CALMANTES COM CHAMPAGNE
Imitação Tosca de Um Blog - Página Principal 
Marcelo Costa

31/05/2006 - 07h01
Pára tudo: acaba de cair na web o primeiro álbum solo de Thom Yorke, o irmão branquelo de Dwight Yorke, atacante de Trinidad & Tobago. :o) Enquanto o Radiohead prepara o sucessor de Hail To The Thief, e acerta shows no Brasil, baixe um dos álbuns mais aguardados do ano no Una Piel de Astracán. Aqui.

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E mais: você gosta de Killers, Strokes e Interpol, certo? Então a banda que você ama, mas ainda não sabe, se chama Boy Kill Boy. Civillian, o debute dos caras, saiu no Velho Mundo no dia 22, e é viciante. Acho que é o primeiro disco de uma nova banda que consigo ouvir inteirinho, de uma tacada só, gostando de quase todas as músicas. John Cornfield (Muse,Oasis, Supergrass) assina a produção. Baixe.

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Quem quiser passar para os amigos o link direto do Guia S&Y Copa 2006, segue:
http://www.screamyell.com.br/mais/copa2006_03.htm

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Hail To The Thief, do Radiohead, por Marcelo Costa
Planeta Terra ... "2+2=5"

30/05/2006 - 06h27
Fastman Raiderman, novo álbum (duplo) de Frank Black, já está na Web. O eterno gordinho do Pixies gravou 27 novas canções, dividiu o repertório em dois discos, contou novamente com a produção de Jon Tiven (B.B. King, Wilson Pickett) e, principalmente, reuniu um timaço com gente que trabalhou pra Motown, Stax, Muscle Shoals, Phil Spector's Wrecking Crew e o resultado, ao menos nas primeiras faixas, é outro sério concorrente ao posto de melhor disco de 2006. Lançamento: 19/06

A minha listinha pessoal já bateu na casa dos 50 títulos. E quer saber mais? Tem mais 50 discos para ouvir. E duas deserções: The Last Romance, o maravilhoso disco do Arab Strap que estava freqüentando meu Top Ten deste o começo do ano, é de 2005. Ele foi lançado na América em fevereiro, mas saiu na Europa no fim do ano, aparecendo em várias listas de melhores do ano. E From the Cliffs, do Guillemots, não é nada mais que um "grande EP". O nome do disco é Through The Windowpane e será lançado no dia 10 de julho. Ainda não caiu na Web...

Na minha parada pessoal, Snow Patrol (pós análise S&Y) começa a cair, enquanto Neil Young (pós análise para uma revista) sobe. Josh Rouse se fixa ali pelo sexto lugar com seu lírico Subtítulo. Aliás, faça um favor a você mesmo e baixe The Man Who Doesn't Know How To Smile, dueto do cara com sua namorada espanhola, Paz Suay, no My Space. Aqui. E assista ao vídeo de Quiet Town, a linda e calma faixa que abre Subtítulo, uma homenagem do compositor à cidade de Altea, que o abrigou na Espanha (assista ao clipe no Youtube). Let's Get Out of This Country, do Camera Obscura, começa a crescer nas novas audições, assim como 3121, do Prince. Meds, do Placebo, começa beeeem pacas, com três ótimas músicas, depois despenca ladeira abaixo. O novo do Radio 4 também está bem bom. Não gostei do The Liars.

Top 50

01 - We Shall Overcome/The Seeger Sessions, Bruce Springsteen 24/04
02 - Living With War, Neil Young 08/05
03 - Riot City Blues, Primal Scream 05/06 (UK)
04 - Broken Boy Soldier, Raconteurs 16/05
05 - At War With The Mystics, Flaming Lips 04/04
06 - Subtitulo, Josh Rouse 21/03
07 - Eyes Open, Snow Patrol 09/05
08 - Powder Burns, Twilight Singers 16/05
09 - Puzzles Like You, Mojave 3 06/06
10 - Ringleader of The Tormentors, Morrissey 04/04

