CALMANTES COM CHAMPAGNE
Imitação Tosca de Um Blog - Página Principal 
Marcelo Costa

30/10/2005 - 16h25
Metas para o novo milênio: aprender a cozinhar. Depois penso nas outras, mas esta é a primordial no momento. :)~ Não nego que fiquei bastante seduzido pela receita prática, rápida e deliciosa do amigo Inagaki, o Miojo Cru, mas estava pensando em algo como gnhocci (que eu adoro) e strogonoff. Claro, além do básico feijão com arroz e bife e batatas-fritas. E uma sopinha pós-balada. Será que eu consigo?

Dig!, o documentário que relativiza as carreiras de duas bandas que começaram praticamente juntas, mas que tiveram destinos (até a finalização do filme) bastante inversos, é uma aula de rock. As duas bandas em questão, estrelas do filme, são a popularíssima Dandy Warhols e a desconhecida fora do circuíto indie Brian Jonestown Massacre. Dirigido por Ondi Timoner, que selecionou os 107 minutos sensacionais do filme entre 1500 horas de filmagens, em 7 anos de produção. Falo mais do filme depois, mas fica a dica: Dig! volta a ser exibido na Mostra SP na quinta, 03/11, às 19h30 no MIS. Se fosse você, eu não iria esperar entrar em grande circuito no País. 24 Hours Party People, sensação da Mostra em 2003, não entrou em cartaz no circuito oficial. Não vá marcar bobeira. O filme vale, muito.

Jeff Tweedy fala sobre o novo álbum do Wilco para a Billboard. Confira.

Hora de download: Elliott Smith, em abril de 1999, ao vivo em Salt Lake City. Aqui.

"Felicidade sempre ofende, mas tristeza demais cansa".
Alexandre Inagaki já tinha destacado esta frase em um post de seu blog, o excelente Pensar Enlouquece. Pense Nisso, mas hoje ela caiu como uma luva sobre este que vos escreve. A frase é da música Ok Ok, uma das várias faixas reluzentes do melhor álbum nacional de 2005 até o momento, Grandes Infieis, do Violins.

29/10/2005 - 12h52
Terminei a parte de "Amor & Sexo" do livro de Tony Parsons, que me surpreendeu muito mais do que os bons textos sobre música. Porém, por que será que cada pessoa tem uma opinião sobre relacionamentos, e nenhuma opinião serve para você quando você mais precisa? Bem, deixa pra lá. No capítulo, Parsons esmaga os livros de Helen Fisher (A História Natural da Monogamia, do Adultério e do Divórcio) e de Heather Formaini (Men: The Darker Continent) com muita classe, do mesmo jeito que elogia o autor Glenn Savan, de Palácio Branco. O jornalista ainda tece interessantes observações pessoais sobre a vida à dois, e que até serve como uma análise masculina nos mesmos moldes que a Maria Claire costuma fazer para as mulheres. Porém, algumas coisas me perturbaram. Em um artigo para a revista Elle, Parsons defende ferozmente que as mulheres precisam de compromisso. Nós, homens, não. Sou exceção à regra então. O escritor ainda tece uma hilária "tese" sobre desempenho sexual e finaliza com um bom texto que joga por terra os ideais românticos. "Meu caro apaixonado, você não sabe que o romance nada mais é do que o amor antes da chance de dar errado?", pergunta logo no abre do texto. Para Parsons, "o romance é jantar com anjos e tomar café da manhã com a tristeza. O romance nos faz sentir como reis e agir como imbecis. O romance faz a vida mais doce, mas mais difícil também". Em seu ataque contra o que nós, latinos, entendemos muito mais como paixão do que romance, Parsons só não explica como transformar tudo isso em amor. Era essa a resposta que eu precisava...

Alguém quer sorvete?

28/10/2005 - 18h23
"Um soco no estômago" são quatro palavras, ok.

28/10/2005 - 14h04
Françoise Cactus e Brezel Göring, que formam o duo franco-alemão Stereo Total, precisaram de quatro bis para acalmar o público do Sesc Pompéia na noite de quinta-feira em um dos shows mais divertidos dos últimos tempos. Covers de Beatles, Stones e Phil Spector, dentre muitas outras canções marcaram presença no repertório, com trechos cantados em alemão, francês, italiano e... português! O duo se apresenta nesta noite em Curitiba, no Era Só O Que Faltava, com ingressos à R$10. No sábado será a vez de Londrina rever um dos melhores shows do ano.

A organização não confirma, mas é dado como certo que o Mudhoney irá abrir a turnê do Pearl Jam pelo País. Já começa a valer a pena ir...

Wado e Realismo Fantástico apresentam o show do ótimo álbum A Farsa do Samba Nublado, no sábado, às 19h, e na segunda, às 22h, no Grazi a Dio. R$ 10. :o)

Manderlay é, em três palavras, um soco no estômago. Mesmo sendo um tiquinho inferior à Dogville, e perdendo muito no papel principal com a desistência de Nicole Kidman (dolorosamente perfeita no primeiro filme da trilogia), Manderlay, no entanto, se saí muito bem como seqüência, faz o espectador se contorcer na cadeira do cinema, e faz pensar - e muito. O diretor Lars Von Trier volta a exibir seus pensamentos niilistas, pesarosos e cruéis sobre a sociedade norte-americana, neste que é o segundo filme da trilogia "EUA - Terra de Oportunidades", que será completa com Wasington, que tem previsão de lançamento para 2007. Obrigatório.

Pra fechar, o set list do melhor show que assisti em 2005:

All Complicated
Radio Radio
Tear Off Your Own Head (It's a Doll Revolution)
(The Angels Wanna Wear My) Red Shoes
Clown Strike
Rocking Horse Road
Basement Kiss
Less Than Zero
(I Don't Want To Go To) Chelsea
Clubland
Needle Time
So Like Candy
Episode of Blonde
When I Was Cruel no. 2/Watching The Detectives
Bedlam
Allison (medley: Track of My Tears, Tears of a Clown, Suspicious Mind)
Monkey To Man
Pump It Up
I Can't Stand Up For Falling Down
High Fidelity
Mystery Dance
Oliver's Army

Encore:
She
(What's So Funny About) Peace, Love And Understanding (citação: The Kid's Are Alright)
Man Out of Time
Lipstick Vogue
I Want You (trechos de EVer Better The Real Thing, Happiness Is A Warm Gun)


27/10/2005 - 12h36
Onde se lê "mais de uma hora e meia de show" no post abaixo, leia-se "mais de duas horas e quarenta de show". Eu ainda estava bêbado... de música, e só.

Belas Canções Sob o Céu da Califórnia por Ana Maria Bahiana.

Quer um show inteiro do Ryan Adams de 2001 com 25 músicas? Pega!
Esse show do Wilco de 2004 eu já tinha indicado uma vez... mas... de novo.
E um show inteiro do Son Volt da quarta retrasada em Washington D.C.? Se divirta!

E que tal ficar trabalhando com Ryan Adams cantando no seu ouvido em uma seleção que pesca canções de seus álbuns solo, com o Whiskeytown e bootlegs? Bem, é a radio Ryan Adams. É só clicar no link "Ryan Adams Radio" no fim da página e ficar atento aos fones de ouvido! Música, música e mais música. Vai lá.

26/10/2005 - 03h37
Não levem exatamente ao pé da letra o que virá nas próximas linhas imaginárias desta imitação tosca de blog, mas acho que descobri, nesta noite, o motivo de eu não conseguir gostar de Strokes, um motivo bem simples, aliás: um, dois e três:
eu envelheci. Eu passei todos estes anos, desde de - vá lá - meus treze anos, pensando que iria querer manter o meu jeito moleque de ser por toda eternidade. Que eu contrário dos meus pais - que amavam a Jovem Guarda, a Tropicália, e Chico, Jorge Ben e Caetano, na década de 60 e 70, e hoje nem se lembram mais daquelas músicas, daquele período revolucionário e histórico - eu iria carregar as minhas canções do passado para sempre, mas não se prender apenas a elas, e ser renovado, a todo momento, pelo frescor juvenil de uma nova pop song de três minutos de uma nova banda que ainda ninguém conhece. Não que isso tenha deixado de acontecer, e a minha paixão avassaladora pelo novo álbum do Franz Ferdinand é prova disso, porém, a falta de paciência que eu tenho com a falta de talento musical dos Strokes mostra que eu já seleciono as coisas que eu preciso realmente ouvir e levar comigo, para sempre. Já não basta, como nos meus dezoito, dezenove anos, que uma canção tenha baixo, guitarra, bateria e uma voz elegante à frente. Precisa ter um mínimo de construção melódica, de qualidade musical, ou então tesão juvenil que transforme timidez em barulho. Tenho brincado, com amigos, que os Strokes só usam as mesmas notas tocadas da maneira mais infantil possível porque são as notas que vêm com o "manual para se montar uma banda", assim que você compra uma guitarra, ou baixo. E quando você esquece a nota, é só apertar um botãozinho imperceptível que fica na parte traseira do corpo do instrumento, para que o "piloto automático" faça a sua parte. Quilômetros separam os Strokes do Franz Ferdinand, mas essa é a maneira que a minha vida me ensinou a olhar as coisas. Você, caro amigo, talvez até goste da banda do Julian, e talvez tenha se divertido muito com o showzinho do domingo, e eu não condeno. Curta esse momento. É seu. O meu já passou e eu estou em outro estágio. Um estágio em que, assim como explicou de maneira sublime a amada Ana Maria Bahiana em seu brilhante texto "Belas Canções Sob o Céu da Califórnia", fica impossível conceber a vida sem música. Porque a música já não é só um combustível para se pular, gritar, espernear e se descabelar. A música, em alguns momentos, tem o dom de invadir o seu corpo, trafegar pelo seu sangue, beijar a sua espinha e tirar a sua alma para uma dança. É um estágio que eu acabo de adentrar, após sentir minha alma dançando com as canções de Elvis Costello por mais de uma hora e meia. Eu ainda vou pular, gritar e espernear muito ouvindo canções, mas a partir de agora, a música, ou melhor, A MÚSICA tem um novo significado para mim. Eu envelheci. Eu tinha medo disso. E apesar de estar em um dia fudidamente melancólico, estou feliz.

25/10/2005 - 17h07
Rapidinho: a Nação Zumbi liberou mais duas músicas do disco novo, Futura. Agora, além da poderosa Ontem, Amanhã e Depois, também estão para download gratuíto a ótima Memorando (minha música preferida no disco) e ainda A Ilha. Pega!

A edição nacional do disco do ano, You Could Have It So Much Better... With Franz Ferdinand, será a caprichada versão com DVD bônus que traz o clipe de Do You Want To, Entrevista, In The Studio Footage And Video Clips, Photo Gallery e Website Videos. Aporta nas lojas brasileiras nos próximos dias.

Pra fechar, só agora pintou por aqui a lista dos dez melhores sites de 2004 segundo a revista Isto é Gente. Não, o Scream & Yell não está entre os premiados. Estão ali o Trama Virtual, o site de Chico Buarque, da atriz Luana Piovani e, como destaque, o Orkut. Porém, a grande diversão é o que a revista considerou o mico do ano:

"Sexcut - Se o Orkut foi um sucesso, as redes de relacionamento social que tentaram embarcar na onda não alçaram vôo. O exemplo mais célebre é o Sexkut, que surgiu como um boato em blogs. De olho no volume de comentários sobre a rede hipotética que interligava pessoas interessadas em sexo, o dono do domínio resolveu desenvolver um Orkut mais sofisticado. O projeto ainda não saiu do teclado."

O Sexcut, para quem não sabe, foi um divertido hoax (boatos que são publicados como notícia verdadeiro) lançado pelo genial site Cocada Boa. Em entrevista para a revista Outracoisa nº 8, o popular Mr. Manson contabilizava o estrago pela quantidade de veículos sérios que caíram na brincadeira: No Mínimo, Blues Bus, Folha Online, O Dia, Jornal da Tarde, UOL, MTV e Terra, sendo que este último ainda conseguiu uma entrevista exclusiva com o "criador" do portal Sexcut. A entrevista feita por uma jornalsita do Terra ainda está no ar, e pode ser conferida aqui. Mr. Manson contemporiza: "Dependendo do cara, às vezes eu até sinto pena. Tem uns maneiros, como uma repórter do Terra a quem eu dei a entrevista como Marcos Pantoja (dono do Sexcut). Era uma menina supersimpática". Na boa, tem mesmo como acreditar em tudo que se lê quando a lista de melhores do ano de uma revista aponta sobre algo que nada têm de real? Como acreditar na Folha, no Jornal Nacional, na Veja? Pensa nisso. Vou ali ver o Television. Amanhã tem Elvis Costello.

24/10/2005 - 15h21
Já vou avisando: estou com sono, estou cansado e o meu humor não está lá grande coisa. Tim Festival em SP? Chinfrim, hein. Sabe qual foi a melhor coisa da noite? Promoção de cerveja: R$ 4 uma e três por R$ 10. Pô, era Skol ainda. Promoção de cerveja é tudo de bom. E os shows? Bem, assisti aos Strokes com o Marcelo Camelo de um lado, o Marco Túlio (Jota Quest) do outro, e a história da MTV na minha frente (Massari, Gastão e Edgard). Legal, né. Os shows? Sério que você quer saber disso? Vou escrever um textão, podexa. É sempre divertido ser inspirado para descer a lenha. Rapidinhas: Arcade Fire foi o melhor da noite. O som do festival foi o pior que eu já ouvi na vida. Julian Casablancas canta bem pacas. Como banda, o Strokes é quase uma vergonha. Quase. Kings of Leon? Fala sério.

Escrevi tanto ontem que os MP3 devem ter ficado esquecidos lá embaixo. Você viu que tem música nova da Cat Power e raridades do Pato Fu? Ali embaixo. Enquanto isso, que tal navegar na edição nº 10 da revista MP3 Magazine e baixar, de graça, a integra do álbum Indecente, Imoral e Sem-vergonha, dos Faichecleres, rockanalha divertido, e o International Brazilian Surfs, do Dead Rocks, surf music fodaça. Também tem Maria das Dores e o Mula Manca & a Triste Figura. Aqui.

Vai uma coca-cola ai pra curar a ressaca? Tem Wado hoje e Television amanhã...

