CALMANTES
COM CHAMPAGNE
Imitação Tosca de Um Blog -
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Marcelo Costa
30/10/2005 - 16h25
Metas para o novo milênio: aprender a cozinhar. Depois penso
nas outras, mas esta é a primordial no momento. :)~ Não nego
que fiquei bastante seduzido pela receita prática, rápida e
deliciosa do amigo Inagaki, o Miojo
Cru, mas estava pensando em algo como gnhocci (que eu adoro)
e strogonoff. Claro, além do básico feijão com arroz e bife
e batatas-fritas. E uma sopinha pós-balada. Será que eu consigo?
Dig!, o documentário que relativiza as carreiras de duas
bandas que começaram praticamente juntas, mas que tiveram destinos
(até a finalização do filme) bastante inversos, é uma aula de
rock. As duas bandas em questão, estrelas do filme, são a popularíssima
Dandy Warhols e a desconhecida fora do circuíto indie Brian
Jonestown Massacre. Dirigido por Ondi Timoner, que selecionou
os 107 minutos sensacionais do filme entre 1500 horas de filmagens,
em 7 anos de produção. Falo mais do filme depois,
mas fica a dica: Dig! volta a ser exibido na Mostra SP
na quinta, 03/11, às 19h30 no MIS. Se fosse você, eu
não iria esperar entrar em grande circuito no País. 24
Hours Party People, sensação da Mostra em 2003, não
entrou em cartaz no circuito oficial. Não vá marcar bobeira.
O filme vale, muito.
Jeff Tweedy fala sobre o novo álbum do Wilco para a Billboard.
Confira.
Hora de download: Elliott Smith, em abril de 1999, ao vivo em
Salt Lake City. Aqui.
"Felicidade sempre ofende, mas tristeza demais cansa".
Alexandre Inagaki já tinha destacado esta frase em um post
de seu blog, o excelente Pensar
Enlouquece. Pense Nisso, mas hoje ela caiu como uma
luva sobre este que vos escreve. A frase é da música Ok Ok,
uma das várias faixas reluzentes do melhor álbum nacional de
2005 até o momento, Grandes
Infieis, do Violins.
29/10/2005 - 12h52
Terminei a parte de "Amor & Sexo" do livro de Tony Parsons,
que me surpreendeu muito mais do que os bons textos sobre música.
Porém, por que será que cada pessoa tem uma opinião sobre relacionamentos,
e nenhuma opinião serve para você quando você mais precisa?
Bem, deixa pra lá. No capítulo, Parsons esmaga os livros
de Helen Fisher (A História Natural da Monogamia, do Adultério
e do Divórcio) e de Heather Formaini (Men: The Darker
Continent) com muita classe, do mesmo jeito que elogia o
autor Glenn Savan, de Palácio Branco. O jornalista ainda
tece interessantes observações pessoais sobre a vida à dois,
e que até serve como uma análise masculina nos mesmos moldes
que a Maria Claire costuma fazer para as mulheres. Porém,
algumas coisas me perturbaram. Em um artigo para a revista Elle,
Parsons defende ferozmente que as mulheres precisam de compromisso.
Nós, homens, não. Sou exceção à regra então. O escritor ainda
tece uma hilária "tese" sobre desempenho sexual e finaliza com
um bom texto que joga por terra os ideais românticos. "Meu caro
apaixonado, você não sabe que o romance nada mais é do que o
amor antes da chance de dar errado?", pergunta logo no abre
do texto. Para Parsons, "o romance é jantar com anjos e tomar
café da manhã com a tristeza. O romance nos faz sentir como
reis e agir como imbecis. O romance faz a vida mais doce, mas
mais difícil também". Em seu ataque contra o que nós, latinos,
entendemos muito mais como paixão do que romance, Parsons só
não explica como transformar tudo isso em amor. Era essa a resposta
que eu precisava...
Alguém quer sorvete?
28/10/2005 - 18h23
"Um soco no estômago" são quatro palavras, ok.
28/10/2005 - 14h04
Françoise Cactus e Brezel Göring, que formam o duo franco-alemão
Stereo Total, precisaram de quatro bis para acalmar o público
do Sesc Pompéia na noite de quinta-feira em um dos shows mais
divertidos dos últimos tempos. Covers de Beatles, Stones e Phil
Spector, dentre muitas outras canções marcaram presença no repertório, com trechos cantados em alemão, francês, italiano e... português!
O duo se apresenta nesta noite em Curitiba, no Era Só O Que
Faltava, com ingressos à R$10. No sábado será a vez de Londrina
rever um dos melhores shows do ano.
A organização não confirma, mas é dado como certo que o Mudhoney
irá abrir a turnê do Pearl Jam pelo País. Já começa a valer
a pena ir...
Wado e Realismo Fantástico apresentam o show do ótimo
álbum A Farsa do Samba Nublado, no sábado, às
19h, e na segunda, às 22h, no Grazi a Dio. R$ 10. :o)
Manderlay é, em três palavras, um soco no estômago. Mesmo
sendo um tiquinho inferior à Dogville, e perdendo muito
no papel principal com a desistência de Nicole Kidman (dolorosamente
perfeita no primeiro filme da trilogia), Manderlay, no
entanto, se saí muito bem como seqüência, faz o espectador se
contorcer na cadeira do cinema, e faz pensar - e muito. O diretor
Lars Von Trier volta a exibir seus pensamentos niilistas, pesarosos
e cruéis sobre a sociedade norte-americana, neste que é o segundo
filme da trilogia "EUA - Terra de Oportunidades", que será completa
com Wasington, que tem previsão de lançamento para 2007. Obrigatório.
Pra fechar, o set list do melhor show que assisti em 2005:
All Complicated
Radio Radio
Tear Off Your Own Head (It's a Doll Revolution)
(The Angels Wanna Wear My) Red Shoes
Clown Strike
Rocking Horse Road
Basement Kiss
Less Than Zero
(I Don't Want To Go To) Chelsea
Clubland
Needle Time
So Like Candy
Episode of Blonde
When I Was Cruel no. 2/Watching The Detectives
Bedlam
Allison (medley: Track of My Tears, Tears of a Clown, Suspicious
Mind)
Monkey To Man
Pump It Up
I Can't Stand Up For Falling Down
High Fidelity
Mystery Dance
Oliver's Army
Encore:
She
(What's So Funny About) Peace, Love And Understanding (citação:
The Kid's Are Alright)
Man Out of Time
Lipstick Vogue
I Want You (trechos de EVer Better The Real Thing, Happiness
Is A Warm Gun)
27/10/2005 - 12h36
Onde se lê "mais de uma hora e meia de show" no post abaixo,
leia-se "mais de duas horas e quarenta de show". Eu ainda estava
bêbado... de música, e só.
Belas Canções
Sob o Céu da Califórnia por Ana Maria Bahiana.
Quer um show inteiro do Ryan Adams de 2001 com 25 músicas? Pega!
Esse show do Wilco de 2004 eu já tinha indicado uma vez... mas...
de
novo.
E um show inteiro do Son Volt da quarta retrasada em Washington
D.C.? Se
divirta!
E que tal ficar trabalhando com Ryan Adams cantando no seu ouvido
em uma seleção que pesca canções de seus álbuns solo, com o
Whiskeytown e bootlegs? Bem, é a radio Ryan Adams. É só clicar
no link "Ryan Adams Radio" no fim da página e ficar atento aos
fones de ouvido! Música, música e mais música. Vai
lá.
26/10/2005 - 03h37
Não levem exatamente ao pé da letra o que virá nas próximas
linhas imaginárias desta imitação tosca de blog, mas acho que
descobri, nesta noite, o motivo de eu não conseguir gostar de
Strokes, um motivo bem simples, aliás: um, dois e três:
eu envelheci. Eu passei todos estes anos, desde de - vá lá -
meus treze anos, pensando que iria querer manter o meu jeito
moleque de ser por toda eternidade. Que eu contrário dos meus
pais - que amavam a Jovem Guarda, a Tropicália, e Chico, Jorge
Ben e Caetano, na década de 60 e 70, e hoje nem se lembram mais
daquelas músicas, daquele período revolucionário e histórico
- eu iria carregar as minhas canções do passado para sempre,
mas não se prender apenas a elas, e ser renovado, a todo momento,
pelo frescor juvenil de uma nova pop song de três minutos de
uma nova banda que ainda ninguém conhece. Não que isso tenha
deixado de acontecer, e a minha paixão avassaladora pelo novo
álbum do Franz Ferdinand é prova disso, porém, a falta de paciência
que eu tenho com a falta de talento musical dos Strokes mostra
que eu já seleciono as coisas que eu preciso realmente ouvir
e levar comigo, para sempre. Já não basta, como nos meus dezoito,
dezenove anos, que uma canção tenha baixo, guitarra, bateria
e uma voz elegante à frente. Precisa ter um mínimo de construção
melódica, de qualidade musical, ou então tesão juvenil que transforme
timidez em barulho. Tenho brincado, com amigos, que os Strokes
só usam as mesmas notas tocadas da maneira mais infantil possível
porque são as notas que vêm com o "manual para se montar uma
banda", assim que você compra uma guitarra, ou baixo. E quando
você esquece a nota, é só apertar um botãozinho imperceptível
que fica na parte traseira do corpo do instrumento, para que
o "piloto automático" faça a sua parte. Quilômetros separam
os Strokes do Franz Ferdinand, mas essa é a maneira que a minha
vida me ensinou a olhar as coisas. Você, caro amigo, talvez
até goste da banda do Julian, e talvez tenha se divertido muito
com o showzinho do domingo, e eu não condeno. Curta esse momento.
É seu. O meu já passou e eu estou em outro estágio. Um estágio
em que, assim como explicou de maneira sublime a amada Ana Maria
Bahiana em seu brilhante texto "Belas Canções Sob o Céu da Califórnia",
fica impossível conceber a vida sem música. Porque a música
já não é só um combustível para se pular, gritar, espernear
e se descabelar. A música, em alguns momentos, tem o dom de
invadir o seu corpo, trafegar pelo seu sangue, beijar a sua
espinha e tirar a sua alma para uma dança. É um estágio que
eu acabo de adentrar, após sentir minha alma dançando com as
canções de Elvis Costello por mais de uma hora e meia. Eu ainda
vou pular, gritar e espernear muito ouvindo canções, mas a partir
de agora, a música, ou melhor, A MÚSICA tem um novo significado
para mim. Eu envelheci. Eu tinha medo disso. E apesar de estar
em um dia fudidamente melancólico, estou feliz.
25/10/2005 - 17h07
Rapidinho: a Nação Zumbi liberou mais duas músicas do disco
novo, Futura. Agora, além da poderosa Ontem, Amanhã
e Depois, também estão para download gratuíto a ótima Memorando
(minha música preferida no disco) e ainda A Ilha. Pega!
A edição nacional do disco do ano, You Could Have It So Much
Better... With Franz Ferdinand, será a caprichada versão
com DVD bônus que traz o clipe de Do You Want To, Entrevista,
In The Studio Footage And Video Clips, Photo Gallery e Website
Videos. Aporta nas lojas brasileiras nos próximos dias.
Pra fechar, só agora pintou por aqui a lista dos dez
melhores sites de 2004 segundo a revista Isto é Gente.
Não, o Scream & Yell não está entre os premiados. Estão
ali o Trama Virtual, o site de Chico Buarque, da atriz
Luana Piovani e, como destaque, o Orkut. Porém, a grande diversão
é o que a revista considerou o mico do ano:
"Sexcut - Se o Orkut foi um sucesso, as redes de relacionamento
social que tentaram embarcar na onda não alçaram vôo. O exemplo
mais célebre é o Sexkut, que surgiu como um boato em blogs.
De olho no volume de comentários sobre a rede hipotética que
interligava pessoas interessadas em sexo, o dono do domínio
resolveu desenvolver um Orkut mais sofisticado. O projeto ainda
não saiu do teclado."
O Sexcut, para quem não sabe, foi um divertido hoax (boatos
que são publicados como notícia verdadeiro) lançado pelo genial
site Cocada
Boa. Em entrevista para a revista Outracoisa nº 8,
o popular Mr. Manson contabilizava o estrago pela quantidade
de veículos sérios que caíram na brincadeira:
No Mínimo, Blues Bus, Folha Online, O Dia, Jornal
da Tarde, UOL, MTV e Terra, sendo que este último
ainda conseguiu uma entrevista exclusiva com o "criador" do
portal Sexcut. A entrevista feita por uma jornalsita
do Terra ainda está no ar, e pode ser conferida aqui.
Mr. Manson contemporiza: "Dependendo do cara, às vezes eu até
sinto pena. Tem uns maneiros, como uma repórter do Terra a quem
eu dei a entrevista como Marcos Pantoja (dono do Sexcut).
Era uma menina supersimpática". Na boa, tem mesmo como acreditar
em tudo que se lê quando a lista de melhores do ano de uma revista
aponta sobre algo que nada têm de real? Como acreditar na Folha,
no Jornal Nacional, na Veja? Pensa nisso. Vou
ali ver o Television. Amanhã tem Elvis Costello.
24/10/2005 - 15h21
Já vou avisando: estou com sono, estou cansado e o meu humor
não está lá grande coisa. Tim Festival em SP? Chinfrim, hein.
Sabe qual foi a melhor coisa da noite? Promoção de cerveja:
R$ 4 uma e três por R$ 10. Pô, era Skol ainda. Promoção de cerveja
é tudo de bom. E os shows? Bem, assisti aos Strokes com o Marcelo
Camelo de um lado, o Marco Túlio (Jota Quest) do outro, e a
história da MTV na minha frente (Massari, Gastão e Edgard).
Legal, né. Os shows? Sério que você quer saber disso? Vou escrever
um textão, podexa. É sempre divertido ser inspirado para descer
a lenha. Rapidinhas: Arcade Fire foi o melhor da noite. O som
do festival foi o pior que eu já ouvi na vida. Julian Casablancas
canta bem pacas. Como banda, o Strokes é quase uma vergonha.
Quase. Kings of Leon? Fala sério.
Escrevi tanto ontem que os MP3 devem ter ficado esquecidos lá
embaixo. Você viu que tem música nova da Cat Power e raridades
do Pato Fu? Ali embaixo. Enquanto isso, que tal navegar na edição
nº 10 da revista MP3 Magazine e baixar, de graça,
a integra do álbum Indecente, Imoral e Sem-vergonha,
dos Faichecleres, rockanalha divertido, e o International
Brazilian Surfs, do Dead Rocks, surf music fodaça. Também
tem Maria das Dores e o Mula Manca & a Triste Figura. Aqui.
Vai uma coca-cola ai pra curar a ressaca? Tem Wado hoje e Television
amanhã...
