CALMANTES
COM CHAMPAGNE
Imitação Tosca de Um Blog -
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Marcelo Costa
31/05/2006 - 07h01
Pára tudo: acaba de cair na web o primeiro álbum solo de Thom
Yorke, o irmão branquelo de Dwight Yorke, atacante
de Trinidad & Tobago. :o) Enquanto o Radiohead prepara o sucessor
de Hail To The Thief, e acerta shows no Brasil, baixe
um dos álbuns mais aguardados do ano no Una Piel de Astracán.
Aqui.
******
E mais: você gosta de Killers, Strokes e Interpol, certo?
Então a banda que você ama, mas ainda não sabe, se chama Boy
Kill Boy. Civillian, o debute dos caras, saiu no Velho
Mundo no dia 22, e é viciante. Acho que é o
primeiro disco de uma nova banda que consigo ouvir inteirinho,
de uma tacada só, gostando de quase todas as músicas.
John Cornfield (Muse,Oasis, Supergrass) assina a produção.
Baixe.
******
Quem quiser passar para os amigos o link direto do Guia S&Y Copa 2006, segue:
http://www.screamyell.com.br/mais/copa2006_03.htm
*******
Hail To The Thief, do Radiohead, por Marcelo Costa
Planeta
Terra ... "2+2=5"
30/05/2006 - 06h27
Fastman Raiderman, novo álbum (duplo) de Frank Black,
já está na Web. O eterno gordinho do Pixies gravou 27 novas
canções, dividiu o repertório em dois discos, contou
novamente com a produção de Jon Tiven (B.B. King, Wilson Pickett)
e, principalmente, reuniu um timaço com gente que trabalhou
pra Motown, Stax, Muscle Shoals, Phil Spector's Wrecking Crew
e o resultado, ao menos nas primeiras faixas, é outro
sério concorrente ao posto de melhor disco de 2006.
Lançamento: 19/06
A minha listinha pessoal já bateu na casa dos 50 títulos.
E quer saber mais? Tem mais 50 discos para ouvir. E duas deserções:
The Last Romance, o maravilhoso disco do Arab Strap
que estava freqüentando meu Top Ten deste o começo do ano,
é de 2005. Ele foi lançado na América em fevereiro, mas saiu
na Europa no fim do ano, aparecendo em várias listas de melhores
do ano. E From the Cliffs, do Guillemots, não é nada
mais que um "grande EP". O nome do disco é Through The
Windowpane e será lançado no dia 10 de julho. Ainda não
caiu na Web...
Na minha parada pessoal, Snow Patrol (pós
análise S&Y) começa a cair, enquanto Neil Young (pós análise
para uma revista) sobe. Josh Rouse se fixa ali pelo sexto
lugar com seu lírico Subtítulo. Aliás, faça um favor
a você mesmo e baixe The Man Who Doesn't Know How To Smile,
dueto do cara com sua namorada espanhola, Paz Suay, no My
Space. Aqui.
E assista ao vídeo de Quiet Town, a linda e calma faixa
que abre Subtítulo, uma homenagem do compositor à cidade
de Altea, que o abrigou na Espanha (assista ao clipe no Youtube).
Let's Get Out of This Country, do Camera Obscura, começa
a crescer nas novas audições, assim como 3121, do Prince.
Meds, do Placebo, começa beeeem pacas, com três ótimas
músicas, depois despenca ladeira abaixo. O novo do Radio 4
também está bem bom. Não gostei do The Liars.
Top 50
01 - We Shall Overcome/The Seeger Sessions, Bruce Springsteen
24/04
02 - Living With War, Neil Young 08/05
03 - Riot City Blues, Primal Scream 05/06 (UK)
04 - Broken Boy Soldier, Raconteurs 16/05
05 - At War With The Mystics, Flaming Lips 04/04
06 - Subtitulo, Josh Rouse 21/03
07 - Eyes Open, Snow Patrol 09/05
08 - Powder Burns, Twilight Singers 16/05
09 - Puzzles Like You, Mojave 3 06/06
10 - Ringleader of The Tormentors, Morrissey 04/04
11 - Hundred Miles Off, The Walkmen 23/05
12 - Whatever People Say I Am, That's What I'm Not,
Arctic Monkeys 28/02
13 - Tired Of Hanging Around, The Zutons 17/04
14 - The Greatest, Cat Power 24/01
15 - You in Reverse, Build To Spill 11/04
16 - Monsieur Gainsbourg Revisited, Varios 04/04
17 - Pearl Jam, Pearl Jam 02/05
18 - Rather Ripped, Sonic Youth 13/06
19 - Let's Get Out of This Country, Camera Obscura
05/06
20 - 3121, Prince 21/03
21 - Meds, Placebo 13/06
22 - We Are The Pipettes, The Pipettes 17/06
23 - The Life Pursuit, Belle & Sebastian 07/02
24 - Waterloo to Anywhere, Dirty Pretty Things 11/05
(UK)
25 - Under the Covers Vol. 1, Matthew Sweet & Susanna
Hoffs 18/04
26 - Garden Ruin, Calexico 11/04
27 - Comfort of Strangers, Beth Orton 07/02
28 - Under a Billion Suns, Mudhoney 07/03
29 - Enemies Like This, Radio 4 16/05
30 - Born Again in the U.S.A., Loose Fur 21/03
31 - Death By Sexy, Eagles of Death Metal 11/04
32 - Inside in/Inside Out, The Kooks 21/02
33 - Keys to the World, Richard Ashcroft 21/02
34 - How We Operate, Gomez 02/05
35 - A Blessing And A Curse, Drive By Truckers 18/04
36 - Fictions, Jane Birkin 27/03
37 - Show Your Bones, Yeah Yeah Yeahs 28/03
38 - Love Travels at Illegal Speeds, Graham Coxon 14/03
39 - First Impressions Of Heart, Strokes 03/01
40 - Keep Breathing, The Durutti Column 07/03
41 - The Gun Album, Minus 5 07/02
42 - Back to the Web, Elf Power 25/04
43 - The Brave and the Bold, Tortoise & Bonnie Price
Billy 24/01
44 - You See Colours, The Delays 06/03 (UK)
45 - Just Like the Fambly Cat, Grandaddy 09/05
46 - The Stars Look Different From Down Here, Cosmic
Rough Riders 23/05
47 - Stadium, Arcadium, Red Hot Chilli Peppers 09/05
48 - Flat-Pack Philosophy, Buzzcooks 07/03
49 - In Colour, The Concretes 04/04
50 - Drum's Not Dead, The Liars 21/03
Mais 40 álbuns para ouvir:
Divine Comedy, Victory for the Comic Muse 18/06
Elefant, The Black Magic Show 18/04
Sufjan Stevens, The Avalanche 24/06
Tv On The Radio, Return To Cookie Mountain S/D
Stereolab, Fab Four Suture 07/03
The Vines , Vision Valley 04/04
Charlatans, Simpatico 02/05
AFX - Aphex Twin, Chosen Lords 18/04
The Futureheads, News & Tributes 13/06
The Secret Machines - Ten Silver Drops 25/04
Fiery Furnaces, Bitter Tea 18/04
Van Morrison, Pay The Devil 07/03
Thom Yorke, The Eraser - Julho
Mogwai - Mr. Beast 06/03
Beirut - Gulag Orkestar 09/05
I Love You But I've Chosen Darkness - Fear Is On Our Side
07/03
Matthew Herbert - Scale 07/03
Mystery Jets - Making Dens 07/03
Pretty Girls Make Graves - Élan Vital 11/04
The Stills - Without Feathers 09/05
The Streets - The Hardest Way To Make An Easy Living
25/04
The Television Personalities - My Dark Places 21/03
Nouvelle Vague - Bande a Part 27/06
Thursday - A City by the Light Divided 02/05
Danielson - Ships (Junho)
Adem - Love And Other Planets 04/05
Band Of Horses - Everything All The Time 21/03
Be Your Own Pet - Be Your Own Pet 13/03
Destroyer - Destroyers Rubies 21/02
Kelley Stoltz - Below The Branches 07/02
Metal Hearts - Socialize 21/02
Phoenix - It's Never Been Like That 23/05
Thievery Corporation - Versions 16/05
Thursday - A City By The Ligh Divided 02/05
Zero 7 - The Garden 06/06
Robert Pollard - From A Compound Eye 24/01
The Pinker Tones - The Million Colour Revolution 07/02
Frank Black - Fast Man / Raider Man 19/06
Najwa - Walkabout (2006)
DAT Politics - Wow Twist 18/04
Boy Kill Boy - Civilian 04/06
Matmos - The Rose Has Teeth in the Mouth of a Beast
09/05
Guillemots - Through The Windowpane 10/07
28/05/2006 - 10h45
"É melhor ser feliz do que estar certo"
A frase acima foi pinçada do filme O Guia dos Mochileiros
Das Galáxias, que vi na madrugada. Eu tinha a impressão
que fosse achar o filme uma tremenda de uma bobagem, mas sabe
que gostei mais do que imaginava, bem mais. E a frase acima,
uma corruptela mais estilosa de uma outra de Raul Seixas,
que diz "Pena eu não ser burro, não sofria tanto", bateu direitinho
no lado esquerdo do peito. E fez eco. Mas, pense comigo, há
muita razão nisso: "é melhor ser feliz do que estar certo".
*******
O momento certo é algo a ser muito bem analisado. Estava pensando
(ando pensando demais) neste fim de semana: Neil Young bateu
na 15ª posição da Billboard com seu novo
álbum, o sensacional Living With War. Já o Raconteurs
estreou esta semana em 7º, com Broken Boy Soldier.
O interessante é que os dois álbuns tiveram o mesmo número
de cópias vendidas: 61 mil. Ou seja: na semana que Neil Young
lançou seu disco, muitos outros discos vendáveis estavam chegando
às lojas. Na semana de estréia do Raconteurs não, tanto que
o Red Hot Chili Peppers repetiu a primeira posição. Tudo questão
de estudo de mercado, do momento certo.
Por exemplo, outro dos filmes que vi nesta madrugada foi Adorável
Júlia, da deslumbrante atuação de Annette Bening, que
levou o Globo de Ouro de Melhor Atriz Drama e só não saiu
do Oscar com a estatueta dourada pois encontrou no caminho
Hilary Swank, irrepreensível em Menina de Ouro. Isso
foi no Oscar 2004. Se fosse em 2005, de maneira alguma que
Reese Witherspoon teria chance de competir com Annette Bening.
Não que a atuação de Reese em Johnny & June seja questionável,
mas Annette Bening brilha tanto em Adorável Júlia,
e o filme todo é muito bom, que mesmo a atuação graciosa de
Reese não seria páreo no assunto Melhor Atriz. Mas Annette
Bening concorreu ao Oscar em 2004... o momento certo, a hora
certa...
*******
Preciso arrumar a casa, dar uma limpada geral, ver mais dois
filmes, escrever uns textinhos novos pra tal "nova" revista
que chega às bancas em junho, tentar tirar algumas manchas
do sofá laranja, jogar algumas coisas fora, e tentar colocar
em ordem a pilha de CDs de bandas novas, pra ouvir e comentar...
taaanta coisa.
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E tenho textos novos para o S&Y. A terceira coluna de Juliano
e Martin sobre a Copa do Mundo 2006 está sensacional... passei
a tarde de sexta-feira inteira rindo...
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Fiz um risoto ontem que queria que minha mãe tivesse provado...
demais de bom!
