CALMANTES COM CHAMPAGNE Imitação Tosca de Um Blog -
Página Principal Marcelo Costa
28/02/2007 - 16h53
O selo Midsummer Madness lançou um EP virtual com 4 remixes
de músicas da banda Luisa Mandou um Beijo. Dois foram feitos
por brasileiros e dois por alemães. Para baixar gratuitamente
o EP, basta entrar na página da banda no site do selo: http://mmrecords.com.br/200702/luisa-mandou-um-beijo/
*******
O combo gaúcho mostra música nova no My Space, além de liberar
três faixas para download. Ouça a acelerada, esporrenta e
inédita "1.000.000 versão demo" no http://www.myspace.com/walverdes
*******
Olavo Rocha, vocalista da banda paulistana Gianoukas Papoulas,
informa que seu projeto paralelo Lestics (que ainda conta
com Umberto Serpieri, guitarrista e tecladista dos Gianoukas)
está com material novo, que pode ser baixado gratuitamente
no site da banda: http://www.lestics.com.br/
26/02/2007 - 16h21
Eu já tinha dito aqui (acho), mas vale relembrar: uma cerimônia
de Oscar que premia um filme de Martin Scorsese que está na
sexta/sétima posição em sua própria cinematografia, sinaliza
com perfeição o quanto 2006 foi um ano fraco para o cinema.
Não que Scorsese não merecesse. Merecia, faz tempo. O Oscar
de Melhor Diretor deste ano era dele, e se algum outro fosse
escolhido seria caso de internação dos membros da Academia.
E também não é que "Os Infiltrados" seja um filme ruim. Pelo
contrário: é um filmaço. Um dos melhores filmes do ano. Mas
está lá atrás na fila de melhores filmes de Scorsese, encabeçada
por "Taxi Driver", "Touro Indomável" e "Bons Companheiros".
Ou seja, Scorsese fez seu típico grande filme (já havia acontecido
isso nos anos anteriores com "O Aviador", "Gangues de Nova
York", "Cassino" e "A Época da Inocência"), e nesse ano foi
beneficiado pela maré baixa de grandes filmes. Mais do que
ninguém, Scorsese merece aquela estatueta dourada. Mas que
2006 foi um ano fraquinho, foi.
A vitória de "Os Infiltrados" foi merecida. Mas se "Babel",
"A Rainha" ou "Cartas de Iwo Jima" tivessem sido premiados
como Melhor Filme, também seria merecido, tamanho o nível
de qualidade de todos. Só o fofo "Pequena Miss Sunshine" que
não merecia. Na verdade, ele não só merecia como fez a rapa
no Independent Spirit Awards (dividindo a atenção com o ótimo
"Obrigado Por Fumar", quatro estatuetas pra cada). Bom demais
pra Miss Sunshine. Oscar seria um exagero (a indicação já
me pareceu um exagero).
Das demais categorias, por um fragmento de minutos achei que
Peter O'Toole levaria como Melhor Ator. Mas Forest Whitaker
levou por "O Último Rei da Escócia", e fez o discurso mais
emocionante da noite. Helen Mirren foi uma das atrações da
noite, tamanha barbada que era sua premiação (e o encanto
que sua atuação causou em todos). Ela serviu de inspiração
para um número musical com Will Ferrel e Jack Black que terminava
dizendo que eles queriam levar a atriz britânica pra casa.
E ao final, o produtor de "Os Infiltrados", em seu agradecimento,
brincou que estava emocionado por "pisar no mesmo palco por
qual tinha passado a rainha da Inglaterra". Helen Mirren merece.
Só não precisa ser tão devota à rainha em seu discurso.
Não sei de vocês, mas assim como a Lili (minha amada), não
acho que Jennifer Hudson seja capaz de uma grande atuação.
A moça levou o Oscar de Atriz Coadjuvante por seu papel em
"Dreamgirls", e não me convenceu na premiação. Talvez no cinema,
mas estou com tão pouca vontade de ver esse filme. No lado
masculino coadjuvante, Alan Arkin merecia por "Pequena Miss
Sunshine". E quanto a roteiros, não concordo com os dois vencedores,
mas eles não fazem feio não. Só acho que "Babel" merecia um
destino melhor. E que "Pecados Íntimos" merecia estar ali
entre os cinco. E, antes que eu me esqueça: vá ver "O Labirinto
do Fauno". Vale!