23/10/2005 - 17h52
Urgente
Consegui fazer meu primeiro macarrão no fogão novo... nas novas
panelas... com molho e tal. Era um talharini tipo miojo, mas
teve até molho de tomate classe a. A propósito, acho que nunca
contei que apesar de me tirarem para sério, culto e tal, o meu
único texto publicado em uma revista de iniciação científica
é uma "análise sobre o consumo de macarrão instantâneo
pelos alunos da Universidade de Taubaté". É sério. Não
ria. Tá, só um pouquinho, porque o melhor vem depois. Era um
trabalho para a cadeira de Técnicas de Pesquisa de Opinião Pública,
e decidimos (eu e mais três amigos) o tema entre uma partida
de truco na cantina da faculdade. O professor, que também era
chefe do departamento, adorou. Relendo, percebi que quase todos
os meus trabalhos sérios abrem com a frase: "Estamos em constante
evolução". Putz. "Ela afeta todos os níveis do nosso viver em
comunidade. As pessoas mudam de hábitos levando em consideração
a constante mutação dos elementos que compõe a sociedade". (...)
"Essa situação possibilitou o surgimento de um novo mercado
especializado em comidas prontas". E blá blá blá. Tá na revista
Faces - Comunicação, Cultura e Turismo, de novembro de
1998. O legal é que entrevistamos 207 alunos dos 19 cursos da
faculdade, e conseguimos um resultado bem interessante. Os entrevistados
preferiram o sabor de galinha caipira (25%) contra 15% do meu
preferido, bacon. Uma menina citou atum! Mas as respostas mais
divertidas vieram nas questões 10 e 11. Na 10, "Quais os ingredientes
que você adiciona no seu macarrão instantâneo", teve desde os
básicos molho de tomate (19%) e queijo (13%) até manteiga, feijão
(fala sério!), maionese e farofa, entre outros. Porém, o quarto
item mais votado da lista (atrás de molho, queijo e legumes)
foi o genial "o que tiver na geladeira". :o) O item 11 perguntava
"Por que você consome o produto" e as respostas
básicas foram "por ser rápido" e "de
fácil preparo", mas teve gente que disse que "é
bom à noite", "que é bom quando se está
sozinho", "que é bom para viagens" e,
lá lá lá: "que é bom para ressaca".
É sério. Miojo também é cultura.
risos
Vou ver o Strokes, o Arcade Fire e o Mundo Livre. Já volto. Ah, a M.I.A. também...
23/10/2005 - 12h07
Ainda não consegui assistir à Noiva Cadáver, novo filme
do Tim Burton. Quero muito ver, mas a chuva não deixa. :)~ Ao
menos foi assim na sexta e no sábado à noite.
Enquanto a gente se prepara para a melhor temporada de shows
de todos os tempos, que dá a largada aqui em SP em algumas horas,
que tal ouvir a nova música de Cat Power. The Greatest
é o primeiro single do novo álbum da cantora, homônimo, que
chega às lojas em janeiro de 2006. Uma bela balada. Pega aqui.
Aliás, em meus passeios madrugadeiros pela Web achei uma página
com coisas bacanas do Pato Fu. Nem todos os links estão funcionando,
mas os que estão valem o download. Tem Fernanda Takai cantando
com Herbert Vianna (Eu Sei, da Legião), Fábio Jr. (O
Que Que Há), Los Hermanos (Veja Bem Meu Bem), Zélia
Duncan (Sobre o Tempo, Quase Sem Querer), remixes
(Depois, Canção Pra Você Viver Mais), faixas do
divertido Lual MTV da banda (Just Like Heaven, do Cure,
Por Que Te Vas) e uma deliciosa versão de Love Me
Tender, para o especial de Dia dos Namorados da MTV. Tem
que ir baixando aos poucos, mas está tudo aqui.
Mister Marcelo Nova reina por aqui, com a Nação
vindo pouco atrás. E o debute do Cansei de Ser Sexy também
apareceu por esses lados. Na boa: gostei, e bastante. Devemos
ter entrevista com eles pelo caminho, assim como a Nação Zumbi
e o Super Furry Animals, se eu conseguir acertar a agenda. E
terminei a parte de Música do livro de Tony Parsons. Esperava
mais gonzolices no texto dele, mas acabei mesmo é gostando muito
do cara. Agora entra a parte de variedades...
21/10/2005 - 13h12
Bem, pelo jeito vou ficar mesmo sem ver o Wilco. Me contem depois
como foi. Mas garanto presença nos Strokes/Arcade Fire/Mundo
Livre no domingo, no Television na terça, no Costello na quarta
e no Stereo Total na quinta. Eu já disse isso? Quem quiser embalar
em shows todos os dias pode começar neste sábado com o Autoramas.
O trio se apresenta no templo de guerra Hangar 110, com abertura
de Strashoes e Fabrica Civil. Está marcado para começar às 19h
e o preço na porta é R$ 13 (R$ 10 antecipado). Shows no Hangar
costumam acabar cedo. Ou seja, dá sossegado para ir lá e, depois,
ir ver A Noiva Cadáver, estréia do novo "desenho" do
amalucado Tim Burton. Na segunda, o outro dia "vago" no calendário
semanal, quem quiser pode dar uma esticadinha até o Graze a
Dio!, na Vila Mada, e assistir a um dos grandes shows nacionais
do ano: Wado e Realismo Fantástico apresentando as canções do
excelente A Farsa do Samba Nublado. R$ 10 a diversão
lá, às 22h.
Dois CDs se alternam no som nos últimos dois dias. A cantora
Simone Capeto paga tributo ao grande compositor gaúcho Nei Lisboa
com o álbum Bom Futuro, que reúne interpretações inspiradas
para clássicos desconhecidos como Telhados de Paris,
Romance (do verso adorável "Todas as bobagens que eu
já disse dariam para encher um caminhão"), Pra Te Lembrar
(da trilha sonora de Meu Tio Matou Um Cara), Junky,
Baladas e a arrepiante Rima Rica/Frase Feita ("Desculpe,
meu bem, se ontem te fiz chorar / Mas a vida é assim mesmo /
Não se pode exigir e pouco dá pra esperar / Muito obrigado por
tudo / Pelo teu suor, pelos teus gemidos / Espero que a minha
estupidez/ Cicatrize teus sentimentos feridos"). O trabalho
gráfico é primoroso em uma homenagem merecida e bem registrada
por Simone.
"É um disco autobiográfico e existencialista. Começa no útero
e acaba no cemitério. As canções têm uma certa seqüência temática
e cronológica que, se ouvidas na ordem em que vão estar, fazem
um sentido de amplitude e fatos, embora não haja nenhuma necessidade
de você ouvir a primeira para depois a segunda e em seguida
a terceira, você pode ouvir qualquer canção, independente disso",
me disse o xará Marcelo Nova em conversa por telefone, cerca
de um ano atrás, sobre O Galope do Tempo, álbum
que só viu a luz do dia nesta semana. A rigor, este é um dos
melhores trabalhos solo do ex-atual-eterno líder do Camisa de
Vênus. E algumas canções chegam a rivalizar com clássicos de
sua carreira. São o caso da deliciosa Outubro de 65,
rock básico que soa como a sequência de Simca Chambord
("Pela manhã minha mãe virava a chave / Mas o DKV não queria
pegar / Meu pai mexia no motor / E no platinado que acabou de
trocar / Na traseira, um plástico grudado com a bandeira do
Brasil / Era Outubro de 65, Minutos antes do ano 2000 / Domingo,
o sol pela janela derretia a minha preguiça / Só que pra chegar
na praia, tinha antes que ir à missa / Então pegava a minha
revista e entrava no banheiro / Meia hora apreciando Raquel
Welch de corpo inteiro"), Ninguém Vai Sair Vivo Daqui,
primeiro single do disco (assista
ao clipe), que fala sobre Aldous Huxley e o livro As
Portas da Percepção, além da sensacional Balada
do Perdedor, que crava algo que eu já havia escrito em um
texto sobre o Coldplay, meses atrás: "Os astros cheiram o pó
das estrelas e as trombetas estão soando / É no céu que se morre
de tédio, os anjos estavam blefando / Eu conheci a mais bela
vingança, vestida de noiva no altar / Parado em frente à porta
do paraiso, mas sem vontade de entrar". Entre as grandes canções
do álbum ainda dá para citar Um Passo Pra Frente e Dois Pra
Trás, O Fantasma de Luis Bünuel e Angel, mas
tem mais...
Achei que fosse gostar mais de Tudo Sobre Minha Mãe.
Não que não seja um grande filme. É. Tem cenas antológicas e
situações que só poderiam acontecer em um filme de Pedro Almodòvar
(em que outro filme um travesti poderia sair por aí engravidando
belas mulheres?), mas fica atrás, no meu gosto pessoal, de Carne
Trêmula e Fale Com Ela. Já Woody Allen marcou presença
por esses lados com o fofo e genial A Rosa Púrpura do Caíro.
Vou ali ver A Noiva do Cadáver e já volto.
20/10/2005 - 01h54
Passagem rápida, mas contente. Acabei de deixar um "especial
Nabokov" na capa do S&Y. Valeu, Rodrigo! E, acabei de ver que
a Nação Zumbi, a grande banda do País (se você achou que eu
iria dizer Los Hermanos é porque não me conhece), colocou quatro
músicas para download em seu site oficial, duas deles mesmos
(Cidadão do Mundo e Blunt of Judah ao vivo em
St. Brieuc, em junho deste ano) e duas da Orquestra Manguefônica
- nada mais nada menos que Nação Zumbi + Mundo
Livre - ao vivo no Sesc Pompéia, no segundo melhor show
nacional que eu vi em 2005. Estão para download Salustiano
Song e Rios, Pontes e Overdrivers. Vai.
"Foi você que desistiu do amor ou o amor que desistiu de você?",
pergunta Parsons.
"Acho que chegamos a um acordo", responde Morrissey, em outra das grandes entrevistas de Dísparos do Front da Cultura Pop.
Preciso dormir... e só tenho três latinhas de cerveja na geladeira...
Você já foi ver O Jardineiro Fiel? Vá!
19/10/2005 - 01h48
Futura, o novo da Nação Zumbi, chegou derrubando tudo
por estes lados. Três músicas: Memorando, em que a letra
diz que "Zumbi era Lampião, Lampião era Zumbi", a brasileirissima
Vai Buscar e o poderoso primeiro single, Hoje, Amanhã
e Depois, que pode ser baixado no site oficial da banda.
Pega!
No mais, uma dúzia de filmes de Woody Allen baixaram aqui...
promoção na FNAC... sacumé, cartão de crédito é uma m****, mas
o box do Pedro Almodòvar, com cinco filmes, - Carne Trêmula,
Fale Com Ela, Tudo Sobre Minha Mãe, Ata-Me! e Mulheres
à Beira de Um Ataque de Nervos - por R$ 79,00 em três vezes
é bem pegável, não? Diz que sim, please, porque eu já entrei
na fase das economias, e é mó ruim comprar algo muito legal
e a consciência ficar recrimando...
E não, as panelas ainda não chegaram...
17/10/2005 - 18h11
Existe algo melhor do que sorvete napolitano para se curar a
melancolia? Existe, eu sei que sim, mas não adianta negar que
sorvete funciona que é uma beleza.
Ontem percebi que um dos discos que mais tenho ouvido nos últimos
meses não havia sido citado aqui. Vacilo feio meu, mas
já adianto que The Forgotten Arm, de Aimee Mann, têm
lugar cativo na listinha de melhores do ano. The Forgotten
Arm é o álbum perfeito para ser levado em um reunião de
alcóolicos anôminos. O disco trata, em suas doze canções, de
uma história de amor aterrorizada pelos vícios da heroina e
do álcool. O casal se conhece, se apaixona e decide fugir
juntos. Porém, ela se assusta com os vícios citados dele, um
boxeador assombrado por lembranças do Vietnã, e o romance termina.
O final, porém, não é triste, mas não vou ser eu que vou contar.
Só digo que a última música do álbum se chama Beautiful,
e que apesar do tema pesado, The Forgotten Arm transpira
lirismo e amor.
Amelie Poulain é muito fofo, não é? E eu esperava mais
de Robôs. E eu achava que A Outra Face da Raiva
era uma comédia, não um drama. No mais, o novo Lulu Santos não
me impressionou, apesar da faixa dois, Roleta, ter girado
o fim de semana todo na minha cabeça. E o novo Nação Zumbi é
outro disco do ano. O show deles no Claro Que É Rock já deverá ser baseado nos novos sons...
Wagner Xavier, o amigo responsável pela seção Rock Raro do S&Y,
é o entrevistado da seção O Colecionador, do excelente Poeira
Zine nº 9. Na capa, Rory Gallagher, e especiais sobre
blues, Van Der Graaf Generator, Gentle Giant, e Marky Ramone
relembrando sua primeira banda, a Dust. O número 9 do Poeira
Zine está saindo por R$ 5,00 e você pode saber mais sobre
a publicação no www.poeirazine.com
Vai Playing The Angel, o novo do Depeche Mode, aí? Então
pega, rápido.
Ironia: agora tenho um fogão bonitinho, mas não tenho panelas.
Pô, já deviam vender o fogão com as panelas, não???? Lá
vou eu comprar algumas... bah...
15/10/2005 - 18h26
O Autoramas, a banda mais premiada do VMB 2005, se apresenta
na Funhouse neste domingo, às 21h. Aproveita e dá um
pulo o site da banda e baixe três faixas ao vivo na Rádio Transamérica
(Falem Mal de Amigo, Ex-Amigo e Eu Não Morri),
duas vinhetas da banda para a Rádio Mix FM (Vinheta de Natal
e A-La-La-Ô).O clipe de Você Sabe, premiado
na MTV, também pode ser baixado no site. Vai
lá.
Novos da Nação Zumbi e do Lulu Santos apareceram por aqui. Logo
mais comento. No momento, 2 Violão e 1 Balde dos Irmãos
Panarotto. E não se engane, você já leu mesmo o que vem abaixo,
mas é que eu tinha me antecipado em uma semana...
Rogério Skylab é a grande atração do projeto 2em1 no domingão.
Para quem quiser se divertir, uma dica e tanto. Skylab deve
cantar as já clássicas Matador de Passarinho e Moto
Serra além das "censuradas" Fátima Bernardes Experiência,
Herbert Vianna e o hit Câncer no Cu. Dica: atenção
na letra matadora de Você Vai Continuar Fazendo Música?
Para quem nunca adentrou o mundo pervertido de Rogério Skylab,
alguns MP3 do "bardo" carioca podem ser baixados aqui.
Os Abimonistas estão encarregados de abrir à noite para Skylab
pontualmente às 19h30. O Projeto 2em1 reestreou no Blen Blen
na semana passada. Mande o nome para a lista de desconto no
show@2emum.com.br com precinho camarada de R$ 12,50. Atenção:
o Blen Blen agora também tem Xingu e Bohemia. (risos)
14/10/2005 - 15h57
Ando com uma preguiça dos diabos, letargia total. E o humor
não vai lá grande coisa não, apesar do Corinthians ter colocado
a mão no título na Vila Belmiro. Fooooda. No entanto,
já estou escalado para Television/Elvis Costello/Stereo Total.
Ainda não garanti presença no Arcade Fire/Strokes/Mundo
Livre e tô na dependência de uma vaga para ver Wilco no Rio
de Janeiro. Planos, planos, planos.