11 - Hundred Miles Off, The Walkmen 23/05
12 - Whatever People Say I Am, That's What I'm Not, Arctic Monkeys 28/02
13 - Tired Of Hanging Around, The Zutons 17/04
14 - The Greatest, Cat Power 24/01
15 - You in Reverse, Build To Spill 11/04
16 - Monsieur Gainsbourg Revisited, Varios 04/04
17 - Pearl Jam, Pearl Jam 02/05
18 - Rather Ripped, Sonic Youth 13/06
19 - Let's Get Out of This Country, Camera Obscura 05/06
20 - 3121, Prince 21/03

21 - Meds, Placebo 13/06
22 - We Are The Pipettes, The Pipettes 17/06
23 - The Life Pursuit, Belle & Sebastian 07/02
24 - Waterloo to Anywhere, Dirty Pretty Things 11/05 (UK)
25 - Under the Covers Vol. 1, Matthew Sweet & Susanna Hoffs 18/04
26 - Garden Ruin, Calexico 11/04
27 - Comfort of Strangers, Beth Orton 07/02
28 - Under a Billion Suns, Mudhoney 07/03
29 - Enemies Like This, Radio 4 16/05
30 - Born Again in the U.S.A., Loose Fur 21/03

31 - Death By Sexy, Eagles of Death Metal 11/04
32 - Inside in/Inside Out, The Kooks 21/02
33 - Keys to the World, Richard Ashcroft 21/02
34 - How We Operate, Gomez 02/05
35 - A Blessing And A Curse, Drive By Truckers 18/04
36 - Fictions, Jane Birkin 27/03
37 - Show Your Bones, Yeah Yeah Yeahs 28/03
38 - Love Travels at Illegal Speeds, Graham Coxon 14/03
39 - First Impressions Of Heart, Strokes 03/01
40 - Keep Breathing, The Durutti Column 07/03

41 - The Gun Album, Minus 5 07/02
42 - Back to the Web, Elf Power 25/04
43 - The Brave and the Bold, Tortoise & Bonnie Price Billy 24/01
44 - You See Colours, The Delays 06/03 (UK)
45 - Just Like the Fambly Cat, Grandaddy 09/05
46 - The Stars Look Different From Down Here, Cosmic Rough Riders 23/05
47 - Stadium, Arcadium, Red Hot Chilli Peppers 09/05
48 - Flat-Pack Philosophy, Buzzcooks 07/03
49 - In Colour, The Concretes 04/04
50 - Drum's Not Dead, The Liars 21/03

Mais 40 álbuns para ouvir:

Divine Comedy, Victory for the Comic Muse 18/06
Elefant, The Black Magic Show 18/04
Sufjan Stevens, The Avalanche 24/06
Tv On The Radio, Return To Cookie Mountain S/D
Stereolab, Fab Four Suture 07/03
The Vines , Vision Valley 04/04
Charlatans, Simpatico 02/05
AFX - Aphex Twin, Chosen Lords 18/04
The Futureheads, News & Tributes 13/06
The Secret Machines - Ten Silver Drops 25/04
Fiery Furnaces, Bitter Tea 18/04
Van Morrison, Pay The Devil 07/03
Thom Yorke, The Eraser - Julho
Mogwai - Mr. Beast 06/03
Beirut - Gulag Orkestar 09/05
I Love You But I've Chosen Darkness - Fear Is On Our Side 07/03
Matthew Herbert - Scale 07/03
Mystery Jets - Making Dens 07/03
Pretty Girls Make Graves - Élan Vital 11/04
The Stills - Without Feathers 09/05
The Streets - The Hardest Way To Make An Easy Living 25/04
The Television Personalities - My Dark Places 21/03
Nouvelle Vague - Bande a Part 27/06
Thursday - A City by the Light Divided 02/05
Danielson - Ships (Junho)
Adem - Love And Other Planets 04/05
Band Of Horses - Everything All The Time 21/03
Be Your Own Pet - Be Your Own Pet 13/03
Destroyer - Destroyers Rubies 21/02
Kelley Stoltz - Below The Branches 07/02
Metal Hearts - Socialize 21/02
Phoenix - It's Never Been Like That 23/05
Thievery Corporation - Versions 16/05
Thursday - A City By The Ligh Divided 02/05
Zero 7 - The Garden 06/06
Robert Pollard - From A Compound Eye 24/01
The Pinker Tones - The Million Colour Revolution 07/02
Frank Black - Fast Man / Raider Man 19/06
Najwa - Walkabout (2006)
DAT Politics - Wow Twist 18/04
Boy Kill Boy - Civilian 04/06
Matmos - The Rose Has Teeth in the Mouth of a Beast 09/05
Guillemots - Through The Windowpane 10/07