24/02/2007 - 14h23 Caiu
na Internet, ontem, "The Weirdness", primeiro disco em
sei lá quantos bilhões de anos do Stooges, com Iggy Pop e
tudo. Não lembro se comentei por aqui, mas o refrão do primeiro
single do álbum, "My Idea of Fun", virou lema aqui em casa.
*******
Gostei dos Chiefs na primeira audição de "Yours Truly, Angry
Mob", mas a velha desculpa: preciso ouvir melhor. Acho que
o "Employment" desceu bem mais fácil, e tinha mais hits, mas
estou gostando deste "Yours Truly, Angry Mob"...
*******
E a novela Coldplay, hein. Shows pequenos, imprensa fora e
o Chris Martin vem dizer, depois de tudo, que achou caro o
preço dos ingressos no País. Depois que digo que eles são
coxinha,
as pessoas reclamam. Se fossem malandros, a parada seria outra...
*******
E posso dizer que, finalmente, gostei de "Sam's Town"? Demorou
muito menos que o "Hot Fuss", embora o "Hot Fuss" seja muuuuuuuuuuuuito
mais bacana. "Sam's Town" é tão canastrão. É
canastrão até dizer chega. Mas é legal.
22/02/2007 - 16h25 Caiu
na web, nesta quinta-feira, "Yours Truly, Angry Mob",
novão do Kaiser Chiefs. "Ruby", o primeiro single, virou hit
chiclete aqui em casa, isso depois de eu não ter curtido a
música inicialmente. Tô começando a ouvir o disco... mas ainda
não tenho nenhuma impressão. Vazou,
também, "Everbody", do The Sea and The Cake.
O que não desceu bem por aqui na primeira audição foi "Ten
New Messages", novo do The Rakes. E eu gostei tanto, mas tanto
do primeiro disco. Nessa primeira audição, nenhuma música
saltou a frente, pedindo para ser ouvida novamente. Achei
o álbum pálido demais... mas preciso ouvir um pouco mais.
E o Black Rebel Motorcycle Club, hein? Duas faixas do álbum
"Baby 81" já
estão na web. As duas seguem a veia folk de "Howl", e
antecipam outro grande disco.
Do capítulo "são tantos CDs para ouvir", dois excelentes álbuns
de 2006 estão se revezando por aqui neste momento: "Let me
Introduce My Friends", do I'm From Barcelona; e "Beartrap
Island", do Division Day. O primeiro é melhor que o segundo,
e ambos não fariam feio na minha listinha Top Ten do ano passado...
Pra fechar, o DVD duplo "Heart of Gold", de Neil Young, é
o assunto da minha Revoluttion nesta semana... leia
aqui.
21/02/2007 - 12h16
Carnaval de filmes e filmes. Além de assistir a "Pecados Íntimos",
já resenhado aqui
no S&Y, encarei ainda o mediano "Vênus" (Peter O'Toole concorre
- merecidamente - ao Oscar de Melhor Ator, embora todos já
dêem como vencedor na categoria Forest Whitaker, por "O Último
Rei da Escócia", que não consegui ver), o ótimo (mas não perfeito)
"Cartas de Iwo Jima" e o hilário (mas eu esperava beeem mais)
"Borat".
Tendo visto os cinco candidatos principais ao Oscar, já consigo
arriscar palpites. O melhor filme deste (fraco) ano é "Pecados
Íntimos", que perdeu seu lugar entre os cinco filmes do Oscar
para "Pequeno Miss Sunshine", um bonitinho filme indie para
uma sessão da tarde qualquer, que corre o risco de levar o
Oscar principal. Motivo? O favorito "Babel" perdeu terreno
desde que foi lançado. Era um filme aguardadíssimo, credenciado
pelos dois geniais acertos anteriores de Alejandro Gonzalez
Iñarritu ("21 Gramas" e "Amores Brutos"), que sofreu com a
grande expectativa em torno de si.
E não é que "Babel" seja ruim. Ele só não é tão bom quanto
seus predecessores, e isso está agindo contra o filme, que
traz ótimos momentos, mas soa pálido e sem emoção em algumas
passagens em comporação com os filmes anteriores
do diretor mexicano. Com a queda de "Babel", os votos da Academia
devem se dividir entre os violentos "Cartas de Iwo Jima",
"Os Infiltrados" e "A Rainha". O primeiro é falado em japônes,
e apesar de bonito, exibe uma visão norte-americana sobre
a honra japonesa que age contra o produto final. E Clint ganhou
o Oscar por "Menina de Ouro". O segundo é violento demais
para o padrão da Academia, e vamos combinar: é um filmaço,
mas não é um "Táxi Driver" e nem um "Touro Indomável". Já
está bom demais ter praticamente garantido a estatueta de
Melhor Diretor para Scorsese.