Lembra do Pólux? Então, ninguém lembra, nem eu. Tem gente aí
que diz que eles revolucionaram o underground carioca. Tem gente
que não entende o significado da palavra revolução. No entanto,
do Pólux para o mundo surge Eva Leiz, que se auto-denomina mim
(em minusculas mesmo, uma bobagem, mas deixa pra lá). O mim
acaba de lançar seu debute pela Lua Discos, e vale a sua atenção.
Tudo bem que da outra parte do Pólux acabou surgindo o Leela,
que não serve pra muita coisa além de ser a antítese genial
do pop perfeito praticado pelo Ludov. O mim não tem pique para
desbancar o Ludov, mas está há anos luz da pobreza musical do
Leela. No site da banda de uma garota só é possível baixar a
ótima Fiebre de Tu Mente junto com Tanto Fez e
Fora Daqui, além de podcasts com entrevistas de Eva Leiz
com gente como Frank Jorge, Nervoso, Lasciva Lula e Wander Wildner.
Download.
Marquee Moon Special Edition, do Television, preenche
o som da casa. A nova versão do clássico de Tom
Verlaine compila alguns takes alternativos tão inspirados quanto
os originais, um a-side perdido no tempo (Little Johnny Jewel)
e uma instrumental sem título. Encarte bacana. O show deverá
ser beeem matador...
O marco zero do cinema indie norte-americano passou reeditado
em casa. Gosto de Sangue - Directors Cut, dos Irmãos
Coen, exibe, dez anos antes de Pulp Fiction, tudo aquilo
que levou Tarantino ao estrelado. E, em uma aula de ironia,
Joel e Ethan enfiaram a navalha no rolo de fitas e cortaram
quatro minutos do filme original, além de terem reeditado a
trilha sonora. Tá certo que os dois estão caindo pelas tabelas
após o mediano O Amor Custa Caro e o fracote Matadores
de Velhinhas, mas como negar uma carreira brilhante de filmes
como Arizona Nunca Mais e a tríade Fargo, E
ai Meu Irmão Cadê Você e O Homem Que Não Estava Lá?. Não dá, realmente.
Consegui achar a definição perfeita para a banda Móveis Colonias de Acaju: eles são um Inimigos do Rei de terceira tentando soar como Los Hermanos. Maldade?
Disco do dia: Como é Bom Ser Punk, Língua de Trapo
13/10/2005 - 11h27
E ai, como é que foi o seu Dia das Crianças? O meu foi bom. Um filme bacana do Eduardo Coutinho, muito sono durante A Insustentável Leveza do Ser (resisti bravamente aos 30 primeiros minutos) e mais um punhado de episódios da segunda temporada de Friends, culminando no especial pós Superbowl, que teve a participação de Julia Roberts, Jean Claude Van Damme e Chris Isaak. Dez.
No próximo fim de semana, Curitiba abriga a sexta edição do
festival Rock De Inverno, recomendadíssimo. Realizado no O Espaço
Cultural 92 Graus, a mostra, produzida pelo selo De Inverno
Records, reúne 10 bandas, em duas noites de shows, dias 14 e
15 de outubro, promovendo novo encontro entre representantes
das cenas independentes brasileira e de Curitiba. De Salvador
vem o Cascadura que toca pela primeira vez em Curitiba com o
repertório de seu segundo disco, Vivendo em Grande Estilo.
São Paulo terá a dobradinha de encerramento da mostra: o trio
La Carne, dono de uma das mais viscerais performances do rock
brasileiro. E fechando a sexta edição do festival, Stela Campos
mostra a beleza sofisticada de seu folk urbano apresentando
o repertório de seu terceiro álbum, Hotel Continental.
Do circuito curitibano, estão alguns representantes da nova
geração, como as Gianninis, formada por quatro garotas atuantes
no underground da cidade; Goya, com seu instrumental que trafega
entre o jazz e o rock; Mocambo, grupo de hip hop lançando seu
segundo CD e a Góticos 4 Fun, com seu glam rock. Completam a
escalão do RI 6 as veteranas OAEOZ, Gruvox e Terminal Guadalupe,
todas em fase de divulgação de seus discos lançados este ano.
Vale, vale, vale.
No mais, filme: o cineasta Eduardo Coutinho volta a registrar
o Brasil que o Brasil desconhece em O Fim e o Príncipio,
seu novo documentário que estréia na Mostra Internacional de
São Paulo, depois segue em grande circuíto. Após os emocionais
Edificio Master e Peões, Coutinho pegou sua equipe
e - sem pesquisa prévia, personagens ou locações definidas -
partiu para o sertão da Paraíba com o intuíto de registrar
histórias e impressões dos moradores de alguma pequena comunidade
sobre a vida e a morte. O resultado soa quase poético, embora
um tiquinho inferior aos documentários anteriores. Pela lente
de Eduardo Coutinho, pessoas comuns deste imenso Brasil revelam
a alma de um País que se desconhece e se esconde, mas emociona,
e sobrevive com fé, perseverança, sinceridade e honestidade.
CD: Lançado no finalzinho do ano passado, o debute homônimo
da banda carioca Luisa Mandou Um Beijo chegou a entrar em algumas
listas de melhores do ano do Top
Seven 2004 Scream & Yell. E chegou ocupando espaço aqui
em casa esta semana com sua mistura de indie-pop com bossa nova.
A voz particular de Flávia Muniz brilha nas belas melodias do
compositor Fernando Paiva destacando a chiclete Amarelinha,
que junta sopros, clima brasileiro e guitarras indies em prol
da boa música, Anselmo, que contém um diálogo do filme
Deus e o Diabo na Terra do Sol enquanto imagina um almoço
com Lygia Telles, e na faixa que encerra o disco, Hoje o
Mar Dançou no Céu. No site da banda é possível baixar as
canções Amarelinha, Anselmo, Bauhaus
Today e Com Um Pote de Geléia de Morango Nas Mãos.
Na Trama Virtual, faixas demo, como a de Hoje o Mar Dançou
no Céu, estão disponíveis. Primeiro no site da banda, aqui.
Depois na Trama Virtual, aqui.
Livro: Tony Parsons, de novo. A parte sobre música de Disparos
do Front da Cultura Pop é tudo aquilo que eu acredito em
jornalismo musical. Parsons escreve de música sem se
colocar como personagem principal. Ele opina, mas os astros
de seus textos são gente como os Sex Pistols ("Agora preste
atenção. Se os beatos hipócritas que governam nosso país banirem
esta turnê da sua cidade, levante sua bunda cansada da cadeira
e vá para uma cidade próxima", sobre a censura contra a
Anarcky In The Uk Tour, em 1976) , The Clash ("Ninguém
sabe o que é comprometimento absoluto até conhecer Mick Jones",
1977), Robert Plant dando sua benção aos punks, Billy Idol e
a Generation X ("Punks limpinhos: uma ameaça
às nossas crianças", 1977), The Jam no
Roxy ("Se você não prestou atenção neles porque não consegue
ver nada além do alfinete na ponta do nariz, você não passa
de um imbecíl, certo?", 1977), um relato sobre o massacre
da polícia contra os Pistols após o histórico show sobre o Tâmisa
no jubileu da Rainha ("Os policiais distribuíam golpes mesmo
quando você não estava se mexendo, e se safaram porque são a
lei e porque podem", 1977), David Bowie ao vivo em Newcastle
("David Bowie está vivo, está bem e não vive mais na teoria",
1978) até chegar no emocionante relato "O Mito Continua":
"...No camarim do Palladium, em Nova York, ele está
acabado. Depois da habitual passagem de som de três horas naquela
tarde, em que ele checou cada canto da casa de espetáculos de
3 mil e quatrocentos lugares para garantir que o som estivesse
absolutamente perfeito para todos na platéia, ele fez o melhor
show de rock'n'roll da minha vida. Durou cerca de quatro horas.
Vai ter praticamente amanhecido antes quie ele finalmente vá
embora do Palladium.
Lá fora várias centenas de garotos estão esperando por um autógrafo,
pela chance de falar com ele, por uma oportunidade de agradecer.
Nenhum deles vai para casa desapontado. Ele tem tempo para todos
e não faz drama. Se você pressioná-lo sobre o assunto, ele simplesmente
vai ficar pensativo e dizer: 'A minha música me deu tudo o que
tenho, eu era ninguém, eu não tinha nada... eu nunca vou colocar
ninguém em situação humilhante. Já durou tempo demais'.
Se qualquer outro músico no mundo me dissesse isso - como você
sem dúvida já deve ter notado -, eu esperaria até parar de rir
e então começaria um massacre impresso. Mas este cara é único;
quando Bruce Springsteen solta declarações sentimentais como
essa, eu não retruco, eu acredito".
Se a Editora
Barracuda liberar, este texto acima na íntegra vai aparecer na
série "Matérias Antológicas" do Scream & Yell, o que não desobriga
o leitor de ler essa pequena com´pilação de relatos sobre a
era de ouro do punk.
Disco do dia: McCartney, de Paul McCartney (1970)
11/10/2005 - 18h30
Da série 'Traumas Modernos': tem coisa mais triste do que perder
tudo que você tem no HD do seu computador? Foda. O meu computer
deu pau na virada de sábado para domingo, e a única saída, lá
pelo meio-dia do domingão, foi apagar tudo da HD e reinstalar
todos os programas. E o meu último back up era de 08 de julho.
Ou seja, perdi tudo que tinha no computador dos últimos três
meses: um punhado de fotos (umas 200), alguns MP3, e textos
em variadas fases de desenvolvimento. Bem, não adianta
chorar sobre o uísque derramado e nem ficar apoiado no muro
das lamentações, mas fica o conselho: back up,
já!
Nem só de problemas, no entanto, vivemos. Um grande amigo me
ligou, no meio da tarde de hoje, direto de Porto Alegre, para
agradecer sobre um livro que eu tinha presenteado ele. Ele não
tinha levado o livro na viagem, mas se lembrou lá, comprou,
e depois de uma leitura emocionada de pouco mais de uma hora,
pensou: "Tenho que agradecer ele agora". E me ligou. E agradeceu.
Da série de coisas que fazem valer o dia. Valeu, Renato, mesmo.
Boa temporada em POa para você! :o)
Para finalizar o post de hoje, após a indicação dos MP3 do Metrô,
vamos direto para Brasília. Já ouviu falar da Escola de Escândalos?
Bem, para muita gente, eles são a grande banda candanga (adjetivo
que todo brasiliense abomina, aliás). "Nada de Legião, Capital
Inicial, Plebe Rude ou Aborto Elétrico. A melhor banda da cidade
sempre foi a Escola de Escândalos", dizem. No entanto, a banda
só marcou participação oficial na coletânea Rumores,
item raro e obrigatório para se entender a cena da cidade, e
não chegou a registrar em álbum o som que encantava os conterrâneos.
Em mais um capítulo da série "como nós vivíamos antigamente
sem Internet?", um pessoal da lista de discussão da banda colocou
dezenas de MP3 do grupo para download no Gmail. São demos raras
(como a de Luzes, que a Plebe Rude gravou no álbum ao
vivo Enquanto a Trégua Não Vem), um show completo de
qualidade mediana de 1984 (ainda com Marielle Loyola nos vocais)
e um show mais curto, de oito músicas, com ótima qualidade de
som, de 1988. Vai lá, baixa, e se pegue cantando, o dia
todo, como eu:
Nos seus sonhos tudo era perfeito
Rodolfo Valentino não faria melhor
Nos seus sonhos tudo era perfeito
Giovanni Casanova não faria melhor
É só entrar no email "escoladeescandalos@gmail.com" e digitar
a senha "popularidade". Aqui.
Estou afim de ir ver o Wilco no Rio de Janeiro. Alguém quer me vender um convite?
10/10/2005 - 13h14
Fim de semana calmo, de colo, episódios do Friends, churrasco com amigos e bons filmes. Podia ser sempre assim, não? Eu só deixaria a gripe de lado...
Terminei o primeiro DVD da segunda temporada do Friends. A série fica ainda melhor a cada novo episódio. No que fecha o primeiro DVD desta segunda temporada tem Chrissie Hynde aprendendo a tocar Smelly Cat com a Phoebe... Hilário.
Essa segunda é um dia especial. Aliás, alguém me ajuda? Dako é bom? Calma minha gente, é só a marca do fogão! É que hoje é dia de comprar fogão e mesa pra cozinha... Este apartamento está ficando cada vez mais com cara de apartamento. Não sei se comemoro ou se me preocupo. Aliás, o Fábio, em scrap no Orkut, gostou da minha definição de que "envelhecer é comprar coisas para casa". Porém, ele acha (e eu concordo) que amadurecer seria a palavra certa. Não assusta tanto...
No mais, filmes: eu passei dezenas de dezenas de vezes na locadora
frente a Como Perder Um Homem Em 10 Dias e nunca aluguei
porque, vamos combinar, que título de filme terrível. Porém,
cerca de uns sete meses atrás, animado por ter descoberto o
quão bacana era o filme Seabiscuit (que eu não botava
fé), decidi arriscar neste Como Perder Um Homem Em 10 Dias.
E foi uma surpresa e tanto. How To Lose a Guy In 10 Days
é uma comédia romântica de primeira, e a chamada é perfeita:
"Um deles está mentindo. O outro também". Se você tinha medo
desse filme, como eu, pode perder. Vale muito a pena. Principalmente
para que as meninas entendam todas as coisas que fazem de errado
em um relacionamento... (risos)
Não, nem vem, não foi machista... Todas as mulheres são loucas, não são só as que eu conheço... não adianta tentar me provar o contrário...
O outro filme tem título bobo em português, mas serviu para
lavar o chão do sala, que precisava mesmo de água. Pieces
of April (Do Jeito Que Ela É) conta a história da
menina April (Katie Holmes surpreendentemente muito bem) que
está fazendo uma almoço de Dia de Ação de Graças para a família.
April é a ovelha negra da casa, ex-drogada, ex-terror dos irmãos,
e que está vivendo sozinha (ok, com o namorado) em Nova York
enquanto a família (pai, mãe, avó e dois irmãos) mora
no interior. A contragosto, a famíla, incentivada pelo pai,
vai ao encontro de April, que passa um sufoco danado para assar
o peru da ceia já que o fogão de seu apartamento está quebrado
(e o prédio em que mora é uma bela de uma espelunca). Pieces
of April fisga o espectador desastre após desastre após
desastre de uma família totalmente excêntrica (ou será que somos
todos excêntricos?). Reserve lenço de papel e boas doses de
lágrimas para o trecho final, belíssimo.
Ainda temos por aqui a "directors cut" dos Irmãos Coen para
Gosto de Sangue e três horas de A Insustentável Leveza
do Ser.
No caminho, um livro: a cada página que passa, gosto mais e mais de Tony Parsons em Dísparos no Front da Cultura Pop. Textos punks para uma época punk rock.