23/10/2005 - 17h52
Urgente
Consegui fazer meu primeiro macarrão no fogão novo... nas novas panelas... com molho e tal. Era um talharini tipo miojo, mas teve até molho de tomate classe a. A propósito, acho que nunca contei que apesar de me tirarem para sério, culto e tal, o meu único texto publicado em uma revista de iniciação científica é uma "análise sobre o consumo de macarrão instantâneo pelos alunos da Universidade de Taubaté". É sério. Não ria. Tá, só um pouquinho, porque o melhor vem depois. Era um trabalho para a cadeira de Técnicas de Pesquisa de Opinião Pública, e decidimos (eu e mais três amigos) o tema entre uma partida de truco na cantina da faculdade. O professor, que também era chefe do departamento, adorou. Relendo, percebi que quase todos os meus trabalhos sérios abrem com a frase: "Estamos em constante evolução". Putz. "Ela afeta todos os níveis do nosso viver em comunidade. As pessoas mudam de hábitos levando em consideração a constante mutação dos elementos que compõe a sociedade". (...) "Essa situação possibilitou o surgimento de um novo mercado especializado em comidas prontas". E blá blá blá. Tá na revista Faces - Comunicação, Cultura e Turismo, de novembro de 1998. O legal é que entrevistamos 207 alunos dos 19 cursos da faculdade, e conseguimos um resultado bem interessante. Os entrevistados preferiram o sabor de galinha caipira (25%) contra 15% do meu preferido, bacon. Uma menina citou atum! Mas as respostas mais divertidas vieram nas questões 10 e 11. Na 10, "Quais os ingredientes que você adiciona no seu macarrão instantâneo", teve desde os básicos molho de tomate (19%) e queijo (13%) até manteiga, feijão (fala sério!), maionese e farofa, entre outros. Porém, o quarto item mais votado da lista (atrás de molho, queijo e legumes) foi o genial "o que tiver na geladeira". :o) O item 11 perguntava "Por que você consome o produto" e as respostas básicas foram "por ser rápido" e "de fácil preparo", mas teve gente que disse que "é bom à noite", "que é bom quando se está sozinho", "que é bom para viagens" e, lá lá lá: "que é bom para ressaca". É sério. Miojo também é cultura. risos

Vou ver o Strokes, o Arcade Fire e o Mundo Livre. Já volto. Ah, a M.I.A. também...

23/10/2005 - 12h07
Ainda não consegui assistir à Noiva Cadáver, novo filme do Tim Burton. Quero muito ver, mas a chuva não deixa. :)~ Ao menos foi assim na sexta e no sábado à noite.

Enquanto a gente se prepara para a melhor temporada de shows de todos os tempos, que dá a largada aqui em SP em algumas horas, que tal ouvir a nova música de Cat Power. The Greatest é o primeiro single do novo álbum da cantora, homônimo, que chega às lojas em janeiro de 2006. Uma bela balada. Pega aqui.

Aliás, em meus passeios madrugadeiros pela Web achei uma página com coisas bacanas do Pato Fu. Nem todos os links estão funcionando, mas os que estão valem o download. Tem Fernanda Takai cantando com Herbert Vianna (Eu Sei, da Legião), Fábio Jr. (O Que Que Há), Los Hermanos (Veja Bem Meu Bem), Zélia Duncan (Sobre o Tempo, Quase Sem Querer), remixes (Depois, Canção Pra Você Viver Mais), faixas do divertido Lual MTV da banda (Just Like Heaven, do Cure, Por Que Te Vas) e uma deliciosa versão de Love Me Tender, para o especial de Dia dos Namorados da MTV. Tem que ir baixando aos poucos, mas está tudo aqui.

Mister Marcelo Nova reina por aqui, com a Nação vindo pouco atrás. E o debute do Cansei de Ser Sexy também apareceu por esses lados. Na boa: gostei, e bastante. Devemos ter entrevista com eles pelo caminho, assim como a Nação Zumbi e o Super Furry Animals, se eu conseguir acertar a agenda. E terminei a parte de Música do livro de Tony Parsons. Esperava mais gonzolices no texto dele, mas acabei mesmo é gostando muito do cara. Agora entra a parte de variedades...

21/10/2005 - 13h12
Bem, pelo jeito vou ficar mesmo sem ver o Wilco. Me contem depois como foi. Mas garanto presença nos Strokes/Arcade Fire/Mundo Livre no domingo, no Television na terça, no Costello na quarta e no Stereo Total na quinta. Eu já disse isso? Quem quiser embalar em shows todos os dias pode começar neste sábado com o Autoramas. O trio se apresenta no templo de guerra Hangar 110, com abertura de Strashoes e Fabrica Civil. Está marcado para começar às 19h e o preço na porta é R$ 13 (R$ 10 antecipado). Shows no Hangar costumam acabar cedo. Ou seja, dá sossegado para ir lá e, depois, ir ver A Noiva Cadáver, estréia do novo "desenho" do amalucado Tim Burton. Na segunda, o outro dia "vago" no calendário semanal, quem quiser pode dar uma esticadinha até o Graze a Dio!, na Vila Mada, e assistir a um dos grandes shows nacionais do ano: Wado e Realismo Fantástico apresentando as canções do excelente A Farsa do Samba Nublado. R$ 10 a diversão lá, às 22h.

Dois CDs se alternam no som nos últimos dois dias. A cantora Simone Capeto paga tributo ao grande compositor gaúcho Nei Lisboa com o álbum Bom Futuro, que reúne interpretações inspiradas para clássicos desconhecidos como Telhados de Paris, Romance (do verso adorável "Todas as bobagens que eu já disse dariam para encher um caminhão"), Pra Te Lembrar (da trilha sonora de Meu Tio Matou Um Cara), Junky, Baladas e a arrepiante Rima Rica/Frase Feita ("Desculpe, meu bem, se ontem te fiz chorar / Mas a vida é assim mesmo / Não se pode exigir e pouco dá pra esperar / Muito obrigado por tudo / Pelo teu suor, pelos teus gemidos / Espero que a minha estupidez/ Cicatrize teus sentimentos feridos"). O trabalho gráfico é primoroso em uma homenagem merecida e bem registrada por Simone.

"É um disco autobiográfico e existencialista. Começa no útero e acaba no cemitério. As canções têm uma certa seqüência temática e cronológica que, se ouvidas na ordem em que vão estar, fazem um sentido de amplitude e fatos, embora não haja nenhuma necessidade de você ouvir a primeira para depois a segunda e em seguida a terceira, você pode ouvir qualquer canção, independente disso", me disse o xará Marcelo Nova em conversa por telefone, cerca de um ano atrás, sobre O Galope do Tempo, álbum que só viu a luz do dia nesta semana. A rigor, este é um dos melhores trabalhos solo do ex-atual-eterno líder do Camisa de Vênus. E algumas canções chegam a rivalizar com clássicos de sua carreira. São o caso da deliciosa Outubro de 65, rock básico que soa como a sequência de Simca Chambord ("Pela manhã minha mãe virava a chave / Mas o DKV não queria pegar / Meu pai mexia no motor / E no platinado que acabou de trocar / Na traseira, um plástico grudado com a bandeira do Brasil / Era Outubro de 65, Minutos antes do ano 2000 / Domingo, o sol pela janela derretia a minha preguiça / Só que pra chegar na praia, tinha antes que ir à missa / Então pegava a minha revista e entrava no banheiro / Meia hora apreciando Raquel Welch de corpo inteiro"), Ninguém Vai Sair Vivo Daqui, primeiro single do disco (assista ao clipe), que fala sobre Aldous Huxley e o livro As Portas da Percepção, além da sensacional Balada do Perdedor, que crava algo que eu já havia escrito em um texto sobre o Coldplay, meses atrás: "Os astros cheiram o pó das estrelas e as trombetas estão soando / É no céu que se morre de tédio, os anjos estavam blefando / Eu conheci a mais bela vingança, vestida de noiva no altar / Parado em frente à porta do paraiso, mas sem vontade de entrar". Entre as grandes canções do álbum ainda dá para citar Um Passo Pra Frente e Dois Pra Trás, O Fantasma de Luis Bünuel e Angel, mas tem mais...

Achei que fosse gostar mais de Tudo Sobre Minha Mãe. Não que não seja um grande filme. É. Tem cenas antológicas e situações que só poderiam acontecer em um filme de Pedro Almodòvar (em que outro filme um travesti poderia sair por aí engravidando belas mulheres?), mas fica atrás, no meu gosto pessoal, de Carne Trêmula e Fale Com Ela. Já Woody Allen marcou presença por esses lados com o fofo e genial A Rosa Púrpura do Caíro. Vou ali ver A Noiva do Cadáver e já volto.

20/10/2005 - 01h54
Passagem rápida, mas contente. Acabei de deixar um "especial Nabokov" na capa do S&Y. Valeu, Rodrigo! E, acabei de ver que a Nação Zumbi, a grande banda do País (se você achou que eu iria dizer Los Hermanos é porque não me conhece), colocou quatro músicas para download em seu site oficial, duas deles mesmos (Cidadão do Mundo e Blunt of Judah ao vivo em St. Brieuc, em junho deste ano) e duas da Orquestra Manguefônica - nada mais nada menos que Nação Zumbi + Mundo Livre - ao vivo no Sesc Pompéia, no segundo melhor show nacional que eu vi em 2005. Estão para download Salustiano Song e Rios, Pontes e Overdrivers. Vai.

"Foi você que desistiu do amor ou o amor que desistiu de você?", pergunta Parsons.
"Acho que chegamos a um acordo", responde Morrissey, em outra das grandes entrevistas de Dísparos do Front da Cultura Pop.

Preciso dormir... e só tenho três latinhas de cerveja na geladeira...

Você já foi ver O Jardineiro Fiel? Vá!

19/10/2005 - 01h48
Futura, o novo da Nação Zumbi, chegou derrubando tudo por estes lados. Três músicas: Memorando, em que a letra diz que "Zumbi era Lampião, Lampião era Zumbi", a brasileirissima Vai Buscar e o poderoso primeiro single, Hoje, Amanhã e Depois, que pode ser baixado no site oficial da banda. Pega!

No mais, uma dúzia de filmes de Woody Allen baixaram aqui... promoção na FNAC... sacumé, cartão de crédito é uma m****, mas o box do Pedro Almodòvar, com cinco filmes, - Carne Trêmula, Fale Com Ela, Tudo Sobre Minha Mãe, Ata-Me! e Mulheres à Beira de Um Ataque de Nervos - por R$ 79,00 em três vezes é bem pegável, não? Diz que sim, please, porque eu já entrei na fase das economias, e é mó ruim comprar algo muito legal e a consciência ficar recrimando...

E não, as panelas ainda não chegaram...

17/10/2005 - 18h11
Existe algo melhor do que sorvete napolitano para se curar a melancolia? Existe, eu sei que sim, mas não adianta negar que sorvete funciona que é uma beleza.

Ontem percebi que um dos discos que mais tenho ouvido nos últimos meses não havia sido citado aqui. Vacilo feio meu, mas já adianto que The Forgotten Arm, de Aimee Mann, têm lugar cativo na listinha de melhores do ano. The Forgotten Arm é o álbum perfeito para ser levado em um reunião de alcóolicos anôminos. O disco trata, em suas doze canções, de uma história de amor aterrorizada pelos vícios da heroina e do álcool. O casal se conhece, se apaixona e decide fugir juntos. Porém, ela se assusta com os vícios citados dele, um boxeador assombrado por lembranças do Vietnã, e o romance termina. O final, porém, não é triste, mas não vou ser eu que vou contar. Só digo que a última música do álbum se chama Beautiful, e que apesar do tema pesado, The Forgotten Arm transpira lirismo e amor.

Amelie Poulain é muito fofo, não é? E eu esperava mais de Robôs. E eu achava que A Outra Face da Raiva era uma comédia, não um drama. No mais, o novo Lulu Santos não me impressionou, apesar da faixa dois, Roleta, ter girado o fim de semana todo na minha cabeça. E o novo Nação Zumbi é outro disco do ano. O show deles no Claro Que É Rock já deverá ser baseado nos novos sons...

Wagner Xavier, o amigo responsável pela seção Rock Raro do S&Y, é o entrevistado da seção O Colecionador, do excelente Poeira Zine nº 9. Na capa, Rory Gallagher, e especiais sobre blues, Van Der Graaf Generator, Gentle Giant, e Marky Ramone relembrando sua primeira banda, a Dust. O número 9 do Poeira Zine está saindo por R$ 5,00 e você pode saber mais sobre a publicação no www.poeirazine.com

Vai Playing The Angel, o novo do Depeche Mode, aí? Então pega, rápido.

Ironia: agora tenho um fogão bonitinho, mas não tenho panelas. Pô, já deviam vender o fogão com as panelas, não???? Lá vou eu comprar algumas... bah...

15/10/2005 - 18h26
O Autoramas, a banda mais premiada do VMB 2005, se apresenta na Funhouse neste domingo, às 21h. Aproveita e dá um pulo o site da banda e baixe três faixas ao vivo na Rádio Transamérica (Falem Mal de Amigo, Ex-Amigo e Eu Não Morri), duas vinhetas da banda para a Rádio Mix FM (Vinheta de Natal e A-La-La-Ô).O clipe de Você Sabe, premiado na MTV, também pode ser baixado no site. Vai lá.

Novos da Nação Zumbi e do Lulu Santos apareceram por aqui. Logo mais comento. No momento, 2 Violão e 1 Balde dos Irmãos Panarotto. E não se engane, você já leu mesmo o que vem abaixo, mas é que eu tinha me antecipado em uma semana...

Rogério Skylab é a grande atração do projeto 2em1 no domingão. Para quem quiser se divertir, uma dica e tanto. Skylab deve cantar as já clássicas Matador de Passarinho e Moto Serra além das "censuradas" Fátima Bernardes Experiência, Herbert Vianna e o hit Câncer no Cu. Dica: atenção na letra matadora de Você Vai Continuar Fazendo Música? Para quem nunca adentrou o mundo pervertido de Rogério Skylab, alguns MP3 do "bardo" carioca podem ser baixados aqui.

Os Abimonistas estão encarregados de abrir à noite para Skylab pontualmente às 19h30. O Projeto 2em1 reestreou no Blen Blen na semana passada. Mande o nome para a lista de desconto no show@2emum.com.br com precinho camarada de R$ 12,50. Atenção: o Blen Blen agora também tem Xingu e Bohemia. (risos)

14/10/2005 - 15h57
Ando com uma preguiça dos diabos, letargia total. E o humor não vai lá grande coisa não, apesar do Corinthians ter colocado a mão no título na Vila Belmiro. Fooooda. No entanto, já estou escalado para Television/Elvis Costello/Stereo Total. Ainda não garanti presença no Arcade Fire/Strokes/Mundo Livre e tô na dependência de uma vaga para ver Wilco no Rio de Janeiro. Planos, planos, planos.