Dos cinco indicados, o preferido do S&Y é "A Rainha",
muito mais do que um filme de atriz, como andam dizendo por
ai. A sensacional Helen Mirren (o Oscar dela é barbada) brilha
ao lado do genial roteiro, da ótima fotografia e da direção
segura de Stephen Frears. Mas é britânico demais para os Estados
Unidos. Com a ausência de "Pecados Íntimos", um longa que
cairia como uma luva na falta de grandes filmes que acomete
a premiação deste ano, o Oscar parece ser uma disputa de "Babel"
(caindo pelas tabelas) e "Pequena Miss Sunshine" (subindo
nas bolsas de apostas). Ainda acho que "Babel" leva, mas por
um triz.
Meus chutes:
Melhor Filme:
Ganha: "Babel"
Deveria Ganhar: "A Rainha"
Melhor Diretor:
Ganha e Merece Ganhar: Martin Scorsese ("Os Infiltrados")
Melhor Atriz
Ganha fácil merecidamente: Helen Mirren ("A Rainha")
Melhor Ator
Ainda não vi, mas frente aos concorrentes vai dar Forest Whitaker
mesmo
Melhor Ator Coadjuvante
Alan Arkin ("Pequena Miss Sunshine")
Melhor Atriz Coadjuvante
Adriana Barraza ("Babel")
Roteiro Original
Deve Ganhar: "Babel"
Deveria Ganhar: "A Rainha"
Roteiro Adaptado
Deve Ganhar: "Borat: o Segundo Melhor Repórter do Glorioso
País Casaquistão Viaja à América"
Deveria Ganhar: "Pecados Íntimos"
16/02/2007 - 21h11
Bom, que tal entrar em ritmo de carnaval? Faz o seguinte,
vá até o Musik Desire e baixe os "super-novos" álbuns do Modest
Mouse ("We Were Dead Before The Ship Even Sank", que só chega
às lojas 20 de março) e do Kings of Leon ("Because Of The
Times", 02 de abril). Se você ainda não pegou o Bloc Party,
aproveite e cate o "A Weekend in the City" em versão com dois
bonus tracks. E bom carnaval.
Você queria uma coisa mais calma? Hummm.... Então vá de "Colin
Meloy Sings Morrissey". Eu já linkei esse EP do líder dos
Decemberists aqui no blog, mas esbarrei com ele de novo hoje,
e "Everyday Is Like Sunday" é tãooooooooooooo linda:
Pra fechar, um show inteiro de Stephen Patrick Morrissey,
no fim do ano passado, na Alemanha. Tem "Panic", "Girlfriend
In a Coma", "William, It Was Really Nothing", "Everyday Is
Like Sunday" e até "Dear God, Please Help Me". Tudo aqui:
15/02/2007 - 16h01
Os piores (ou curiosos ou engraçados) momentos da gravação
do álbum "A Marcha dos Invisíveis", novo do Terminal Guadalupe,
foram registrados e acabam de ser editados pelo guitarrista
Allan Yokohama. É um documentário despretensioso sobre o que
houve de mais inusitado durante o processo de criação do disco,
da pré-produção, em Curitiba (PR), às sessões no estúdio Toca
do Bandido, no Rio de Janeiro (RJ), o mesmo de Maria Rita,
Wander Wildner e O Rappa, entre outros. Assista:
*******
O amigo Sérgio Martins, que escreve sobre música para a revista
Veja, e já passou por lugares bacanas como o saudoso Notícias
Populares e a revista Bizz, criou um blog para publicar tudo
o que sobra. Segundo o próprio, são "textos que não foram
publicadas, entrevistas que corriam o perigo de cair no esquecimento
e artigos que escrevi para outros lugares". Confira que vale
a pena:
Marcelo Costa (quem?) publicou sua nova coluna no iG, após
uma semana de folga. E pergunta: O futuro do Klaxons é igual
ao seu?