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Pra fechar, sabe Love Will Tears Us Apart? Então, o
blog My Old Kentucky reuniu uma dezena de versões para a clássica
música do Joy Division. Eu conhecia a versão do Cure e a do
Nouvelle Vague. O amigo Lúcio Ribeiro comentou que a versão
do José Gonzales é muito boa. De cara, baixei a do Paul "Foreeeeeeeeever"
Young, para ver o que o cara fez com a canção (nem vou comentar),
mas ainda tem Calexico, U2 com Arcade Fire, 10,000 Maniacs
e muito mais. Já comentei que adoro versões, né.
http://myoldkyhome.blogspot.com/2006/05/love-will-tear-us-apart.html
Tem também uma dezena de versões para God Only Nows
(Beachy Boys), Suspicious Minds (do rei Elvis), Where
Is My Mind (Pixies) e Hallelujah (Leonard Cohen)...
http://myoldkyhome.blogspot.com/2006/05/god-only-knows.html
http://myoldkyhome.blogspot.com/2006/05/suspicious-minds.html
http://myoldkyhome.blogspot.com/2006/05/hallelujah.html
http://myoldkyhome.blogspot.com/2006/05/where-is-my-mind.html
*******
Acabei de pegar três dos quatro CDs da "Coleção os 4 Elementos
da Música Paranaense", compilação do jornal Gazeta do
Povo, de Curitiba. Saiu já faz um bom tempo, mas é um excelente
panorama do Estado. Se alguém por ai achar o volume 1 da coleção,
o elemento água, me manda? É baratinho e tal. :o)
26/05/2006 - 07h52
Recebi essa mensagem do Marcelo Träsel, ex-COL, e achei interessante...
Ligue 0800-619619. Não digite nada. Espere para falar com
uma atendente. Diga que é para votar a favor do cancelamento
da taxa de telefone fixo, que custa R$ 37,02. A Lei é a nº
5476. O assunto não está sendo veiculado na TV ou rádio porque
as empresas não têm interesse neste tipo de divulgação. O
telefone é da Câmara dos Deputados. Mesmo se não for você
quem paga o telefone da sua casa, exerça seus direitos. As
ligações são aceitas de segunda à sexta-feira, das 08h às
20h.
As ligações são rápidas. É necessário informar apenas seu
nome completo, a cidade onde mora e o número do telefone fixo
de sua residência. Quando a lei entrar em vigor, quem estiver
cadastrado só pagará pelas ligações efetuadas. Este projeto
está tramitando na Comissão de Defesa do Consumidor na Câmara.
Quanto mais pessoas ligarem, mais fácil será para o projeto
ir à votação.
*******
O Red Hot Chili Peppers grudou no topo da Billboard. Pela
segunda semana consecutiva, Stadium Arcadium aparece
em primeiro lugar entre os mais vendidos nos EUA. Sabe o que
isso significa: 599 mil discos vendidos em 14 dias (442 mil
na estréia, 157 mil nesta semana). O Raconteurs estreou em
sétimo (!!!) com Broken Boys Soldiers (que vendeu 61
mil cópias em sete dias). Pearl Jam se mantém entre os dez
primeiros, Bruce caiu de 11º para 19º; Neil Young de 15º para
25º; Snow Patrol de 34º para 46º... e eu aqui ouvindo Gomez...
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A obra
A obra
A obra
É perfeita
É perfeita
É perfeita
Descontada
Descontada
Descontada
A imperfeição do material usado...
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Valeu, James :o)
25/05/2006 - 07h35
"Eu acredito que nós estamos agora realmente no ponto de partida
do que é uma explosão", garante o presidente da AOL e CEO
Jonathan Miller, em entrevista para a revista gringa Future
Media. Jonathan Miller acompanhou o primeiro (falso) boom
e, com toda experiência acumulada em seu envolvimento com
a Web, uma aposta sua é de se levar muito em consideração.
A AOL não conseguiu entrar no Brasil, mas é um dos pesos pesados
da Web mundial.
Na entrevista, Jonathan Miller se resguarda dizendo que "em
termos do que acontece com os mercados de ações você nunca
pode ter certeza", mas o CEO vê que o momento que os analistas
sonharam sete anos atrás está acontecendo agora. E que a grana
(essencial nessa história toda) virá muito mais de anunciantes
do que de assinaturas: “Nós permitiremos o pay-per-download
mais tarde neste ano, mas na verdade acreditamos que o maior
bang virá do suporte dos anunciantes. Nós achamos que isso
o torna a proposta mais acessível".
A história toda gira em torno da IPTV. "As programações, um
item valioso na TV por muitos anos, também estará disponível
na internet - mas em um contexto onde você pode procurar pelo
episódio, personagem, poderá adicionar comentários, e você
pode ver quais outros episódios que outras pessoas acharam
melhores". Grosseiramente falando, a AOL está se transformando
em "uma produtora, um estúdio e uma emissora", e isso deverá
mudar o conceito de televisão. No entanto, esse é um assunto
futurista ainda. O que ele acena é que existe gente disposta
a investir em Internet novamente, como no fim da década de
90, e revoluções acontecem em dois momentos distintos: quando
não há nenhum dinheiro no mercado e quando há dinheiro sobrando
no mercado. Estamos vivendo a segunda opção, e a Web parece
madura o suficiente para receber uma carga grande de investimento.
Quatro anos atrás, eu
mesmo dizia em uma entrevista: "Do mesmo modo, internet
ainda é o futuro, por mais tocável que pareça. A internet
só será realidade quando, no mínimo, metade da população tiver
acesso, quando pais e avôs começarem a usar emails para se
comunicarem com filhos e netos. Com o aumento de usuários,
aumentará o investimento em publicidade. Isso tudo prejudica
o mercado de web. O mercado é excelente, mas ainda pouco prático".
O cenário, parece, mudou. E o segundo semestre promete. No
Brasil, muita novidade para se contar, mas, no momento, é
tudo coisa de coxia. Assim que tiver sinal verde, retomo o
assunto. Mas fique atento: a Internet está começando a viver
o seu segundo boom...
*******
Tem revista quase nova pintando no pedaço...
*******
Thomas Pappon babou horrores. Ronaldo Evangelista entrou de
sola. O primeiro show da volta dos Mutantes, que aconteceu
anteontem em Londres, mostra o quão não existe uma verdade
única no jornalismo. Cada pessoa vê o show que quer ver. No
entanto, é possível sempre perceber quem está mais perto do
mundo real. E entre a babação do Thomas e a frieza do Ronaldo,
fico com o segundo.
Mutantes levam público ao delírio em Londres, por Thomas
Pappon
Fiquei
pensando como vai ser o quarto ou quinto, quando estarão nos
Estados Unidos. Vão estar tinindo, provavelmente fazendo justiça
às palavras da revista "Time Out" na semana passada, que os
chamou de "a maior banda psicodélica de todos os tempos"
Mutantes perdem a juventude, por Ronaldo Evangelista
A
banda soa como em disco e tudo corre como previsto. Poderia
ter sido um desastre, mas foi o que todos queriam ver e ouvir,
show perfeito para ser vendido a festivais, sem surpresas
nem detalhes inesperados. Exatamente o que os Mutantes nunca
foram.
*******
Quer tirar as suas conclusões sobre o show de volta dos Mutantes?
Bem, é só ir no Baby
Borderline e baixar o show completo...
24/05/2006 - 07h18
Você já ouviu comentários sobre o segundo "booom" da internet?
Parece que, agora, a coisa vai. E o Scream & Yell está
entrando no balaio...
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Preciso ajeitar o lay-out do site. Nessa coisa de entrar no
balaio do segundo "booom" da internet, vejo o Scream com um
visual mais... clean. Branco e cinza na capa, logotipo e botões
à esquerda, textos dispostos da mesma maneira que o Speculum,
algo assim. Preciso riscar esse estudo de lay-out, mas quem
diz que sobra tempo...
*******
The Greatest, o bonito álbum (e melhor da carreira)
de Cat Power, assim como Face The Truth, terceirão
do ex-Pavement Stephen Malkmus, acabam de ganhar edição...
argentina. Isso mesmo. Os dois álbuns foram lançados nas terras
de Maradona pelo selo Pilula Pop e podem ser encontrados na
Velvet
CDs, em São Paulo, ao preço de R$ 25,00, mais barato que
os discos nacionais. Vá entender...
******
No som, por aqui, os estranhos (e interessantes) Gulag
Orkesta do Beirut (uma das minhas capas
preferidas do ano) e St. Elsewhere da dupla Gnarls
Barkley; o bom Making Dens do Mystery Jet; e Keys
To The World do Richard Ashcroft (até que enfim, né Adriana),
que está me surpreendendo. Ainda tem, no mesmo CD de MP3,
os novos do Radio 4, Pretty Girls Make Graves, Scott Walker
(estou super curioso, Jonas), Charlatans, The Stills e Vines...
ah, e o Mudhoney, bem bom ele!
*******
A campanha do S&Y "Parreira, coloca o Ricardinho no gol" ganhou
comunidade no Orkut. A idéia, baseada no texto desta
semana de Juliano e Martín, é a seguinte:
Há vários exemplos de jogadores convocados que acabaram
sendo cortados às vésperas da Copa, por motivo de contusão.
Quem não se lembra do Emerson, em 2002? Era o capitão do time
do Felipão, mas deslocou o ombro num treino recreativo (o
popular "rachão"), brincando de goleiro. Por isso, lançamos
a campanha: "Parreira, coloca o Ricardinho no gol!"
Entre
na comunidade "Parreira, coloca o Ricardinho no gol"
*******
"A Copa já começou, indie", por Juliano Costa e
Martin Fernandez
Mexa
esse traseiro indie. Troque os all-stars sujos por chuteiras.
Esquece a coluna do Lúcio por um mês e te lança no S&Y! Guarda
o iPod. Desliga o som. Liga a TV.
*******
"Hoje, minha mãe morreu. Ou talvez ontem, não sei bem.
Recebi um telegrama do asilo:
'Sua mãe faleceu. Enterro amanhã. Sentimos pêsames.'
Isso não esclarece nada. Talvez tenha sido ontem".
Para que não conhece, esse é o começo instigante de O Estrangeiro,
clássico de Albert Camus, que está à minha frente enquanto
digito estas palavras. Os livros sempre vieram a mim, e este
demorou um bocado, mas valeu a pena esperar...
23/05/2006 - 06h40
"No exato momento em que o Brasil se vê obrigado a abrir
os olhos para enfrentar a violência, vítima de uma quase guerra
civil que abalou a vida de milhares de pessoas e fez São Paulo
praticamente parar, a gravadora Warner despeja nas lojas brasileiras
o extremamente oportuno 'Living With War', novo trabalho do
roqueiro Neil Young, que clama pelo impeachment de George
W. Bush e analisa a guerra pelos mais diferentes prismas.
O resultado é como se o rock despejasse sobre a Casa Branca
uma bomba. Neil Young é um homem que merece todo respeito."
É desta forma que começo um texto sobre o novo disco de Neil
Percival Kenneth Robert Ragland Young para uma revista, que
chega ás bancas em junho. Em um primeiro momento, Living
With War não me impressionou. Porém, bastou algumas audições
cuidadosas com as letras do disco nas mãos para ser tomado
pela revolta de Neil Young contra a guerra, a manipulação
da mídia e George W. Bush, o homem que todos amam odiar. Neil
Young clama pelo impeachment de Bush, "por mentir e levar
nosso país à guerra". Abaixo, a letra de Let's Impeach
The President e a lembrança de que Neil Young vota no
mesmo partido de Bush, porém acredita que ele não é
o homem certo para governar os Estados Unidos. Auto-crítica
é isso.