Lembra do Pólux? Então, ninguém lembra, nem eu. Tem gente aí que diz que eles revolucionaram o underground carioca. Tem gente que não entende o significado da palavra revolução. No entanto, do Pólux para o mundo surge Eva Leiz, que se auto-denomina mim (em minusculas mesmo, uma bobagem, mas deixa pra lá). O mim acaba de lançar seu debute pela Lua Discos, e vale a sua atenção. Tudo bem que da outra parte do Pólux acabou surgindo o Leela, que não serve pra muita coisa além de ser a antítese genial do pop perfeito praticado pelo Ludov. O mim não tem pique para desbancar o Ludov, mas está há anos luz da pobreza musical do Leela. No site da banda de uma garota só é possível baixar a ótima Fiebre de Tu Mente junto com Tanto Fez e Fora Daqui, além de podcasts com entrevistas de Eva Leiz com gente como Frank Jorge, Nervoso, Lasciva Lula e Wander Wildner. Download.

Marquee Moon Special Edition, do Television, preenche o som da casa. A nova versão do clássico de Tom Verlaine compila alguns takes alternativos tão inspirados quanto os originais, um a-side perdido no tempo (Little Johnny Jewel) e uma instrumental sem título. Encarte bacana. O show deverá ser beeem matador...

O marco zero do cinema indie norte-americano passou reeditado em casa. Gosto de Sangue - Directors Cut, dos Irmãos Coen, exibe, dez anos antes de Pulp Fiction, tudo aquilo que levou Tarantino ao estrelado. E, em uma aula de ironia, Joel e Ethan enfiaram a navalha no rolo de fitas e cortaram quatro minutos do filme original, além de terem reeditado a trilha sonora. Tá certo que os dois estão caindo pelas tabelas após o mediano O Amor Custa Caro e o fracote Matadores de Velhinhas, mas como negar uma carreira brilhante de filmes como Arizona Nunca Mais e a tríade Fargo, E ai Meu Irmão Cadê Você e O Homem Que Não Estava Lá?. Não dá, realmente.

Consegui achar a definição perfeita para a banda Móveis Colonias de Acaju: eles são um Inimigos do Rei de terceira tentando soar como Los Hermanos. Maldade?

Disco do dia: Como é Bom Ser Punk, Língua de Trapo

13/10/2005 - 11h27
E ai, como é que foi o seu Dia das Crianças? O meu foi bom. Um filme bacana do Eduardo Coutinho, muito sono durante A Insustentável Leveza do Ser (resisti bravamente aos 30 primeiros minutos) e mais um punhado de episódios da segunda temporada de Friends, culminando no especial pós Superbowl, que teve a participação de Julia Roberts, Jean Claude Van Damme e Chris Isaak. Dez.

No próximo fim de semana, Curitiba abriga a sexta edição do festival Rock De Inverno, recomendadíssimo. Realizado no O Espaço Cultural 92 Graus, a mostra, produzida pelo selo De Inverno Records, reúne 10 bandas, em duas noites de shows, dias 14 e 15 de outubro, promovendo novo encontro entre representantes das cenas independentes brasileira e de Curitiba. De Salvador vem o Cascadura que toca pela primeira vez em Curitiba com o repertório de seu segundo disco, Vivendo em Grande Estilo. São Paulo terá a dobradinha de encerramento da mostra: o trio La Carne, dono de uma das mais viscerais performances do rock brasileiro. E fechando a sexta edição do festival, Stela Campos mostra a beleza sofisticada de seu folk urbano apresentando o repertório de seu terceiro álbum, Hotel Continental. Do circuito curitibano, estão alguns representantes da nova geração, como as Gianninis, formada por quatro garotas atuantes no underground da cidade; Goya, com seu instrumental que trafega entre o jazz e o rock; Mocambo, grupo de hip hop lançando seu segundo CD e a Góticos 4 Fun, com seu glam rock. Completam a escalão do RI 6 as veteranas OAEOZ, Gruvox e Terminal Guadalupe, todas em fase de divulgação de seus discos lançados este ano. Vale, vale, vale.

No mais, filme: o cineasta Eduardo Coutinho volta a registrar o Brasil que o Brasil desconhece em O Fim e o Príncipio, seu novo documentário que estréia na Mostra Internacional de São Paulo, depois segue em grande circuíto. Após os emocionais Edificio Master e Peões, Coutinho pegou sua equipe e - sem pesquisa prévia, personagens ou locações definidas - partiu para o sertão da Paraíba com o intuíto de registrar histórias e impressões dos moradores de alguma pequena comunidade sobre a vida e a morte. O resultado soa quase poético, embora um tiquinho inferior aos documentários anteriores. Pela lente de Eduardo Coutinho, pessoas comuns deste imenso Brasil revelam a alma de um País que se desconhece e se esconde, mas emociona, e sobrevive com fé, perseverança, sinceridade e honestidade.

CD: Lançado no finalzinho do ano passado, o debute homônimo da banda carioca Luisa Mandou Um Beijo chegou a entrar em algumas listas de melhores do ano do Top Seven 2004 Scream & Yell. E chegou ocupando espaço aqui em casa esta semana com sua mistura de indie-pop com bossa nova. A voz particular de Flávia Muniz brilha nas belas melodias do compositor Fernando Paiva destacando a chiclete Amarelinha, que junta sopros, clima brasileiro e guitarras indies em prol da boa música, Anselmo, que contém um diálogo do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol enquanto imagina um almoço com Lygia Telles, e na faixa que encerra o disco, Hoje o Mar Dançou no Céu. No site da banda é possível baixar as canções Amarelinha, Anselmo, Bauhaus Today e Com Um Pote de Geléia de Morango Nas Mãos. Na Trama Virtual, faixas demo, como a de Hoje o Mar Dançou no Céu, estão disponíveis. Primeiro no site da banda, aqui. Depois na Trama Virtual, aqui.

Livro: Tony Parsons, de novo. A parte sobre música de Disparos do Front da Cultura Pop é tudo aquilo que eu acredito em jornalismo musical. Parsons escreve de música sem se colocar como personagem principal. Ele opina, mas os astros de seus textos são gente como os Sex Pistols ("Agora preste atenção. Se os beatos hipócritas que governam nosso país banirem esta turnê da sua cidade, levante sua bunda cansada da cadeira e vá para uma cidade próxima", sobre a censura contra a Anarcky In The Uk Tour, em 1976) , The Clash ("Ninguém sabe o que é comprometimento absoluto até conhecer Mick Jones", 1977), Robert Plant dando sua benção aos punks, Billy Idol e a Generation X ("Punks limpinhos: uma ameaça às nossas crianças", 1977), The Jam no Roxy ("Se você não prestou atenção neles porque não consegue ver nada além do alfinete na ponta do nariz, você não passa de um imbecíl, certo?", 1977), um relato sobre o massacre da polícia contra os Pistols após o histórico show sobre o Tâmisa no jubileu da Rainha ("Os policiais distribuíam golpes mesmo quando você não estava se mexendo, e se safaram porque são a lei e porque podem", 1977), David Bowie ao vivo em Newcastle ("David Bowie está vivo, está bem e não vive mais na teoria", 1978) até chegar no emocionante relato "O Mito Continua":

"...No camarim do Palladium, em Nova York, ele está acabado. Depois da habitual passagem de som de três horas naquela tarde, em que ele checou cada canto da casa de espetáculos de 3 mil e quatrocentos lugares para garantir que o som estivesse absolutamente perfeito para todos na platéia, ele fez o melhor show de rock'n'roll da minha vida. Durou cerca de quatro horas. Vai ter praticamente amanhecido antes quie ele finalmente vá embora do Palladium.

Lá fora várias centenas de garotos estão esperando por um autógrafo, pela chance de falar com ele, por uma oportunidade de agradecer. Nenhum deles vai para casa desapontado. Ele tem tempo para todos e não faz drama. Se você pressioná-lo sobre o assunto, ele simplesmente vai ficar pensativo e dizer: 'A minha música me deu tudo o que tenho, eu era ninguém, eu não tinha nada... eu nunca vou colocar ninguém em situação humilhante. Já durou tempo demais'.

Se qualquer outro músico no mundo me dissesse isso - como você sem dúvida já deve ter notado -, eu esperaria até parar de rir e então começaria um massacre impresso. Mas este cara é único; quando Bruce Springsteen solta declarações sentimentais como essa, eu não retruco, eu acredito".


Se a Editora Barracuda liberar, este texto acima na íntegra vai aparecer na série "Matérias Antológicas" do Scream & Yell, o que não desobriga o leitor de ler essa pequena com´pilação de relatos sobre a era de ouro do punk.

Disco do dia: McCartney, de Paul McCartney (1970)

11/10/2005 - 18h30
Da série 'Traumas Modernos': tem coisa mais triste do que perder tudo que você tem no HD do seu computador? Foda. O meu computer deu pau na virada de sábado para domingo, e a única saída, lá pelo meio-dia do domingão, foi apagar tudo da HD e reinstalar todos os programas. E o meu último back up era de 08 de julho. Ou seja, perdi tudo que tinha no computador dos últimos três meses: um punhado de fotos (umas 200), alguns MP3, e textos em variadas fases de desenvolvimento. Bem, não adianta chorar sobre o uísque derramado e nem ficar apoiado no muro das lamentações, mas fica o conselho: back up, já!

Nem só de problemas, no entanto, vivemos. Um grande amigo me ligou, no meio da tarde de hoje, direto de Porto Alegre, para agradecer sobre um livro que eu tinha presenteado ele. Ele não tinha levado o livro na viagem, mas se lembrou lá, comprou, e depois de uma leitura emocionada de pouco mais de uma hora, pensou: "Tenho que agradecer ele agora". E me ligou. E agradeceu. Da série de coisas que fazem valer o dia. Valeu, Renato, mesmo. Boa temporada em POa para você! :o)

Para finalizar o post de hoje, após a indicação dos MP3 do Metrô, vamos direto para Brasília. Já ouviu falar da Escola de Escândalos? Bem, para muita gente, eles são a grande banda candanga (adjetivo que todo brasiliense abomina, aliás). "Nada de Legião, Capital Inicial, Plebe Rude ou Aborto Elétrico. A melhor banda da cidade sempre foi a Escola de Escândalos", dizem. No entanto, a banda só marcou participação oficial na coletânea Rumores, item raro e obrigatório para se entender a cena da cidade, e não chegou a registrar em álbum o som que encantava os conterrâneos. Em mais um capítulo da série "como nós vivíamos antigamente sem Internet?", um pessoal da lista de discussão da banda colocou dezenas de MP3 do grupo para download no Gmail. São demos raras (como a de Luzes, que a Plebe Rude gravou no álbum ao vivo Enquanto a Trégua Não Vem), um show completo de qualidade mediana de 1984 (ainda com Marielle Loyola nos vocais) e um show mais curto, de oito músicas, com ótima qualidade de som, de 1988. Vai lá, baixa, e se pegue cantando, o dia todo, como eu:

Nos seus sonhos tudo era perfeito
Rodolfo Valentino não faria melhor
Nos seus sonhos tudo era perfeito
Giovanni Casanova não faria melhor

É só entrar no email "escoladeescandalos@gmail.com" e digitar a senha "popularidade". Aqui.

Estou afim de ir ver o Wilco no Rio de Janeiro. Alguém quer me vender um convite?

10/10/2005 - 13h14
Fim de semana calmo, de colo, episódios do Friends, churrasco com amigos e bons filmes. Podia ser sempre assim, não? Eu só deixaria a gripe de lado...

Terminei o primeiro DVD da segunda temporada do Friends. A série fica ainda melhor a cada novo episódio. No que fecha o primeiro DVD desta segunda temporada tem Chrissie Hynde aprendendo a tocar Smelly Cat com a Phoebe... Hilário.

Essa segunda é um dia especial. Aliás, alguém me ajuda? Dako é bom? Calma minha gente, é só a marca do fogão! É que hoje é dia de comprar fogão e mesa pra cozinha... Este apartamento está ficando cada vez mais com cara de apartamento. Não sei se comemoro ou se me preocupo. Aliás, o Fábio, em scrap no Orkut, gostou da minha definição de que "envelhecer é comprar coisas para casa". Porém, ele acha (e eu concordo) que amadurecer seria a palavra certa. Não assusta tanto...

No mais, filmes: eu passei dezenas de dezenas de vezes na locadora frente a Como Perder Um Homem Em 10 Dias e nunca aluguei porque, vamos combinar, que título de filme terrível. Porém, cerca de uns sete meses atrás, animado por ter descoberto o quão bacana era o filme Seabiscuit (que eu não botava fé), decidi arriscar neste Como Perder Um Homem Em 10 Dias. E foi uma surpresa e tanto. How To Lose a Guy In 10 Days é uma comédia romântica de primeira, e a chamada é perfeita: "Um deles está mentindo. O outro também". Se você tinha medo desse filme, como eu, pode perder. Vale muito a pena. Principalmente para que as meninas entendam todas as coisas que fazem de errado em um relacionamento... (risos)

Não, nem vem, não foi machista... Todas as mulheres são loucas, não são só as que eu conheço... não adianta tentar me provar o contrário...

O outro filme tem título bobo em português, mas serviu para lavar o chão do sala, que precisava mesmo de água. Pieces of April (Do Jeito Que Ela É) conta a história da menina April (Katie Holmes surpreendentemente muito bem) que está fazendo uma almoço de Dia de Ação de Graças para a família. April é a ovelha negra da casa, ex-drogada, ex-terror dos irmãos, e que está vivendo sozinha (ok, com o namorado) em Nova York enquanto a família (pai, mãe, avó e dois irmãos) mora no interior. A contragosto, a famíla, incentivada pelo pai, vai ao encontro de April, que passa um sufoco danado para assar o peru da ceia já que o fogão de seu apartamento está quebrado (e o prédio em que mora é uma bela de uma espelunca). Pieces of April fisga o espectador desastre após desastre após desastre de uma família totalmente excêntrica (ou será que somos todos excêntricos?). Reserve lenço de papel e boas doses de lágrimas para o trecho final, belíssimo.

Ainda temos por aqui a "directors cut" dos Irmãos Coen para Gosto de Sangue e três horas de A Insustentável Leveza do Ser.

No caminho, um livro: a cada página que passa, gosto mais e mais de Tony Parsons em Dísparos no Front da Cultura Pop. Textos punks para uma época punk rock.

Disco do dia: Step Right Up, The Songs of Tom Waits, tributo de primeira qualidade com Tindersticks, 10.000 Maniacs, Pete Shelley, Violent Femmes, The Wedding Present, Frente, Pale Saints, Archers of Loaf, Magnapop, Alex Chilton e Tim Buckley. A versão do Drugstore para Old Shoes, que abre o álbum, é matadora.