Disco do dia: Step Right Up, The Songs of Tom Waits,
tributo de primeira qualidade com Tindersticks, 10.000 Maniacs,
Pete Shelley, Violent Femmes, The Wedding Present, Frente, Pale Saints, Archers of Loaf, Magnapop, Alex
Chilton e Tim Buckley. A versão do Drugstore para Old Shoes,
que abre o álbum, é matadora.
07/10/2005 - 18h36
Na segunda-feira, a partir das 19h, os amigos Cardoso Czarnobai
e Daniel Pellizzari (dois ex-Cardoso
Online) lançam seus novos livros em São Paulo. A
"festinha" de lançamento está marcada
para a Mercearia São Pedro, na Rua Rodésia nº 34, na Vila
Madalena. Cardoso lança Cavernas & Concubinas enquanto
o Mojo (para os amigos - hehehe) lança Dedo Preto Com Unha.
Confere o
convite e aparece lá!
Bleach, do Nirvana, Never Mind The Bollocks, dos
Pistols, e o comeback do Television, homônimo, de 1992, acabam
de ganhar reedições nacionais. Os três com preços variando entre
R$ 20 e R$ 25, muito mais barato que qualquer lançamento de
major. Discos obrigatórios, sabe. E se prepare que nada menos
que seis álbuns do Flaming Lips estão na fábrica e logo aportam
na sua loja preferida...
06/10/2005 - 17h17
André Takeda, Joey Ramone e Brian Wilson devem se orgulhar de mim:
Sou um feliz possuidor do box quádruplo Back To Mono
1958-1969, de Phil Spector
Eu só iria passar por aqui para dividir essa alegria com você,
caro leitor, mas também sou obrigado a dizer que meu coração
quer pular para fora do peito devido a confirmação da apresentação
de Elvis Costello em São Paulo. Anote: Strokes e Arcade Fire
no Tim Festival SP no domingo, 23. Na terça 24, Television no
Sesc Pompéia. Na quarta 25, Elvis Costello & The Imposters no
Tom Brasil. Na quinta 26, Stereo Total no Sesc Pompéia. Não consigo parar de sorrir...
05/10/2005 - 20h50
"Eu me emociono com viagem de avião
Tudo que eu compro, eu sempre pago à prestação
O meu herói é saltimbanco trapalhão
Refri pra mim sempre foi no domingão
Eu nunca tive pouco como muitos
E nunca tive muito como poucos
Eu nunca tive ferrorama complicado
Eu nunca tive quarto separado
Classe média baixa records"
Outra:
"Mais uma daquelas festas cheias de novos adultos
Que antes escutavam rock e agora ouvem MPB
Só Barão Vermelho, Kid Abelha e Caetano
Para não incomodar e manter tudo como está
Como confiar em alguém que só fala de trabalho?
Que descobre bossanova e se acha muito cool
Que nunca entende por que ando descabelado
Gasta em decoração em vez de comprar discos legais
Novoas adultos, pessoas velhas"
A primeira se chama Classe Média Baixa Records, e na
versão original é precedida pela instrumental esporrenta Refrões
ao Lado. A segunda atende pelo nome de Novos Adultos.
Ambas estão em Anticontrole, um dos dez discos obrigatórios
de ROCK (com letras maíusculas mesmo) no Brasil da primeira
metade da década 00. Lançado em 2001, Anticontrole é
o barulho elevado a categoria de diversão. E a diversão barulhenta
da Walverdes retorna com disco novo este mês. Lançado pelo selo
Mondo 77, Playback aposta na crueza das guitarras, ao
menos pelo que dá para perceber do single Sabendo e em
Seja Mais Certo. As duas novas músicas, mais as já clássicas
Refrões ao Lado/Classe Média Baixa Records e Novos
Adultos e também Viajando na A.M. podem ser
baixadas gratuitamente na Trama Virtual. Aqui.
A propósito, canções do Movéis Colonias de Acaju, sensação do
Curitiba Rock Festival, podem ser baixadas também na Trama Virtual.
Seis faixas de um EP de 2001 mais três do novo álbum, que está
sendo distribuído pela Tratore. Baixe.
No mais, já comprou ingressos para o Television e para o Stereo
Total em São Paulo? A histórica banda comandada por Tom Verlaine
baixa no Sesc Pompéia nos dias 25 e 26 de outubro após
vir do Rio de Janeiro, onde se apresenta na última noite
do Tim Festival carioca com Elvis Costello. No dia 27 será a
vez do Stereo Total agitar o público no mesmo local. Poucos
ingressos. Garanta o seu!
E falando em shows, não é só Stones que teremos pela frente
em 2006. Já estão garantidas apresentações de Bob Dylan, Shakira,
David Gilmour, Donna Summer, Seal, Jamiroquai, Depeche Mode
e Simply Red para o ano que vem. Vamos combinar: Eu vou no Dylan
e no Depeche e você vai nos outros. E a gente conta um pro outro
como foi. Fechou?
04/10/2005 - 18h23
Uma jornalista do O Povo, de Fortaleza, em uma pauta
do Dia das Crianças, me pediu uma lista de meus três filmes
preferidos que são narrados a partir do olhar da criança. Caraminholei
algumas coisas e saiu isso aqui (e uma dica de livro, também):
Quero Ser Grande (Big, 1988, EUA), de Penny Marshall, com Tom Hanks
Poucos filmes conseguem passar com tanta clareza e delicadeza as diferenças de comportamento de um menino de 12 anos e um homem de 35 quanto Quero Ser Grande. Figurinha fácil nas "sessões da tarde", e já lançado em DVD, Quero Ser Grande flagra um garoto que tem seu pedido atendido por um boneco de parque de diversões: ele quer ser adulto. No dia seguinte, acorda adulto, mas com a personalidade de 12 anos. O filme exibe o choque da inocência adolescente com a expectativa que a sociedade tem de um adulto.
Jack (Jack, 1996, EUA), de Francis Ford Coppola, com Robin Williams
Outro filme que flagra um adulto no papel de uma criança. Aqui, Robin Williams encarna o papel de um garoto de 10 anos que sofre de uma rara doença que o faz envelhecer quatro vezes mais rápido que o normal. O gênio Coppola exibe um romantismo inocente nessa pequena fábula, que não abre mão de um final quase piegas, mas se justifica pela beleza de sua história.
Concorrência Desleal (Concorrenza Sleale, 2001, Itália), de Ettore Scola
O fascismo de Mussolini na Itália aos olhos de uma criança que é separada de seu melhor amigo (filho de judeus) durante o processo racista instalado pelo Terceiro Reich no País. Paolo, o narrador infantil, comove quando diz, no âmago de sua inocência, "que é impossível que dois amigos que tomaram óleo de fígado de bacalhau juntos se separem". Um belo filme sobre a indiferença.
LIVRO
Disparos do Front da Cultura Pop, de Tony Parsons, Editora Barracuda
Disparos reúne textos do jornalista britânico Tony Parsons, que presenciou a "corrida de ouro do movimento punk". O texto que abre é uma resenha para o NME (New Musical Express) sobre o show de abertura da histórica turnê Anarcky In The Uk dos Sex Pistols, em 1976, e o último é de 1994, uma entrevista com o escritor Jung Chang para o jornal Daily Telegraph. Entre as duas, 18 anos de jornalismo cultural em mais de 300 páginas deliciosas.
Ps especial para este blog: uma citação de Parsons: "Fique perto
das coisas que você ama. E leve um bastão de beisebol para o
resto". Anote.
No mais, um belo dia de aquisições culturais em pechinchas.
Coisas para se fazer valer o dia: Um CD por R$ 10: Blue Base,
de Suzanne Vega. Pirataço de algum show sem nenhuma informação
no encarte. Tem Luka, Marlene On The Wall e Tom's
Dinner, esta última da maneira que foi gravada no álbum
Solitude Standing: a capela. O engraçado é que nos silêncios
da cantora, o público começa a fazer o "tâtâtâra, tâtârara,
tâtâtâra, tâtârara" e embala. Divertidíssimo. Um DVD por R$
12: O Selvagem da Motocicleta, de Francis Ford Coppola.
Bem, em 1982 o gênio estava numa pindaíba sem tamanho após o
fracasso do estiloso O Fundo do Coração. Após hipotecar
sua produtora, Coppola viu em dois romances da escritora Susan
Hilton inspiração para dois cult movies em branco e preto: Vidas
Sem Rumo e O Selvagem da Motocicleta, ambos de 1983
e tendo a juventude como tema. Eu falo mais aqui.
Pra fechar, um livro por R$ 18: Primeiro Amor, de Samuel
Beckett. Romantismo? Esqueça. A primeira frase do livro: "Associo,
com ou sem razão, o meu casamento à morte". A última: "Mas o
amor não se encomenda". Texto curto escrito em 1945, mas publicado
apenas em 1970, que ganha uma belíssima edição da Cosac & Naif.
Pra fechar, o Tupanzine, um dos fanzines mais escrachados e
bacanas de todos os tempos do lado debaixo do Equador, está
fazendo uma promoção no lançamento da nova edição: a tosqueira
toda, que incluí quatro números do zine mais o CDR "Tupanzine
Covers Rarities" com The Thrills, Pixies, House of Love, Wedding
Present, Shonen Knife e muitos outros, saí por R$ 4,90.
Pedidos: tupanzine@yahoo.com.br
04/10/2005 - 00h39
Bem, discotecagem básica - preenchida por algumas Xingu - no
projeto 2em1, agora em casa nova, o Blen Blen. O Gram, que eu
respeito mas não curto - e o Ludov fizeram a alegria do público.
No intervalo, deu para rolar algumas novas do Franz Ferdinand,
Ronnetes, Manics tocando Can't Take My Eyes On You, Los
Hermanos brincando com Hollywood, a versão country de
I Wanna Be Your Dog com o Uncle Tupelo e Island The
Sun do Weezer, entre outras coisas. O Ludov fez exatamente o mesmo show de semana passada, no pequeno Motorrad, em Curitiba, mas a apresentação de lá foi bem mais passional do que esta. Grande banda, grande show.
No mais, a versão rádio do bacana Alto Falante traz um
depoimento meu, gravado em Curitiba, com dicas de coisas que
tenho ouvido. Tem Franz Ferdinand e Echo & The Bunnymen novíssimos,
e Violins, dicas minhas. Além, tem a nova do Strokes, tem Kings
of Leon e Say It Ain't So, do Weezer, gravada em Curitiba.
Confira o programa no seu micro, agora, através de três podcasts
(30/09) postados aqui.
Ingressos para o festival do ano, Claro Que É Rock, já
estão à venda. O festival acontece no dia 26/11, em São Paulo
(R$ 120), classificado para maiores de 14 anos (ou 12 e 13 anos
acompanhados). No RJ, os shows (Sonic Youth, Iggy Pop &
The Stooges, Flaming Lips e Nine Inch Nails e mais) vão ser
no dia 27/11 (R$ 100), para maiores de 16 anos (ou entre 12
e 15 com pais ou responsável).
Lembra do Metrô, a banda da francesa Virginie, que no meio dos
anos 80 emplacou alguns hits (Beat Acelerado, Tudo Pode Mudar,
Sândalo de Dandi, Johnny Love, Ti Ti Ti), saiu de cena,
voltou com um vocalista português na formação (e o álbum matador
A Mão de Mao) em 1987, acabou de novo e retornou em 2002
com um álbum pela Trama? Bem, passei o dia baixando MP3 deles.
No site que vem no final deste páragrafo é possível baixar a
integra do disco Olhar, de 1985 (inédito em CD), a primeira
formação da banda em vinil (como A Gota Suspensa), o
álbum solo de Virginie (que tem umas três canções boas, entre
elas o hit Más Companhias) e A Mão de Mao, da
segunda encarnação do Metrô, que já foi lançado em CD,
mas é raro hoje em dia. A balada jazzista Atlântico, 7 de
Novembro e a linda Lágrimas Imóveis são belos atestados
da grandiosidade deste álbum (ainda vale baixar Gato Preto
e a faixa título). A seção de MP3 do site ainda traz algumas
raridades, como a bonita versão 2002 da canção Olhar,
e Beat Acelerado gravada ao vivo em 1985, com Virginie
exibindo seu sotaque francês ao falar do "novo movimento de
rock que vem sendo feito no Brasil"... Baixe tudo aqui.
Acaba de passar pela DVDteca Zelig, mais uma pequena obra prima de Woody Allen.
02/10/2005 - 16h32
Fim de semana com chuva e frio? Isso deveria ser proibido, não? Os fãs do Pearl Jam que ficaram em frente a prefeitura "protestando" contra o "possível" cancelamento do show deveriam "protestar" com São Pedro por esse tempinho chinfrim. Bahhhh.
Voltando à sexta-feira, o show da Rádio de Outono na Funhouse
foi bem bacaninha. Até senti falta da guitarra, mas a formação
com baixo, bateria e teclados segura bem o pique. E a vocalista
Bárbara Jones tem tudo para ser a nova Celly Campello. Canções
fofas, show fofo, e quatro músicas da banda no Trama Virtual.
Aqui.
No mais, após dois litros e meio de Sol na balada, o sábado foi de ressaquinha básica, aquela que você sabe que está ali, mas não incomoda. Para acalmar, colo, uma comédia romântica fofa em DVD (Escrito nas Estrelas, com John Cusack e Kate Beckinsale - aliás, você acredita em acasos, leitor? Eu não), e nove episódios da primeira temporada de Friends, para matar o primeiro box. Após assistir os 23 episódios, acho que se for para escolher apenas um, eu ficaria com o "Aquele do Nascimento", que é quando nasce o filho do Ross. No entanto, o melhor diálogo continua sendo o sobre sexo que eu coloquei aqui no mês passado.
Vou ali colocar umas músicas do Franz Ferdinand para rolar no
2em1 em já volto!
30/09/2005 - 00h26
Eu tenho pavor, ou melhor, pânico, ou melhor, medo de entrar
em uma loja de copos, cristais e quetais. Sou tremendamente
estabanado. Não, você não está entendendo. Eu sou estabanado
pra cacete. Da última vez que entrei em uma loja dessas, a vítima
foi um gatinho daqueles japoneses, que fica com a patinha levantada.
Bem, na boa, eu acho até hoje que o gatinho pulou da caixa,
no entanto, o que importa é que ele se despedaçou no chão. E
eu saí de fininho... Tirei o dia para deixar de lado pensamentos
em lead, textos e músicas para ir comprar a cortina para o quarto,
e no caminho acabei topando com uma loja de cristais, e eu precisava
de copos. Quando me mudei para um apartamento maior, comprei
mais coisas pra cozinha (o que se chamava de cozinha no apartamento
anterior não podia ser chamado de cozinha) incluindo copos tulipa
pequeno para cerveja, taças para vinho e copos médios para água,
refrigerante e sucos. Com o tempo descobri que é muito mais
gostoso beber a cerveja nas taças de vinho, e os refrigerantes
nas tulipas pequenas. E quebrar os copos médios. No fundo, eu
precisava de um copo graaaande para beber refri, já que não
dá para ficar enchendo a tulipa toda hora como se fosse ceva. E foi atrás disso que eu entrei na tal loja, medindo cada centímetro pisado. No fim, saí de lá com dois copões enoooormes, quatro copos médios bonitinhos decorados e três pares de garfos e facas. Juntando à cortinha vermelha que comprei para o quarto, ao tapetinho para a "seção de vinis" da sala, e os tapetinhos para o corredor e banheiro, dá para dizer que eu tive um dia adulto hoje. Se me perguntassem o que é envelhecer, eu acho que diria que é isso: comprar coisas pra casa. Eu nunca faria isso dez anos atrás...