Let’s impeach the president for lying
(Vamos derrubar o presidente por mentir)
And leading our country into war
(E por levar o país à guerra)
Abusing all the power that we gave him
(Abusando do poder que lhe demos)
And shipping all our money out the door
(E mandando todo nosso dinheiro porta fora)
He’s the man who hired all the criminals
(Ele é o homem que contratou todos os criminosos)
The White House shadows who hide behind closed doors
(As sombras que se escondem por trás das portas fechadas da
Casa Branca)
And bend the facts to fit with their new stories
(E distorcem os fatos para justificar suas novas histórias)
Of why we have to send our men to war
(Sobre por que temos que mandar nossos homens para a guerra)
Let’s impeach the president for spying
(Vamos derrubar o presidente por espionar)
On citizens inside their own homes
(Os cidadãos dentro de suas casas)
Breaking every law in the country
(Quebrando todas as leis do país)
By tapping our computers and telephones
(Grampeando nossos computadores e telefones)
What if Al Qaeda blew up the levees
(E se a Al Qaeda explodisse as represas)
Would New Orleans have been safer that way
(Será que Nova Orleans ficaria mais segura)
Sheltered by our government’s protection
(Abrigada pela proteção do governo)
Or was someone just not home that day?
(Ou alguém não estava em casa naquele dia?)
Let’s impeach the president
(Vamos derrubar o presidente)
For hijacking our religion and using it to get elected
(Por seqüestrar nossa religião e usa-la para se eleger)
Dividing our country into colors
(Dividindo o país em cores)
And still leaving black people neglected
(E ainda negligenciando os negros)
Thank god he’s racking down on steroids
(Graças a Deus ele está se enchendo de esteróides)
Since he sold his old baseball team
(Desde que vendeu seu velho time de beisebol)
There’s lot of people looking at big trouble
(Há muita gente vendo grandes problemas)
But of course the president is clean
(mas é claro que o presidente está limpo)
Thank God
(Graças a Deus)
*******
Eu a conheci há quase quatro meses. Há três meses me apaixonei
por ela. Há dois meses estamos namorando. Ela me deu chão,
foco, calma e uma direção a seguir. Ela me deu um coração
novo e um lugar para me aconchegar entre seus braços. Ela
me devolveu os sonhos que eu havia perdido em algum lugar
que eu nem lembrava mais. Ela arranjou um espacinho em sua
vida para mim, e com esse espacinho me apresentou pessoas
especiais, que agora também fazem parte da minha vida. Minha
meta diária é cuidar bem dela e fazê-la sorrir. Ela me faz
feliz, "e até quem me vê lendo o jornal na fila do pão sabe
que eu te encontrei". :o) Li, parabéns. Pra nós. :***
22/05/2006 - 06h58
Rapidinhas: 2006 já jogou a luz do laser sobre mais de 70
bons lançamentos. Mais abaixo, listo os que tive acesso. Alguém
pode comentar: "70 discos em apenas 6 meses?" Isso mesmo.
No entanto, como comentou minha metade no fim de semana, 2006
já acabou. "Tem Copa do Mundo agora, depois Eleições, e o
ano acabou". O tempo parece estar cada vez mais acelerado.
# Como havia prometido texto para o site parceiro Cinefília,
assisti, no fim de semana, O Código Da Vinci. Curto
muito teorias conspiratórias, e a história de como a Igreja
foi formada é muito interessante, mas o diretor Ron Howard
não soube transformar a temática em um bom filme. # O Mombojó
lança, na quarta-feira, O Homem Espuma em São Paulo,
em show "fechado" no Grazi-a-Dio. Quem comprar o álbum na
FNAC ganha um ingresso para o show. São 400 ingressos apenas.
O preço promocional de lançamento na FNAC está R$ 21,90. Se
você quiser o CD, e não fizer questão de ir ao show, a dica
é a loja Velvet
CDs (que ainda envia para todo o país). Lá o CD - que
já está à venda - pode ser adquirido por R$ 20,00. E Nadadenovo,
o primeirão (disco do ano pelo S&Y em 2004), está na promoção
de R$ 10,00. # Poxa, este segundo semestre promete em
se tratando de cinema. Só em Cannes estão estreando Volver,
do genial Pedro Almodóvar (Fale com Ela - Tudo Sobre
Minha Mãe), Marie-Antoinette, da superestimada
Sofia Coppola (Encontros & Desencontros - Virgens
Suicidas); Babel, do sensacional mexicano Alejandro
González Iñárritu (Amores Brutos - 21 Gramas);
Fast Food Nation, de Richard Linklater (Antes do
Pôr-do-Sol - Waking Life); The Wind That Shakes
The Barley, de Ken Loach (Pão & Rosas - Apenas
Um Beijo); e Il Caimano, do italiano Nanni Moretti
(O Quarto do Filho). Boa notícia, já que o primeiro
semestre no cinema está sendo uma decepção (a maioria dos
grandes filmes que aportou no país nestes seis primeiros meses
são de 2005, lembre-se).
*******
Um leitor pergunta: "Cara, como você pode dizer que o disco
novo do Bruce é tão bom, e publica uma resenha que diz exatamente
o contrário?".
Simples: o texto do jornalista português Jorge Mourinha é
uma aula de resenha. Uma pequena obra de arte crítica, que
valida todo o meu discurso acerca de análise de um álbum contido
na coluna "Da Crítica da Música Pop". Mourinha não conta a
história de Springsteen para enrolar o leitor: ele situa o
álbum na história do músico. O texto abre com uma idéia, e
só fecha quando está idéia está concluída. Particularmente,
acho o disco maravilhoso, e acho que Springsteen precisava
de um respiro destes para voltar, ano que vem, com um disco
novo afiado. Mas entendo a posição de Mourinha, que preferia
muito mais um disco de canções inéditas assinadas por Bruce
(visto que o cara é sensacional) do que um disco de covers,
que por mais que seja instrumento de um pensamento, nunca
é "a" palavra do ínterprete. A ambientação do texto é perfeita,
sublime. Você - assim como eu - pode discordar do ponto de
vista conclusivo ("falta a We Shall Overcome a urgência
do material próprio do compositor"), mas precisa entender
que é um ponto de vista extremamente bem argumentado, que
têm sim sua razão de existir, e merece ser respeitado. Eu
respeito. E publico. :o)
*******
O Código Da Vinci, por Marcelo Costa
Filme
é um simulacro de literatura e de cinema
We Shall Overcome/The Seeger Sessions, de Bruce Springsteen,
por Jorge Mourinha
Bruce
optou por encarnar o velho Bob Dylan ao invés do novo
Da Crítica da Música Pop, por Marcelo Costa
O quão canhestro
anda o pseudo-jornalismo musical por estes lados
******
70 e poucos discos em cinco meses...
01 - We Shall Overcome/The Seeger Sessions, Bruce Springsteen
24/04
02 - Riot City Blues, Primal Scream 05/06 (UK)
03 - Eyes Open, Snow Patrol 09/05
04 - Broken Boy Soldier, Raconteurs 16/05
05 - At War With The Mystics, Flaming Lips 04/04
06 - Subtitulo, Josh Rouse 21/03
07 - Tired Of Hanging Around, The Zutons 17/04
08 - Powder Burns, Twilight Singers 16/05
09 - Puzzles Like You, Mojave 3 06/06
10 - Ringleader of The Tormentors, Morrissey 04/04
11 - Last Romance, Arab Strap 21/02
12 - Whatever People Say I Am, That's What I'm Not,
Arctic Monkeys 28/02
13 - The Greatest, Cat Power 24/01
14 - Hundred Miles Off, The Walkmen 23/05
15 - You in Reverse, Build To Spill 11/04
16 - Monsieur Gainsbourg Revisited, Varios 04/04
17 - Pearl Jam, Pearl Jam 02/05
18 - Rather Ripped, Sonic Youth 13/06
19 - We Are The Pipettes, The Pipettes 17/06
20 - The Life Pursuit, Belle & Sebastian 07/02
21 - Let's Get Out of This Country, Camera Obscura
05/06
22 - Waterloo to Anywhere, Dirty Pretty Things 11/05
(UK)
23 - Under the Covers Vol. 1, Matthew Sweet & Susanna
Hoffs 18/04
24 - Garden Ruin, Calexico 11/04
25 - Living With War, Neil Young 08/05
26 - Born Again in the U.S.A., Loose Fur 21/03
27 - Death By Sexy, Eagles of Death Metal 11/04
28 - 3121, Prince 21/03
29 - Comfort of Strangers, Beth Orton 07/02
30 - From The Cliffs, Guillemots S/D
31 - A Blessing And A Curse, Drive By Truckers 18/04
32 - Inside in/Inside Out, The Kooks 21/02
33 - Show Your Bones, Yeah Yeah Yeahs 28/03
34 - Love Travels at Illegal Speeds, Graham Coxon 14/03
35 - First Impressions Of Heart, Strokes 03/01
36 - Keep Breathing, The Durutti Column 07/03
37 - The Gun Album, Minus 5 07/02
38 - Back to the Web, Elf Power 25/04
39 - The Brave and the Bold, Tortoise & Bonnie Price
Billy 24/01
40 - You See Colours, The Delays 06/03 (UK)
41 - Just Like the Fambly Cat, Grandaddy 09/05
42 - The Stars Look Different From Down Here, Cosmic
Rough Riders 23/05
43 - Stadium, Arcadium, Red Hot Chilli Peppers 09/05
44 - Flat-Pack Philosophy, Buzzcooks 07/03
45 - In Colour, The Concretes 04/04
Placebo, Meds 13/06
Richard Ashcroft, Keys to the World 21/02
Divine Comedy, Victory for the Comic Muse 18/06
Elefant, The Black Magic Show 18/04
Mudhoney, Under a Billion Suns 07/03
Sufjan Stevens, The Avalanche 24/06
Tv On The Radio, Return To Cookie Mountain S/D
The Liars, Drum's Not Dead 21/03
Stereolab, Fab Four Suture 07/03
The Vines , Vision Valley 04/04
Charlatans, Simpatico 02/05
AFX - Aphex Twin, Chosen Lords 18/04
The Futureheads, News & Tributes 13/06
The Secret Machines - Ten Silver Drops 25/04
Radio 4, Enemies Like This 16/05
Fiery Furnaces, Bitter Tea 18/04
Van Morrison, Pay The Devil 07/03
Thom Yorke, The Eraser - Julho
Mogwai - Mr. Beast 06/03
Jane Birkin - Fictions 27/03
Beirut - Gulag Orkestar 09/05
I Love You But I've Chosen Darkness - Fear Is On Our Side
07/03
Matthew Herbert - Scale 07/03
Mystery Jets - Making Dens 07/03
Pretty Girls Make Graves - Élan Vital 11/04
The Stills - Without Feathers 09/05
The Streets - The Hardest Way To Make An Easy Living
25/04
The Television Personalities - My Dark Places 21/03
Nouvelle Vague - Bande a Part 27/06
Gomez - How We Operate 02/05
19/05/2006 - 07h28
Semana de grandes estréias na Billboard. O Red Hot Chilli
Peppers, de dezenas de milhões de discos vendidos na carreira,
conseguiu o primeiro número 1 de sua história com Stadium
Arcadium. O nu metal do Tool, que liderava na semana passada,
caiu pra terceiro, enquanto o Pearl Jam caiu de segundo para
oitavo. Bruce Springsteen caiu do nono para o décimo primeiro
(após estrear em terceiro) com We Shall Overcome: The Seeger
Sessions. Paul Simon estreou em 14º com Surprise,
Neil Young em 15º com o polêmico Living With War e
o Snow Patrol, após aparecer em primeiro na parada britânica
na semana passada, em 34º com Eyes Open. O álbum anterior
do Snow Patrol, Final Straw, alcançou a 91ª. Eles vão
estourar...
Minha listinha pessoal, que na semana passada exibia 30 discos,
já bateu a marca dos 43 na manhã desta sexta-feira. O chefão
Bruce Springsteen "roubou" a primeira posição do Primal Scream
com o maravilhoso disco de covers com canções de Pete Seeger.