07/10/2005 - 18h36
Na segunda-feira, a partir das 19h, os amigos Cardoso Czarnobai e Daniel Pellizzari (dois ex-Cardoso Online) lançam seus novos livros em São Paulo. A "festinha" de lançamento está marcada para a Mercearia São Pedro, na Rua Rodésia nº 34, na Vila Madalena. Cardoso lança Cavernas & Concubinas enquanto o Mojo (para os amigos - hehehe) lança Dedo Preto Com Unha. Confere o convite e aparece lá!

Bleach, do Nirvana, Never Mind The Bollocks, dos Pistols, e o comeback do Television, homônimo, de 1992, acabam de ganhar reedições nacionais. Os três com preços variando entre R$ 20 e R$ 25, muito mais barato que qualquer lançamento de major. Discos obrigatórios, sabe. E se prepare que nada menos que seis álbuns do Flaming Lips estão na fábrica e logo aportam na sua loja preferida...

06/10/2005 - 17h17
André Takeda, Joey Ramone e Brian Wilson devem se orgulhar de mim:
Sou um feliz possuidor do box quádruplo Back To Mono 1958-1969, de Phil Spector

Eu só iria passar por aqui para dividir essa alegria com você, caro leitor, mas também sou obrigado a dizer que meu coração quer pular para fora do peito devido a confirmação da apresentação de Elvis Costello em São Paulo. Anote: Strokes e Arcade Fire no Tim Festival SP no domingo, 23. Na terça 24, Television no Sesc Pompéia. Na quarta 25, Elvis Costello & The Imposters no Tom Brasil. Na quinta 26, Stereo Total no Sesc Pompéia. Não consigo parar de sorrir...

05/10/2005 - 20h50
"Eu me emociono com viagem de avião
Tudo que eu compro, eu sempre pago à prestação
O meu herói é saltimbanco trapalhão
Refri pra mim sempre foi no domingão

Eu nunca tive pouco como muitos
E nunca tive muito como poucos
Eu nunca tive ferrorama complicado
Eu nunca tive quarto separado

Classe média baixa records"


Outra:

"Mais uma daquelas festas cheias de novos adultos
Que antes escutavam rock e agora ouvem MPB
Só Barão Vermelho, Kid Abelha e Caetano
Para não incomodar e manter tudo como está

Como confiar em alguém que só fala de trabalho?
Que descobre bossanova e se acha muito cool
Que nunca entende por que ando descabelado
Gasta em decoração em vez de comprar discos legais

Novoas adultos, pessoas velhas"


A primeira se chama Classe Média Baixa Records, e na versão original é precedida pela instrumental esporrenta Refrões ao Lado. A segunda atende pelo nome de Novos Adultos. Ambas estão em Anticontrole, um dos dez discos obrigatórios de ROCK (com letras maíusculas mesmo) no Brasil da primeira metade da década 00. Lançado em 2001, Anticontrole é o barulho elevado a categoria de diversão. E a diversão barulhenta da Walverdes retorna com disco novo este mês. Lançado pelo selo Mondo 77, Playback aposta na crueza das guitarras, ao menos pelo que dá para perceber do single Sabendo e em Seja Mais Certo. As duas novas músicas, mais as já clássicas Refrões ao Lado/Classe Média Baixa Records e Novos Adultos e também Viajando na A.M. podem ser baixadas gratuitamente na Trama Virtual. Aqui.

A propósito, canções do Movéis Colonias de Acaju, sensação do Curitiba Rock Festival, podem ser baixadas também na Trama Virtual. Seis faixas de um EP de 2001 mais três do novo álbum, que está sendo distribuído pela Tratore. Baixe.

No mais, já comprou ingressos para o Television e para o Stereo Total em São Paulo? A histórica banda comandada por Tom Verlaine baixa no Sesc Pompéia nos dias 25 e 26 de outubro após vir do Rio de Janeiro, onde se apresenta na última noite do Tim Festival carioca com Elvis Costello. No dia 27 será a vez do Stereo Total agitar o público no mesmo local. Poucos ingressos. Garanta o seu!

E falando em shows, não é só Stones que teremos pela frente em 2006. Já estão garantidas apresentações de Bob Dylan, Shakira, David Gilmour, Donna Summer, Seal, Jamiroquai, Depeche Mode e Simply Red para o ano que vem. Vamos combinar: Eu vou no Dylan e no Depeche e você vai nos outros. E a gente conta um pro outro como foi. Fechou?

04/10/2005 - 18h23
Uma jornalista do O Povo, de Fortaleza, em uma pauta do Dia das Crianças, me pediu uma lista de meus três filmes preferidos que são narrados a partir do olhar da criança. Caraminholei algumas coisas e saiu isso aqui (e uma dica de livro, também):

Quero Ser Grande (Big, 1988, EUA), de Penny Marshall, com Tom Hanks
Poucos filmes conseguem passar com tanta clareza e delicadeza as diferenças de comportamento de um menino de 12 anos e um homem de 35 quanto Quero Ser Grande. Figurinha fácil nas "sessões da tarde", e já lançado em DVD, Quero Ser Grande flagra um garoto que tem seu pedido atendido por um boneco de parque de diversões: ele quer ser adulto. No dia seguinte, acorda adulto, mas com a personalidade de 12 anos. O filme exibe o choque da inocência adolescente com a expectativa que a sociedade tem de um adulto.

Jack (Jack, 1996, EUA), de Francis Ford Coppola, com Robin Williams
Outro filme que flagra um adulto no papel de uma criança. Aqui, Robin Williams encarna o papel de um garoto de 10 anos que sofre de uma rara doença que o faz envelhecer quatro vezes mais rápido que o normal. O gênio Coppola exibe um romantismo inocente nessa pequena fábula, que não abre mão de um final quase piegas, mas se justifica pela beleza de sua história.

Concorrência Desleal (Concorrenza Sleale, 2001, Itália), de Ettore Scola
O fascismo de Mussolini na Itália aos olhos de uma criança que é separada de seu melhor amigo (filho de judeus) durante o processo racista instalado pelo Terceiro Reich no País. Paolo, o narrador infantil, comove quando diz, no âmago de sua inocência, "que é impossível que dois amigos que tomaram óleo de fígado de bacalhau juntos se separem". Um belo filme sobre a indiferença.

LIVRO
Disparos do Front da Cultura Pop, de Tony Parsons, Editora Barracuda
Disparos reúne textos do jornalista britânico Tony Parsons, que presenciou a "corrida de ouro do movimento punk". O texto que abre é uma resenha para o NME (New Musical Express) sobre o show de abertura da histórica turnê Anarcky In The Uk dos Sex Pistols, em 1976, e o último é de 1994, uma entrevista com o escritor Jung Chang para o jornal Daily Telegraph. Entre as duas, 18 anos de jornalismo cultural em mais de 300 páginas deliciosas.

Ps especial para este blog: uma citação de Parsons: "Fique perto das coisas que você ama. E leve um bastão de beisebol para o resto". Anote.

No mais, um belo dia de aquisições culturais em pechinchas. Coisas para se fazer valer o dia: Um CD por R$ 10: Blue Base, de Suzanne Vega. Pirataço de algum show sem nenhuma informação no encarte. Tem Luka, Marlene On The Wall e Tom's Dinner, esta última da maneira que foi gravada no álbum Solitude Standing: a capela. O engraçado é que nos silêncios da cantora, o público começa a fazer o "tâtâtâra, tâtârara, tâtâtâra, tâtârara" e embala. Divertidíssimo. Um DVD por R$ 12: O Selvagem da Motocicleta, de Francis Ford Coppola. Bem, em 1982 o gênio estava numa pindaíba sem tamanho após o fracasso do estiloso O Fundo do Coração. Após hipotecar sua produtora, Coppola viu em dois romances da escritora Susan Hilton inspiração para dois cult movies em branco e preto: Vidas Sem Rumo e O Selvagem da Motocicleta, ambos de 1983 e tendo a juventude como tema. Eu falo mais aqui. Pra fechar, um livro por R$ 18: Primeiro Amor, de Samuel Beckett. Romantismo? Esqueça. A primeira frase do livro: "Associo, com ou sem razão, o meu casamento à morte". A última: "Mas o amor não se encomenda". Texto curto escrito em 1945, mas publicado apenas em 1970, que ganha uma belíssima edição da Cosac & Naif.

Pra fechar, o Tupanzine, um dos fanzines mais escrachados e bacanas de todos os tempos do lado debaixo do Equador, está fazendo uma promoção no lançamento da nova edição: a tosqueira toda, que incluí quatro números do zine mais o CDR "Tupanzine Covers Rarities" com The Thrills, Pixies, House of Love, Wedding Present, Shonen Knife e muitos outros, saí por R$ 4,90. Pedidos: tupanzine@yahoo.com.br

04/10/2005 - 00h39
Bem, discotecagem básica - preenchida por algumas Xingu - no projeto 2em1, agora em casa nova, o Blen Blen. O Gram, que eu respeito mas não curto - e o Ludov fizeram a alegria do público. No intervalo, deu para rolar algumas novas do Franz Ferdinand, Ronnetes, Manics tocando Can't Take My Eyes On You, Los Hermanos brincando com Hollywood, a versão country de I Wanna Be Your Dog com o Uncle Tupelo e Island The Sun do Weezer, entre outras coisas. O Ludov fez exatamente o mesmo show de semana passada, no pequeno Motorrad, em Curitiba, mas a apresentação de lá foi bem mais passional do que esta. Grande banda, grande show.

No mais, a versão rádio do bacana Alto Falante traz um depoimento meu, gravado em Curitiba, com dicas de coisas que tenho ouvido. Tem Franz Ferdinand e Echo & The Bunnymen novíssimos, e Violins, dicas minhas. Além, tem a nova do Strokes, tem Kings of Leon e Say It Ain't So, do Weezer, gravada em Curitiba. Confira o programa no seu micro, agora, através de três podcasts (30/09) postados aqui.

Ingressos para o festival do ano, Claro Que É Rock, já estão à venda. O festival acontece no dia 26/11, em São Paulo (R$ 120), classificado para maiores de 14 anos (ou 12 e 13 anos acompanhados). No RJ, os shows (Sonic Youth, Iggy Pop & The Stooges, Flaming Lips e Nine Inch Nails e mais) vão ser no dia 27/11 (R$ 100), para maiores de 16 anos (ou entre 12 e 15 com pais ou responsável).

Lembra do Metrô, a banda da francesa Virginie, que no meio dos anos 80 emplacou alguns hits (Beat Acelerado, Tudo Pode Mudar, Sândalo de Dandi, Johnny Love, Ti Ti Ti), saiu de cena, voltou com um vocalista português na formação (e o álbum matador A Mão de Mao) em 1987, acabou de novo e retornou em 2002 com um álbum pela Trama? Bem, passei o dia baixando MP3 deles. No site que vem no final deste páragrafo é possível baixar a integra do disco Olhar, de 1985 (inédito em CD), a primeira formação da banda em vinil (como A Gota Suspensa), o álbum solo de Virginie (que tem umas três canções boas, entre elas o hit Más Companhias) e A Mão de Mao, da segunda encarnação do Metrô, que já foi lançado em CD, mas é raro hoje em dia. A balada jazzista Atlântico, 7 de Novembro e a linda Lágrimas Imóveis são belos atestados da grandiosidade deste álbum (ainda vale baixar Gato Preto e a faixa título). A seção de MP3 do site ainda traz algumas raridades, como a bonita versão 2002 da canção Olhar, e Beat Acelerado gravada ao vivo em 1985, com Virginie exibindo seu sotaque francês ao falar do "novo movimento de rock que vem sendo feito no Brasil"... Baixe tudo aqui.

Acaba de passar pela DVDteca Zelig, mais uma pequena obra prima de Woody Allen.

02/10/2005 - 16h32
Fim de semana com chuva e frio? Isso deveria ser proibido, não? Os fãs do Pearl Jam que ficaram em frente a prefeitura "protestando" contra o "possível" cancelamento do show deveriam "protestar" com São Pedro por esse tempinho chinfrim. Bahhhh.

Voltando à sexta-feira, o show da Rádio de Outono na Funhouse foi bem bacaninha. Até senti falta da guitarra, mas a formação com baixo, bateria e teclados segura bem o pique. E a vocalista Bárbara Jones tem tudo para ser a nova Celly Campello. Canções fofas, show fofo, e quatro músicas da banda no Trama Virtual. Aqui.

No mais, após dois litros e meio de Sol na balada, o sábado foi de ressaquinha básica, aquela que você sabe que está ali, mas não incomoda. Para acalmar, colo, uma comédia romântica fofa em DVD (Escrito nas Estrelas, com John Cusack e Kate Beckinsale - aliás, você acredita em acasos, leitor? Eu não), e nove episódios da primeira temporada de Friends, para matar o primeiro box. Após assistir os 23 episódios, acho que se for para escolher apenas um, eu ficaria com o "Aquele do Nascimento", que é quando nasce o filho do Ross. No entanto, o melhor diálogo continua sendo o sobre sexo que eu coloquei aqui no mês passado.

Vou ali colocar umas músicas do Franz Ferdinand para rolar no 2em1 em já volto!

30/09/2005 - 00h26
Eu tenho pavor, ou melhor, pânico, ou melhor, medo de entrar em uma loja de copos, cristais e quetais. Sou tremendamente estabanado. Não, você não está entendendo. Eu sou estabanado pra cacete. Da última vez que entrei em uma loja dessas, a vítima foi um gatinho daqueles japoneses, que fica com a patinha levantada. Bem, na boa, eu acho até hoje que o gatinho pulou da caixa, no entanto, o que importa é que ele se despedaçou no chão. E eu saí de fininho... Tirei o dia para deixar de lado pensamentos em lead, textos e músicas para ir comprar a cortina para o quarto, e no caminho acabei topando com uma loja de cristais, e eu precisava de copos. Quando me mudei para um apartamento maior, comprei mais coisas pra cozinha (o que se chamava de cozinha no apartamento anterior não podia ser chamado de cozinha) incluindo copos tulipa pequeno para cerveja, taças para vinho e copos médios para água, refrigerante e sucos. Com o tempo descobri que é muito mais gostoso beber a cerveja nas taças de vinho, e os refrigerantes nas tulipas pequenas. E quebrar os copos médios. No fundo, eu precisava de um copo graaaande para beber refri, já que não dá para ficar enchendo a tulipa toda hora como se fosse ceva. E foi atrás disso que eu entrei na tal loja, medindo cada centímetro pisado. No fim, saí de lá com dois copões enoooormes, quatro copos médios bonitinhos decorados e três pares de garfos e facas. Juntando à cortinha vermelha que comprei para o quarto, ao tapetinho para a "seção de vinis" da sala, e os tapetinhos para o corredor e banheiro, dá para dizer que eu tive um dia adulto hoje. Se me perguntassem o que é envelhecer, eu acho que diria que é isso: comprar coisas pra casa. Eu nunca faria isso dez anos atrás...