"Myths of the Near Future" é o mais próximo que uma banda
de rock chegou da música eletrônica. O mais próximo que o
punk já chegou do psicodélico. É o registro sonoro do mundo
tal qual o conhecemos acabando em forma de rave, com todos
dançando e dançando e dançando enquanto o sol derrete geleiras,
e os oceanos adentram as cidades costeiras em direção ao infinito.
Na verdade, o mundo precisa de muito mais coisas do que festa,
do que do Klaxons. Porém, o que eles oferecem é algo bastante
tentador: diversão para os últimos dias. Basta aumentar o
volume, apertar o play, e fechar os olhos. Mágica? Leia:
http://revoluttion.blig.ig.com.br
14/02/2007 - 13h56
Responsável por um dos álbuns bem cotados do ano passado (incluso
na lista Top 5 de Arthur Dapieve), Jorge Quase está liberando
seu "Simancol" na integra para download em seu próprio site.
Pegue aqui: http://www.jorgequase.com
Ontem, e só ontem, assisti a "Entre Quatro Paredes", filme
que concorreu a 5 Oscars, e foi dirigido por Todd Field, que
este ano concorre com 3 indicações, por seu "Pecados Íntimos".
A idéia era ver "Entre Quatro Paredes" como um aperitivo cinéfilo
para "Pecados Íntimos", porém, este segundo passa a ser visto
com olhos severos após "Entre Quatro Paredes", um filme previsível,
carregado de clichês, e sem nenhuma gota de emoção. Depois
que assistir a "Pecados Íntimos", volto a falar de Todd Field.
Neste momento, o diretor está devendo aqui em casa. Já "A
Rainha"...
12/02/2007 - 11h25
O que você está fazendo aqui? Saia já deste mundo cinza com
fundo branco e vá ao cinema, assistir "A Rainha". Estou apaixonado
por Elizabeth II.
*******
Não que eu não soubesse, mas no sábado pude realmente verificar
a diferença entre um filme comum e o grande cinema. Após ver
dois bons filmes em seqüência, pude conferir a fina linha
que separa um do outro. Primeiramente assisti ao canadense
"Crazy", que conta a história de Zachary Beaulieu, quarto
de cinco filhos (meninos) de um casal, e seu relacionamento
com os irmãos e os pais. A trama é interessante, e embora
o roteiro possua algumas falhas (e não desenvolva alguns personagens
secundários), a história de um jovem que se descobre homossexual
é muito bem resolvida. A trilha sonora é um dos pontos altos
da apresentação, e se a ambientação de cada época da vida
do personagem principal beira a caricatura, o saldo final
acaba sendo positivo, em um filme imperfeito, mas mesmo assim
bonito. Concorreu ao Oscar de Filme Estrangeiro em 2005, e
transpira independência, assim como o bom "Pequena Miss Sunshine".
Porém, ambos são bons filmes, e isso é tremendamente elogioso.
Bons filmes não são feitos a todo momento. Porém, A Grande
Arte é uma ave ainda mais rara.
"A Rainha", de Stephen Frears, é Grande Arte, Grande Cinema,
e todas as maiúsculas que você quiser acrescentar elogiosamente
ao filme. Em um primeiro olhar, o que salta aos olhos é a
atuação arrebatadora de Helen Mirren, que interpreta a Rainha
Elizabeth II de maneira tão perfeita, que poderia passar pela
rainha britânica em alguma necessidade. Helen já foi premiada
13 vezes nessa temporada por "A Rainha", incluindo o Bafta
(ontem) e o Globo de Ouro, e é favorita ao Oscar. Porém, por
mais que a atuação da atriz seja algo de fazer chorar apaixonados
por cinema, o que mais surpreende é descobrir que "A Rainha"
não é nenhuma adaptação de livro ou mesmo um diário de Elizabeth
II. O roteiro original é obra genial de Peter Morgan, que
já levou os prêmios de Veneza e também do Globo de Ouro. É
tão detalhista, e mordaz, em várias passagens que fica difícil
acreditar que foi escrito sem base em nenhum material oficial
(além, claro, de jornais - com certeza, a maior fonte do trabalho
de Morgan, e um dos coadjuvantes de "A Rainha"). Surge, neste
momento, como meu filme preferido da temporada, após a pequena
decepção com "Babel". É emocional, tocante e perfeito.