28/05/2006 - 10h45
"É melhor ser feliz do que estar certo"

A frase acima foi pinçada do filme O Guia dos Mochileiros Das Galáxias, que vi na madrugada. Eu tinha a impressão que fosse achar o filme uma tremenda de uma bobagem, mas sabe que gostei mais do que imaginava, bem mais. E a frase acima, uma corruptela mais estilosa de uma outra de Raul Seixas, que diz "Pena eu não ser burro, não sofria tanto", bateu direitinho no lado esquerdo do peito. E fez eco. Mas, pense comigo, há muita razão nisso: "é melhor ser feliz do que estar certo".

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O momento certo é algo a ser muito bem analisado. Estava pensando (ando pensando demais) neste fim de semana: Neil Young bateu na 15ª posição da Billboard com seu novo álbum, o sensacional Living With War. Já o Raconteurs estreou esta semana em 7º, com Broken Boy Soldier. O interessante é que os dois álbuns tiveram o mesmo número de cópias vendidas: 61 mil. Ou seja: na semana que Neil Young lançou seu disco, muitos outros discos vendáveis estavam chegando às lojas. Na semana de estréia do Raconteurs não, tanto que o Red Hot Chili Peppers repetiu a primeira posição. Tudo questão de estudo de mercado, do momento certo.

Por exemplo, outro dos filmes que vi nesta madrugada foi Adorável Júlia, da deslumbrante atuação de Annette Bening, que levou o Globo de Ouro de Melhor Atriz Drama e só não saiu do Oscar com a estatueta dourada pois encontrou no caminho Hilary Swank, irrepreensível em Menina de Ouro. Isso foi no Oscar 2004. Se fosse em 2005, de maneira alguma que Reese Witherspoon teria chance de competir com Annette Bening. Não que a atuação de Reese em Johnny & June seja questionável, mas Annette Bening brilha tanto em Adorável Júlia, e o filme todo é muito bom, que mesmo a atuação graciosa de Reese não seria páreo no assunto Melhor Atriz. Mas Annette Bening concorreu ao Oscar em 2004... o momento certo, a hora certa...

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Preciso arrumar a casa, dar uma limpada geral, ver mais dois filmes, escrever uns textinhos novos pra tal "nova" revista que chega às bancas em junho, tentar tirar algumas manchas do sofá laranja, jogar algumas coisas fora, e tentar colocar em ordem a pilha de CDs de bandas novas, pra ouvir e comentar... taaanta coisa.

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E tenho textos novos para o S&Y. A terceira coluna de Juliano e Martin sobre a Copa do Mundo 2006 está sensacional... passei a tarde de sexta-feira inteira rindo...

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Fiz um risoto ontem que queria que minha mãe tivesse provado... demais de bom!

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Pra fechar, sabe Love Will Tears Us Apart? Então, o blog My Old Kentucky reuniu uma dezena de versões para a clássica música do Joy Division. Eu conhecia a versão do Cure e a do Nouvelle Vague. O amigo Lúcio Ribeiro comentou que a versão do José Gonzales é muito boa. De cara, baixei a do Paul "Foreeeeeeeeever" Young, para ver o que o cara fez com a canção (nem vou comentar), mas ainda tem Calexico, U2 com Arcade Fire, 10,000 Maniacs e muito mais. Já comentei que adoro versões, né.

http://myoldkyhome.blogspot.com/2006/05/love-will-tear-us-apart.html

Tem também uma dezena de versões para God Only Nows (Beachy Boys), Suspicious Minds (do rei Elvis), Where Is My Mind (Pixies) e Hallelujah (Leonard Cohen)...

http://myoldkyhome.blogspot.com/2006/05/god-only-knows.html

http://myoldkyhome.blogspot.com/2006/05/suspicious-minds.html

http://myoldkyhome.blogspot.com/2006/05/hallelujah.html

http://myoldkyhome.blogspot.com/2006/05/where-is-my-mind.html

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Acabei de pegar três dos quatro CDs da "Coleção os 4 Elementos da Música Paranaense", compilação do jornal Gazeta do Povo, de Curitiba. Saiu já faz um bom tempo, mas é um excelente panorama do Estado. Se alguém por ai achar o volume 1 da coleção, o elemento água, me manda? É baratinho e tal. :o)

26/05/2006 - 07h52
Recebi essa mensagem do Marcelo Träsel, ex-COL, e achei interessante...