Herbert Vianna, na Folha de São Paulo, explicando a confessionalidade de suas letras, desde sempre: "Para ele, uma prova de que as músicas do Paralamas sempre foram "verdadeiras" foi dada há pouco tempo por seu filho mais velho, Luca, 13, enquanto ouvia "Meu Erro". "Ele disse: "Pai, qual foi esse teu erro de que você está falando?". "Meu erro, meu filho, foi crer que estar ao lado de alguma Mariazinha qualquer, que não era a tua mãe, bastaria", conta.

A Nação Zumbi está prestes a lançar seu novo álbum, Futura. O CD chega às lojas no final de outubro e conta com a co-produção de Scott Harding, que também mixou o último disco do grupo. O single Hoje, Amanhã e Depois, composto por eles mesmos, já está disponível em MP3 tanto no site da Trama (www.trama.com.br) como no site da banda (www.nacaozumbi.com.br).

O Strokes disponibilizou uma versão do novo single, Juicebox, em seu site oficial. O single, cujo lançamento oficial ocorre só em dezembro, estará no terceiro disco da banda, First Impressions of Earth. A rigor, dá para perceber que eles descobriram que existem pedais de distorção no mundo. E a canção não se parece com nada que a banda já tenha lançado, ou seja, personalidade zero. Para mim, a banda acaba antes do disco sair. Com sorte, os fãs brasileiros assistem aos shows deles. Estas são as minhas primeiras impressões. Baixe aqui.

Nesta sexta, os recifenses do Rádio de Outono (baixe o MP3) tomam a Funhouse, em São Paulo, após fazerem um dos shows nacionais mais comentados do Curitiba Rock Festival, no último fim de semana. E no domingo, Bruno Saito e Marcelo Costa (ops, eu mesmo) colocam musiquinhas singelas no retorno do Projeto 2em1, agora em casa nova, o Blen Blen, apresentando Gram e Ludov. Todo mundo convidado.

29/09/2005 - 00h16
Então, quer ter uma idéia mínima de como foi a sensacional apresentação do Weezer em Curitiba? Olha, é o seguinte, esse vídeo em questão flagra o Rivers Cuomo no meio da ala vip cantando ao violão, de surpresa, Island The Sun. Baixa aqui, correndo, antes que tirem do ar, e se arrependa de não ter ido... Vai!

O novo CD de Maria Rita chegou causando estardalhaço na imprensa. Não estou falando de vendas não, mas sim do brindezinho (o tal jabá) que a gravadora Warner distribuiu para alguns jornalistas: era um kit em que constavam, além do CD e do DVD com o making of da gravação, um aparelho iPod Shuffle, com as músicas do disco Segundo previamente carregadas. Acredito que quem está cursando jornalismo ou profissionais de outras áreas estejam pensando "que bacana, eu queria um emprego assim, para ganhar CDs e brindes de R$ 1 mil". Ledo engano, meu caro. Não ganhei o brinde, e se ganhasse, duas situações iriam se configurar: se eu gostasse do disco, iria devolver o iPod, para não dar a entender que só falei bem porque fui agraciado com o mimo. Se não gostasse, até ficava, para mostrar que mesmo sendo brindado ainda mantive a minha dignidade (dizem que todo mundo tem um preço, eu espero que não). No fim, até onde eu soube, dos trinta jornalistas agraciados com o presente, dois já devolveram o aparelho à gravadora por isenção. Um deles, o jornalista Pedro Alexandre Sanchez, da fodaça Carta Capital. Leia o texto do PAS sobre o disco da Maria Rita e, no final, uma análise sobre o mimo precioso. Aqui.

Outro jornalista que merece "clap, clap, clap" é o Àlvaro Pereira Júnior (eu nunca imaginei que iria dizer isso de novo... risos... brincadeirinha). Um fragmento sensacional da coluna dele no Folhateen de segunda-feira passada:

"O novo disco do Los Hermanos se chama "4". O novo disco da Maria Rita se chama "Segundo". Sugestão: os dois fazerem, juntos, um álbum chamado "Último".

Pulando de Maria Rita para Hermanos, em entrevista à TV UOL, Rodrigo Amarante (apontado na legenda como baixista, e isso só mostra como pouca gente sabe o que escreve em jornaismo, o que dá munição aos detradores) diz: "Querem nos transformar em novos Chicos e Caetanos". E ele diz isso culpando a mídia por tal mixórdia. Na boa, quem está se transformando em Caetano Veloso são eles próprios, e não estou falando de qualidade musical. Leia a entrevista dos Los Hermanos aqui.

Pra fechar, já esgotou os convites para o Wilco no Rio de Janeiro... snif

Disco do dia: Exílio, Quinteto Tati (Valeu Pala)

27/09/2005 - 11h17
Bem, em casa após quatro dias em Curitiba. Desculpe, mas eu vou ter que falar: quem não foi perdeu uma apresentação perfeita do Weezer e um show surpreendente do Mercury Rev, com Jonathan Donahue regendo a banda entre citações de Schopenhauer, Blake, Kubrick e Yoda, entre muitas outras, brilhando no telão. De quebra, o festival ainda teve o Movéis Coloniais de Acaju fazendo o melhor show nacional, surpresa apenas pra quem não conhecia a banda. Curitiba ainda teve churrasco e Ludov na sexta, chopp escuro e passeios no sábado, frio, Sharin Foo na fila do banheiro e sono às 9h de segunda. E amigos especiais. E grandes shows, cerveja ruim e boa batada assada. Como diria uma das frases do telão do Mercury Rev, "o universo é feito de histórias, não de átomos". Logo mais conto tudo.

Pra adiantar, um mês depois minha segunda prévia dos melhores do ano...

DISCO NACIONAL
01) Grandes Infiéis, Violins
02) Vc Vai Perder o Chão, Terminal Guadalupe
03) Canções Dentro da Noite Escura, Lobão
04) Toda Cura Para Todo Mal, Pato Fu
05) Ao vivo no Café Camalehon 2005, Wander Wildner

CANÇÂO NACIONAL
01) Agridoce, Pato Fu
02) Dizem, OAEOZ
03) Tambores, Terminal Guadalupe
04) Grown Ups (Cassino Hotel Version), Superphones
05) Soy Loco Por Sol, Mundo Livre S/A

DISCO INTERNACIONAL
01) You Could Have It So Much Better... With Franz Ferdinand
02) Devils & Dust, Bruce Springsteen
03) In Your Honor, Foo Fighters
04) Take Fountain, Wedding Present
05) With Teeth, Nine Inch Nails

MÚSICA INTERNACIONAL
01) Interstate 5, Wedding Present
02) Everyday I Love You Less and Less, Kaiser Chiefs
03) Walk Away, Franz Ferdinand
04) Gratitude, Björk
05) Stormy Weather, Echo & The Bunnymen

FILME
01) Sin City
02) Batman Begins
03) Melinda & Melinda
04) Menina de Ouro
05) Questão de Imagem

SHOW NACIONAL
01) Wander Wildner, Café Camalehon (Setembro)
02) Orquestra Manguefônica (Mundo Livre + Nação Zumbi), Sesc Pompéia (janeiro)
03) Defalla, Avenida Clube (janeiro)
04) Bidê ou Balde, Avenida Clube (Junho)
05) Movéis Coloniais de Acajú no CRF, (Setembro)

SHOW INTERNACIONAL
01) Mercury Rev, CRF (setembro)
02) Weezer, CRF (setembro)
03) The Kills, Campari Rock (agosto)
04) The Raveonettes, CRF (setembro)
05) DKT MC5, Campari Rock (agosto)

Me espera?

23/09/2005 - 01h53
Preciso dormir, mas antes, precisava dizer que, incrível: eu já li mais de 500 livros, e é interessante como os livros podem nos surpreender, a ponto de mesmo após tanta leitura, você encontrar palavras e emoções e traduções de pensamentos e ideais tão constantemente. Ok, nem tão constantemente assim, mas é que nos últimos dois meses li dois livros que seguramente farão parte do Top Ten da minha vida: Achei Que Meu Pai Fosse Deus, com textos de pessoas comuns coletados por Paul Auster, e 31 Canções, de Nick Hornby, que eu terminei ontem de manhã. Já falei sobre o livro do Paul Auster aqui, e na semana que vem escrevo do 31 Canções, mas eu precisava registrar essa surpresa prazerosa que a leitura nos proporciona.

Ok, ok. Quando eu falo que li mais de 500 livros, é algo metafórico. Na verdade eu acredito que li um pouco mais, mas possivelmente pode ter sido menos...

Nos vemos em Curitiba? Leva agasalho! Vou ouvindo Franz Ferdinand...

Ahhh, o Pacote 1 (VHS) ficou para o Rodrigo. As fitas ainda estão por aqui...

21/09/2005 - 20h48
You Could Have It So Much Better ... With Franz Ferdinand já está circulando nos programas de download mundo afora, mas se você ainda não conseguiu baixar e quer ter uma idéia de como é o álbum, vale recorrer ao Franz Ferdinand.Org, o fã clube oficial da banda. Na seção de media do site podem ser encontradas nove novas músicas do novo álbum tanto em versões demo quanto acústicas ou ao vivo. Tem The Fallen, faixa que abre o disco, gravada ao vivo no dia 25 de junho em uma ótima versão. A matadora Do You Want To (primeiro single) aparece em uma versão do mesmo show (mas sem os tecladões manjados), e também em uma versão acústica (com os teclados e o começo beatle). A versão de This Boy, faixa 3, é de outubro do ano passado e bem suja e roqueira. Walk Away, minha preferida no momento, surge em uma ótima versão acústica. Evil And A Heathen também aparece em versões demo instrumental e em outra ao vivo. Well That Was Easy também pode ser baixada em versão demo e em uma outra ao vivo. Ainda estão para download as faixas What You Meant, I'm Your Villain (em três versões) e You Could Have It So Much Better (o único MP3 de qualidade discutível). De quebra, a seção ainda traz uma versão ao vivo de Your Diary, b-side do primeiro single do novo disco do FF, Do You Want To, e várias versões especiais do primeiro disco, destacando a decantada versão de Take Me Out do Scissors Sisters, e uma parceria do SS com o FF tocando Suffragette City de David Bowie. A versão japonesa de You Could Have It So Much Better ... With Franz Ferdinand compila 15 músicas, incluindo Your Diary e a inédita Fabulously Lazy às outras treze que o resto do mundo terá acesso. Abaixo, link direto para algumas versões de canções do melhor álbum de 2005 até o momento: http://franzferdinand.org/media/

Então, decidiu se vai para Curitiba ou não? O Alexandre, leitor deste blog, teve problemas e está vendendo um pacote de viagens que comprou para ir aos shows de sábado e domingo, saindo de São Paulo (Praça da República) no sábado de manhã e voltando no domingo após o show do Mercury Rev. Ônibus levando e trazendo do show também. Pousada no centro de Curitiba inclusa. O Alexandre está vendendo pelo preço de custo, R$ 260. Qualquer coisa, escreve pra ele no alexandre.rsilva@bcb.gov.br ou pra mim no maccosta@hotmail.com que eu passo os contatos via telefone.

21/09/2005 - 01h43
A edição número 9 da revista MP3 Magazine está imperdível. Os recifenses do Devotos disponibilizam em primeira mão um novo EP de cinco faixas, Sobras de Batalha. Outra das bandas querídissimas do S&Y, os paraenses do Suzana Flag liberam as 11 faixas do excelente álbum Fanzine (resenha minha aqui). E os cariocas do Supercordas colocam Satélites no Bar (+2), EP que me viciou na semana passada, inteiro para download. Os downloads na MP3 Magazine são totalmente gratuítos, trazem a capa do CD e a integra de todas as músicas dos álbuns em alta qualidade. Vale ainda olhar o acervo dos caras, que ainda têm China e os ótimos Enne e Fausto. http://www.mp3magazine.com.br

O Supercordas foi além da liberação do EP no MP3 Magazine. A banda também está disponibilizando a integra do primeiro disco, A Pior das Alergias, em seu site oficial e no Trama Virtual. Como diz a querida amiga Kate: "altamente recomendado para pessoas psicodélicas e adoradores de melodias cantaroláveis". Links abaixo:
www.supercordas.com
www.tramavirtual.com.br/supercordas

Aproveitando o momento "downloads em ação", volto a recomendar o álbum Paraquedas de Coração, de Wander Wildner, inteiramente a disposição aqui:
http://www.wanderwildner.com.br/download-paraquedas.html

E seguindo o ritmo das promos toscas da semana passada, quem ainda assiste VHS? E quem ouve fitas cassete? Bem, as novas promos são sobre isso, filmes que já tenho em DVD, cassetes que eu gravava e que já tenho em CD. Pacote 1: VHS: filmes Amor À Queima Roupa (roteirão do Tarantino), Minha Amada Imortal (Beethoven encarnado por Gary Oldman) e uma compilação oficial com quatro episódios do Friends (inclusive o piloto, com Jennifer Aniston vestida de noiva). Pacote 2: Tudo que você precisa saber dos Stones em cinco fitas cassete com seleção deste que vos escreve (e que ouviu muuuuuuito estas fitas). Pacote 3: cassetes com as coletâneas azul e vermelha dos Beatles, e tudo que você precisa blá blá blá do Rauzito em duas fitas mais o primeirão do Secos e Molhados e o Exile on Main Street dos Stones. Pacote 4: cassetes coletânea de Iggy Pop, Velvet Underground, Radiohead, U2 ao vivo em Sarajevo e Nasi e os Irmãos do Blues. Ufa. maccosta@hotmail.com

20/09/2005 - 17h06
Nesta terça-feira, Moby faz a segunda apresentação da turnê Hotel em São Paulo. A primeira foi na sexta-feira, no Hotel Unique, com convites custando R$ 300. Isso mesmo, R$ 300. O jornalista Bruno Saito, da Folha de São Paulo, fez uma matéria excelente, e que foi publicada na Ilustrada, no domingo. Diz mais ou menos isso:

Público acha "normal" pagar R$ 300 em show
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL

Pagar R$ 300 para assistir ao show do Moby não causa nenhum constrangimento social -ao menos para aqueles que foram ao hotel Unique na última sexta. De salário mínimo em salário mínimo, o que movia a noite era o sonho individual de ser especial, ser uma pessoa muito importante. VIP, enfim.