Tomei um porre violento no Inferno, no sábado, e fiquei feliz
por encontrar amigos (Fabbie, Drex, Marcela), e assistir a
um dos melhores shows do Autoramas que já presenciei. Vem
um grande disco por ai, anote.
09/02/2007 - 19h32
Passagem rápida, ok, pois estão me esperando no Arpége:
O grande Leandro voltou a atualizar o excelente Zoreiada Profi.
Se você passar por lá agora, irá encontrar o power pop do
The Broken West (baixei, mas não ouvi ainda). E tem também
o Grinderman, novo projeto/banda de um cara chamado Nick cave.
Conhece?
A Carla também voltou animada com seu As Músicas Que Ninguém
Nunca Escutou. Nesta semana, ela destaca a trilha sonora do
filme "Underground - Mentiras de Guerra". Nas palavras dela:
"Underground não é um filme. É uma daquelas experiências
sensoriais apenas comparáveis a um show do Kraftwerk, que
te envolve por todos os sentidos. (...) Nesta trilha, o GENIOSO
Goran Bregovic (...) nos oferta onze canções que vão do mais
profundo drama à alegria desmedida."
Eu ainda não vi, mas se Jonas Lopes recomenda enfaticamente,
eu confio muito: assista "Pecados Íntimos. Está
estreando neste fim de semana...
08/02/2007 - 18h05 Dose dupla de Lou Reed
A essa altura, você já deve estar sabendo do tal acetato do
Velvet Underground, certo? Bem, na dúvida, a história rápida:
uma versão preliminar em acetado (mais delicada que o vinil)
do que viria a ser o primeiro álbum do Velvet caiu na Internet
uns três meses atrás, e essa semana alguns grandes sites descobriram
o fato. Datado de 25 de abril de 1966 (o disco oficial seria
lançado no ano seguinte), a versão "The Velvet Underground
& Nico - The Norman Dolph Acetate" traz versões diferentes
das canções do popular disco da banana. Como foi ripado diretamente
do acetato (que não pode ser tocado muitas vezes, pois o risco
de danificação é enorme), e não passou por um estúdio, a versão
disponível na web traz os velhos chiados do vinil, mas merece
uma audição cuidadosa. Para baixar as canções do álbum é só
seguir o link abaixo, clicar sobre as músicas com o
botão direito e escolher "salvar destino como":
Agora, se você já sabia disso acima, espero que essa abaixo
seja uma novidade. Que tal entrar no quarto de Lou e Nico
e ouvir os dois papeando e passando canções "All Tomorrow's
Parties", "I'll Be Your Mirror" e "Femme Fatale", e pensar:
"É assim que as canções são feitas?" Mesmo esquema de cima:
botão direito e "salvar destino como"
07/02/2007 - 12h54
O outro lado da moeda (post que completa o dia 30/01)
Umas duas horas depois do previsto, o cara saí do trabalho
para almoçar. Entra num destes fast-foods, e pede um lanche.
Em um canto, três crianças chamam a atenção pelo barulho.
A maior deve ter uns oito anos. O menor, quatro. Visivelmente,
estão comemorando o fato de terem ganho sorvetes de alguma
alma caridosa. Eles fazem um pouco de barulho. Assim que o
rapaz pega seu prato, se desloca para o fim do restaurante,
buscando um lugar mais recluso, em que também estão um menino
e uma menina, com uniformes da rede de farmácias que ambos
trabalham. Após uns dois minutos, o trio de crianças encontra
as três pessoas neste canto reservado, e resolve as importunar.
Mesmo estando os três crianças com casquinhas de sorvete nas
mãos que nem chegaram a metade, a menina do grupo vira para
o casal da rede de farmácias e faz o pedido (notadamente mais
por vício que por vontade):
- Moço, me dá um pouco de comida?
Ele nega, educamente, e o que acontece desse momento em diante
é bastante interessante. A menina pedinte trava um duelo emocional
com o rapaz trabalhador. Ela sabe que o importuna, e usa isso
ao seu favor:
- Moço, eu vou embora, mas só se você me dar um pouco de comida.
Há uma condição explicita para que ela deixe de incomodar
o almoço do casal: ela só sai se ele der um pouco de comida.
O trabalhador, que aparenta uns 18 anos, diz que vai chamar
o gerente. O trio de crianças não se abala, e enquanto
os dois meninos tentam conter a impulsividade de menina, que
insiste em desafiar o trabalhador, a situação parece sugerir
um fim agressivo. A menina insiste, e certa que está colocando
os nervos do trabalhador em xeque, ela ri enquanto repete
o bordão:
- Me dá um pouco de comida, moço?