The Zutons (Tired Of Hanging Around) entrou no Top
Ten junto com o Mojave 3 (Puzzles Like You). Coisas
novas por aqui: Under the Covers Vol. 1, tributo de
Matthew Sweet & Susanna Hoffs aos anos 70 com versões para
canções do Velvet (Sunday Morning), The Who (The
Kids Are Alright), Love (Alone Again Or), Bob Dylan
(It's All Over Now, Baby Blue), Beach Boys (Warmth
Of The Sun), The Zombies (Care Of Cell #44), Neil
Young (Everybody Knows This Is Nowhere) e, claro, Beatles
(numa chicletuda versão de And Your Bird Can Sing,
do clássico Revolver). Susanna Hoffs, para quem não
se lembra, era vocalista do Bangles (Manic Monday, Walk
Like An Egyptian, Eternal Flame). Matthew Sweet é um inspirado
compositor independente, com vários anos de janela, um excelente
disco na bagagem (Girlfriend, de 1991), e uma das melhores
capas de disco de rock'n'roll de todos os tempos, para a coletânea
Time Capsule: The Best of Matthew Sweet, lançada em
2000. Essa capa em vinil é algo simplesmente lindo de se ver.
Olhe!
:o)
Também passaram por aqui A Blessing And A Curse, ótimo
disco do Drive By Truckers, mais Neil Young do que nunca;
o fofo We Are The Pipettes, do trio vocal britânico
The Pipettes; o tenso Back to the Web do Elf Power
e o decepcionante Flat-Pack Philosophy, do Buzzcooks.
Porém, o único álbum que me fez parar tudo pedindo
atenção foi Tired Of Hanging Around, do Zutons. E mesmo
ele fica pequeno perto de We Shall Overcome/The Seeger
Sessions, de Bruce Springsteen, que surge na capa do S&Y
em texto do jornalista português Jorge Mourinha, publicado
no jornal Público,
e liberado pelo autor para republicação no S&Y. Sabe quando
alguém escreve tudo aquilo que você pensava em escrever? Exato.
Está na capa do site. E vá também atrás desse
disco, melhor do ano disparado até o momento. E nem é um disco
com canções de Bruce Springsteen... são só covers... e o texto
do Jorge nem é completamente elogioso ao disco, mas sabe aquilo
que falei sobre situar a obra na história? Jorge faz isso
com inteligência, sobriedade e conhecimento. Leia.
*******
Rodrigo Seabra, que já colaborou com o S&Y, divulga sua coluna
Serial Frila, publicada semanalmente no SoBReCarGa:
"Ando tentando fazer isso - tratamento digno da cultura
pop - numa coluna sobre séries de TV levadas a sério e, principalmente,
reencaixadas no contexto maior da cultura pop à la Leci Brandão
("fulano, pai de ciclano que foi mestre-sala da Estação Segunda
da Porteira, é concunhado do liquidificador do lixeiro cujo
cachorro morou com minha avó, que está na avenida neste instante",
sabe como?). O endereço está no fim disso aqui, se você tiver
um tempo e interesse por séries de TV (mas nesse contexto
todo). Acho que é meu objetivo de vida, grande demais, desafiador
demais e retributivo de menos, mas..."
Mais informações no endereço: http://www.sobrecarga.com.br/colunas/65
*******
E o Leandro Miguel Souza, outro colaborador S&Y, e um dos
"cabeças" do Gordurama,
decidiu usar um blog a serviço da boa música.
"Cara, tô disponibilizando uns discos em mp3 no meu blog.
Sei lá porque, me sinto bem colocando bons sons a disposição
de quem está a procura. Tem uns discos por ali que acho que
vale a pena escutar. Se quiser conferir, dar a tua opinião
e, se achar interessante, passar pro pessoal que te lê, não
seria uma má idéia."
Bem, foi o Leandro que me passou em primeira mão o At War
With the Mystics, do Flaming Lips. Já peguei ali o Beirut
(Gulag Orkestar), mas ainda não ouvi. Só a capa bacanérrima
já vale o download: www.zoreiadaprofi.blogspot.com
*******
Acho que é isso... :o)
Ahhhhh, consegui os quatro álbuns do João Penca em MP3...
precisava dizer isso...
Alguém tem os dois discos dos mineiros do Sexo Explícito ripados
aí? :o)
18/05/2006 - 21h57
Só vou falar uma vez: não têm para ninguém este ano. É praticamente
impossível alguém fazer um disco tão matador quanto We
Shall Overcome - The Seeger Sessions, novo de Bruce Springsteen.
Praticamente impossível. Impossível.
17/05/2006 - 07h50
Pára tudo: Bob Dylan saiu direto do show em Londres em que
o chamaram de Judas, em 1966, para assumir o posto de frontman
do The Walkmen, ou é mesmo o vocalista Walter Martin emulando
todos os trejeitos dylanescos nas primeiras faixas de A
Hundred Miles Off, terceiro álbum dos novaiorquinos? Com
gaita, slide e clima de quebrada do interior dos Estados Unidos,
Louisiana abre o disco e surpreende todos aqueles que
já estavam acostumados com o som do Walkmen. As faixas vão
se sucedendo, e, aos poucos, a barulheira da banda vai sendo
incorporada ao novo som, banhado em folk e country. Mas a
voz de Dylan permanece do começo ao fim do álbum. Após Howl
do BRMC e Road To Rouen, do Supergrass, e tendo a companhia
do novo álbum do Primal Scream, A Hundred Miles Off
é mais um capítulo da série "o que um documentário de Martin
Scorsese pode fazer por você". :o)
A Hundred Miles Off só chega às lojas (gringas) na
semana que vem...
Falando em Primal Scream, o novo disco da banda, este tal
Riot City Blues, é sensacional desde a primeira audição.
E melhora ainda mais a cada nova ouvida...
No Direction Home - Bob Dylan, de Martin Scorsese,
por Marcelo Costa
'Não
dá para ser esperto e amar ao mesmo tempo", diz Bob Dylan
16/05/2006 - 00h07
São Paulo Sitiada
Ainda não é possível falar com certeza sobre tudo que aconteceu
na segunda-feira em São Paulo, mas alguns pontos interessantes
podem ser ressaltados mesmo antes de se dar por finada a operação
do PCC na capital paulista. Primeiro ponto: o Governo de São
Paulo subestimou o PCC. Isso está claro. O alto-escalão do
governo paulista sabia do risco que corria, mas não esperava
uma atitude tão drástica do Primeiro Comando da Capital. Em
uma situação dessas não existe "não esperar". O governo deveria
estar prontamente preparado, o que não aconteceu, e gerou
a onda de caos que se abateu por São Paulo. No entanto, a
calma com que o Estado lidou com a situação foi um dos pontos
positivos de toda essa operação. Ao se negar receber ajuda
da Federação, o governo paulista mostrou que sabia com o que
estava lidando. Mais: deu à cidade a calma que ela necessitava.
Tudo o que menos precisavamos era de exército nas ruas. Quem
pôde caminhar por algumas regiões, e cruzar com PMs armados
de metralhadoras em cada esquina, deve ter sentido o calafrio
de viver em uma cidade sitiada. No entanto, se houveram focos
de violência, houve também muita boataria, que fez a cidade
dormir mais cedo na noite de segunda-feira, assustada, amedrontada,
com um inímigo muita vezes invisível. É muito importante que
cada pessoa tenha consciência de que um ataque destes visa
mesmo desestruturar a ordem social, e não podemos, de forma
alguma, nos deixar levar pelo medo. Antes de demonstrar a
possível vulnerabilidade da cidade, os ataques do PCC precisam
ser entendidos como uma luta do Estado contra o crime organizado.
Eles que se entendam. Em uma esfera menor, a vida continua.
São Paulo não deixou de ser menos segura após estes ataques.
Na verdade, a represália da polícia - e a segurança com que
o governo do Estado contornou a situação (até o presente momento)
- são à favor da segurança na capital paulista.
*******
Marcola, líder do PCC, é chamado à boca pequena de intelectual
por um gosto de leitura eclético e refinado (segundo o UOL).
Ao ser preso, em 2002, Marcola levou para a prisão algumas
leituras, dentre elas Estação Carandiru, de Drauzio
Varella; Cai o Pano, de Agatha Christie; e o clássico
A Arte da Guerra, do filósofo chinês Sun Tzu. Este
último, principalmente, precisa ser lido por todos. A Arte
da Guerra não é apenas um livro para se vencer batalhas,
confundir o inímigo e guerrear, mas também um livro para o
dia-a-dia de uma sociedade em que o medo cada vez mais age
de forma invisível. O que é sugerido pode ser, muitas vezes,
mais eficaz do que aquilo que é realmente feito.
*******
Após um dia tenso e difícil, nada como uma boa noite de sono
e o sol da manhã seguinte para simbolizar que a vida nasce
todo dia. Sempre penso nisso. Em meus momentos de crise, de
dificuldades, em que tudo parece dar errado e nenhuma saída
se mostra plausível, lembro que a vida é, realmente, feita
de um dia após o outro. Que se você não consegue resolver
o problema hoje, amanhã você irá conseguir. É preciso calma
para levar a vida. Isso não quer dizer, de forma alguma, acomodação.
É saber que o dia morrer todos os dias, para renascer todos
as manhãs, é uma metáfora interessante. Nada como uma boa
noite de sono. Isso não irá resolver os seus problemas, mas
irá lhe dar mais calma para resolve-los. E calma é uma das
qualidades mais importantes em um momento como este.
*******
O começo de Puzzles Like You, novo álbum do Mojave
3, não me pareceu promissor. Truck Driving Man, que
abre o disco de forma alegre, soa tolamente pop. Porém, de
acordo com que as faixas vão se alternando, a beleza dos arranjos
e a leveza das canções conquistam o ouvinte. Canções como
Running With Your Eyes Closed, Big Star Baby,
Breaking The Ice e Most Days são "perfect pop
songs" de arrebatar corações. Lançado pela respeitada 4AD,
Puzzles Like You chega às lojas apenas no dia 19 de
junho, mas pode ser encontrado aqui e ali na Web.
*******
Na lista Top 30 que publiquei ontem cometi dois equivocos.
O primeiro: Hearts And Unicorns, do duo Giant Drags,
foi lançado em 2005. O àlbum foi reeditado em março de 2006,
incluindo a decantada cover de Wicked Game, mas não
é um álbum de 2006. Já Trains to Brazil, do Guillemots,
na verdade é um EP. O primeiro disco da banda, que já está
na Web, têm o nome provisório de From The Cliffs, e
não têm data oficial de lançamento. E muita gente se assustou
com a quantidade de discos novos listados no meu Top 30. Quer
saber: esses foram só os que consegui ouvir. Ainda existem
mais trinta flutuando aqui em casa. Segue, abaixo, a lista
atualizada, com data de lançamento de cada álbum na gringa,
e outros que devem entrar no meu provável Top 40 na semana
que vem...