"O Brasil é assim mesmo. A gente não tem culpa que muitas famílias vivam com R$ 300 por mês", diz Fernanda Harger, 22, formada em administração. "Sei que soa preconceituoso, mas...", pondera. Ela optou pelo show no Unique em vez da apresentação no Espaço das Américas (com ingressos mais "baratos", a R$ 140) porque acredita que o preço "seleciona as pessoas". "Acho até bom que seja meio caro; quando a balada é muito barata, eu desconfio. Aqui a gente só vê pessoas mais bonitas e educadas."

"Sei que R$ 300 não é pouca coisa, mas dinheiro não é problema para mim", diz o empresário de eventos Márcio Ávila, 24. "Tudo depende da base da comparação. Ao menos uma vez por semana, gasto isso numa balada." Para ele, o show era uma boa ocasião para paquerar moças, já que não fazia idéia de quem era Moby.
...

Leia a integra da matéria

Paralelamente, tem gente que acha bobagem minha encanação com o preço de uma revista como a Bizz. Bem, quem pode pagar, pouco se importa com quem não pode. A questão, no entanto, não é quem não pode. É, sim, tornar a revista mais acessível para todas as classes. Afinal, se a revista estiver vendendo 100 mil exemplares por mês (uma utopia, mas tudo bem), ela estará segura na editora, e o amigo que acha R$ 9,90 um preço justo não correrá o risco de ter sua revista predileta retirada da banca por baixa vendagem após seis números. Por mim, R$ 5,90 ou 9,90: tanto faz, até compro. Só queria que mais gente comprasse. E que a revista valesse cada centavo pago, e em comparação com as portenhas Rolling Stone e a Los Inrockuptibles, ela não vale, já que ambas são maiores, tem mais páginas, e, nossa, são mais baratas. Vou continuar comprando a Uncut, que é quatro vezes mais que elas, mas traz um CD e muita coisa que a imprensa brasileira irá repercutir no mês seguinte. Inclusive a Bizz. Volto a lembrar que virei leitor da revista, e me apaixonei por cultura pop, lendo a Bizz quando tinha 15 anos. E duvido que moleques que gostem de música tenham grana pra gastar com revista, mas se o preço for mais convidadito, são esses moleques que a revista precisa "recrutar". Ah, essa nova Bizz e feita para trintões estabelecidos, né. Esquece o que eu disse. :)~

Nesta quarta, muito agito em São Paulo. Mundo Livre S/A faz show para o projeto Trama Universitário. Karine Alexandrino e Multiplex dividem a noite no Camalehon a partir das 21h30. O Camalehon fica na Rua Piauí, 103, uma travessa da Consolação, atrás do Mackensie. E, pra fechar à noite, Dudu Tsuda e Tie Bireaux apresentam o imperdível "Cabaret: La Baronaise de quelque Chose" no Vegas. Vi um show reduzido deles semanas atrás, beeeeem legal, mesmo. Rola depois da meia-noite.

Então, eu já falei que os Stones é fodaço, não falei. Quer baixar? Aqui.

Disco do dia: Live At The Apollo - Deluxe Edition, James Brown

19/09/2005 - 19h31
Faz tempo, muito tempo que eu não em arrepiava na primeira audição de um disco. Achar o disco matador, fodaço e excelente na primeira audição até têm acontecido, mas me arrepiar fazia muuuuito tempo. Então, prepare-se para o lançamento do ano: You Could Have It So Much Better ... With Franz Ferdinand. (Valeu, Danilo)

E essa então: Cachorro Grande, Nação Zumbi, Good Charlotte, Suicidal Tendencies, Sonic Youth, Flaming Lips, Iggy and The Stooges e Nine Inch Nails vão se apresentar no festival Claro Que É Rock, todas no mesmo dia, em mais de 12 horas históricas de rock. Dias 26 e 27 de novembro em SP e RJ. Este já é, desde sempre, o melhor segundo semestre de shows internacionais em todos os tempos.

Comprei duas edições da História do Rock da Bizz e a edição de Melhores Capas de Todos os Tempos por... R$ 5 cada uma num sebo. Preço justo, não?

Radiohead na Argentina? Será?

18/09/2005 - 13h13
Melhorei da melancolia. Estou com a garganta fodida de gripe. Na boa, preferia a melancolia. Ao menos ela não me dava dor de cabeça, não me impedia de beber nas baladas e eu podia comer à vontade, sem prejudicar a garganta. Show do Jumbo Elektro na noite passada bem bom. Tirando a fila enorme do Jive - que abriu as portas taaaarde demais, tirando a iluminação que quase cegava a gente na pista, o show foi bem bom. Um pouco enjoativo, mas beeem bom. Segundo eles, o último show do álbum Freak To Meet You. Aguardo com ansiedade um show novo. A banda tem pique no palco, lembra o Primal Scream em alguns momentos, é extremamente coesa e o senso de humor é excelente. Mas o show, inteiro, enjoa um pouco. Mesmo assim, outro dos grandes shows de 2005. Na agenda, quarta-feira tem Karine Alexandrino e Multiplex no Camalehon. E na sexta, Ludov, Relespública e Poléxia no Motorrad Bar, em Curitiba, esquentando o clima para Weezer e Mercury Rev no sábado e domingo. Saiba mais sobre o Festiva Tinidos no site da revista.

Aliás, o site Tinidos traz uma ótima reportagem sobre a gravação do MTV Apresenta da banda curitibana Relespública. Confere lá.

"Algumas vezes sinto raiva de te querer tanto, e esse tanto transformar meu coração num deserto de pedras e sal. Somos mal interpretados a todo o momento - deve ser para isso que as palavras existem, para dar margens ao desconhecido." Desertando: a Pri atualizou sua coluna no Cracatoa. Aqui.

Àlbum do dia: Brendan Benson, The Alternative To Love.

Frioooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo

17/09/2005 - 16h55
Esqueci da promoção... risos. Então, o Pacote 1 fica com o Raphael, que eu acho que é de São Paulo mesmo. No pacote, Figure 8 do Ellioth Smith, Disco Volante do Cinerama e um Very Best Of matador do Roy Orbison, além de exemplares do fanzine Casa das Serpentes, da General e do jornal Ocas. O Pacote 2 foi para o Fábio, de Limeira. Segue um catálogo novo da distribuidora Tratore, o releasão da peça A Vida É Cheia de Som e Fúria, a revista Entre Livros, o fanzine Mosh e CDs de Beth Orton (Daybreaker), Bjork (Selmasongs, com o dueto com Thom Yorke, I've Seen It All) e Cat Power (Moon Pix). Pra fechar, o pacote 3 fica nas mãos da Renata, de São Paulo. Vai os CDs Mutations, do Beck, Human Conditions de Richard Ashcroft e uma versão turbinada de Kill Uncle, segundo álbum de inéditas do senhor Stephen Patrick Morrissey (descontando a coletânea de singles Bona Drag). Além das 11 canções do álbum (destaques para Sing Your Life, Our Frank e Found Found Found), o CDR ainda traz lados b de singles (Jouralists Who Lie), covers (Moonriver), e as inéditas de um single raro dos Smiths, Sweet Tender a Hooligan: I Keep Mine Hidden, Work Is A Four Letter Word e What's World. No pacote da Renata ainda seguem um exemplar da Pipoca Moderna (com textos meus sobre O Aviador e Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças) e uma edição antiga da Rock Press, com textos emocionados sobre os shows de Neil Young e R.E.M. no Rock In Rio 3, além de matérias sobre Marah e Polly Jean Harvey. Ufa. Acabou. Divirtam-se.

17/09/2005 - 15h01
Levanta a mão quem também não gosta de tomate seco: EU! Ops, me empolguei. É que tem pizza amanhecida por aqui (maravilha), e num dos pedaços (mussarela especial - é de mussarela de bufala) vinha tomate seco. Nunca gostei de tomate seco. É doce! Não é? Eu acho. Bem, nada que um pedaço de peperoni não resolva.

Muita gente preocupada com a minha melancolia. Agradeço a preoucupação, mas não precisa. É sério. Eu faço os meus draminhas, mas, sobretudo, a melancolia, a tristeza e as crises são necessárias para que a gente cresça, se movimente, não fique parado, estagnado. A não ser que gostemos de sofrer, o que não é o meu caso. Entendo a necessidade da alma por tristeza, mas preciso seguir em frente sorrindo. Hoje ainda estou um pouquinho muxoxo, mas a noite foi bem especial. Então, nada de reclamações, ok. Mesmo assim, obrigado pelas palavras de carinho. Meeesmo.

Lembre que hoje tem Wander Wildner com show acústico no Camalehon. É só R$ 10, a cerveja é de garrafa, dá para se ver sentado na mesa e o repertório é uma festa. O endereço está no primeiro post deste mês, e na capa do site oficial do cara tem uma foto minha clicada no show de semana passada. Confere aqui.

Minha balada deste sábado é Jumbo Elektro no Jive. Shows do Jumbo são extremamente divertidos. Se contar que será aniversário de uma amiga querida, e que vários amigos queridos vão estar presentes, outra noite perfeita em vista!

Na quinta fui conhecer mais uma casa bacana paulistana: o novo Rose Bombom. A noite era de lançamento de Stand By The D.A.N.C.E., novo álbum do Forgotten Boys, que está saindo badalado pela gravadora ST2. Festinha bacana, viu. O local tem meio pinta de ponto de playboy, o set de aquecimento da DJ é algo que não dá para se resumir em palavras (ela tocou MC Hammer, meu deus), mas bons papos e um show excelente redimiram a noite. Sempre me referi ao Forgotten Boys como uma banda matadora ao vivo, mas que eu nunca teria o CD. Talvez tenha que rever esse conceito. O show foi matador. Principalmente após a metade, quando a banda aumentou o volume das guitarras e fez do local um verdadeiro inferno rocker. O som da casa ajudou. Fazia muito tempo que eu não ouvia um som tão cristalino, a ponto de eu conseguir distinguir o som de uma guitarra da outra. Presta atenção neles.

Eu já disse várias vezes, mas repito: adorei o novo dos Stones. Muuuito. Isso, porém, não justifica a capa da nova Bizz (mensal, que acaba de chegar às bancas) para eles. Primeiro porque é desperdício de pauta, já que Jagger e Richards vão estar no Rio em alguns meses, e daria para fazer uma tremenda cobertura, conseguir uma exclusiva e o escambau. Segundo porque estampar os Stones na capa a essa altura do campeonato é sinal de conformismo, de aposta no óbvio, de falta de culhão e de opção pelo "classic rock". Los Hermanos valiam uma capa. Uma grande matéria. Maria Rita também. Ambos com discos novos. Até a Pitty valia uma capa. Assumir que a publicação está sendo direcionada para pessoas de 25 a 40 anos é perder o caráter revolucionário que a revista tinha em seu nascimento. Porque muito do que sou hoje foi influenciado pela Bizz, que eu lia quando tinha 15 anos. A Bizz revolucionou a minha vida. E acho difícil ela revolucionar a de alguém com 25 anos, que já está estabelecido, já tem idéias formadas e conhece sobre tudo um pouco. Negar esse fator revolucionário é um erro, sem contar o preço. Repito: a Rolling Stone portenha custa 5,90 Pesos. A Los Inrockuptibles custa 6 pesos. As duas são maiores (em páginas mesmo) que a Bizz, e o peso está um por um com o Real. Então, Bizz a 9,90 é caro. A revista começa com o pé esquerdo, mas a turma que está no comando é nota dez. Eles tem tudo para mudar o jogo. Espero isso. E torço por eles. Mas eles precisam acertar o foco.

Mais: Finalmente assisti Edukators, muuuuuito bom. O Drex analisou bem, aqui. E chorei baldes revendo O Filho da Noiva. Sons And Daughters com The Repulsion Box, que acaba de ganhar edição nacional da Trama, assumiu o posto de CD mais tocado por aqui. Um pouquinho mais de melodia vocal e o single matador Medicine seria uma das músicas do ano. Destaque também para Red Receiver, que prova por a + b como fazer uma canção pesada com violão. No momento, Debbie Harry preenche o espaço da minha nova sala (passei a sexta inteira arrumando tudo, e ficou bacana) cantando Just Go Away. Hora de atualizar o site.

14/09/2005 - 17h35
So Like Candy, canta Elvis Costello na sala quase escura. É de uma fita cassete antiga, que resolvi ouvir após dar uma mexida no passado, e tentar organizar a bagunça de um lado do meu quarto. A melancolia que já estava me abraçando desde a madrugada, decidiu me dar colo. E no meio de tantas palavras, imagens e papéis jogados fora, achei uns badulaques legais para brincarmos de sorteio. ;_)

É simples, e é o seguinte. São três pacotes, com variedades de papéis, e alguns CDRs. Eu curto demais copiar CDs, mas assim que dá, pego o original. Desta forma, sempre separo os CDRs para amigos. E como já tinha um punhado espalhados por aqui, decidi separar três para cada pacote. O Pacote 1 tem, entre tantas coisas, um exemplar da General (com o Cobain na capa), o excelente fanzine Casa das Serpentes, e Ellioth Smith, Cinerama e Roy Orbison. O Pacote 2 a bacana revista Entre Livros, o ótimo fanzine Mosh, e Björk, Beth Orton e Cat Power. Já o Pacote 3 traz exemplares da Pipoca Moderna e da Rock Press (ambas com textos deste que vos escreve), Richard Ashcroft, Beck e Morrissey. Escolha apenas um dos pacotes e escreva para o maccosta@hotmail.com dizendo o que te interessou e pq. Aguardo.

Continuo gostando bastante do Stones novo.

13/09/2005 - 23h55
Tô gostando bastante do novo dos Stones...

12/09/2005 - 23h57
Ando meio sem vontade de falar... e escrever... e digitar. Na verdade, acho que estou um pouco cansado de tudo. E com medo. Aqui eu rio, ok. Na verdade, isso tudo acontece quando estou sozinho. Ou quase sempre. Como agora, em que abri mão do barulho de canções pela sedução do silêncio. Mas o silêncio me assusta. Talvez seja por isso que eu fale tanto. Não sei. É só o que posso dizer.