Ligue 0800-619619. Não digite nada. Espere para falar com uma atendente. Diga que é para votar a favor do cancelamento da taxa de telefone fixo, que custa R$ 37,02. A Lei é a nº 5476. O assunto não está sendo veiculado na TV ou rádio porque as empresas não têm interesse neste tipo de divulgação. O telefone é da Câmara dos Deputados. Mesmo se não for você quem paga o telefone da sua casa, exerça seus direitos. As ligações são aceitas de segunda à sexta-feira, das 08h às 20h.

As ligações são rápidas. É necessário informar apenas seu nome completo, a cidade onde mora e o número do telefone fixo de sua residência. Quando a lei entrar em vigor, quem estiver cadastrado só pagará pelas ligações efetuadas. Este projeto está tramitando na Comissão de Defesa do Consumidor na Câmara. Quanto mais pessoas ligarem, mais fácil será para o projeto ir à votação.

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O Red Hot Chili Peppers grudou no topo da Billboard. Pela segunda semana consecutiva, Stadium Arcadium aparece em primeiro lugar entre os mais vendidos nos EUA. Sabe o que isso significa: 599 mil discos vendidos em 14 dias (442 mil na estréia, 157 mil nesta semana). O Raconteurs estreou em sétimo (!!!) com Broken Boys Soldiers (que vendeu 61 mil cópias em sete dias). Pearl Jam se mantém entre os dez primeiros, Bruce caiu de 11º para 19º; Neil Young de 15º para 25º; Snow Patrol de 34º para 46º... e eu aqui ouvindo Gomez...

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A obra
A obra
A obra

É perfeita
É perfeita
É perfeita

Descontada
Descontada
Descontada

A imperfeição do material usado...


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Valeu, James :o)

25/05/2006 - 07h35
"Eu acredito que nós estamos agora realmente no ponto de partida do que é uma explosão", garante o presidente da AOL e CEO Jonathan Miller, em entrevista para a revista gringa Future Media. Jonathan Miller acompanhou o primeiro (falso) boom e, com toda experiência acumulada em seu envolvimento com a Web, uma aposta sua é de se levar muito em consideração. A AOL não conseguiu entrar no Brasil, mas é um dos pesos pesados da Web mundial.

Na entrevista, Jonathan Miller se resguarda dizendo que "em termos do que acontece com os mercados de ações você nunca pode ter certeza", mas o CEO vê que o momento que os analistas sonharam sete anos atrás está acontecendo agora. E que a grana (essencial nessa história toda) virá muito mais de anunciantes do que de assinaturas: “Nós permitiremos o pay-per-download mais tarde neste ano, mas na verdade acreditamos que o maior bang virá do suporte dos anunciantes. Nós achamos que isso o torna a proposta mais acessível".

A história toda gira em torno da IPTV. "As programações, um item valioso na TV por muitos anos, também estará disponível na internet - mas em um contexto onde você pode procurar pelo episódio, personagem, poderá adicionar comentários, e você pode ver quais outros episódios que outras pessoas acharam melhores". Grosseiramente falando, a AOL está se transformando em "uma produtora, um estúdio e uma emissora", e isso deverá mudar o conceito de televisão. No entanto, esse é um assunto futurista ainda. O que ele acena é que existe gente disposta a investir em Internet novamente, como no fim da década de 90, e revoluções acontecem em dois momentos distintos: quando não há nenhum dinheiro no mercado e quando há dinheiro sobrando no mercado. Estamos vivendo a segunda opção, e a Web parece madura o suficiente para receber uma carga grande de investimento.