01 - Riot City Blues, Primal Scream 05/06 (UK)
02 - Eyes Open, Snow Patrol 09/05
03 - At War With The Mystics, Flaming Lips 04/04
04 - Subtitulo, Josh Rouse 21/03
05 - Broken Boy Soldier, Raconteurs 16/05
06 - Ringleader of The Tormentors, Morrissey 04/04
07 - Last Romance, Arab Strap 21/02
08 - Garden Ruin, Calexico 11/04
09 - Powder Burns, Twilight Singers 16/05
10 - Whatever People Say I Am, That's What I'm Not,
Arctic Monkeys 28/02
11 - You in Reverse, Build To Spill 11/04
12 - The Greatest, Cat Power 24/01
13 - Waterloo to Anywhere, Dirty Pretty Things 11/05
(UK)
14 - Pearl Jam, Pearl Jam 02/05
15 - Rather Ripped, Sonic Youth 13/06
16 - Born Again in the U.S.A., Loose Fur 21/03
17 - Death By Sexy, Eagles of Death Metal 11/04
18 - 3121, Prince 21/03
19 - Just Like the Fambly Cat, Grandaddy 09/05
20 - The Life Pursuit, Belle & Sebastian 07/02
21 - Comfort of Strangers, Beth Orton 07/02
22 - Show Your Bones, Yeah Yeah Yeahs 28/03
23 - Love Travels at Illegal Speeds, Graham Coxon 14/03
24 - Inside in/Inside Out, The Kooks 21/02
25 - First Impressions Of Heart, Strokes 03/01
26 - The Gun Album, Minus 5 07/02
27 - Living With War, Neil Young 08/05
28 - The Stars Look Different From Down Here, Cosmic
Rough Riders 23/05
29 - Stadium, Arcadium, Red Hot Chilli Peppers 09/05
30 - In Colour, The Concretes 04/04
Placebo, Meds 13/06
Richard Ashcroft, Keys to the World 21/02
The Walkmen, Hundred Miles Off 23/05
The Durutti Column, Keep Breathing 07/03
Mojave 3, Puzzles Like You 06/06
Buzzcooks, Flat-Pack Philosophy 07/03
Divine Comedy, Victory for the Comic Muse 18/06
Drive By Truckers, A Blessing And A Curse 18/04
Elefant, The Black Magic Show 18/04
Elf Power, Back to the Web 25/04
Mudhoney, Under a Billion Suns 07/03
Sufjan Stevens, The Avalanche 24/06
Tv On The Radio, Return To Cookie Mountain S/D
The Pippetes, We Are The Pipettes S/D
The Delays, You See Colours 06/03 (UK)
The Liars, Drum's Not Dead 21/03
Stereolab, Fab Four Suture 07/03
Tortoise & Bonnie Price Billy, The Brave and the Bold
24/01
The Vines , Vision Valley 04/04
Charlatans, Simpatico 02/05
AFX - Aphex Twin, Chosen Lords 18/04
The Futureheads, News & Tributes 13/06
The Secret Machines - Ten Silver Drops 25/04
Radio 4, Enemies Like This 16/05
Fiery Furnaces, Bitter Tea 18/04
Van Morrison, Pay The Devil 07/03
Thom Yorke, The Eraser - Julho
Matthew Sweet & Susanna Hoffs - Under the Covers Vol. 1
- 18/04
Bruce Springsteen - We Shall Overcome/The Seeger Sessions
- 24/04
Guillemots, From The Cliffs - S/D
Destes todos citados aqui, só o do Thom Yorke solo ainda não
está na Internet. E destes 60, apenas 12 foram lançados no
Brasil...
15/05/2006 - 01h21
Ela pergunta: Você já leu 'O Estrangeiro'?
Ele responde: Não
Ela continua: Como não?, bastante contrariada
Ele tenta explicar: Os livros sempre vieram até mim...
esse não veio...
Cerca de uma hora e meia depois, na sala de cinema, o personagem
principal do filme vira para sua partner de cena e pergunta:
Você já leu 'O Estrangeiro', do Camus?
Conclusão: preciso ler O Estrangeiro. Ok, eu sei: já
devia ter lido... mas... :o)
*******
O filme em questão foi Àrido Movie, exercício estilistico
do diretor Lírio Ferreira, que une uma fotografia belíssima
com um discurso prolixo demais, que chega a confundir o espectador
ao discutir a falta d'água no sertão nordestino, a discriminação
da maconha, o peso do sobrenome familiar na vida de cada pessoa
e a manipulação do povo através da pseudo-religiosidade. Mesmo
assim, Àrido Movie traz vários bons momentos e merece
atenção. Ainda falo mais do filme...
*******
E o Primal Scream, hein? Bobby Gillespie, o eterno ex-baterista
do Jesus & Mary Chain, é um dos poucos caras da música britânica
que merece realmente atenção quando o assunto é um disco novo.
Por que Gillespie carrega o Primal Scream para onde quer,
sem fazer muita cerimônia. Assim foi o começo, quando deixou
de lado a usina de microfonia que era o Jesus & Mary Chain
fase Psychocandy para se dedicar a melodias sixties
(que lembravam - e muito - Smiths) na estréia Sonic Flower
Groove (1987), receber influências de Stones e MC5 em
Primal Scream (1989) e criar uma das gemas pop da música
britânica nos anos 90, o altamente influenciador Screamadelica
(1991), que fundia dance, dub, techno, acid house e indie
rock. Após um álbum revolucionário, o retorno ao passado,
com a banda se travestindo de Rolling Stones em Give Out
But Don't Give Up (1994), depois se afundando em psicodelia
com Vanishing Point (1996), que rendeu um álbum dub
para maconheiros (Echo Dek, 1997) e chegando à eletrônica
com XTRMNTR (2000). Evil Heat (2002) diminuia
as batidas eletrônicas, mas não largava as programações. Agora,
uma nova mudança radical: em Riot City Blues, que será
lançado no dia 05 de junho, Bobby Gillespie e Cia deixam a
eletrônica no passado para fazer outro disco de rock básico,
porém, muito mais inspirado que Give Out But Don't Give
Up. Tijoladas de violão folk, vocais rasgados e muito
"baby, baby" marcam o álbum, desde já um dos grandes discos
do rock em 2006. Suicide Sally And Johnny Guitar é
uma das canções acachapantes para se ouvir agora. Mas ainda
tem a dylanesca Country Girl, a stoniana Nitty Gritty
e a psicodélica Little Death, com toques indianos.
Em um primeiro semestre sensacional para a música pop, vale
ir atrás de You in Reverse, novo do Build To Spill,
que une melodias matadoras com longos solos de guitarra à
la Neil Young. Preciso ouvir com mais calma Trains to Brazil,
do Guillemots. Numa primeira audição, bacana. Me lembrou um
Radiohead (desfocado) fase Kid A/Amnesiac, mas
preciso ouvir com mais calma. You See Colours, do Delays,
infelizmente não mantém no álbum todo o clima magnífico da
abertura com You and Me. Dei um dedinho de ouvida no
novo do Mojave 3, Puzzles Like You, e em Victory
for the Comic Muse, do Divine Comedy, que só chegam às
lojas no dia 19 de junho. Outro disco que merece destaque
é Hearts And Unicorns, do Giant Drags. O duo existe
desde 2002, mas começou mesmo a chamar a atenção em 2006.
A guitarrista e vocalista Annie Hardy posa largadona na capa
de Hearts And Unicorns, que abre com a tosqueira Kevin
Is Gay, ganha contornos de baladinha fofa em Cordial
Invitation e vira pop rock na boa This Isn't It.
A versão britânica do álbum traz a famosa cover de Wicked
Game, que anda colocando a banda em vários noticiários
pop, tudo por que Annie apresenta a canção, em shows, dizendo
que ela compôs a música, e um namorado à roubou, gravou e
fez sucesso, abandonando-a e partindo seu coração. O namorado
em questão teria sido Chris Isaak, porém, quando Wicked
Game foi lançada, Annie tinha apenas 7 anos. A história
vale, e a cover também.
Falando em bonus tracks de versões européias, uma versão limitada
de Eyes Open, novo álbum do Snow Patrol, primeirão
da parada britânica na semana passada, traz, além de um DVD
bônus, mais duas faixas inéditas: In My Arms e Warmer
Climate. Para se procurar no soulseek. E o Pearl Jam colocou
seu novo álbum, homônimo, no segundo posto da Billboard.
O nu metal do Tool bateu a turma de Eddie Vedder...
Top Ten mutante (com trinta discos)
:o)
01 - Riot City Blues, Primal Scream
02 - Eyes Open, Snow Patrol
03 - At War With The Mystics, Flaming Lips
04 - Subtitulo, Josh Rouse
05 - Broken Boy Soldier, Raconteurs
06 - Ringleader of The Tormentors, Morrissey
07 - Last Romance, Arab Strap
08 - Garden Ruin, Calexico
09 - Powder Burns, Twilight Singers
10 - Whatever People Say I Am, That's What I'm Not,
Arctic Monkeys
11 - You in Reverse, Build To Spill
12 - The Greatest, Cat Power
13 - Waterloo to Anywhere, Dirty Pretty Things
14 - Pearl Jam, Pearl Jam
15 - Rather Ripped, Sonic Youth
16 - Born Again in the U.S.A., Loose Fur
17 - Hearts And Unicorns, Giant Drags
18 - 3121, Prince
19 - Trains to Brazil, Guillemots
20 - The Life Pursuit, Belle & Sebastian
21 - Comfort of Strangers, Beth Orton
22 - Show Your Bones, Yeah Yeah Yeahs
23 - Love Travels at Illegal Speeds, Graham Coxon
24 - Inside in/Inside Out, The Kooks
25 - First Impressions Of Heart, Strokes
26 - The Gun Album, Minus 5
27 - Living With War, Neil Young
28 - The Stars Look Different From Down Here, Cosmic
Rough Riders
29 - Stadium, Arcadium, Red Hot Chilli Peppers
30 - In Colour, The Concretes
12/05/2006 - 07h10
"To the bitter end I have fought alone,
Now this cavalry is coming home"
Chasing Cars, a bela balada à la Coldplay (mas com
guitarras), um dos pontos altos de Eyes Open, novo
disco do Snow Patrol, acaba de perder o primeiro lugar de
melhor música de 2006 aqui em casa para You And Me,
faixa que abre de forma arrebatadora e emocionante You
See Colors, bom segundo álbum dos britânicos do The Delays,
que tiveram seu debute (Faded Seaside Glamour) lançado
no Brasil em 2005. A rigor, o The Delays trafega entre o britpop
nascente da década de 90 (circa 94) com algo do New Order
circa 85, e uma aura de previsibilidade paira sobre o som
da banda. No entanto, You And Me é uma daquelas canções
redentoras que podem salvar um dia ruim e estampar um enorme
sorriso no rosto do ouvinte. O fio de voz (bastante feminino)
de Greg Gilbert entoa a primeira estrofe, que abre este post,
e é a deixa para que a cavalaria, em um suntuoso arranjo de
cordas, acompanhe o ritmo acelerado da bateria, até encontrar
as guitarras no refrão majestoso:
"And we can lay low tonight; no I don’t have the will to
fight
My president or his designs; you & me coulda been fine
you & me were gonna be fine…"
You See Colors foi lançado pela Rough Trade na Europa
em março, e não têm previsão de lançamento nos Estados Unidos,
muito menos no Brasil...
*******
É impressão minha ou o ano está tremendamente fraquinho no
campo da música brasileira? Por aqui, Chico Buarque dá às
cartas com seu Carioca, seguido de perto por O Homem
Espuma, do Mombojó. Ainda tem os dois da Marisa Monte
e o novo do Nando Reis. Tem o EP do Pullovers e o single novo
do Supercordas. O que mais?
*******
Raridades para se procurar na Web: Chico Science e Nação Zumbi
ao vivo no Festival de Montreux em 1995, um show com 21 canções
(entre vinhetas e músicas "músicas" mesmo) que destaca a poderosa
cover do rei Roberto Todos Estao Surdos, lá no bis,
em um repertório que passeia pelos álbuns Da Lama Ao Caos
e Afrociberdelia. Qualidade de som perfeita.