Sábado foi dia de apresentação de Wander Wildner no bar Camalehon, uma rua antes da rua da minha casa. Por mais perto que pareça, eu já havia perdido em maio essa mesma temporada que ele está realizando todos os sábados de setembro. Só ele, voz e violão, e suas canções. Eu cheguei a comentar desse show em uma coluna, já que pode ser adquirido no local um CD com uma das tais apresentações de maio. Porém, é inevitável dizer que a força do show ao vivo é maior. A sedução do palco. E a bebida. E a dezena de amigos. Tudo na noite de sábado soou perfeito. Das covers malucas de A Hard Day's Night (vertida como Trabalho Duro e abrindo com o verso: "Eu trabalhei o dia inteiro e tô cansado pra caralho") e Out Of Time (Baby, Você Já Era), passando por Skank (a matadora Canção Noturna da frase: "Minha camisa estampada com o rosto de Elvis/ A minha guitarra é a minha razão"), Ramones em inglês (Here Today Gone Tomorrow) e português (Eu Acredito em Milagres), Iggy Pop (a já conhecida cover de Candy), clássicos Replicantes (Surfista Calhorda, Hippie Punk Rajneesh), hits solo (Eu Não Consigo Ser Alegre o Tempo Inteiro, Lugar do Caralho, Eu Tenho Uma Camiseta Escrito Eu Te Amo, Rodando El Mundo, Ritmo da Vida, Adeus As Ilusões, esta última de Jimi Joe) até as versões matadoras de Um Bom Motivo (dos paranaenses do Stuart, que finaliza com: "Não tenho dinheiro no bolso, eu não tenho nada / Apenas um lenço molhado e a minha guitarra") e a já conhecida e divertida versão de Dormi na Praça (da dupla Bruno & Marrone). Som bom, cerveja barata e ótimas companhias. Um dos cinco melhores shows que vi no ano. Recomendadíssimo. As infos estão todas no fim desta página.

No mais, Wander Wildner colocou o já clássico álbum Paraquedas de Coração inteiro para download em seu site oficial. Está tudo aqui, é só baixar.

No mais, revi dois excelentes filmes: O Gosto dos Outros havia sido indicado por uma amiga, tempos atrás. Amei quando vi, tanto quanto adorei desta vez. Indicado ao Oscar de Filme Estrangeiro em 2000, O Gosto dos Outros exibe o peculiar humor francês pela ótica da jovem diretora Agnès Jaoui, e de seu marido, o ator e roteirista Jean-Pierre Bacri. No cinema de Jaoui, o umbiguismo ataca a inocência, e a leveza do roteiro brinca com os relacionamentos humanos. A dupla ainda aprofundou o tema em seu segundo filme, Questão de Imagem (resenha do Drex aqui no S&Y). Sobre o outro filme, me sinto incapaz de traduzir a sua beleza em palavras. Em Fale com Ela, Pedro Almòdovar faz poesia com diálogos e imagens. Lirismo. Ahhh, também estou assistindo (quase no final) o documentário picareta - e bastante interessante - Bob Dylan World Tours 1966-1974, de Joel Gilbert. O mote do documentário são as fotos do fotógrafo Barry Feinstein, único fotógrafo que acompanhou a turnê de Dylan em 1966 (a turnê maldita, em que Dylan se apresentou alternando sets acústicos e elétricos, foi chamado de Judas na Inglaterra, e teve que abandonar a turnê por um suposto acidente de moto) e sua volta aos palcos em 1974. Uma visita a Woodstock, papos com o fotógrafo, com o cineasta D.A. Pennebaker (que filmou o documentário Don't Look Back), e com o jornalista Al Aronowitz, que, mesmo velhinho, não se incomodou de contar pela milionésima duzentésima vez do encontro de Dylan com os Beatles, onde Ringo ficou desperdiçando marijuana ao passar muito tempo segurando o baseado da turma como se estivesse fumando um cigarro. "E era difícil arranjar maconha naquela época", garante o jornalista, morto em 2005. Na verdade, esses documentários trash trazem bastante material interessante. Vale.

Vou dormir. E não esqueci do Rubem Fonseca não.

09/09/2005 - 03h12

Uma frase recorrente: A velocidade do tempo moderno me atropela.

Vou tentar ser rápido para colocar as idéias em ordem...

Um rapaz e duas garotas sentados em um dos dois botecos bacanas da Rua Augusta (a saber: o Charm, onde a cerveja é mais barata. O outro é o BH, onde o PF é ótimo. Ainda tem o Escócia, mas esse eu nunca sei quando e que horas abre). Voltando à mesa do bar: os três conversam, conversam e conversam, quando de repente chega um senhor, pedinte (algo bastante comum em São Paulo - e bota comum nisso. E sim, é bastante triste), e interrompe a conversa com delicadeza:

- Boa noite. Desculpe atrapalhar a conversa de vocês, mas será que algum de vocês não teria 50 centavos para me arrumar para eu inteirar e comprar uma tequila?

Na mesma hora lembrei de uma das esquetes antológicas da TV Pirata, em que Diogo Vilela faz um pedinte e Regina Casé encarna uma grãfina:

- Moça, me dá um dinheirinho pra'eu comprar uma pinga?
- Que nada, você vai encher essa sua cara de pão!
- Não, moça, eu vou beber pinga mesmo!
- Pensa que vai me enganar? Eu tô sentindo o seu bafo de pão!

É claro que nós não fizemos isso. Rimos do pedido inusitado e estiloso, e eu pesquei a única moeda que tinha na carteira. O cara poderia beber várias pingas com o preço de uma dose de tequila. Acho que até uma cerveja, mas o que ele queria mesmo era uma tequila. Com o frio absurdo que estava na cidade aquela hora, nada mais justo.

PAUSA

Na companhia de dois terços da Bscene (a saber, Kate e Babi), fui apresentado ao clube Vegas, também na Augusta, também estiloso: enormes sofás vermelhos, uma decoração belíssima, som manero (jazz, psicodelia) e bebidas caras. A noite era a Wet Martini, que se reveza às quartas-feiras com a SuperJazz for Freaks. Na Wet Martini, a estrela da noite é o projeto Cabaret La Baronaise de Quelque Chose. Comandado por Dudu Tsuda, da Reco-Head e do Jumbo Elektro, em "belíssima companhia da cantora Tie Bireaux", como diz o release justíssimo, o projeto relê - com inspiração em música francesa e teatro - músicas de Lou Reed, Jane Birkin, Saltimbancos, Celly Campelo, Iggy Pop, entre outros. É extremamente divertido, principalmente em canções "infantis" como a irresistível Tem Gato na Tuba. No final da noite, mesmo estando sentado nos confortáveis sofás vermelhos, e não tendo bebido nada, encarei ao lado das meninas uns "passos de can-can"... (risos). Já tratei de pedir informações de quando irá rolar o próximo cabaret e recomendarei por aqui, ok. Vale muito!!! ;_)

OUTRA PAUSA

Três CDs disputam a atenção no momento.

O primeiro deles é a edição remasterizada e fodaça do clássico The Stooges. O CD 1 traz o álbum matador na integra. O CD 2, porém, é uma diversão. Traz versões diferentes das faixas do CD 1. Pouca coisa? Bem, pense que quatro dos dez bônus são as versões da mixagem que o produtor John Cale fez à época para o álbum. Enquanto o mix final (não assinado porprivilegiou a tosqueira de garagem, no modo John Cale de ver o som dos Stooges, o destaque mesmo era a voz de Iggy Pop. Em No Fun, Cale afunda as guitarras na mixagem, joga o ximbau da bateria no talo disputando atenção com o vocal cavernoso de Iggy Pop. Em I Wanna Be Your Dog, o grande destaque acaba sendo o tecladinho de uma nota só que ganha mais destaque com as guitarras ao fundo. Continua tosco, mas é uma outra maneira de se (ver e) ouvir o disco. A maneira John Cale. Entre os bônus, uma versão de I Wanna Be Your Dog com vocal comportadinho, que chega até a ser hilária. Nota dez.

Ouvi as cinco primeiras músicas da trilha sonora do filme Drawing Restring 9, de Matthew Barney. A trilha é assinada pela mulher do cara, a... Bjork. Há sempre um receio em ouvir algo novo da islandesa, mas não vou negar que é sempre interessante. O Medula, por exemplo, que muita gente achincalhou (acho que até eu), começou a cair bem por esses lados. É claro que tem coisas inaudíveis, mas tem algumas canções belas por ali. A trilha do Drawing Restring 9 segue a mesma onda. Gratitude, a faixa que abre o CD, é totalmente anti-convencional, e estupidamente bela. Não tem nada a ver com música pop e traz a voz de Will Oldham comandando a melodia de caixinha de bailarina melancólica. O grande chamariz da canção é uma harpa. Belísima. Pearl e Ambergris March, as duas próximas, são típicas canções que só podem ser avalidas no mesmo nível de "viagem" de quem compôs. Sem esse artíficio, a primeira parece uma colagem de bobagens. E a segunda até funciona como uma instrumental bonitinha, mas ordinária. A voz de Bjork dueta consigo mesma na quarta faixa, Bath, minimalista ao modo de Medula, mas que não convence. Veja bem: 4 faixas se passaram e o melhor momento do álbum traz Bjork nas programações e na produção, não na voz. A 5º faixa é Hunter Vessel, uma pequena sinfonia instrumental de muito bom gosto. Ainda tenho 6 faixas pela frente...

Por fim, apenas um CD ameaça o reinado de Siberia, o novo do Echo & The Bunnymen, por estes lados. Satélites no Bar (+2), novo EP dos cariocas do Supercordas, virou vício aqui em casa. O lance dos caras é psicodelia 1967, o que os aproxima bastante do Júpiter Maça de A Sétima Efeversência (primeiro disco de Flávio Bassio, ex-Cascavelletes/TNT, um clássico perdido dos últimos anos, que o próprio Júpiter não conseguiu igualar nem acompanhar). Porém, se a praia é semelhante, o Supercordas mostra muito estilo na levada bossa nóia de O Céu Que Você Vê, na classuda Supercordas, na ótima faixa de abertura, Da Órbita de Um Sugador, e na viajante (perdão pelo termo batídissimo) Satélites do Bar (de ótima letra). Três das faixas citadas podem ser baixadas no site oficial da banda (http://www.supercordas.com), que ainda traz outras canções do CD lançado pela Midsummer Madness. Um disquinho pra entrar na lista de melhores do ano.

Putz, eu tinha mais coisas pra falar. Rubem Fonseca, por exemplo... mas, sono. Assim que a Internet Banda Larga baixar aqui em casa, as coisas vão mudar.

Prometo.

Ps. Só pra avisar: Tô no Curitiba Rock Festival e também no Tim Festival no RJ...

06/09/2005 - 03h02
NOVIDADES

Música
Em Casa
Siberia, Echo & The Bunnymen
Satélites no Bar (+2), Supercordas
The Secret Migration - Limited Edition, Mercury Rev
The Alternative To Love, Brendan Benson
Ao Vivo no Camalehon, Wander Wildner

No Disc Man
Employment, Kaiser Chiefs
The Stooges - Remaster Edition, The Stooges
Acústico MTV, Engenheiros do Hawaii
King of America - Special Edition, Elvis Costello
In Time 1998/2003 - Rarities & B-Sides, R.E.M.

Música do Momento
Stormy Weather, Echo & The Bunnymen
All Because Of You Days, Echo & The Bunnymen
Grown Ups - Cassino Hotel Mix, Superphones
Why Not Smile - Alternative Version, R.E.M.
Creep/THe Blower's Daughter - Live At Glastonburry 2004, Damien Rice

Filmes
Camille Claudeu (DVD) - Todo gênio foi canalha uma vez na vida
Gilda (DVD) - Rita Hayworth sambando no carnaval em Buenos Aires
A Mesma Noite, A Mesma Chuva (DVD) - Um O Filho da Noiva mais fraquinho
Backbeat - Os Cinco Rapazes de Liverpool (DVD) - Tudo culpa de uma alemãnzinha
Paixão e Sedução (DVD) - Filme cult e fofo direto da Austrália

Livros
31 Canções, de Nick Hornby - Antológico

Pro final...

TIM FESTIVAL 2005 - RIO DE JANEIRO
SEXTA-FEIRA, 21/10
Tim Club, a partir das 20h - Preço R$ 120 - 800 pessoas
Bob Mintzer Big Band - Russell Malone & Benny Green - Wayne Shorter Quartet

Tim Main Stage, a partir das 22h - Preço R$ 100 - 4 mil pessoas
Mundo Livre S/A - Kings of Leon - The Strokes

Tim Lab, a partir das 23h - Preço R$ 70 - 2 mil pessoas
M. TAKARA 3 - Autechre - Vincent Gallo

Motomix, a partir da 1h (na madrugada de sábado)
- Preço R$ 50 - 4 mil pessoas
Arthur Baker - PERETZ - Nego Moçambique

SÁBADO, 22/10
Tim Club, a partir das 20h - Preço R$ 120 - 800 pessoas
SpokFrevo Orquestra - Enrico Rava - John Mc Laughlin: Remember Shakti

Tim Main Stage, a partir das 22h
- Preço R$ 100 - 4 mil pessoas
De La Soul - M.I.A. - Dizzee Rascal

Tim Lab, a partir das 23h - Preço R$ 70 - 2 mil pessoas
Lado 2 Estéreo - The Arcade Fire - Wilco

Motomix, a partir da 1h (na madrugada de domingo) - Preço R$ 50 - 4 mil pessoas
KL Jay - Cut Chemist - Diplo

DOMINGO, 23/10
Tim Club, a partir das 20h - Preço R$ 120 - 800 pessoas
The Conga Kings - Dona Ivone Lara - Dr. John

Tim Main Stage, a partir das 22h - Preço R$ 80 à R$100
4 mil pessoas em pé / 1776 pessoas sentadas
Television - Elvis Costello

Tim Lab, a partir das 23h - Preço R$ 70 - 2 mil pessoas
Vanessa da Mata - Kings of Convenience - Morcheeba

Motomix, a partir da 1h (na madrugada de segunda) - Preço R$ 50 - 4 mil pessoas
Frankie Knuckles - Body & Soul

Quando: de 21 a 23 de outubro
Local: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro

04/09/2005 - 21h50
Cansaço. Não é físico, saca. É algo na alma. É algo que me visita de vez em quando. O corpo está meio que em pedaços sim, mas a dor é no âmago e eu não sei nada além de que dói. Dói. Quanto tempo a gente consegue se manter "rebelde"? Quanto tempo a gente consegue viver sem sentir que se vendeu? Quantos sonhos verdadeiros se realizam? Tristeza pouca é bobagem? Quer saber o mais interessante? Estou bebendo guaraná! Ao menos consigo rir de mim mesmo. E, entre as coisas que acredito e que ainda respeito, não se levar à sério é uma tremenda de uma virtude.