Quatro anos atrás, eu mesmo dizia em uma entrevista: "Do mesmo modo, internet ainda é o futuro, por mais tocável que pareça. A internet só será realidade quando, no mínimo, metade da população tiver acesso, quando pais e avôs começarem a usar emails para se comunicarem com filhos e netos. Com o aumento de usuários, aumentará o investimento em publicidade. Isso tudo prejudica o mercado de web. O mercado é excelente, mas ainda pouco prático". O cenário, parece, mudou. E o segundo semestre promete. No Brasil, muita novidade para se contar, mas, no momento, é tudo coisa de coxia. Assim que tiver sinal verde, retomo o assunto. Mas fique atento: a Internet está começando a viver o seu segundo boom...

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Tem revista quase nova pintando no pedaço...

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Thomas Pappon babou horrores. Ronaldo Evangelista entrou de sola. O primeiro show da volta dos Mutantes, que aconteceu anteontem em Londres, mostra o quão não existe uma verdade única no jornalismo. Cada pessoa vê o show que quer ver. No entanto, é possível sempre perceber quem está mais perto do mundo real. E entre a babação do Thomas e a frieza do Ronaldo, fico com o segundo.

Mutantes levam público ao delírio em Londres, por Thomas Pappon
Fiquei pensando como vai ser o quarto ou quinto, quando estarão nos Estados Unidos. Vão estar tinindo, provavelmente fazendo justiça às palavras da revista "Time Out" na semana passada, que os chamou de "a maior banda psicodélica de todos os tempos"

Mutantes perdem a juventude, por Ronaldo Evangelista
A banda soa como em disco e tudo corre como previsto. Poderia ter sido um desastre, mas foi o que todos queriam ver e ouvir, show perfeito para ser vendido a festivais, sem surpresas nem detalhes inesperados. Exatamente o que os Mutantes nunca foram.

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Quer tirar as suas conclusões sobre o show de volta dos Mutantes?
Bem, é só ir no Baby Borderline e baixar o show completo...

24/05/2006 - 07h18
Você já ouviu comentários sobre o segundo "booom" da internet? Parece que, agora, a coisa vai. E o Scream & Yell está entrando no balaio...

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Preciso ajeitar o lay-out do site. Nessa coisa de entrar no balaio do segundo "booom" da internet, vejo o Scream com um visual mais... clean. Branco e cinza na capa, logotipo e botões à esquerda, textos dispostos da mesma maneira que o Speculum, algo assim. Preciso riscar esse estudo de lay-out, mas quem diz que sobra tempo...

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The Greatest, o bonito álbum (e melhor da carreira) de Cat Power, assim como Face The Truth, terceirão do ex-Pavement Stephen Malkmus, acabam de ganhar edição... argentina. Isso mesmo. Os dois álbuns foram lançados nas terras de Maradona pelo selo Pilula Pop e podem ser encontrados na Velvet CDs, em São Paulo, ao preço de R$ 25,00, mais barato que os discos nacionais. Vá entender...

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No som, por aqui, os estranhos (e interessantes) Gulag Orkesta do Beirut (uma das minhas capas preferidas do ano) e St. Elsewhere da dupla Gnarls Barkley; o bom Making Dens do Mystery Jet; e Keys To The World do Richard Ashcroft (até que enfim, né Adriana), que está me surpreendendo. Ainda tem, no mesmo CD de MP3, os novos do Radio 4, Pretty Girls Make Graves, Scott Walker (estou super curioso, Jonas), Charlatans, The Stills e Vines... ah, e o Mudhoney, bem bom ele!

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A campanha do S&Y "Parreira, coloca o Ricardinho no gol" ganhou comunidade no Orkut. A idéia, baseada no texto desta semana de Juliano e Martín, é a seguinte:

Há vários exemplos de jogadores convocados que acabaram sendo cortados às vésperas da Copa, por motivo de contusão. Quem não se lembra do Emerson, em 2002? Era o capitão do time do Felipão, mas deslocou o ombro num treino recreativo (o popular "rachão"), brincando de goleiro. Por isso, lançamos a campanha: "Parreira, coloca o Ricardinho no gol!"