Outra raridade é o debute das Cilibrinas do Éden, que seria
o primeiro álbum realmente solo de Rita Lee, ao lado de Lucia
Turnbull, após sua saída dos Mutantes. Na seqüência, Rita
se transformou na Ovelha Negra da família e montou
o Tutti Frutti. Gravado em 1973, e não lançado na época, o
projeto Cilibrinas do Éden foi desovado na Web, e pode ser
encontrado em vários blogs de MP3 destacando deliciosas versões
de Mamãe Natureza e Minha Fama de Mal além de
canções como Gente Fina É Outra Coisa, Vamos Voltar
Ao Princípio Porque Lá é o Fim, E Você Ainda Duvida
e Paixão Da Minha Existência Atribulada.
*******
Assumo o deslize: The Greatest, de Cat Power, está
fácil entre os grandes discos de 2006. Chan Marshall foi para
Memphis e saiu de lá com um belo álbum. Vai entrar no Top
20 da semana que vem, junto com os novos do Twilight Singers
e Delays. Na verdade, na segunda publico um Top 30. Muitos
discos bons... muuuuuitos.
11/05/2006 - 08h02
Mais um provável grande disco de 2006 está na Web: Hundred
Miles Off, terceiro do The Walkmen. Procurando por ele
é bem provável que você também esbarre no novo do The Durutti
Column, Keep Breathing... ok, vou dar
o link... guarde! :o)
*******
Ouvi O Homem Espuma em Maceió, dois meses atrás, e
apesar da audição desatenta, deu para perceber que era um
disco bem difícil. Os amigos corroboraram a opinião, atentando
para o fato de que o álbum crescia a cada audição. Voltei
a ouvir o disco hoje... e é beeeem difícil, ao contrário do
primeiro, que grudava na hora. Vou comentando mais sobre ele
nos próximos dias.
*******
Ouço muito pouco trilhas sonoras. Tanto que as quatro que
vou indicar aqui, ainda nem ouvi, e só vou indicar pela lembrança
delas que tenho ainda da sala de cinema. Também vou atrás
depois, prometo, e trocamos figurinhas. A primeira é a do
filme Bonecas Russas, com algumas faixas instrumentais,
alguns clássicos franceses e a m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a Mysteries,
que abre o primeiro disco solo da vocalista do Portishead,
Betty Gibbons. Mysteries toca em dois trechos do filme,
e é inesquecível. A segunda trilha é a do melhor
filme de 2004 segundo o Scream & Yell: Brilho
Eterno de Uma Mente Sem Lembranças. A trilha do filme
de Michel Gondry, com roteiro majestoso de Charlie Kaufman,
foi composta por Jon Brion e ainda traz pequenas pérolas como
Light and Day e It's The Sun, do The Polyphonic
Spree; e Everybody's Gotta Learn Sometime, do Beck.
O terceiro filme escolhido é Punch-Drunk Love, que
no Brasil recebeu o nome de Embriagado de Amor. Terceiro
filme de Paul Thomas Anderson, da obra-prima Magnólia,
a trilha de Punch-Drunk Love também é assinada por
Brion. Um dos pontos altos de Flores Partidas, de Jim
Jarmusch, é sua trilha sonora, que junta o som exótico do
etíope Mulatu Astatke à folk singer Holly Golightly
(que cantou ao lado dos irmãos White na faixa que encerra
o álbum Elephant,
do White Stripes), aos indies do Brian Jonestown Massacre
(quem viu o filme Dig! irá lembrar deles) e Marvin
Gaye. Abaixo, resenhas dos filmes e os links para download
de cada um deles, todos postados pelo excelente Mercado
de Pulgas.
Bonecas Russas, por Marcelo Costa - Trilha
Sonora - Resenha
Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, por Mac
Costa - Trilha
- Resenha
Punch-Drunk Love, por Drex Alvarez - Trilha
Sonora - Resenha
Flores Partidas, por Paula Dume - Trilha
Sonora - Resenha
10/05/2006 - 10h58
Mais um candidato a figurar na lista dos melhores discos de
2006 caiu na rede: Homem Espuma, segundo disco dos
recifenses do Mombojó, um álbum mais viajandão que o primeiro,
mas tão bom quanto. Vai
no Baby Borderline pegar.
*******
Viu a listinha Top 20 que eu coloquei ali embaixo? Então,
vou ter que dar um jeito de colocar Powder Burns, do
Twilight Singers, em algum lugar. O disco só saí na terça-feira
que vem, mas já está na Web e é muuuito foda. E eu só ouvi
até a faixa sete...
Aliás, vou ter que reouvir The Greatest, da Cat Power,
ausência sentida neste listão. Ou seja, no mínimo, já se temos
22 bons discos (quase) lançados neste ano...
09/05/2006 - 07h36
A semana começa agitada no mundo musical: acaba de cair na
Web Powder Burns, novo álbum do Twilight Singers (projeto/banda
de Greg Dulli, ex-Afghan Whigs) e, também, Carioca,
novão do Chico Buarque - que anda dizendo por ai que fuma
(ou) maconha e vai votar novamente no Lula. O Chico é um cara
legal demais!.
Os dois álbuns estão em alguns dos vários blogs que já citei
neste espaço. Na verdade, acho que não passam de dez os blogs
que já citei aqui, então, crie a rotina de passar por eles,
que é o que faço, e vá descobrir novidades. Tudo que
tenho falado ultimamente, tudo, está disponível para download
em alguns destes blogs.
*******
Papo de redação, duas semanas atrás:
- Esse disco vai estourar. Chasing Cars está tocando
até em rádios de SP, e ela nem é single. E o disco só saí
nos EUA no dia 09 de maio. E é sensacional.
- Você já ouviu?
- Sim, estou com ele aqui.
- Agora todo mundo 'baixa' discos. É por isso que a indústria
está fálida
- Baixar o disco não influência tanto nas vendas quanto você
imagina.
- Deve influenciar sim.
- Não para o mal, já que praticamente todos os grandes discos
que vazaram de 2000 pra cá, venderam muito. Eu, por exemplo,
tenho 5 mil CDs, originais. Baixo. Se o disco é bom, eu compro.
- Sei não (com ar desconfiado).
Nessa hora, eu devia ter intimado o roqueiro das antigas,
que ainda não se acostumou com o novo mundo, e sugerido uma
aposta: que mesmo estando na rede desde o final de março,
Eyes Open estrearia no topo da parada britânica. Não
havia assim tanta certeza. Eyes Open é o quarto disco
do Snow Patrol, que virou banda de respeito após Final
Straw, disco anterior, lançado em 2004, mas que não chegou
ao topo nas Ilhas e bateu no número 91 da Billboard. Porém,
Eyes Open é um passo à frente de Final Straw
e é um disco sensacional, que usa muitos elementos similares
aos que o Coldplay (ab)usa, só que com personalidade, garra
e guitarras. Se o Coldplay fez um sucesso danado com um disco
tão meia-boca quanto X&Y, o mundo precisa reconhecer
a grandiosidade de Eyes Open, eu pensava. O pensamento
foi atestado ontem, quando o Snow Patrol estreou no topo da
parada britânica. Só que conquistar a Inglaterra é até fácil,
se comparado ao difícil mercado norte-americano (e o Arctic
Monkeys está ai para provar a minha tese). A diferença é que
o Snow Patrol construiu uma carreira com o tempo, enquanto
a mídia inglesa tentou enfiar os Monkeys goela abaixo do mercado
norte-americano (não deu certo nem com o Oasis, iria dar com
os Monkeys?). E esse trabalho lento, de quatro discos, chega
ao ápice agora, com Eyes Open, que ganha lançamento
nos Estados Unidos hoje. Neste momento, por exemplo, Gary
Lightbody e banda excursionam pela terra de George W. Bush.
Quer saber: os concertos em Washington (31/05), Boston (02/06),
New York (03/06), Chicago (10/06), Minneapolis (11/06), e
as duas datas em Los Angeles (19 e 20/06) já estão com os
ingressos esgotados. Muita atenção neles.
*******
Falando em atenção, não comentei com o devido carinho um dos
melhores discos que ouvi neste ano, Last Romance, do
Arab Strap. Sexto álbum dos escoceses, Last Romance
foi lançado em fevereiro, e é um dos discos mais maravilhosos
do ano. Para avaliar esta minha informação, procure o quarteto
de canções que formam o meio do disco, as faixas 05, 06, 07,
08, na seqüência: as líricas Confessions of a Big Brother
e Come Round And Love Me (dueto com arranjo de violino
de partir a alma em duas), a acelerada e roqueira Speed-Date
(com bela cama de teclados no refrão) e a sensacional Dream
Sequence. Tenta baixar essas quatro músicas (na verdade,
o disco todo) e depois a gente conversa, ok.
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Top Ten Marcelo Costa 2006
01 - Eyes Open, Snow Patrol
02 - At War With The Mystics, Flaming Lips
03 - Ringleader of The Tormentors, Morrissey
04 - Subtitulo, Josh Rouse
05 - Broken Boy Soldier, Raconteurs
06 - Waterloo to Anywhere, Dirty Pretty Things
07 - Last Romance, Arab Strap
08 - Garden Ruin, Calexico
09 - Pearl Jam, Pearl Jam
10 - Whatever People Say I Am, That's What I'm Not,
Arctic Monkeys
11 - Born Again in the U.S.A., Loose Fur
12 - Rather Ripped, Sonic Youth
13 - The Stars Look Different From Down Here, Cosmic
Rough Riders
14 - Inside in/Inside Out, The kooks
15 - Show Your Bones, Yeah Yeah Yeahs
16 - Love Travels at Illegal Speeds, Graham Coxon
17 - The Life Pursuit, Belle & Sebastian
18 - Comfort of Strangers, Beth Orton
19 - The Gun Album, Minus 5
20 - Living With War, Neil Young
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O Violins, uma das bandas mais bacanas do cenário nacional
nos últimos dois anos, anunciou seu fim esta semana. Uma pena.
Eles prometiam muito após o sensacional Grandes Infiéis,
melhor disco nacional de 2005 para este que vos escreve.
Grandes Infiéis, do Violins, por Marcelo Costa
'Grandes
Infiéis' está no nível de álbuns antipopulares como 'Ok Computer'
e 'Yankee Hotel Foxtrot', discos difícieis demais para a grande
massa, acostumada a quem rima "amor com dor", mas pequenas
obras primas de um mundo hiper-maxi-pessoal-e-minusculo: o
dos grandes discos de rock, pequenas jóias musicais.
*******
Se eu ando feliz, sorridente, apaixonado, encantado, sonhando
muito e querendo realizar todos estes sonhos, o motivo de
tudo isso se chama Liliane, e ela está fazendo aniversário
hoje! Feliz aniversário, querida taurina que eu adoro! Muito!
:*
08/05/2006 - 03h09
"Ê morena quem temperou – Cigana quem temperou o cheiro
do cravo?
Ê morena quem temperou – Cigana quem temperou a cor de canela?"
Milton Nascimento? Clara Nunes? Nananinanão. É a maluca colaboração
do grupo de post rock Tortoise com o folk singer Bonnie Prince
Billy. Lançado em janeiro na gringa, The Brave and the
Bold se vale de covers (interessantes e) inusitadas para
canções do Minutemen (It's Expected I'm Gone) Elton
John (Daniel) e Richard Thompson (Cavalry Cross),
entre outros, incluindo Cravo e Canela, do Milton Nascimento.
Boa mesma é a versão para a clássica Thunder Road,
de Bruce Springsteen. Entre os discos que ando ouvindo: já
que o Teenage Fanclub decidiu de vez pelo lado docinho do
Big Star, sobrou para o Cosmic Rough Riders se espelhar no
lado roqueiro da banda de Alex Chilton. The Stars Look
Different From Down Here, novo disco dos escoceses (lançamento
21/05), mantém a trilha inspirada de Enjoy the Melodic
Sunshine (2000) e Too Close to See Far (2003).