Herbert Vianna, na Folha de São Paulo, explicando a confessionalidade de suas letras, desde sempre: "Para ele, uma prova de que as músicas do Paralamas sempre foram "verdadeiras" foi dada há pouco tempo por seu filho mais velho, Luca, 13, enquanto ouvia "Meu Erro". "Ele disse: "Pai, qual foi esse teu erro de que você está falando?". "Meu erro, meu filho, foi crer que estar ao lado de alguma Mariazinha qualquer, que não era a tua mãe, bastaria", conta.
A Nação Zumbi está prestes a lançar seu novo álbum, Futura.
O CD chega às lojas no final de outubro e conta com a co-produção
de Scott Harding, que também mixou o último disco do grupo.
O single Hoje, Amanhã e Depois, composto por eles mesmos,
já está disponível em MP3 tanto no site da Trama (www.trama.com.br)
como no site da banda (www.nacaozumbi.com.br).
O Strokes disponibilizou uma versão do novo single, Juicebox,
em seu site oficial. O single, cujo lançamento oficial ocorre
só em dezembro, estará no terceiro disco da banda, First
Impressions of Earth. A rigor, dá para perceber que eles
descobriram que existem pedais de distorção no mundo. E a canção
não se parece com nada que a banda já tenha lançado, ou seja,
personalidade zero. Para mim, a banda acaba antes do disco sair.
Com sorte, os fãs brasileiros assistem aos shows deles. Estas
são as minhas primeiras impressões. Baixe aqui.
Nesta sexta, os recifenses do Rádio de Outono (baixe
o MP3) tomam a Funhouse, em São Paulo, após fazerem um dos
shows nacionais mais comentados do Curitiba Rock Festival, no
último fim de semana. E no domingo, Bruno Saito e Marcelo
Costa (ops, eu mesmo) colocam musiquinhas singelas no retorno
do Projeto 2em1, agora em casa nova, o Blen Blen, apresentando
Gram e Ludov. Todo mundo convidado.
29/09/2005 - 00h16
Então, quer ter uma idéia mínima de como foi a sensacional apresentação
do Weezer em Curitiba? Olha, é o seguinte, esse vídeo em questão
flagra o Rivers Cuomo no meio da ala vip cantando ao violão,
de surpresa, Island The Sun. Baixa aqui, correndo, antes
que tirem do ar, e se arrependa de não ter ido... Vai!
O novo CD de Maria Rita chegou causando estardalhaço na imprensa.
Não estou falando de vendas não, mas sim do brindezinho (o tal
jabá) que a gravadora Warner distribuiu para alguns jornalistas:
era um kit em que constavam, além do CD e do DVD com o making
of da gravação, um aparelho iPod Shuffle, com as músicas do
disco Segundo previamente carregadas. Acredito que quem
está cursando jornalismo ou profissionais de outras áreas estejam
pensando "que bacana, eu queria um emprego assim, para ganhar
CDs e brindes de R$ 1 mil". Ledo engano, meu caro. Não ganhei
o brinde, e se ganhasse, duas situações iriam se configurar:
se eu gostasse do disco, iria devolver o iPod, para não dar
a entender que só falei bem porque fui agraciado com o mimo.
Se não gostasse, até ficava, para mostrar que mesmo sendo brindado
ainda mantive a minha dignidade (dizem que todo mundo tem um
preço, eu espero que não). No fim, até onde eu soube, dos trinta
jornalistas agraciados com o presente, dois já devolveram o
aparelho à gravadora por isenção. Um deles, o
jornalista Pedro Alexandre Sanchez, da fodaça Carta Capital.
Leia o texto do PAS sobre o disco da Maria Rita e, no final,
uma análise sobre o mimo precioso. Aqui.
Outro jornalista que merece "clap, clap, clap" é o Àlvaro
Pereira Júnior (eu nunca imaginei que iria dizer isso
de novo... risos... brincadeirinha). Um fragmento sensacional
da coluna dele no Folhateen de segunda-feira passada:
"O novo disco do Los Hermanos se chama "4". O novo disco
da Maria Rita se chama "Segundo". Sugestão: os dois fazerem,
juntos, um álbum chamado "Último".
Pulando de Maria Rita para Hermanos, em entrevista à TV UOL,
Rodrigo Amarante (apontado na legenda como baixista, e isso
só mostra como pouca gente sabe o que escreve em jornaismo,
o que dá munição aos detradores) diz: "Querem
nos transformar em novos Chicos e Caetanos". E ele diz isso
culpando a mídia por tal mixórdia. Na boa, quem está se transformando
em Caetano Veloso são eles próprios, e não estou falando
de qualidade musical. Leia a entrevista dos Los Hermanos aqui.
Pra fechar, já esgotou os convites para o Wilco no Rio de Janeiro...
snif
Disco do dia: Exílio, Quinteto Tati (Valeu Pala)
27/09/2005 - 11h17
Bem, em casa após quatro dias em Curitiba. Desculpe, mas eu
vou ter que falar: quem não foi perdeu uma apresentação perfeita
do Weezer e um show surpreendente do Mercury Rev, com Jonathan
Donahue regendo a banda entre citações de Schopenhauer, Blake,
Kubrick e Yoda, entre muitas outras, brilhando no telão. De
quebra, o festival ainda teve o Movéis Coloniais de Acaju fazendo
o melhor show nacional, surpresa apenas pra quem não conhecia
a banda. Curitiba ainda teve churrasco e Ludov na sexta, chopp
escuro e passeios no sábado, frio, Sharin Foo na fila do banheiro
e sono às 9h de segunda. E amigos especiais. E grandes shows,
cerveja ruim e boa batada assada. Como diria uma das frases
do telão do Mercury Rev, "o universo é feito de histórias, não
de átomos". Logo mais conto tudo.
Pra adiantar, um mês depois minha segunda prévia dos melhores
do ano...
DISCO NACIONAL
01) Grandes Infiéis,
Violins
02) Vc Vai Perder o Chão,
Terminal Guadalupe
03) Canções Dentro da Noite
Escura, Lobão
04) Toda Cura Para Todo
Mal, Pato Fu
05) Ao vivo no Café Camalehon 2005, Wander Wildner
CANÇÂO NACIONAL
01) Agridoce, Pato Fu
02) Dizem, OAEOZ
03) Tambores, Terminal Guadalupe
04) Grown Ups (Cassino Hotel Version), Superphones
05) Soy Loco Por Sol, Mundo Livre S/A
DISCO INTERNACIONAL
01) You Could Have It So Much Better... With Franz Ferdinand
02) Devils & Dust,
Bruce Springsteen
03) In Your Honor,
Foo Fighters
04) Take Fountain, Wedding Present
05) With Teeth,
Nine Inch Nails
MÚSICA INTERNACIONAL
01) Interstate 5, Wedding Present
02) Everyday I Love You Less and Less, Kaiser Chiefs
03) Walk Away, Franz Ferdinand
04) Gratitude, Björk
05) Stormy Weather, Echo & The Bunnymen
FILME
01) Sin City
02) Batman Begins
03) Melinda & Melinda
04) Menina de Ouro
05) Questão de Imagem
SHOW NACIONAL
01) Wander Wildner, Café Camalehon (Setembro)
02) Orquestra Manguefônica (Mundo Livre + Nação Zumbi), Sesc Pompéia
(janeiro)
03) Defalla, Avenida Clube (janeiro)
04) Bidê ou Balde, Avenida Clube (Junho)
05) Movéis Coloniais de Acajú no CRF, (Setembro)
SHOW INTERNACIONAL
01) Mercury Rev, CRF (setembro)
02) Weezer, CRF (setembro)
03) The Kills, Campari Rock (agosto)
04) The Raveonettes, CRF (setembro)
05) DKT MC5, Campari Rock (agosto)
Me espera?
23/09/2005 - 01h53
Preciso dormir, mas antes, precisava dizer que, incrível: eu
já li mais de 500 livros, e é interessante como os livros podem
nos surpreender, a ponto de mesmo após tanta leitura, você encontrar
palavras e emoções e traduções de pensamentos e ideais tão constantemente.
Ok, nem tão constantemente assim, mas é que nos últimos dois
meses li dois livros que seguramente farão parte do Top
Ten da minha vida: Achei Que Meu Pai Fosse Deus, com
textos de pessoas comuns coletados por Paul Auster, e 31
Canções, de Nick Hornby, que eu terminei ontem de manhã.
Já falei sobre o livro do Paul Auster aqui,
e na semana que vem escrevo do 31 Canções, mas eu precisava
registrar essa surpresa prazerosa que a leitura nos proporciona.
Ok, ok. Quando eu falo que li mais de 500 livros, é algo metafórico.
Na verdade eu acredito que li um pouco mais, mas possivelmente
pode ter sido menos...
Nos vemos em Curitiba? Leva agasalho! Vou ouvindo Franz Ferdinand...
Ahhh, o Pacote 1 (VHS) ficou para o Rodrigo. As fitas
ainda estão por aqui...
21/09/2005 - 20h48
You Could Have It So Much Better ... With Franz Ferdinand
já está circulando nos programas de download mundo afora, mas
se você ainda não conseguiu baixar e quer ter uma idéia de como
é o álbum, vale recorrer ao Franz Ferdinand.Org, o fã clube
oficial da banda. Na seção de media do site podem ser encontradas
nove novas músicas do novo álbum tanto em versões demo quanto
acústicas ou ao vivo. Tem The Fallen, faixa que abre
o disco, gravada ao vivo no dia 25 de junho em uma ótima versão.
A matadora Do You Want To (primeiro single) aparece em
uma versão do mesmo show (mas sem os tecladões manjados), e
também em uma versão acústica (com os teclados e o começo beatle).
A versão de This Boy, faixa 3, é de outubro do ano passado
e bem suja e roqueira. Walk Away, minha preferida no
momento, surge em uma ótima versão acústica. Evil And A Heathen
também aparece em versões demo instrumental e em outra ao vivo.
Well That Was Easy também pode ser baixada em versão
demo e em uma outra ao vivo. Ainda estão para download as faixas
What You Meant, I'm Your Villain (em três versões) e
You Could Have It So Much Better (o único MP3 de qualidade
discutível). De quebra, a seção ainda traz uma versão
ao vivo de Your Diary, b-side do primeiro single do novo
disco do FF, Do You Want To, e várias versões especiais
do primeiro disco, destacando a decantada versão de Take
Me Out do Scissors Sisters, e uma parceria do SS com o FF
tocando Suffragette City de David Bowie. A versão japonesa
de You Could Have It So Much Better ... With Franz Ferdinand
compila 15 músicas, incluindo Your Diary e a inédita
Fabulously Lazy às outras treze que o resto do mundo
terá acesso. Abaixo, link direto para algumas versões
de canções do melhor álbum de 2005 até
o momento: http://franzferdinand.org/media/
Então, decidiu se vai para Curitiba ou não? O Alexandre, leitor deste blog, teve problemas e está vendendo um pacote de viagens que comprou para ir aos shows de sábado e domingo, saindo de São Paulo (Praça da República) no sábado de manhã e voltando no domingo após o show do Mercury Rev. Ônibus levando e trazendo do show também. Pousada no centro de Curitiba inclusa. O Alexandre está vendendo pelo preço de custo, R$ 260. Qualquer coisa, escreve pra ele no alexandre.rsilva@bcb.gov.br ou pra mim no maccosta@hotmail.com que eu passo os contatos via telefone.
21/09/2005 - 01h43
A edição número 9 da revista MP3 Magazine está
imperdível. Os recifenses do Devotos disponibilizam em primeira
mão um novo EP de cinco faixas, Sobras de Batalha. Outra
das bandas querídissimas do S&Y, os paraenses do Suzana Flag
liberam as 11 faixas do excelente álbum Fanzine (resenha
minha aqui). E os cariocas do Supercordas colocam Satélites
no Bar (+2), EP que me viciou na semana passada, inteiro
para download. Os downloads na MP3 Magazine são totalmente
gratuítos, trazem a capa do CD e a integra de todas as músicas
dos álbuns em alta qualidade. Vale ainda olhar o acervo dos
caras, que ainda têm China e os ótimos Enne e Fausto. http://www.mp3magazine.com.br
O Supercordas foi além da liberação do EP no MP3 Magazine.
A banda também está disponibilizando a integra do primeiro disco,
A Pior das Alergias, em seu site oficial e no Trama Virtual.
Como diz a querida amiga Kate: "altamente recomendado para pessoas
psicodélicas e adoradores de melodias cantaroláveis". Links
abaixo:
www.supercordas.com
www.tramavirtual.com.br/supercordas
Aproveitando o momento "downloads em ação", volto a recomendar
o álbum Paraquedas de Coração, de Wander Wildner, inteiramente
a disposição aqui:
http://www.wanderwildner.com.br/download-paraquedas.html
E seguindo o ritmo das promos toscas da semana passada, quem
ainda assiste VHS? E quem ouve fitas cassete? Bem, as novas
promos são sobre isso, filmes que já tenho em DVD, cassetes
que eu gravava e que já tenho em CD. Pacote 1: VHS: filmes
Amor À Queima Roupa (roteirão do Tarantino), Minha
Amada Imortal (Beethoven encarnado por Gary Oldman) e uma
compilação oficial com quatro episódios do Friends (inclusive
o piloto, com Jennifer Aniston vestida de noiva). Pacote
2: Tudo que você precisa saber dos Stones em cinco fitas
cassete com seleção deste que vos escreve (e que ouviu muuuuuuito
estas fitas). Pacote 3: cassetes com as coletâneas azul
e vermelha dos Beatles, e tudo que você precisa blá blá blá
do Rauzito em duas fitas mais o primeirão do Secos e Molhados
e o Exile on Main Street dos Stones. Pacote 4:
cassetes coletânea de Iggy Pop, Velvet Underground, Radiohead,
U2 ao vivo em Sarajevo e Nasi e os Irmãos do Blues. Ufa. maccosta@hotmail.com
20/09/2005 - 17h06
Nesta terça-feira, Moby faz a segunda apresentação da
turnê Hotel em São Paulo. A primeira foi na sexta-feira,
no Hotel Unique, com convites custando R$ 300. Isso mesmo, R$
300. O jornalista Bruno Saito, da Folha de São Paulo,
fez uma matéria excelente, e que foi publicada na Ilustrada,
no domingo. Diz mais ou menos isso:
Público acha "normal" pagar R$ 300 em show
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL
Pagar R$ 300 para assistir ao show do Moby não causa nenhum
constrangimento social -ao menos para aqueles que foram ao hotel
Unique na última sexta. De salário mínimo em salário mínimo,
o que movia a noite era o sonho individual de ser especial,
ser uma pessoa muito importante. VIP, enfim.