Não gosto de bandas brasileiras que cantam em inglês. Da grande maioria. Poderia dizer que o inglês dos caras não é tão bom, que acho um mico danado renegar a língua portuguesa para se parecer ainda mais com o original gringo, e blá blá blá, mas a verdade é que 90% das bandas brasileiras que ouço cantando em inglês são beeem fraquinhas. E dos outros 10%, uns 5% é só pose enquanto os 5% que restam formam o meu grupo querido das exceções. O pessoal do Blemish, por exemplo, tem lugar cativo no meu coração roqueiro. Nunca vou esquecer do amigo Luciano Viana, no meio de uma festa da London Burning, com o Blemish no palco lançando um EP, dizendo que ganharia muito dinheiro com eles se eles estivessem na Inglaterra. Sim, eles seriam os maiores. Canções como King Kong e Silver Box Song mostram com guitarradas isso. Depois de várias e idas e vindas, sabe-se lá o que o Daniel e o Tito estão planejando, mas o Blemish faz falta. Assim como faz falta a Wacko, outra banda que sacudiu os pubs paulistanos no começo da década, e se desintegrou após uma tentativa em Londres. Essas duas bandas sempre foram a ponta de lança do "rock independente nacional cantado em inglês" aqui em casa. Até gosto do Pullovers, ouvi bastante o Pin Ups e curtia os shows do Thee Butchers Orchestra, mas poucas dessas bandas ficavam, sabe, vasculhando cantos da minha mente. No entanto, um booooom tempo atrás eu recebi um EP de uma banda gaúcha. Não comentei deles na época porque acabaram escrevendo sobre a banda para o S&Y, e eu fiquei ouvindo o CD, que vez em quando voltava ao aparelho. Um novo páragrafo.

Nos últimos dois dias, uma canção tem ecoado bem por estes lados. É a versão Cassino Hotel Mix da música Grown Ups, que encerra o primeiro álbum do Superphones, a tal banda gaúcha que eu estava falando lá em cima. Essa segunda versão da música surge no álbum cantada por Mariana, que agora também assumiu o baixo da banda, segundo o site oficial deles. Tem relação com o livro homônimo do amigo André Takeda, e circulou em MP3 em 2004 apresentada como um dueto da personagem central (Mel X) do livro do Tax com o Superphones. Em uma palavra: linda. Superphones, o disco, traz as duas melhores pérolas do EP Special Play (a matadora 9th Floor e a ótima Where Have You Been?) mais oito faixas novas e a versão Cassino Hotel Mix de Grown Ups. Na boa, é um dos melhores discos cantados em inglês que ouvi neste ano. O som flutua entre Radiohead e Coldplay, sem ser muito denso quanto o primeiro nem tão meloso quanto o segundo. São garotos (e uma garota) tocando a música que gostam do que jeito que gostam. Lançado por eles mesmos, o disco pode ser adquirido no site da banda, mas a dica é, antes, dar uma passada na seção de MP3, baixar e se apaixonar. No momento, a banda oferece para download as faixas Down The Drain, Just Watching, Where Have You Been?, 9th Floor, Lonely Dance, Dust, e, claro, Grown Ups (Cassino Hotel Mix). Tudo aqui.

A propósito, se até hoje você ainda não ouviu nada do Blemish, as duas canções que eu falei lá em cima, mais três outras faixas podem ser baixadas aqui.

Para fechar este post desinspirado, passou pela telinha da TV Camille Claudel, do cineasta Bruno Nuytten. A história da aprendiz do escultor Auguste Rodin ganhou ares épicos com a bela Isabelle Adjani exibindo exageros pra lá e pra cá. Rodin foi encarnado (muito bem) por Gérard Depardieu. Tá, a história é bastante interessante, a reconstituição é excelente, mas fiquei com os dois pés atrás, o que geralmente acontece quando vejo algo sobre uma área que pouco conheço. Na verdade, biografias são tão interessantes quanto são um atentado ao mundo real. É preciso sempre ter em mente que a realidade é a junção de várias verdades, já que não existe uma verdade única. Se dez pessoas virem uma cena determinada, teremos dez versões para aquela cena. Teremos dez verdades. Da junção destas dez verdades teremos uma verdade, que não pode (ao menos não deveria) entrar para a história como a verdade suprema. Mas o que seriam dos historiadores se tudo não tivesse sido feito como foi? Bem, é uma mini-teoria da conspiração, mas saiba que tudo que te contaram sobre o mundo não é verdadeiro no sentido real da palavra. Só isso. E´só por isso que eu não consigo conceber uma Camille Claudeu como a exibida no filme. Provavelmente ela poderia ser mais louca, e não tão linda como a Adjani, mas soa tudo tão fake no filme. Parece Frida, que é até bonito, mas... bom, deixa pra lá. As idéias estão meio confusas por aqui. Cansaço. Comi metade de uma pizza de peperoni de ontem que estava marcando bobeira, tomei mais guaraná do que devia e acho que se levarmos tudo ao pé da letra como as coisas talvez devessem ser levadas, não estaríamos vivos para contar a história. Porém, o que fica de toda essa baboseira é: atenção! Nunca esqueça que a verdade pode até ser manipulada (e é constantemente), mas não tem dono. A minha opinião é a minha opinião e é assim que ela deve ser encarada. Eu posso ter achado a música do Superphones linda, e quando digo que ela é linda, essa é minha verdade. Você pode até concordar, mas não deve aceitar sem passar a minha verdade por sua prova pessoal. Parafraseando o título de um álbum do Manic Street Preachers: This is My Truth, Tell Me Yours.

Amanhã eu volto ao normal... (risos)

03/09/2005 - 15h23
Barulho. Queens On The Stone Age no som. Novamente, nenhum sinal de ressaca. Acho que a minha resistência à cerveja chegou em um nível bacana. ;_)

O Mesmo Amor, a Mesma Chuva, quarto filme do diretor Juan José Campanella e primeira colaboração com o ator Ricardo Darín (a segunda aconteceu com o belo O Filho da Noiva), passou arrasando por aqui. Datado de 1999, o filme acaba de ganhar edição nacional em DVD, após ter feito uma carreira modesta nos cinemas brasileiros em 2003. O Mesmo Amor, a Mesma Chuva conta duas décadas de encontros e desencontros na história de amor de um casal, um escritor de relativo sucesso (Jorge/Darín) e uma garçonete (Laura/Soledad Villamil). O pano de fundo é a Argentina dos anos de ditadura no fim dos anos 80 até a Argentina democrata de Menem. Ao tentar resumir duas décadas em duas horas, Juan José Campanella perde um pouco do ritmo e deixa a história um pouco frouxa, mas ganha destaque em bons diálogos, algumas frases matadoras, e passagens emocionates entre o esperançoso e o amargurado. No fundo, a persona do escritor Jorge é uma aula de grandes erros e pequenos acertos, que assusta bastante enquanto emociona o espectador. É fácil se ver na posição de Jorge, e apostar, e quebrar a cara, e se envergonhar. Foda. A rigor, como um todo, O Mesmo Amor, a Mesma Chuva não é tão brilhante e tão forte quanto O Filho da Noiva, mas tem passagens tão boas que valem muito mais que filmes inteiros que andam ocupando os cinemas nestes dias desinspirados. Anote!

Venta muito em São Paulo, a selva de pedra. Logo mais, atualizações no site. Prometo... que vou tentar. Tem copos na pia para serem lavados. Preguiça.

Ele diz: O amor dá trabalho.
Ela diz: O amor é simples.

E Renato Russo canta:

Estou pensando em casamento
Ma'inda não posso me casar
Eu sou rapaz direito
Fui escolhido pela menina mais bonita

sorrisos

02/09/2005 - 13h34
Acabei de acordar... preguiça monstro... nenhum sinal de ressaca...

Antes, porém, da balada de ontem, a ida até Taubaté no meio da semana. Três coisas que adoro em Taubaté:

1) Andar pela rua e a cada dez passos cumprimentar alguém. Na verdade, a maioria dos cumprimentados são conhecidos, mas há uma grande parte que se cumprimenta apenas por educação mesmo. Quando vim para São Paulo, cinco anos atrás, isso me assutou um pouco. Aqui uma pessoa pode esbarrar com força ou mesmo derrubar outra na calçada que mesmo assim nem olha para trás ao menos para pedir desculpas. Há muita impessoalidade nas ruas de SP. Já em Taubaté isso não acontece. E olha que são mais de 200 mil pessoas. Conheço bastante gente porque participei de vários núcleos sociais por lá, indo do Batalhão de Aviação do Exército (um ano que me apresentou umas duas mil pessoas), passando por umas cinco escolas, uns dez bairros (eu já falei sobre o "já morei em tanta casa que nem me lembro mais", não?), trabalho na administração do Shopping da cidade e, por fim, a faculdade, não só com aluno, mas com auxiliar de biblioteca na faculdade de Direito, que, por baixo, deve ter colocado uns 10 mil nomes de pessoas na minha memória. Então não é estranho ir parando a cada dez metros, cumprimentando um aqui, contando sobre as novas ali, e tal. Adoro esse respeito das pessoas na cidade.

2) Pipocas com Queijinho: uma das primeiras decepções com São Paulo aconteceu quando descobri que as pipocas da cidade não vinham com queijinho. É sério. O queijinho nas pipocas de Taubaté são parte obrigatória. Lembro uma vez, inclusive, que eu e mais três amigos bêbados, numa balada, vimos um carrinho de pipoca dentro do local, e atazanos o pipoqueiro para que ele fizesse - muito à contragosto - um saquinho só de queijinhos para nós. Não lembro quanto custou, mas conseguimos. Já estranhei que em SP os carrinhos de pipoca têm pimenta. Onde já se viu? Aquilo lambuza tudo (mão, saco de papel). E poucos tem queijinho. Hoje em dia virou febre ter bacon no meio das pipocas daqui, e um ou outro carrinho tem queijinho, mas o queijinho é sempre duro ou passou do ponto na hora de fritar. Uma lástima. Em Taubaté, no entanto, isso é um acontecimento. Lembro de um pipoqueiro, no centro da cidade, que tinha fila todos os dias à noite em seu carrinho, independente de terem outros carrinhos pela redondeza. Ir para Taubaté e não comer pipoca com queijinho é não ter estado em Taubaté.

3) Os carrinhos de lanches: Outra enorme decepção com SP aconteceu quando descobri que os lanches na cidade eram caros (tudo bem, vai, o custo de vida é mais alto aqui) e os lanches eram terríveis (pequenos, sem gosto, sem capricho). Tirando algumas lanchonetes famosas ( o Burdog, que na verdade eu deixo de lado pelo Toninho & Freitas, que é do lado, entre outros), não existe carrinhos de lanche em SP, a não ser que seja de hot-dog. Em Taubaté não. Carrinhos de lanche são febre e fazem sucesso tanto nos bairros quanto no centro da cidade. No centro são famosos o do Chiquinho e um que fica na rua da Faculdade de Odontologia. Deste último, tem uma história que explica bem como funciona o lance. Final de ano de faculdade, um primo de Vitória de um amigo da faculdade chega à cidade, e entra no ritmo de porres e festas de fim de ano da turma. Lá pelas tantas bate a larica. E vamos todos para esse carrinho tal das "dentistas". Eu e outro amigo topamos dividir um lanche. O cara não se intimidou: "Eu como sozinho". E pediu a mesma coisa que nós: um X-Frango com catupiry no pão francês. Conforme o rapaz ia fazendo o lanche, o cara garantia que não comíamos nada, que a fome dele iria devorar o lanche dele e o nosso e tal. Ao final, pediu para cortar no meio e, depois de ter devorado a primeira metade, pediu para que o cara do carrinho embrulasse a segunda pra viagem. "O lanche é grande mesmo e é muito bom", dizia. A tal outra metade do lanche foi achada uma semana depois na casa de uma amiga que tinha "república" em Taubaté. As meninas quiseram matar ele pelo cheiro que ficou na casa. ;_) E é mais ou menos isso. Eu, na terça-feira, pedi um x-bacon com catupiry no pão francês. Saiu por R$ 5 e eu tive que levar a outra metade para o meu cunhado, já que, apesar do lanche estar maravilhoso, só consegui comer metade, mesmo.

Apesar destes três itens, e de algumas das pessoas mais importantes da minha vida continuarem vivendo em Taubaté, cheguei a conclusão que a cidade me sufoca. Claro que boa parte disso deva ter sido influênciado pelo calor senegalesco que baixou na cidade nessa semana, deixando a atmosfera árida. Consegui encontrar alguns amigos, namorei mãe, irmã e sobrinha, não consegui ver outros que eu pretendia ver, e caminhei bastante por aquelas ruas, quase todas com pequenas histórias da minha vida. A certeza que ficou é que eu realmente precisava voltar para São Paulo, a cidade em que eu nasci e que eu amo desesperadamente, ajeitar o que eu tinha que ajeitar nesta semana (agora a casa ainda não tem fogão, mas já tem cortinas e a nova disposição dos móveis na sala ficou extremamente perfeita), e me preparar para voltar ao trabalho. Afinal, ainda penso em casamento, em dois filhos e cachorro. Eu avisei em algum momento que era um bastardo romântico, não?

Quanto a balada de ontem no Milo deixa pra lá. Quem estava na frente do palquinho armado para o show do Cidadão Instigado diz que o show foi excelente. De onde eu estava achei mediano, já que não conseguia entender as letras. Mas o show foi maravilhoso perto da discotecagem de baile funk que preencheu o ambiente. Não fosse a presença de vááárias pessoas queridas, a noite teria sido um lixo. Mas valeu. Muito.

O baladeiro punk brega Wander Wildner volta ao Camalehon, agora aos sábados, para sua temporada acústica. Eu que perdi todos os shows da temporada de maio, agora posso garantir que em algum destes eu vou:

Wander Wildner + Rock no Porão + Convidados
Todo Sábado de Setembro
Sempre às 22hs

O baladeiro gaúcho Wander Wildner faz temporada de shows no Café Camalehon e lança o videoclip da música "Hippie-Punk-Rajneesh", que está concorrendo ao VMB, na categoria Clipe Independente.

Os shows vem com a participação especial de Astronauta Pingüim e seus teclados psicodélicos e acontecem todos os Sábados de Setembro, em São Paulo.
Depois, festa só com rock pra dançar no porão, comidinhas deliciosas, cerveja gelada e copinho americano. Além dos drinks personalizados Wander Wildner e Akira.

Para votar no clipe de "Hippie-Punk-Rajneesh", entre em www.MTV.com.br.


Bem, tô na área. Se derrubar, é penalti.

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