Outro disco que saiu no começo do ano, e só agora chegou aqui
em casa foi Inside in/Inside Out, do The Kooks. Este
debute da banda me lembrou muito a estréia do Franz Ferdinand,
uma seqüência de tiros para todos os lados, que invariavelmente
acerta o alvo em alguns bons momentos, como em See The
World e She Moves In Her Own Way. Ainda preciso
ouvir melhor Just Like the Fambly Cat, novão do Grandaddy
que ganha lançamento norte-americano amanhã. Ficou devendo
na primeira audição. Aliás, amanhã é o lançamento oficial
de Eyes Open, quarto (e sensacional) álbum do Snow
Patrol (prometo resenha pra semana, prometo). Living With
War, novo do Neil Young, que ganha lançamento hoje, me
pareceu muito mais importante tematicamente do que musicalmente.
Lançando em março na gringa, Love Travels at Illegal Speeds,
quarto álbum solo do ex-guitarrista do Blur, Graham Coxon,
é beeeeem legal. Um disco que me decepcionou um poquito foi
In Colour, novo do Concretes, fofinho demais. Eu esperava
algo na linha do ótimo single You Can't Hurry Love,
mas me pareceu (numa primeira audição) um Cardigans comportadinho
demais. Outro álbum que andou me surpreendendo foi 3121,
novo do Prince, único deste todos que ganhou edição nacional
até o momento. O cara voltou a fazer funks matadores. Ainda
preciso ouvir o novo do Stereolab (Fab Four Suture),
o comentado Guillemots (Trains to Brazil), e os novos
do Minus 5, do Delays, do Calexico e da Beth Orton, todos
aqui pedindo atenção. Ufa. Numa enquete rápida, os sete melhores
discos que passaram aqui em casa em 2006 até o momento foram
Ringleader Of The Tormentors, do Morrissey; At War
With The Mystics, do Flaming Lips; Subtitulo, de
Josh Rouse, Waterloo to Anywhere, do Dirty Pretty Things;
Eyes Open, do Snow Patrol; Broken Boy Soldier,
do Raconteurs; e Pearl Jam, novo do grupo de Eddie
Vedder. E eu deixei de fora os ótimos Born Again in the
U.S.A., do Loose Fur; Rather Ripped, do Sonic Youth;
Last Romance, do Arab Strap; Meds, do Placebo;
e Show Your Bones, do Yeah Yeah Yeahs (sim, eu gostei!).
Detalhe: todos os discos citados acima podem ser encontrados
em blogs na Web.
Ps. Não gostei tanto do novo do Red Hot Chilli Peppers...
me perdoa?
Ps 1. Vocês já sabem minha opinião sobre Strokes, que também
lançou disco este ano, mas e o Arctic Monkeys e Belle & Sebastian,
cujo novos álbuns chegaram às lojas em janeiro, mas já estavam
na web desde novembro de 2005? Eles parecem tão, tão, tão
passados... mas quer saber, de tudo que eu ouvi ultimamente,
o que mais gostei: Capture/Release, do The Rakes. Discaço,
discaço. Vou rolar ao menos duas músicas desse disco na minha
nova discotecagem, que periga ser no dia 20, festa de cinco
anos da revista eletrônica Speculum.
Logo mais, mais informações.
*******
Para não dizer que falei dessa porção de discos legais, e
não dei o caminho das pedras, The Stars Look Different
From Down Here, do Cosmic Rough Riders está linkado para
download
no Gimme Fiction, do Zé Ricardo. Os outros estão em alguns
dos últimos blogs que comento sempre. Vai atrás.
*******
Perdi mesmo o post sobre o jogo do Corinthians contra o River
Plate. Alguém copiou? Se sim, please, me manda. Já que estamos
no assunto, ficou bem fraquinha a reportagem do Fantástico
sobre o acontecido, não? Bom mesmo foi o editorial de capa
que o jornal Lance publicou no sábado. Assino embaixo,
duas vezes se precisar. (fim das organizadas, reconhecimento
dos baderneiros por vídeo, e mais coisas).
06/05/2006 - 12h35
Sad Songs For Dirty Lovers, segundo álbum do quinteto
norte-americano The National, está reinando absoluto por estes
lados, deixando de lado o novo do Pearl Jam (muito bom, por
sinal), o novo do Red Hot Chilli Peppers (mediano e looongo
demais) e o novo de Neil Young (politicamente importante,
musicalmente mediano). Enquanto ouço Sad Songs For Dirty
Lovers, que é de 2003, baixo o terceiro disco deles, Alligator,
de 2005. E o amigo Jonas Lopes ainda indica o EP Cherry
Tree:
Se o quinteto de Ohio (residente em Nova York) The National
já é obscuro nos Estados Unidos, imagine aqui no Brasil. Queridinha
da melhor publicação do planeta (a inglesa Uncut), a banda
está lançando o EP "Cherry Tree" um ano depois de seu segundo
disco, "Sad Songs For Dirty Lovers". O som da banda remete
à melancolia de Leonard Cohen e Lambchop, enquanto o timbre
grave do vocalista Matt Berninger é parecido com os de Johnny
Cash e Scott Staples (Tindersticks).
Curtinho, apenas 28 minutos, Cherry Tree é ainda melhor do
que os dois álbuns "cheios" do The National. Vale uma corrida
até o Soulseek. As faixas:
"Wasp Nest": Folk delicado, de instrumental pouco abrangente.
Violão, um bandolim bem baixinho e uma guitarra minimalista.
A letra é carregada de um romantismo à moda antiga: "I wanna
kiss your skinny throat".
"All The Wine": O começo engana, com um riff de guitarra que
poderia estar em alguma música da banda texana de pós-rock
Explosions In The Sky. Mas logo que o resto da instrumentação
entra, a canção revela um aspecto pop interessante, com refrão
gostosinho. A melhor do EP.
"All Dolled-up In Straps": Piano, violino e uma melodia sombria.
Vocais em tons baixos, que deixam a música ainda mais triste.
Parece Tindersticks.
"Cherry Tree": Se a anterior já era melancólica, a faixa-título
atinge níveis abissais de tristeza. A melodia lembra (de longe,
mas lembra) a música-tema do maravilhoso "Réquiem Para Um
Sonho".
"About Today": Dedilhado simples, percussão acompanhando o
violão lá atrás e um violino etéreo. Clima outonal.
"Murder Me Rachel": Faixa de "Sad Songs For Dirty Lovers",
em versão ao vivo. As guitarras do novo arranjo deram uma
cara bem Joy Division a ela.
"A Reasonable Man (I Don't Mind)": Começa só com violão e
vocais dobrados na mixagem. Quando o cello entra ganha um
ar glorioso. Linda, linda: "I don't mind losing a girl to
herself/a quiet love is better than none (…) I don't care
waiting if it's for the best/a careful heart is better than
none". Jonas Lopes no Yer Blues
Download de The National, debute do quinteto, aqui
Download de Alligator, terceiro álbum do The National,
aqui
******
Aliás, vale uma passada bem detalhada no sensacional blog
Una Piel De Astrácan. Os três do The National estão lá, e
tudo, TUDO mais que você possa imaginar. Confira. http://unapieldeastracan.blogspot.com/
*******
Perdi o post sobre o jogo do Corinthians. Isso que dá atualizar
o blog em html de vários lugares. Eu nunca lembro qual html
está mais atualizado. Vou ver se acho o texto que escrevi
em alguma pasta por aqui...
05/05/2006 - 02h10
Sim, eu estava no Pacaembu, e estou bem. Já estou em casa.
E está tudo bem por estes lados, apesar da tristeza. Não a
tristeza da derrota, afinal é apenas um jogo de futebol. Mas
a tristeza de presenciar um grande número de pessoas
que não sabem perder com um mínimo de dignidade. O
espetáculo caótico e terrível que a torcida do Corinthians
proporcionou na noite passada me enche de vergonha e tristeza.
Saber perder é uma virtude que, infelizmente, os fanáticos
desconhecem.
04/05/2006 - 07h17
Os dias apaixonados que estou vivendo estão me fazendo descobrir
alguns belos álbuns que passaram batido por mim nos
últimos anos. Um deles é o Extraordinary
Machine, que a cantora Fiona Apple gravou em 2003, mas
só lançou em 2005. Extraordinary Machine apareceu em
algumas listas de melhores do ano do S&Y, e é um disco
lindaço. "This is not about love / 'Cause I am not in love
/ In fact I can't stop falling out / I miss that stupid ache"
canta a menina prodígio na faixa de abertura, Not About
Love. Arranjos orquestrais passeiam pelo álbum. O outro
disco bacana que invadiu meus fones nos últimos dias foi o
extraordinário Sad Songs For Dirty Lovers, que a banda
The National lançou em 2003. Sad Songs For Dirty Lovers
é o segundo disco do grupo (eles já lançaram um terceiro,
Alligator, em 2005), e é simplesmente sublime ao misturar
influências de Joy Division, Leonard Cohen, Wilco, Tindersticks
e Nick Cave & the Bad Seeds. Guitarras slides, voz linda e
gutural, riffs violentos, climas de cabaré, inspiração: está
tudo em Sad Songs For Dirty Lovers.
Extraordinary Machine pode ser baixado
no Mercado de Pulgas.
Sad Songs For Dirty Lovers pode ser baixado
no L0ud.
******
O quarteto Supercordas, responsável por um dos EPs mais bacanas
de 2005, acaba de disponibilizar no My Space seu novo single,
Ruradelica. Baixa
lá que vale muito.
*******
Nesta quinta à noite bato cartão no Pacaembu... vai Corintia...
03/05/2006 - 02h11
Dois discos para se ir atrás agora. O debute do Dirty Pretty
Things, Waterloo To Anywhere, (download)
e Monsieur Gainsbourg tributo bacanaço ao cantor que
conta com Franz Ferdinand, Cat Power, Placebo, Pulp, Kills,
Rakes e outros. (Download)
Ahhh, o Dirty Pretty Things é a nova banda do Carl Barat,
ex-Libertines... discaço!
*******
Lá vem o Radiohead com novas canções, tudo no Youtube. Link
para o show mezzo acústico que Thom e Johnny fizeram no
London's Koko, ontem, primeiro de maio. O semanário New
Musical Express dá o serviço completo da balada. Confira.
*******
Nem só de críticas positivas vive um jornalista...
Marcelo,
O desabafo é válido, de fato não deve ser muito legal ver
o mundo - ideal, da crítica fundamentada - infestado por blogueiros
e suas contradições em palavras. Palavras ao vento, seja:
a) pois o público/alcance da maioria das blogs e outros meios,
hã, não-oficiais de "opinião" sequer bate o dos oficiais,
qual o S&Y, tanto em acessos quanto em credibilidade/força
vinculante, esteja certo disso; b) por outro lado, caso esteja
menosprezando/subestimando a força dos "meios não-oficiais"...
bem, talvez o termo "democracia" possa ser entendido como
tolerância...
A segunda parte: no nosso país, em pleno século xxi (se é
que isso signifique algo), talvez a crítica musical tenha
perdido a relevância(mediante todos aquelas revoluções tecnológicas
expostas em seu texto). Daí, óbvio, o papel do crítico musical
em nossa sociedade - numa perspectiva sociológica - também
tenha mudado. O que acha disso?Já parou e repassou a importância
disso tudo? Se é justo cobrar dos outros "um gosto musical",
"um modus operandi", "um sentimento diante da felicidade,
das adversidades", assim como esse seu último texto não deveria
ser publicado - é opinião pessoal, sem fundamentação racional,
e ainda, se observado o valor do Marcelo Costa enquanto crítico
musical de um zine/blog lido por milhares de pessoas (jovens,
inclusive), pode ser extremamente perigosa. Entendi o sentimento
do manifesto, talvez desilusão, ou tristeza diante das merdas
que andam sendo produzidas, escritas, divulgadas e supervalorizadas
em detrimento dos outros textos, do pessoal cuja voz deveria
ser valorizada, em primeiro lugar, pois, sinceramente, é mais
capacitado (tempo, conexão pegada, contatos...) para tal.