A força da ação psicológica da menina pedinte surpreende o
outro rapaz que observa a cena, na mesa ao lado. Ela sabe
que está dominando a situação, pede desculpas rindo, mas quer
sair dali com seu "pouco de comida". Mas o rapaz trabalhador
não cede, mesmo quando a pedinte de sete anos fica em pé,
se aproxima da mesa, e gestualmente ameaça colocar a mão no
prato e pegar ela mesma a comida, tudo isso entre risos contidos
dela e dos dois meninos que a acompanham. Ela não faz isso.
É um gesto maior, pois há um grande diferença entre pedir
e pegar sem autorização. Após longos três minutos, a menina
pedinte se levanta, derrotada (mas sorridente), sem o pouco
de comida que desejava, e vai em direção a porta, rindo, com
seus dois amigos (que parecem mesmo serem seus irmãos).
Os três, antes de sair, promovem uma gritaria no recinto.
O mais menino, que aparenta ter uns quatro anos, sai para
a rua, mas volta e, pela fresta da porta, grita onomatopéias
ininteligíveis. O gerente da loja deixa o balcão, e as três
crianças, já do lado de fora do estabelecimento, atravessam
a avenida Faria Lima correndo. Do outro lado da avenida, uma
mulher vestida com uma camisa azul, os espera. Ela retira
o sorvete da mão do menino menor, e experimenta – enquanto
ele reclama. Ela devolve e opta, então, pelo sorvete da menina.
As três crianças abraçadas a mãe somem debaixo do sol
das quatro da tarde. O casal de trabalhadores termina o almoço
e retorna a Farmácia. Mais um dia comum de trabalho está chegando
ao fim em São Paulo.
Corte para às 22h. Uma amiga chega aos prantos a casa do rapaz
que observava a cena acima. Dois homens, pedintes, tentaram
sem sucesso arrancar-lhe a bolsa em plena na avenida Consolação.
Ela não entregou. Pessoas que passavam ao lado não esboçaram
ajuda. Ela teve que se virar sozinha, se desvincilhar dos
dois homens, para ir ao destino antes planejado. Não houve
nenhum dano físico, mas a agressividade do gesto bastou para
abalar o emocional. Duas horas depois ela retorna para casa,
calma. Mais um dia na vida de São Paulo está chegando ao fim.
É lógico que os problemas são muitos, mas são eventos como
os dois narrados acima que fazem com que um cidadão não se
sinta seguro, mesmo quando um velhinho pede ajuda para recarregar
seu cartão VR Smart numa manhã ensolarada de terça-feira.
Tento, mas não consigo evitar uma ligação social entre a primeira
e a segunda história. Será que os meninos que pediam no fast-food
não irão, daqui alguns anos, querer tomar um pertence de alguém
á força, em alguma rua qualquer? Algo precisa ser feito para
que a velha anedota que diz que "a sociedade me deve a sua
carteira, truta", não vire regra. A sociedade deve, sim, mas
é preciso encontrar outras formas de cobrar isso. E eu não
sei por onde começar, mas acredito que não será dando comida
para as crianças no fast-food nem entregando sua carteira
na rua.
05/02/2007 - 22h28
"A Conquista da Honra", de Clint Eastwood, é um dos grandes
filmes de guerra que vi na minha vida (por três minutos, esqueça
que Coppola fez, um dia, "Apocalipse Now", se não a comparação
vira brincadeira). Apesar de ser um filme excelente, sua grande
sacada é ser metade de um grande todo, que será completo (nos
cinemas brasileiros), quando "Cartas de Iwo Jima", a outra
metade, chegar aos cinemas. Com os dois filmes, que usam livros
que versavam sobre a Batalha de Iwo Jima, investida norte-americana
para conquistar o controle da ilha em poder dos japoneses,
Clint abre o leque em 360 graus, permitindo ao espectador
ver os dois lados da história na guerra: Estados Unidos e
Japão. O que surge após essa pequena epopéia é um manifesto
contra a guerra que nunca ousou tanto, e foi tão brilhante,
em qualquer outra forma de arte. Ao final do primeiro filme,
que estreou no País na última sexta-feira, fica a certeza
do quão a guerra é absurda, num contexto global mesmo. Isolados,
os dois filmes de Clint soam bons, mas menores. Juntos, podem
vir a ser considerados uma obra-prima do cinema moderno. Como
disse um amigo, logo após saber da forma que Clint escolheu
para contar a história (dois filmes baseados em dois livros
famosos de ambos os lados sobre o mesmo momento crucial da
história da humanidade no século XX), "ele têm a minha torcida
no Oscar". A minha também.