Entre na comunidade "Parreira, coloca o Ricardinho no gol"

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"A Copa já começou, indie", por Juliano Costa e Martin Fernandez
Mexa esse traseiro indie. Troque os all-stars sujos por chuteiras. Esquece a coluna do Lúcio por um mês e te lança no S&Y! Guarda o iPod. Desliga o som. Liga a TV.

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"Hoje, minha mãe morreu. Ou talvez ontem, não sei bem.
Recebi um telegrama do asilo:
'Sua mãe faleceu. Enterro amanhã. Sentimos pêsames.'
Isso não esclarece nada. Talvez tenha sido ontem".


Para que não conhece, esse é o começo instigante de O Estrangeiro, clássico de Albert Camus, que está à minha frente enquanto digito estas palavras. Os livros sempre vieram a mim, e este demorou um bocado, mas valeu a pena esperar...

23/05/2006 - 06h40
"No exato momento em que o Brasil se vê obrigado a abrir os olhos para enfrentar a violência, vítima de uma quase guerra civil que abalou a vida de milhares de pessoas e fez São Paulo praticamente parar, a gravadora Warner despeja nas lojas brasileiras o extremamente oportuno 'Living With War', novo trabalho do roqueiro Neil Young, que clama pelo impeachment de George W. Bush e analisa a guerra pelos mais diferentes prismas. O resultado é como se o rock despejasse sobre a Casa Branca uma bomba. Neil Young é um homem que merece todo respeito."

É desta forma que começo um texto sobre o novo disco de Neil Percival Kenneth Robert Ragland Young para uma revista, que chega ás bancas em junho. Em um primeiro momento, Living With War não me impressionou. Porém, bastou algumas audições cuidadosas com as letras do disco nas mãos para ser tomado pela revolta de Neil Young contra a guerra, a manipulação da mídia e George W. Bush, o homem que todos amam odiar. Neil Young clama pelo impeachment de Bush, "por mentir e levar nosso país à guerra". Abaixo, a letra de Let's Impeach The President e a lembrança de que Neil Young vota no mesmo partido de Bush, porém acredita que ele não é o homem certo para governar os Estados Unidos. Auto-crítica é isso.

Let’s impeach the president for lying
(Vamos derrubar o presidente por mentir)

And leading our country into war
(E por levar o país à guerra)

Abusing all the power that we gave him
(Abusando do poder que lhe demos)

And shipping all our money out the door
(E mandando todo nosso dinheiro porta fora)

He’s the man who hired all the criminals
(Ele é o homem que contratou todos os criminosos)

The White House shadows who hide behind closed doors
(As sombras que se escondem por trás das portas fechadas da Casa Branca)

And bend the facts to fit with their new stories
(E distorcem os fatos para justificar suas novas histórias)

Of why we have to send our men to war
(Sobre por que temos que mandar nossos homens para a guerra)

Let’s impeach the president for spying
(Vamos derrubar o presidente por espionar)

On citizens inside their own homes
(Os cidadãos dentro de suas casas)

Breaking every law in the country
(Quebrando todas as leis do país)

By tapping our computers and telephones
(Grampeando nossos computadores e telefones)

What if Al Qaeda blew up the levees
(E se a Al Qaeda explodisse as represas)

Would New Orleans have been safer that way
(Será que Nova Orleans ficaria mais segura)

Sheltered by our government’s protection
(Abrigada pela proteção do governo)

Or was someone just not home that day?
(Ou alguém não estava em casa naquele dia?)

Let’s impeach the president
(Vamos derrubar o presidente)

For hijacking our religion and using it to get elected
(Por seqüestrar nossa religião e usa-la para se eleger)

Dividing our country into colors
(Dividindo o país em cores)

And still leaving black people neglected
(E ainda negligenciando os negros)

Thank god he’s racking down on steroids
(Graças a Deus ele está se enchendo de esteróides)

Since he sold his old baseball team
(Desde que vendeu seu velho time de beisebol)

There’s lot of people looking at big trouble
(Há muita gente vendo grandes problemas)

But of course the president is clean
(mas é claro que o presidente está limpo)

Thank God
(Graças a Deus)