Do outro lado, incompreendi sua argumentação, que não raro
encontra paralelos com aberrações que ando lendo e ouvindo
dos professores na faculdade de direito. Essa é a razão do
e-mail, Marcelo, não poderia deixar de avisá-lo de alguns
absurdos de seu discurso:
- Uma definição da filosofia e a importância do filósofo -
ou - definição de crítica e a importância do crítico: ''dizer
não ao senso comum, aos pré-conceitos, aos pré-juízos, aos
fatos e idéias da experiência cotidiana, ao que 'todo mundo
diz e pensa", ao estabelecido.(Marilena Chauí, 'Convite à
Filosofia')
Desdobramentos desse raciocínio: o filósofo é intelectualmente
superior aos outros, presos à média societária da ignorância;deve
ser exaltado (políticos, operadores do direito, papa, todos
mentirosos que impõem um determinado valor aos outros, funcionando
através de um meio{carisma, legitimidade/legalidade, intelectualidade)
através do qual perpetua sua dominação (entenda como "força
vinculante", intimidação), e aqui uso um termo Weberiano.
A dominação é um dos pilares do capitalismo e toda seu engenho
de burocracia e sistematização acrítica e maligna. Distribuir
e reclamar legitimidade de uma pessoa para tal fim - uma crítica,
pelo crítico - é, na verdade, crer no fracasso do próximo
em, se é que deva existir um modus operandi nas críticas (musicais,
literárias, etc...), chegar em tal nível de fundamentação.
Daí todas as desgraças que a História nos mostra: a fé no
pastor, no direito, no Ronaldinho, na tecnologia, no psicológo,
no crítico de música, entes, no dizer de meu professor de
Lógica, necessários para o progresso e continuidade do Mundo.
Sobre aparentes desigualdades no bojo do ecossistema terrestre,
fica a questão: ''é normal tal proporção, poucos agraciados(um
verdadeiro dom essa percepção de sons...) capazes de enxergarem
o mundo - Música, enquanto outros(a maioria) vivem na ignorância(se
é que esse é um conhecimento louvável), para sempre dependentes
daqueles, isso é justo?? Relaxe, cara. Concordo com você,
as aberrações na seara musical andam a mil, fazer o quê? Apenas
o trabalho honesto, sério e bacana, qual o que você faz no
Scream and Yell...
Abraços,
Nilson
Vamos lá. :) Primeiro: fiquei bastante feliz do meu texto
causar uma reflexão tão cuidada. Bacana isso, esse feedback.
Segundo: o texto em questão não pode e nem deve ser levado
como um manifesto contra blogueiros. Poxa, esse espaço aqui
é um blog. A reclamação é de que cada coisa deve estar em
seu devido lugar. Não reclamei de textos em blogs. Falei de
"jornalismo musical". Se um blogueiro decide escrever um texto
sobre música para um site (um site qualquer), e esse texto
é um lixo, sim, ele deveria estar restrito apenas ao mundo
dele de blogs. A "ferramenta" blog permite isso. Já um site
não. Além do mais, o Scream & Yell não é "grande mídia"
como está colocado. Temos um público, mas estamos muito mais
perto dos blogs (e nossas resenhas provam isso) do que da
Folha de São Paulo. Então, nada de "palavras ao vento".
A constatação é de que se você quer escrever um texto sobre
algo para ser publicado em algum site, escreva bem. E o texto
do Dapieve publicado no No Mínimo (após eu ter manifestado
a minha opinião) em contraponto com todos os textos anteriores
sobre o disco do Morrissey em sites nacionais comprovam a
minha tese de que quem escreveu para estes sites sobre o disco
do cara não se preocupou em dissecar a obra, o que foi um
desleixo crítico. No entanto, a observação feita não tem nenhuma
relação com blogs.
Terceiro: "menosprezando/subestimando a força dos ''meios
não-oficiais'": o Scream & Yell é um dos pilares
dos meios não oficiais na área em que atua. Se eu subestimasse
estes meios, estaria subestimando o próprio site. O que quero,
e luto, é para que haja um jornalismo decente mesmo na imprensa
nanica. Desde quando o S&Y ainda era em papel que havia
um cuidado com os textos, com as informações. Nosso dever
é fazer um jornalismo melhor do que a da grande imprensa,
e podemos.
Quarto: a crítica musical, assim como a crítica literaria
ou teatral, nunca teve tanta relevância no país, e ambas andam
em franca decadência no mundo. Como se preocupar com cultura
se falta comida na mesa? Porém, as duas últimas já tiveram
seus dias de glória. A primeira, só no área de música clássica.
Porém, a crítica nunca foi escrita para a massa. É errado
imaginar que a grande massa irá ler o S&Y, por exemplo. Estamos
num país de 200 milhões de habitantes que não consegue manter
uma revista de música com mais de 20 mil exemplares mensais
em banca. A crítica sempre foi escrita e direcionada para
pessoas interessadas no assunto, desde sempre, e não interessada
apenas em saber o que o tal produto é, mas sim para debater
mesmo. Então, o papel do crítico continua o mesmo desde sempre.
No mais, a relevância de uma crítica estará sempre inteiramente
ligada ao crítico que a escreve. Assim, eu sempre foi confiar
em um texto assinado por André Forastieri tanto quanto vou
desconfiar de um texto assinado por pessoas que escrevem superficialmente
sobre uma obra, o que é o assunto do texto em questão. Crítica
é algo em extinção desde 1900 e bolinha. No entanto, as pessoas
ainda se interessam por isso, e o S&Y é uma prova,
já que é um site formado por 90% de resenhas críticas,
textos opinativos sobre determinados produtos de arte.
Quinto: o "modus operandi" de uma crítica musical é tão simples:
é só encaixar o o objeto de estudo no tempo/espaço em que
ele foi gerado. E analisa-lo com profundidade. O grande problema
é que as análises estão superficiais. O grande problema é
que muita gente não percebe isso, e aceita como válido um
produto semi-acabado, ao invés de exigir o melhor. Para escrever
o texto em questão, que é acusado de não ter fundamentação
racional, foi necessário um confronto dos textos publicados
até então com aquilo que eu, particularmente (já que o texto
sobre a crítica leva a minha assinatura), entendo como uma
crítica válida, partindo da minha posição de
editor. Além do mais, o texto está fundamentado. É só ler
com cuidado.
Sexto: a base do jornalismo é a crença na verdade. Se você
abrir o jornal e começar a duvidar de tudo que está escrito,
o jornalismo acaba. Jornalismo, assim como crítica, é construido
por credibilidade. E credibilidade se conquista. Quando é
jogado no ar "se é que deva existir um modus operandi nas
críticas", fica a idéia de que a área analisada não é de domínio
do argumentador. Eu digo que existe um "modus operandi" partindo
da minha experiência em ler, escrever e editar textos sobre
o assunto. Se a pessoa acredita ou não é outra coisa. No entanto,
o meu argumento - que é o de quem usa a crítica como ferramenta
de trabalho e conhece mais sobre isso do que Direito Tributário,
por exemplo - é de que existe. No fundo, tudo isso é um mero
jogo de palavras cuja pergunta é bastante simples e pessoal:
o que cada um espera quando lê um texto crítico sobre um objeto
de arte?
Sétimo: quanto a relação da minória que pensa quanto a massa
que é dominada, esse é um assunto muito mais complexo, cujo
valor do objeto artístico é até menor em comparação ao político
e religioso.
No mais, o texto é focado em "jornalismo musical" publicado
na Web, e as fontes do desabafo foram tanto sites independentes
como o Scream & Yell como grandes portais, com o UOL.
É uma cobrança pessoal por qualidade nos textos. Mais: uma
cobrança direta para todos aqueles que se aventuram a escrever
sobre cultura pop em pequenos sites, pedindo para que o material
publicado ultrapasse em cobertura e qualidade de análise os
que são publicados em jornais e revistas.
02/05/2006 - 01h45
E lá se foi mais um feriado. Não posso reclamar. Tenho vivido
dias românticos e felizes. Muito felizes. Tão feliz que até
tenho medo da felicidade atrapalhar na minha análise do show
que o Echo & The Bunnymen fez no Credicard Hall, em São Paulo,
no último sábado. :) Mas o que dizer de um show que começa
com Going Up, que abre o primeiro disco dos Bunnymen,
de 1979, e traz na seqüência Show Of Strength, que
abre o álbum que eu mais gosto deles, Heaven Up Here,
de 1981? Como comentou o xará Orozco em troca de scraps no
orkut, um show quase metal. Pra mim, a melhor apresentação
de Ian e Will no Brasil desde o retorno dos Bunnymen. The
Killing Moon, Seven Seas, All That Jazz,
Back Of Love, a nova Stormy Weather e citações
de Summerwind e Walk On The Wild Side foram
alguns dos bons momentos.
*******
Ahhh, o melhor momento do fim de semana de feriado foi...
o almoço de domingo. Fiz risoto de bacon para cinco pessoas!!!
E fui elogiado. A Li e a Kátia ajudaram muito (apesar de terem
devorado os pedacinhos de bacon que eu havia preparado antes).
Tá certo que eu usei o expediente de atrasar o almoço (hehehe),
assim quando o risoto saiu, elas estavam com muita fome. Mas
mesmo assim assumo: o risoto de bacon ficou bem bom. Professora
Helena, sinta orgulho do seu aluno, viu. :)
******
A discotecagem de domingo na Funhouse foi beeeem legal. Pista
lotada, um começo de set list extremamente pesado e com coisas
muito novas (Snow Patrol, Dirty Pretty Things, Franz Ferdinand
+ Jane Birkin), e aquele meio romântico com Can't Take
My Eyes Off You na versão Manics e Be My Baby,
que eu sempre repito. Teria sido perfeito se eu não tivesse
perdido a carteira, e ela tivesse voltado às minhas mãos sem
o dinheiro que estava dentro dela. Perder grana é sempre desanimador.
Ser "roubado" é ainda mais desanimador. Acredito que vale
a honestidade, sabe. O que é seu, é seu. Se eu achar a tua
carteira um dia, pode ter certeza que ela voltará da mesma
forma que você perdeu. Posso até ser tolo, mas sou limpinho.
:/
Set List
Been Caught Stealing, Janes Addiction
Deadwood, Dirty Pretty Things
The View From The Afternoon, Arctic Monkeys
A Song For Sorry Angel, Franz Ferdinand & Jane Birkin
Just A Man With A Job, The Rakes
Somethin' Hot, Afghan Whigs
Hands Open, Snow Patrol
Big Exit, PJ Harvey
Stole The Sun From My Heart, Manic Street Preachers
The Good Life, Weezer
Beautiful Ones, Suede
Disco 2000, Pulp
Regret, New Order
Just Like Heaven, The Cure
Ask, The Smiths
About You, Teenage Fanclub
Do You Remember Rock'n'Roll Radio?, Ramones
Can't Take My Eyes Off You, Manic Street Preachers
Be My Baby, Ronnetes
Day Tripper, Nancy Sinatra
Light of Love, T. Rex
John, I'm Only Dancing, David Bowie
Everbody's Gonna Be Happy, Queens On The Stone Age
Everyday I Love Less and Less, Kaiser Chiefs
Mr. Brightside - Live Version, The Killers
Banquet, Bloc Party
Juicebox, The Strokes
Get Up And Use Me, Franz Ferdinand
Reena, Sonic Youth
Steady, As She Goes, Raconteurs
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