"O Brasil é assim mesmo. A gente não tem culpa que muitas famílias
vivam com R$ 300 por mês", diz Fernanda Harger, 22, formada
em administração. "Sei que soa preconceituoso, mas...", pondera.
Ela optou pelo show no Unique em vez da apresentação no Espaço
das Américas (com ingressos mais "baratos", a R$ 140) porque
acredita que o preço "seleciona as pessoas". "Acho até bom que
seja meio caro; quando a balada é muito barata, eu desconfio.
Aqui a gente só vê pessoas mais bonitas e educadas."
"Sei que R$ 300 não é pouca coisa, mas dinheiro não é problema
para mim", diz o empresário de eventos Márcio Ávila, 24. "Tudo
depende da base da comparação. Ao menos uma vez por semana,
gasto isso numa balada." Para ele, o show era uma boa ocasião
para paquerar moças, já que não fazia idéia de quem era Moby....
Leia
a integra da matéria
Paralelamente, tem gente que acha bobagem minha encanação com
o preço de uma revista como a Bizz. Bem, quem pode pagar,
pouco se importa com quem não pode. A questão, no entanto, não
é quem não pode. É, sim, tornar a revista mais acessível para
todas as classes. Afinal, se a revista estiver vendendo 100
mil exemplares por mês (uma utopia, mas tudo bem), ela estará
segura na editora, e o amigo que acha R$ 9,90 um preço justo
não correrá o risco de ter sua revista predileta retirada da
banca por baixa vendagem após seis números. Por mim, R$ 5,90
ou 9,90: tanto faz, até compro. Só queria que mais gente
comprasse. E que a revista valesse cada centavo pago, e em comparação
com as portenhas Rolling Stone e a Los Inrockuptibles,
ela não vale, já que ambas são maiores, tem mais páginas, e,
nossa, são mais baratas. Vou continuar comprando a Uncut,
que é quatro vezes mais que elas, mas traz um CD e muita coisa
que a imprensa brasileira irá repercutir no mês seguinte. Inclusive
a Bizz. Volto a lembrar que virei leitor da revista,
e me apaixonei por cultura pop, lendo a Bizz quando tinha
15 anos. E duvido que moleques que gostem de música tenham grana
pra gastar com revista, mas se o preço for mais convidadito,
são esses moleques que a revista precisa "recrutar".
Ah, essa nova Bizz e feita para trintões estabelecidos,
né. Esquece o que eu disse. :)~
Nesta quarta, muito agito em São Paulo. Mundo Livre S/A faz
show para o projeto Trama
Universitário. Karine Alexandrino e Multiplex dividem a
noite no Camalehon a partir das 21h30. O Camalehon fica na Rua
Piauí, 103, uma travessa da Consolação,
atrás do Mackensie. E, pra fechar à noite, Dudu
Tsuda e Tie Bireaux apresentam o imperdível "Cabaret: La Baronaise
de quelque Chose" no Vegas. Vi um show reduzido deles semanas
atrás, beeeeem legal, mesmo. Rola depois da meia-noite.
Então, eu já falei que os Stones é fodaço, não falei.
Quer baixar? Aqui.
Disco do dia: Live At The Apollo - Deluxe Edition, James
Brown
19/09/2005 - 19h31
Faz tempo, muito tempo que eu não em arrepiava na primeira audição
de um disco. Achar o disco matador, fodaço e excelente na primeira
audição até têm acontecido, mas me arrepiar fazia muuuuito tempo.
Então, prepare-se para o lançamento do ano: You Could Have
It So Much Better ... With Franz Ferdinand. (Valeu, Danilo)
E essa então: Cachorro Grande, Nação Zumbi, Good Charlotte,
Suicidal Tendencies, Sonic Youth, Flaming Lips, Iggy and The
Stooges e Nine Inch Nails vão se apresentar no festival Claro
Que É Rock, todas no mesmo dia, em mais de 12 horas históricas
de rock. Dias 26 e 27 de novembro em SP e RJ. Este já é, desde
sempre, o melhor segundo semestre de shows internacionais em
todos os tempos.
Comprei duas edições da História do Rock da Bizz e a edição
de Melhores Capas de Todos os Tempos por... R$ 5 cada uma num
sebo. Preço justo, não?
Radiohead na Argentina? Será?
18/09/2005 - 13h13
Melhorei da melancolia. Estou com a garganta fodida de gripe.
Na boa, preferia a melancolia. Ao menos ela não me dava dor
de cabeça, não me impedia de beber nas baladas e eu podia comer
à vontade, sem prejudicar a garganta. Show do Jumbo Elektro
na noite passada bem bom. Tirando a fila enorme do Jive - que
abriu as portas taaaarde demais, tirando a iluminação que quase
cegava a gente na pista, o show foi bem bom. Um pouco enjoativo,
mas beeem bom. Segundo eles, o último show do álbum Freak
To Meet You. Aguardo com ansiedade um show novo. A banda
tem pique no palco, lembra o Primal Scream em alguns momentos,
é extremamente coesa e o senso de humor é excelente. Mas o show,
inteiro, enjoa um pouco. Mesmo assim, outro dos grandes shows
de 2005. Na agenda, quarta-feira tem Karine Alexandrino e Multiplex
no Camalehon.
E na sexta, Ludov, Relespública e Poléxia no Motorrad Bar, em
Curitiba, esquentando o clima para Weezer e Mercury Rev no sábado
e domingo. Saiba mais sobre o Festiva Tinidos no site
da revista.
Aliás, o site Tinidos traz uma ótima reportagem sobre a gravação
do MTV Apresenta da banda curitibana Relespública. Confere
lá.
"Algumas vezes sinto raiva de te querer tanto, e esse tanto
transformar meu coração num deserto de pedras e sal. Somos mal
interpretados a todo o momento - deve ser para isso que as palavras
existem, para dar margens ao desconhecido." Desertando:
a Pri atualizou sua coluna no Cracatoa. Aqui.
Àlbum do dia: Brendan Benson, The Alternative To Love.
Frioooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo
17/09/2005 - 16h55
Esqueci da promoção... risos. Então, o Pacote 1 fica
com o Raphael, que eu acho que é de São Paulo mesmo. No pacote,
Figure 8 do Ellioth Smith, Disco Volante do Cinerama
e um Very Best Of matador do Roy Orbison, além de exemplares
do fanzine Casa das Serpentes, da General e do
jornal Ocas. O Pacote 2 foi para o Fábio, de Limeira.
Segue um catálogo novo da distribuidora Tratore, o releasão
da peça A Vida É Cheia de Som e Fúria, a revista Entre
Livros, o fanzine Mosh e CDs de Beth Orton (Daybreaker),
Bjork (Selmasongs, com o dueto com Thom Yorke, I've
Seen It All) e Cat Power (Moon Pix). Pra fechar,
o pacote 3 fica nas mãos da Renata, de São Paulo. Vai os CDs
Mutations, do Beck, Human Conditions de Richard
Ashcroft e uma versão turbinada de Kill Uncle, segundo
álbum de inéditas do senhor Stephen Patrick Morrissey (descontando
a coletânea de singles Bona Drag). Além das 11 canções
do álbum (destaques para Sing Your Life, Our Frank
e Found Found Found), o CDR ainda traz lados b de singles
(Jouralists Who Lie), covers (Moonriver), e as
inéditas de um single raro dos Smiths, Sweet Tender a Hooligan:
I Keep Mine Hidden, Work Is A Four Letter Word
e What's World. No pacote da Renata ainda seguem um exemplar
da Pipoca Moderna (com textos meus sobre O Aviador
e Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças) e uma edição
antiga da Rock Press, com textos emocionados sobre os
shows de Neil Young e R.E.M. no Rock In Rio 3, além de matérias
sobre Marah e Polly Jean Harvey. Ufa. Acabou. Divirtam-se.
17/09/2005 - 15h01
Levanta a mão quem também não gosta de tomate seco: EU! Ops,
me empolguei. É que tem pizza amanhecida por aqui (maravilha),
e num dos pedaços (mussarela especial - é de mussarela de bufala)
vinha tomate seco. Nunca gostei de tomate seco. É doce!
Não é? Eu acho. Bem, nada que um pedaço de peperoni não resolva.
Muita gente preocupada com a minha melancolia. Agradeço a preoucupação,
mas não precisa. É sério. Eu faço os meus draminhas, mas, sobretudo,
a melancolia, a tristeza e as crises são necessárias para que
a gente cresça, se movimente, não fique parado, estagnado. A
não ser que gostemos de sofrer, o que não é o meu caso. Entendo
a necessidade da alma por tristeza, mas preciso seguir em frente
sorrindo. Hoje ainda estou um pouquinho muxoxo, mas a noite
foi bem especial. Então, nada de reclamações, ok. Mesmo assim,
obrigado pelas palavras de carinho. Meeesmo.
Lembre que hoje tem Wander Wildner com show acústico no Camalehon.
É só R$ 10, a cerveja é de garrafa, dá para se ver sentado na
mesa e o repertório é uma festa. O endereço está no primeiro
post deste mês, e na capa do site oficial do cara tem uma foto
minha clicada no show de semana passada. Confere aqui.
Minha balada deste sábado é Jumbo Elektro no Jive.
Shows do Jumbo são extremamente divertidos. Se contar que será
aniversário de uma amiga querida, e que vários amigos queridos
vão estar presentes, outra noite perfeita em vista!
Na quinta fui conhecer mais uma casa bacana paulistana: o novo
Rose Bombom. A noite era de lançamento de Stand By The D.A.N.C.E.,
novo álbum do Forgotten Boys, que está saindo badalado pela
gravadora ST2. Festinha bacana, viu. O local tem meio pinta
de ponto de playboy, o set de aquecimento da DJ é algo que não
dá para se resumir em palavras (ela tocou MC Hammer, meu deus),
mas bons papos e um show excelente redimiram a noite. Sempre
me referi ao Forgotten Boys como uma banda matadora ao vivo,
mas que eu nunca teria o CD. Talvez tenha que rever esse conceito.
O show foi matador. Principalmente após a metade, quando a banda
aumentou o volume das guitarras e fez do local um verdadeiro
inferno rocker. O som da casa ajudou. Fazia muito tempo que
eu não ouvia um som tão cristalino, a ponto de eu conseguir
distinguir o som de uma guitarra da outra. Presta atenção neles.
Eu já disse várias vezes, mas repito: adorei o novo dos Stones.
Muuuito. Isso, porém, não justifica a capa da nova Bizz
(mensal, que acaba de chegar às bancas) para eles. Primeiro
porque é desperdício de pauta, já que Jagger e Richards vão
estar no Rio em alguns meses, e daria para fazer uma tremenda
cobertura, conseguir uma exclusiva e o escambau. Segundo porque
estampar os Stones na capa a essa altura do campeonato é sinal
de conformismo, de aposta no óbvio, de falta de culhão e de
opção pelo "classic rock". Los Hermanos valiam uma capa. Uma
grande matéria. Maria Rita também. Ambos com discos novos. Até
a Pitty valia uma capa. Assumir que a publicação está sendo
direcionada para pessoas de 25 a 40 anos é perder o caráter
revolucionário que a revista tinha em seu nascimento. Porque
muito do que sou hoje foi influenciado pela Bizz, que
eu lia quando tinha 15 anos. A Bizz revolucionou a minha
vida. E acho difícil ela revolucionar a de alguém com 25 anos,
que já está estabelecido, já tem idéias formadas e conhece sobre
tudo um pouco. Negar esse fator revolucionário é um erro, sem
contar o preço. Repito: a Rolling Stone portenha custa
5,90 Pesos. A Los Inrockuptibles custa 6 pesos. As duas
são maiores (em páginas mesmo) que a Bizz, e o peso está
um por um com o Real. Então, Bizz a 9,90 é caro. A revista
começa com o pé esquerdo, mas a turma que está no comando é
nota dez. Eles tem tudo para mudar o jogo. Espero isso. E torço
por eles. Mas eles precisam acertar o foco.
Mais: Finalmente assisti Edukators, muuuuuito bom. O
Drex analisou bem, aqui.
E chorei baldes revendo O Filho da Noiva. Sons And Daughters
com The Repulsion Box, que acaba de ganhar edição nacional
da Trama, assumiu o posto de CD mais tocado por aqui. Um pouquinho
mais de melodia vocal e o single matador Medicine seria
uma das músicas do ano. Destaque também para Red Receiver,
que prova por a + b como fazer uma canção pesada com violão.
No momento, Debbie Harry preenche o espaço da minha nova sala
(passei a sexta inteira arrumando tudo, e ficou bacana) cantando
Just Go Away. Hora de atualizar o site.
14/09/2005 - 17h35
So Like Candy, canta Elvis Costello na sala quase escura.
É de uma fita cassete antiga, que resolvi ouvir após dar uma
mexida no passado, e tentar organizar a bagunça de um lado do
meu quarto. A melancolia que já estava me abraçando desde a
madrugada, decidiu me dar colo. E no meio de tantas palavras,
imagens e papéis jogados fora, achei uns badulaques legais para
brincarmos de sorteio. ;_)
É simples, e é o seguinte. São três pacotes, com variedades
de papéis, e alguns CDRs. Eu curto demais copiar CDs, mas assim
que dá, pego o original. Desta forma, sempre separo os CDRs
para amigos. E como já tinha um punhado espalhados por aqui,
decidi separar três para cada pacote. O Pacote 1 tem,
entre tantas coisas, um exemplar da General (com o Cobain na
capa), o excelente fanzine Casa das Serpentes, e Ellioth Smith,
Cinerama e Roy Orbison. O Pacote 2 a bacana revista Entre
Livros, o ótimo fanzine Mosh, e Björk, Beth Orton e Cat Power.
Já o Pacote 3 traz exemplares da Pipoca Moderna e da
Rock Press (ambas com textos deste que vos escreve), Richard
Ashcroft, Beck e Morrissey. Escolha apenas um dos pacotes e
escreva para o maccosta@hotmail.com dizendo o que te interessou
e pq. Aguardo.
Continuo gostando bastante do Stones novo.
13/09/2005 - 23h55
Tô gostando bastante do novo dos Stones...
12/09/2005 - 23h57
Ando meio sem vontade de falar... e escrever... e digitar. Na
verdade, acho que estou um pouco cansado de tudo. E com medo.
Aqui eu rio, ok. Na verdade, isso tudo acontece quando estou
sozinho. Ou quase sempre. Como agora, em que abri mão do barulho
de canções pela sedução do silêncio. Mas o silêncio
me assusta. Talvez seja por isso que eu fale tanto. Não sei.
É só o que posso dizer.
Sábado foi dia de apresentação de Wander Wildner no bar Camalehon,
uma rua antes da rua da minha casa. Por mais perto que pareça,
eu já havia perdido em maio essa mesma temporada que ele está
realizando todos os sábados de setembro. Só ele, voz e violão,
e suas canções. Eu cheguei a comentar desse show em uma coluna,
já que pode ser adquirido no local um CD com uma das tais apresentações
de maio. Porém, é inevitável dizer que a força do show ao vivo
é maior. A sedução do palco. E a bebida. E a dezena de amigos.
