
inteirinha para nós, iluminada com fogos e rojões. Assumo
que enchi os olhos. E pensei: eu amo essa cidade. E amo meus
amigos.
Depois, discotecagem de última hora na Funhouse. Bem, a casa
divertida é a balada rock mais bacana de São Paulo. Tem cerveja
Sol, pessoas bonitas, muitos conhecidos e um clima bem legal.
Como fazia tempo que eu não discotecava lá, e a casa estava
lotada, fiz um set-list básico de hits para todo mundo entrar
o ano cantando e pulando muito. Teve Afghan Whigs (que eu
amo, como demonstra um post lá embaixo), Modest Mouse (The
View, encomendado pela minha 'sócia'), Strokes (Cá, eu
disse que ia tocar Juicebox, e toquei), a melhor música
de 2005 segundo os votantes dos Melhores do Ano do S&Y (Walk
Away, do Franz Ferdinand), gritos na hora dos Beatles
(I Fell Fine), casais dançando juntinhos e cantando
o refrão de Can't Take My Eyes Off You (na versão Manics),
pedidos de Bowie e Ramones, e muito mais. O legal é que deu
para ouvir algumas das músicas que mais gosto num volume alto
sem esvaziar a pista em momento algum. Nem na hora do Brian
Jonestown Massacre, que poucos conhecem, mas é bem bacana
(brigado, Kika).
Afghan Whigs - Miles Iz Ded
Modest Mouse - The View
Franz Ferdinand - Walk Away
Strokes - Juicebox
David Bowie - John, I'm Only Dancing
Brian Jonestown Massacre - Going To Hell
The Killers - Mr Brightside (Live Version)
The Libertines - Can't Stand Me Now
Elvis Costello - (What's So Funny 'Bout) Peace, Love &
Understanding
The Smiths - What Difference Does It Make
The Jesus And Mary Chain - I Love Rock N Roll
Ramones - Do You Remember Rock
'n' Roll Radio
Backbeat - Please Mr. Postman
Manic Street Preachers - Can't Take My Eyes Off You
Beatles - I Feel Fine
Teenage Fanclub - About You
Ash - Girl From Mars
Kaiser Chiefs - Everyday I Love Less and Less
No mais, estamos em 2006. Ano novo, vida nova, muita coisa
legal para se acontecer. É clichê, mas é verdadeiro: um ano
acabar e outro começar nos dá força, fôlego, inspiração e
desejos de seguir em frente. Particularmente, não posso reclamar
nadica de nada de 2005. Foi um ano especial, de afirmação,
e sobretudo de novas amizades. Começo 2006 sonhando muito,
e você sabe, caro leitor, que o sonho é o que nos mantém vivos.
Precisamos de projetos e metas para seguirmos em frente, senão
vamos nos acomodar e, quando menos esperarmos, a vida estará
passando pela nossa frente e a gente estará parado no tempo.
Esqueça isso. A direção é em frente e para o alto. :) No mais,
reescrevo abaixo o que escrevi neste mesmo espaço no ano passado.
Continuo acreditando em cada uma dessas palavras!
Coloque os seus sonhos em pauta, meu caro. Sonhe. Nunca
deixe de sonhar. Sobretudo, nunca desista de realizar os seus
sonhos. Brigue por eles. Discuta por eles. Sobretudo, faça
amigos por seus sonhos. Comece com algo pequeno. Vá conquistando
confiança e espaço. E saiba que a sua felicidade depende só
de você. O emprego é foda. É. A família é foda. Também. O
mundo não colabora? Foda-se. A sua felicidade está em suas
mãos. Seja feliz e faça as outras pessoas felizes. Sempre.
UM FELIZ 2006 para todos nós. Força sempre, sempre.
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