02/02/2007 - 17h18
Abaixo, tracklist oficial de dois discos que devem dar muito
o que falar em março, quando ambos chegam às lojas. "A Marcha
Dos Invisiveis" é um pouco mais difícil (e melhor produzido)
que o álbum anterior do Terminal Guadalupe, "Vc Vai Perder
o Chão", mas traz diversas faixas que grudam. Depois de me
apaixonar pela versão demo de "De Turim a Acapulco", ter um
romance com "O Segundo Passo", e admirar "Pernambuco Chorou",
a faixa que clama por diversas audições diárias neste momento
é "El Pueblo No Se Va". Duas outras entram na fila para serem
as próximas: "Recorte Médio-Oriental" e "Praça de Alimentação".
Do novo álbum do Violins, "Tribunal Surdo", já passei o ouvido
em sete faixas. "Grupo de Extermínio de Aberrações" pulou
na frente, seguida por "Campeão Mundial de Bater Carteira",
que começa a ameaçar a se transformar em hit caseiro. "Delinquentes
Belos" e "Solitária" estão por ali.
"A Marcha Dos Invisiveis", Terminal Guadalupe 1. Terminal Guadalupe
2. Pernambuco Chorou
3. Atalho Clichê
4. Recorte Médio-Oriental
5. A Marcha dos Invisíveis
6. Cachorro Magro
7. El Pueblo No Se Va
8. O Segundo Passo
9. De Turim a Acapulco
10. Praça de Alimentação
"Tribunal Surdo", Violins 1. Delinquentes Belos
2. Anti-Herói (Parte 1)
3. Campeão Mundial de Bater Carteira
4. Grupo de Extermínio de Aberrações
5. Missão de Paz na África
6. Anti-Herói (Parte 2)
7. O Interrogatório
8. A Lei Seca
9. Solitária
10. O Piloto Russo na Aldeia Suskir
11. 22
12. Ford
13. Saltos Ornamentais Árabes para Treinamento de Atiradores
Americanos
14. O Manicômio
*******
Ganhei uma caixa de vinis de um amigo. Se fosse só o "Truth",
do Jeff Beck Group, eu já estaria sorrindo. Mas ainda tem
"With The Beatles" (novinho), "Who's Better Who's Best", um
João Gilberto, um Piazzolla, vários Pink Floyd e o "The Lamb
Lies Down on Broadway", clássico do Genesis sob coordenação
de Peter Gabriel. Sou só sorrisos.
As duas bandas já foram entrevistadas pelo S&Y (Diãnos
por mim, Go!
pelo Leo Vinhas), e estes dois álbuns trazem a mesma particularidade:
estão sendo lançados apenas na Internet. Na verdade, se você
quiser, o Los Diãnos está vendendo uma versão linda de seu
álbum, em vinil. Eles fazem uma "mistura sofisticada de jazz
e dixieland com punk e hardcore" (grifo meu mesmo). Já o o
Go! é "surf music autêntica: instrumental, ágil, dinâmica
e muito, mas muito legal" (grifo do Leo). O link acima está
direto para o rapidshare pois foi o Bjorn, da própria banda,
que passou.
01/02/2007 - 18h20
Coluna nova. Inclusive em destaque na capa do S&Y, pois deu
um trabalho danado deixar aquilo tudo arrumadinho para que
você, amigo (a) leitor (a), digirisse as minhas bobagens,
e ouvisse as músicas das bandas que são as minhas apostas
para 2007. Apostas não... bem. Está tudo aqui: http://revoluttion.blig.ig.com.br
*******
E além do livro do amigo Carlos Eduardo Lima, a Mojo Books
também já colocou para download o livro do grande mineiro
Rodrigo James, do Alto-Falante, que rabiscou linhas sobre
o álbum mais vendido de todos os tempos: "Thriller", de Michael
Jackson. Você pode baixar os livros gratuitamente no site
da Mojo: http://www.mojobooks.com.br