Tudo na noite de sábado soou perfeito. Das covers malucas de
A Hard Day's Night (vertida como Trabalho Duro
e abrindo com o verso: "Eu trabalhei o dia inteiro e tô cansado
pra caralho") e Out Of Time (Baby, Você Já Era),
passando por Skank (a matadora Canção Noturna da frase:
"Minha camisa estampada com o rosto de Elvis/ A minha guitarra
é a minha razão"), Ramones em inglês (Here Today Gone Tomorrow)
e português (Eu Acredito em Milagres), Iggy Pop (a já
conhecida cover de Candy), clássicos Replicantes (Surfista
Calhorda, Hippie Punk Rajneesh), hits solo (Eu
Não Consigo Ser Alegre o Tempo Inteiro, Lugar do Caralho,
Eu Tenho Uma Camiseta Escrito Eu Te Amo, Rodando El
Mundo, Ritmo da Vida, Adeus As Ilusões, esta
última de Jimi Joe) até as versões matadoras de Um Bom Motivo
(dos paranaenses do Stuart, que finaliza com: "Não tenho dinheiro
no bolso, eu não tenho nada / Apenas um lenço molhado e a minha
guitarra") e a já conhecida e divertida versão de Dormi na
Praça (da dupla Bruno & Marrone). Som bom, cerveja barata
e ótimas companhias. Um dos cinco melhores shows que vi no ano.
Recomendadíssimo. As infos estão todas no fim desta página.
No mais, Wander Wildner colocou o já clássico álbum Paraquedas
de Coração inteiro para download em seu site oficial. Está
tudo aqui, é só baixar.
No mais, revi dois excelentes filmes: O Gosto dos Outros
havia sido indicado por uma amiga, tempos atrás. Amei quando
vi, tanto quanto adorei desta vez. Indicado ao Oscar de Filme
Estrangeiro em 2000, O Gosto dos Outros exibe o peculiar
humor francês pela ótica da jovem diretora Agnès Jaoui, e de
seu marido, o ator e roteirista Jean-Pierre Bacri. No cinema
de Jaoui, o umbiguismo ataca a inocência, e a leveza do roteiro
brinca com os relacionamentos humanos. A dupla ainda aprofundou
o tema em seu segundo filme, Questão de Imagem (resenha
do Drex aqui no S&Y). Sobre o outro filme, me sinto incapaz
de traduzir a sua beleza em palavras. Em Fale com Ela,
Pedro Almòdovar faz poesia com diálogos e imagens. Lirismo.
Ahhh, também estou assistindo (quase no final) o documentário
picareta - e bastante interessante - Bob Dylan World Tours
1966-1974, de Joel Gilbert. O mote do documentário são as
fotos do fotógrafo Barry Feinstein, único fotógrafo que acompanhou
a turnê de Dylan em 1966 (a turnê maldita, em que Dylan se apresentou
alternando sets acústicos e elétricos, foi chamado de Judas
na Inglaterra, e teve que abandonar a turnê por um suposto
acidente de moto) e sua volta aos palcos em 1974. Uma visita
a Woodstock, papos com o fotógrafo, com o cineasta D.A. Pennebaker
(que filmou o documentário Don't Look Back), e com o
jornalista Al Aronowitz, que, mesmo velhinho, não se incomodou
de contar pela milionésima duzentésima vez do encontro de Dylan
com os Beatles, onde Ringo ficou desperdiçando marijuana ao
passar muito tempo segurando o baseado da turma como se estivesse
fumando um cigarro. "E era difícil arranjar maconha naquela
época", garante o jornalista, morto em 2005. Na verdade, esses
documentários trash trazem bastante material interessante. Vale.
Vou dormir. E não esqueci do Rubem Fonseca não.
09/09/2005 - 03h12
Uma frase recorrente: A velocidade do tempo moderno me atropela.
Vou tentar ser rápido para colocar as idéias em ordem...
Um rapaz e duas garotas sentados em um dos dois botecos bacanas
da Rua Augusta (a saber: o Charm, onde a cerveja é mais barata.
O outro é o BH, onde o PF é ótimo. Ainda tem o Escócia, mas
esse eu nunca sei quando e que horas abre). Voltando à mesa
do bar: os três conversam, conversam e conversam, quando de
repente chega um senhor, pedinte (algo bastante comum em São
Paulo - e bota comum nisso. E sim, é bastante triste),
e interrompe a conversa com delicadeza:
- Boa noite. Desculpe atrapalhar a conversa de vocês, mas será
que algum de vocês não teria 50 centavos para me arrumar
para eu inteirar e comprar uma tequila?
Na mesma hora lembrei de uma das esquetes antológicas da TV
Pirata, em que Diogo Vilela faz um pedinte e Regina Casé
encarna uma grãfina:
- Moça, me dá um dinheirinho pra'eu comprar uma pinga?
- Que nada, você vai encher essa sua cara de pão!
- Não, moça, eu vou beber pinga mesmo!
- Pensa que vai me enganar? Eu tô sentindo o seu bafo de pão!
É claro que nós não fizemos isso. Rimos do pedido inusitado
e estiloso, e eu pesquei a única moeda que tinha na carteira.
O cara poderia beber várias pingas com o preço de uma dose de
tequila. Acho que até uma cerveja, mas o que ele queria mesmo
era uma tequila. Com o frio absurdo que estava na cidade aquela
hora, nada mais justo.
PAUSA
Na companhia de dois terços da Bscene
(a saber, Kate e Babi), fui apresentado ao clube Vegas, também
na Augusta, também estiloso: enormes sofás vermelhos, uma decoração
belíssima, som manero (jazz, psicodelia) e bebidas caras. A
noite era a Wet Martini, que se reveza às quartas-feiras com
a SuperJazz for Freaks. Na Wet Martini, a estrela da noite é
o projeto Cabaret La Baronaise de Quelque Chose. Comandado por
Dudu Tsuda, da Reco-Head
e do Jumbo Elektro, em "belíssima companhia da cantora Tie Bireaux",
como diz o release justíssimo, o projeto relê - com inspiração
em música francesa e teatro - músicas de Lou Reed, Jane Birkin,
Saltimbancos, Celly Campelo, Iggy Pop, entre outros. É extremamente
divertido, principalmente em canções "infantis" como a irresistível
Tem Gato na Tuba. No final da noite, mesmo estando sentado
nos confortáveis sofás vermelhos, e não tendo bebido nada, encarei
ao lado das meninas uns "passos de can-can"... (risos).
Já tratei de pedir informações de quando irá rolar o próximo
cabaret e recomendarei por aqui, ok. Vale muito!!! ;_)
OUTRA PAUSA
Três CDs disputam a atenção no momento.
O primeiro deles é a edição remasterizada e fodaça do clássico
The Stooges. O CD 1 traz o álbum matador na integra.
O CD 2, porém, é uma diversão. Traz versões diferentes das faixas
do CD 1. Pouca coisa? Bem, pense que quatro dos dez bônus são
as versões da mixagem que o produtor John Cale fez à época para
o álbum. Enquanto o mix final (não assinado porprivilegiou a
tosqueira de garagem, no modo John Cale de ver o som dos Stooges,
o destaque mesmo era a voz de Iggy Pop. Em No Fun, Cale
afunda as guitarras na mixagem, joga o ximbau da bateria no
talo disputando atenção com o vocal cavernoso de Iggy Pop. Em
I Wanna Be Your Dog, o grande destaque acaba sendo o
tecladinho de uma nota só que ganha mais destaque com as guitarras
ao fundo. Continua tosco, mas é uma outra maneira de se (ver
e) ouvir o disco. A maneira John Cale. Entre os bônus, uma versão
de I Wanna Be Your Dog com vocal comportadinho, que chega
até a ser hilária. Nota dez.
Ouvi as cinco primeiras músicas da trilha sonora do filme Drawing
Restring 9, de Matthew Barney. A trilha é assinada pela
mulher do cara, a... Bjork. Há sempre um receio em ouvir algo
novo da islandesa, mas não vou negar que é sempre
interessante. O Medula, por exemplo, que muita gente
achincalhou (acho que até eu), começou a cair bem por esses
lados. É claro que tem coisas inaudíveis, mas tem algumas
canções belas por ali. A trilha do Drawing Restring 9
segue a mesma onda. Gratitude, a faixa que abre o CD,
é totalmente anti-convencional, e estupidamente bela. Não tem
nada a ver com música pop e traz a voz de Will Oldham comandando
a melodia de caixinha de bailarina melancólica. O grande
chamariz da canção é uma harpa. Belísima. Pearl
e Ambergris March, as duas próximas, são típicas canções
que só podem ser avalidas no mesmo nível de "viagem" de quem
compôs. Sem esse artíficio, a primeira parece uma colagem de
bobagens. E a segunda até funciona como uma instrumental bonitinha,
mas ordinária. A voz de Bjork dueta consigo mesma na quarta
faixa, Bath, minimalista ao modo de Medula, mas
que não convence. Veja bem: 4 faixas se passaram e o melhor
momento do álbum traz Bjork nas programações e na produção,
não na voz. A 5º faixa é Hunter Vessel, uma pequena
sinfonia instrumental de muito bom gosto. Ainda tenho 6 faixas
pela frente...
Por fim, apenas um CD ameaça o reinado de Siberia, o
novo do Echo & The Bunnymen, por estes lados. Satélites no
Bar (+2), novo EP dos cariocas do Supercordas, virou vício
aqui em casa. O lance dos caras é psicodelia 1967, o que os
aproxima bastante do Júpiter Maça de A Sétima Efeversência
(primeiro disco de Flávio Bassio, ex-Cascavelletes/TNT,
um clássico perdido dos últimos anos, que o próprio Júpiter
não conseguiu igualar nem acompanhar). Porém, se a praia é semelhante,
o Supercordas mostra muito estilo na levada bossa nóia de O
Céu Que Você Vê, na classuda Supercordas, na ótima
faixa de abertura, Da Órbita de Um Sugador, e na viajante
(perdão pelo termo batídissimo) Satélites do Bar (de
ótima letra). Três das faixas citadas podem ser baixadas no
site oficial da banda (http://www.supercordas.com),
que ainda traz outras canções do CD lançado pela Midsummer Madness.
Um disquinho pra entrar na lista de melhores do ano.
Putz, eu tinha mais coisas pra falar. Rubem Fonseca, por exemplo...
mas, sono. Assim que a Internet Banda Larga baixar aqui em casa,
as coisas vão mudar.
Prometo.
Ps. Só pra avisar: Tô no Curitiba Rock Festival e também no
Tim Festival no RJ...
06/09/2005 - 03h02
NOVIDADES
Música
Em Casa
Siberia, Echo & The Bunnymen
Satélites no Bar (+2), Supercordas
The Secret Migration - Limited Edition, Mercury Rev
The Alternative To Love, Brendan Benson
Ao Vivo no Camalehon, Wander Wildner
No Disc Man
Employment, Kaiser Chiefs
The Stooges - Remaster Edition, The Stooges
Acústico MTV, Engenheiros do Hawaii
King of America - Special Edition, Elvis Costello
In Time 1998/2003 - Rarities & B-Sides, R.E.M.
Música do Momento
Stormy Weather, Echo & The Bunnymen
All Because Of You Days, Echo & The Bunnymen
Grown Ups - Cassino Hotel Mix, Superphones
Why Not Smile - Alternative Version, R.E.M.
Creep/THe Blower's Daughter - Live At Glastonburry 2004,
Damien Rice
Filmes
Camille Claudeu (DVD) - Todo gênio foi canalha uma vez
na vida
Gilda (DVD) - Rita Hayworth sambando no carnaval em Buenos
Aires
A Mesma Noite, A Mesma Chuva (DVD) - Um O Filho da
Noiva mais fraquinho
Backbeat - Os Cinco Rapazes de Liverpool (DVD) - Tudo
culpa de uma alemãnzinha
Paixão e Sedução (DVD) - Filme cult e fofo direto da
Austrália
Livros
31 Canções, de Nick Hornby - Antológico
Pro final...
TIM FESTIVAL 2005 - RIO DE JANEIRO
SEXTA-FEIRA, 21/10
Tim Club, a partir das 20h - Preço R$ 120 - 800 pessoas
Bob Mintzer Big Band - Russell Malone & Benny Green - Wayne
Shorter Quartet
Tim Main Stage, a partir das 22h - Preço R$ 100 - 4 mil
pessoas
Mundo Livre S/A - Kings of Leon - The Strokes
Tim Lab, a partir das 23h - Preço R$ 70 - 2 mil pessoas
M. TAKARA 3 - Autechre - Vincent Gallo
Motomix, a partir da 1h (na madrugada de sábado) - Preço
R$ 50 - 4 mil pessoas
Arthur Baker - PERETZ - Nego Moçambique
SÁBADO, 22/10
Tim Club, a partir das 20h - Preço R$ 120 - 800 pessoas
SpokFrevo Orquestra - Enrico Rava - John Mc Laughlin: Remember
Shakti
Tim Main Stage, a partir das 22h - Preço R$ 100 - 4 mil
pessoas
De La Soul - M.I.A. - Dizzee Rascal
Tim Lab, a partir das 23h - Preço R$ 70 - 2 mil pessoas
Lado 2 Estéreo - The Arcade Fire - Wilco
Motomix, a partir da 1h (na madrugada de domingo) - Preço
R$ 50 - 4 mil pessoas
KL Jay - Cut Chemist - Diplo
DOMINGO, 23/10
Tim Club, a partir das 20h - Preço R$ 120 - 800 pessoas
The Conga Kings - Dona Ivone Lara - Dr. John
Tim Main Stage, a partir das 22h - Preço R$ 80 à
R$100
4 mil pessoas em pé / 1776 pessoas sentadas
Television - Elvis Costello
Tim Lab, a partir das 23h - Preço R$ 70 - 2 mil pessoas
Vanessa da Mata - Kings of Convenience - Morcheeba
Motomix, a partir da 1h (na madrugada de segunda) - Preço
R$ 50 - 4 mil pessoas
Frankie Knuckles - Body & Soul
Quando: de 21 a 23 de outubro
Local: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
04/09/2005 - 21h50
Cansaço. Não é físico, saca. É algo na alma. É algo que me visita
de vez em quando. O corpo está meio que em pedaços sim, mas
a dor é no âmago e eu não sei nada além de que dói. Dói.
Quanto tempo a gente consegue se manter "rebelde"? Quanto tempo
a gente consegue viver sem sentir que se vendeu? Quantos sonhos
verdadeiros se realizam? Tristeza pouca é bobagem? Quer saber
o mais interessante? Estou bebendo guaraná! Ao menos consigo
rir de mim mesmo. E, entre as coisas que acredito e que ainda
respeito, não se levar à sério é uma tremenda de uma virtude.
Não gosto de bandas brasileiras que cantam em inglês. Da grande
maioria. Poderia dizer que o inglês dos caras não é tão bom,
que acho um mico danado renegar a língua portuguesa para se
parecer ainda mais com o original gringo, e blá blá blá, mas
a verdade é que 90% das bandas brasileiras que ouço cantando
em inglês são beeem fraquinhas. E dos outros 10%, uns 5% é
só pose enquanto os 5% que restam formam o meu grupo
querido das exceções. O pessoal do Blemish, por
exemplo, tem lugar cativo no meu coração roqueiro.
Nunca vou esquecer do amigo Luciano Viana, no meio de uma festa
da London Burning, com o Blemish no palco lançando um
EP, dizendo que ganharia muito dinheiro com eles se eles estivessem
na Inglaterra. Sim, eles seriam os maiores. Canções
como King Kong e Silver Box Song mostram com guitarradas
isso. Depois de várias e idas e vindas, sabe-se lá o que o Daniel
e o Tito estão planejando, mas o Blemish faz falta. Assim como
faz falta a Wacko, outra banda que sacudiu os pubs paulistanos
no começo da década, e se desintegrou após uma tentativa em
Londres. Essas duas bandas sempre foram a ponta de lança do
"rock independente nacional cantado em inglês" aqui
em casa. Até gosto do Pullovers, ouvi bastante o Pin Ups e curtia
os shows do Thee Butchers Orchestra, mas poucas dessas bandas
ficavam, sabe, vasculhando cantos da minha mente. No entanto,
um booooom tempo atrás eu recebi um EP de uma banda gaúcha.
Não comentei deles na época porque acabaram escrevendo sobre
a banda para o S&Y, e eu fiquei ouvindo o CD, que vez em quando
voltava ao aparelho. Um novo páragrafo.
Nos últimos dois dias, uma canção tem ecoado bem por estes lados.
É a versão Cassino Hotel Mix da música Grown Ups,
que encerra o primeiro álbum do Superphones, a tal banda gaúcha
que eu estava falando lá em cima. Essa segunda versão
da música surge no álbum cantada por Mariana, que agora também
assumiu o baixo da banda, segundo o site oficial deles. Tem
relação com o livro homônimo do amigo André Takeda, e circulou
em MP3 em 2004 apresentada como um dueto da personagem central
(Mel X) do livro do Tax com o Superphones. Em uma palavra: linda.
Superphones, o disco, traz as duas melhores pérolas do
EP Special Play (a matadora 9th Floor e a ótima
Where Have You Been?) mais oito faixas novas e a versão
Cassino Hotel Mix de Grown Ups. Na boa, é um dos
melhores discos cantados em inglês que ouvi neste ano. O som
flutua entre Radiohead e Coldplay, sem ser muito denso quanto
o primeiro nem tão meloso quanto o segundo. São garotos (e uma
garota) tocando a música que gostam do que jeito que gostam.
Lançado por eles mesmos, o disco pode ser adquirido no site
da banda, mas a dica é, antes, dar uma passada na seção
de MP3, baixar e se apaixonar. No momento, a banda oferece para
download as faixas Down The Drain, Just Watching,
Where Have You Been?, 9th Floor, Lonely Dance, Dust, e,
claro, Grown Ups (Cassino Hotel Mix). Tudo
aqui.
A propósito, se até hoje você ainda não ouviu nada do Blemish,
as duas canções que eu falei lá em cima, mais três outras faixas
podem ser baixadas aqui.
Para fechar este post desinspirado, passou pela telinha da TV
Camille Claudel, do cineasta Bruno Nuytten. A história
da aprendiz do escultor Auguste Rodin ganhou ares épicos com
a bela Isabelle Adjani exibindo exageros pra lá e pra cá. Rodin
foi encarnado (muito bem) por Gérard Depardieu. Tá, a história
é bastante interessante, a reconstituição é excelente, mas fiquei
com os dois pés atrás, o que geralmente acontece quando vejo
algo sobre uma área que pouco conheço. Na verdade, biografias
são tão interessantes quanto são um atentado ao mundo
real. É preciso sempre ter em mente que a realidade é a junção
de várias verdades, já que não existe uma verdade única. Se
dez pessoas virem uma cena determinada, teremos dez versões
para aquela cena. Teremos dez verdades. Da junção destas dez
verdades teremos uma verdade, que não pode (ao menos não deveria)
entrar para a história como a verdade suprema. Mas o que seriam
dos historiadores se tudo não tivesse sido feito como foi? Bem,
é uma mini-teoria da conspiração, mas saiba que tudo que te
contaram sobre o mundo não é verdadeiro no sentido real da palavra.
Só isso. E´só por isso que eu não consigo conceber uma Camille
Claudeu como a exibida no filme. Provavelmente ela poderia ser
mais louca, e não tão linda como a Adjani, mas soa tudo tão
fake no filme. Parece Frida, que é até bonito, mas...
bom, deixa pra lá. As idéias estão meio confusas por aqui. Cansaço.
Comi metade de uma pizza de peperoni de ontem que estava marcando
bobeira, tomei mais guaraná do que devia e acho que se levarmos
tudo ao pé da letra como as coisas talvez devessem ser levadas,
não estaríamos vivos para contar a história. Porém, o
que fica de toda essa baboseira é: atenção! Nunca esqueça que
a verdade pode até ser manipulada (e é constantemente),
mas não tem dono. A minha opinião é a minha opinião e é assim
que ela deve ser encarada. Eu posso ter achado a música do Superphones
linda, e quando digo que ela é linda, essa é minha verdade.
Você pode até concordar, mas não deve aceitar sem passar a minha
verdade por sua prova pessoal. Parafraseando o título de um
álbum do Manic Street Preachers: This is My Truth, Tell Me
Yours.
Amanhã eu volto ao normal... (risos)
03/09/2005 - 15h23
Barulho. Queens On The Stone Age no som. Novamente, nenhum sinal
de ressaca. Acho que a minha resistência à cerveja chegou em
um nível bacana. ;_)
O Mesmo Amor, a Mesma Chuva, quarto filme do diretor
Juan José Campanella e primeira colaboração com
o ator Ricardo Darín (a segunda aconteceu com o belo O Filho
da Noiva), passou arrasando por aqui. Datado de 1999, o
filme acaba de ganhar edição nacional em DVD, após ter feito
uma carreira modesta nos cinemas brasileiros em 2003. O Mesmo
Amor, a Mesma Chuva conta duas décadas de encontros e desencontros
na história de amor de um casal, um escritor de relativo sucesso
(Jorge/Darín) e uma garçonete (Laura/Soledad Villamil).
O pano de fundo é a Argentina dos anos de ditadura no fim dos
anos 80 até a Argentina democrata de Menem. Ao tentar resumir
duas décadas em duas horas, Juan José Campanella perde um pouco
do ritmo e deixa a história um pouco frouxa, mas ganha destaque
em bons diálogos, algumas frases matadoras, e passagens emocionates
entre o esperançoso e o amargurado. No fundo, a persona do escritor
Jorge é uma aula de grandes erros e pequenos acertos, que assusta
bastante enquanto emociona o espectador. É fácil se ver na posição
de Jorge, e apostar, e quebrar a cara, e se envergonhar. Foda.
A rigor, como um todo, O Mesmo Amor, a Mesma Chuva não
é tão brilhante e tão forte quanto O Filho da Noiva,
mas tem passagens tão boas que valem muito mais que filmes inteiros
que andam ocupando os cinemas nestes dias desinspirados. Anote!
Venta muito em São Paulo, a selva de pedra. Logo mais, atualizações
no site. Prometo... que vou tentar. Tem copos na pia para serem
lavados. Preguiça.
Ele diz: O amor dá trabalho.
Ela diz: O amor é simples.
E Renato Russo canta:
Estou pensando em casamento
Ma'inda não posso me casar
Eu sou rapaz direito
Fui escolhido pela menina mais bonita
sorrisos
02/09/2005 - 13h34
Acabei de acordar... preguiça monstro... nenhum sinal
de ressaca...
Antes, porém, da balada de ontem, a ida até Taubaté no meio
da semana. Três coisas que adoro em Taubaté:
1) Andar pela rua e a cada dez passos cumprimentar alguém. Na
verdade, a maioria dos cumprimentados são conhecidos, mas há
uma grande parte que se cumprimenta apenas por educação mesmo.
Quando vim para São Paulo, cinco anos atrás, isso me assutou
um pouco. Aqui uma pessoa pode esbarrar com força ou mesmo derrubar
outra na calçada que mesmo assim nem olha para trás ao
menos para pedir desculpas. Há muita impessoalidade nas
ruas de SP. Já em Taubaté isso não acontece.
E olha que são mais de 200 mil pessoas. Conheço
bastante gente porque participei de vários núcleos
sociais por lá, indo do Batalhão de Aviação
do Exército (um ano que me apresentou umas duas mil pessoas),
passando por umas cinco escolas, uns dez bairros (eu já
falei sobre o "já morei em tanta casa que nem me
lembro mais", não?), trabalho na administração
do Shopping da cidade e, por fim, a faculdade, não só
com aluno, mas com auxiliar de biblioteca na faculdade de Direito,
que, por baixo, deve ter colocado uns 10 mil nomes de pessoas
na minha memória. Então não é estranho
ir parando a cada dez metros, cumprimentando um aqui, contando
sobre as novas ali, e tal. Adoro esse respeito das pessoas na
cidade.
2) Pipocas com Queijinho: uma das primeiras decepções
com São Paulo aconteceu quando descobri que as pipocas
da cidade não vinham com queijinho. É sério.
O queijinho nas pipocas de Taubaté são parte obrigatória.
Lembro uma vez, inclusive, que eu e mais três amigos bêbados,
numa balada, vimos um carrinho de pipoca dentro do local, e
atazanos o pipoqueiro para que ele fizesse - muito à
contragosto - um saquinho só de queijinhos para nós.
Não lembro quanto custou, mas conseguimos. Já
estranhei que em SP os carrinhos de pipoca têm pimenta.
Onde já se viu? Aquilo lambuza tudo (mão, saco
de papel). E poucos tem queijinho. Hoje em dia virou febre ter
bacon no meio das pipocas daqui, e um ou outro carrinho tem
queijinho, mas o queijinho é sempre duro ou passou do
ponto na hora de fritar. Uma lástima. Em Taubaté,
no entanto, isso é um acontecimento. Lembro de um pipoqueiro,
no centro da cidade, que tinha fila todos os dias à noite
em seu carrinho, independente de terem outros carrinhos pela
redondeza. Ir para Taubaté e não comer pipoca
com queijinho é não ter estado em Taubaté.
3) Os carrinhos de lanches: Outra enorme decepção com SP aconteceu
quando descobri que os lanches na cidade eram caros (tudo bem,
vai, o custo de vida é mais alto aqui) e os lanches eram terríveis
(pequenos, sem gosto, sem capricho). Tirando algumas lanchonetes
famosas ( o Burdog, que na verdade eu deixo de lado pelo Toninho
& Freitas, que é do lado, entre outros), não existe carrinhos
de lanche em SP, a não ser que seja de hot-dog. Em Taubaté não.
Carrinhos de lanche são febre e fazem sucesso tanto nos bairros
quanto no centro da cidade. No centro são famosos o do Chiquinho
e um que fica na rua da Faculdade de Odontologia. Deste último,
tem uma história que explica bem como funciona o lance. Final
de ano de faculdade, um primo de Vitória de um amigo da faculdade
chega à cidade, e entra no ritmo de porres e festas de fim de
ano da turma. Lá pelas tantas bate a larica. E vamos todos para
esse carrinho tal das "dentistas". Eu e outro amigo topamos
dividir um lanche. O cara não se intimidou: "Eu como sozinho".
E pediu a mesma coisa que nós: um X-Frango com catupiry no pão
francês. Conforme o rapaz ia fazendo o lanche, o cara garantia
que não comíamos nada, que a fome dele iria devorar o lanche
dele e o nosso e tal. Ao final, pediu para cortar no meio e,
depois de ter devorado a primeira metade, pediu para que o cara
do carrinho embrulasse a segunda pra viagem. "O lanche é grande
mesmo e é muito bom", dizia. A tal outra metade do lanche foi
achada uma semana depois na casa de uma amiga que tinha "república"
em Taubaté. As meninas quiseram matar ele pelo cheiro que ficou
na casa. ;_) E é mais ou menos isso. Eu, na terça-feira, pedi
um x-bacon com catupiry no pão francês. Saiu por R$ 5 e eu tive
que levar a outra metade para o meu cunhado, já que, apesar
do lanche estar maravilhoso, só consegui comer metade, mesmo.
Apesar destes três itens, e de algumas das pessoas mais importantes
da minha vida continuarem vivendo em Taubaté, cheguei a conclusão
que a cidade me sufoca. Claro que boa parte disso deva ter sido
influênciado pelo calor senegalesco que baixou na cidade nessa
semana, deixando a atmosfera árida. Consegui encontrar alguns
amigos, namorei mãe, irmã e sobrinha, não consegui ver outros
que eu pretendia ver, e caminhei bastante por aquelas ruas,
quase todas com pequenas histórias da minha vida. A certeza
que ficou é que eu realmente precisava voltar para São Paulo,
a cidade em que eu nasci e que eu amo desesperadamente, ajeitar
o que eu tinha que ajeitar nesta semana (agora a casa ainda
não tem fogão, mas já tem cortinas e a nova disposição dos móveis
na sala ficou extremamente perfeita), e me preparar para voltar
ao trabalho. Afinal, ainda penso em casamento, em dois filhos
e cachorro. Eu avisei em algum momento que era um bastardo romântico,
não?
Quanto a balada de ontem no Milo deixa pra lá. Quem estava na
frente do palquinho armado para o show do Cidadão Instigado
diz que o show foi excelente. De onde eu estava achei mediano,
já que não conseguia entender as letras. Mas o show foi maravilhoso
perto da discotecagem de baile funk que preencheu o ambiente.
Não fosse a presença de vááárias pessoas queridas, a noite teria
sido um lixo. Mas valeu. Muito.
O baladeiro punk brega Wander Wildner volta ao Camalehon, agora
aos sábados, para sua temporada acústica. Eu que perdi todos
os shows da temporada de maio, agora posso garantir que em algum
destes eu vou:
Wander Wildner + Rock no Porão + Convidados
Todo Sábado de Setembro
Sempre às 22hs
O baladeiro gaúcho Wander Wildner faz temporada de shows no
Café Camalehon e lança o videoclip da música "Hippie-Punk-Rajneesh",
que está concorrendo ao VMB, na categoria Clipe Independente.
Os shows vem com a participação especial de Astronauta Pingüim
e seus teclados psicodélicos e acontecem todos os Sábados de
Setembro, em São Paulo.
Depois, festa só com rock pra dançar no porão, comidinhas deliciosas,
cerveja gelada e copinho americano. Além dos drinks personalizados
Wander Wildner e Akira.
Para votar no clipe de "Hippie-Punk-Rajneesh", entre em www.MTV.com.br.
Bem, tô na área. Se derrubar, é penalti.
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