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Eu a conheci há quase quatro meses. Há três meses me apaixonei por ela. Há dois meses estamos namorando. Ela me deu chão, foco, calma e uma direção a seguir. Ela me deu um coração novo e um lugar para me aconchegar entre seus braços. Ela me devolveu os sonhos que eu havia perdido em algum lugar que eu nem lembrava mais. Ela arranjou um espacinho em sua vida para mim, e com esse espacinho me apresentou pessoas especiais, que agora também fazem parte da minha vida. Minha meta diária é cuidar bem dela e fazê-la sorrir. Ela me faz feliz, "e até quem me vê lendo o jornal na fila do pão sabe que eu te encontrei". :o) Li, parabéns. Pra nós. :***

22/05/2006 - 06h58
Rapidinhas: 2006 já jogou a luz do laser sobre mais de 70 bons lançamentos. Mais abaixo, listo os que tive acesso. Alguém pode comentar: "70 discos em apenas 6 meses?" Isso mesmo. No entanto, como comentou minha metade no fim de semana, 2006 já acabou. "Tem Copa do Mundo agora, depois Eleições, e o ano acabou". O tempo parece estar cada vez mais acelerado. # Como havia prometido texto para o site parceiro Cinefília, assisti, no fim de semana, O Código Da Vinci. Curto muito teorias conspiratórias, e a história de como a Igreja foi formada é muito interessante, mas o diretor Ron Howard não soube transformar a temática em um bom filme. # O Mombojó lança, na quarta-feira, O Homem Espuma em São Paulo, em show "fechado" no Grazi-a-Dio. Quem comprar o álbum na FNAC ganha um ingresso para o show. São 400 ingressos apenas. O preço promocional de lançamento na FNAC está R$ 21,90. Se você quiser o CD, e não fizer questão de ir ao show, a dica é a loja Velvet CDs (que ainda envia para todo o país). Lá o CD - que já está à venda - pode ser adquirido por R$ 20,00. E Nadadenovo, o primeirão (disco do ano pelo S&Y em 2004), está na promoção de R$ 10,00. # Poxa, este segundo semestre promete em se tratando de cinema. Só em Cannes estão estreando Volver, do genial Pedro Almodóvar (Fale com Ela - Tudo Sobre Minha Mãe), Marie-Antoinette, da superestimada Sofia Coppola (Encontros & Desencontros - Virgens Suicidas); Babel, do sensacional mexicano Alejandro González Iñárritu (Amores Brutos - 21 Gramas); Fast Food Nation, de Richard Linklater (Antes do Pôr-do-Sol - Waking Life); The Wind That Shakes The Barley, de Ken Loach (Pão & Rosas - Apenas Um Beijo); e Il Caimano, do italiano Nanni Moretti (O Quarto do Filho). Boa notícia, já que o primeiro semestre no cinema está sendo uma decepção (a maioria dos grandes filmes que aportou no país nestes seis primeiros meses são de 2005, lembre-se).

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Um leitor pergunta: "Cara, como você pode dizer que o disco novo do Bruce é tão bom, e publica uma resenha que diz exatamente o contrário?".

Simples: o texto do jornalista português Jorge Mourinha é uma aula de resenha. Uma pequena obra de arte crítica, que valida todo o meu discurso acerca de análise de um álbum contido na coluna "Da Crítica da Música Pop". Mourinha não conta a história de Springsteen para enrolar o leitor: ele situa o álbum na história do músico. O texto abre com uma idéia, e só fecha quando está idéia está concluída. Particularmente, acho o disco maravilhoso, e acho que Springsteen precisava de um respiro destes para voltar, ano que vem, com um disco novo afiado. Mas entendo a posição de Mourinha, que preferia muito mais um disco de canções inéditas assinadas por Bruce (visto que o cara é sensacional) do que um disco de covers, que por mais que seja instrumento de um pensamento, nunca é "a" palavra do ínterprete. A ambientação do texto é perfeita, sublime. Você - assim como eu - pode discordar do ponto de vista conclusivo ("falta a We Shall Overcome a urgência do material próprio do compositor"), mas precisa entender que é um ponto de vista extremamente bem argumentado, que têm sim sua razão de existir, e merece ser respeitado. Eu respeito. E publico. :o)

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O Código Da Vinci, por Marcelo Costa
Filme é um simulacro de literatura e de cinema

We Shall Overcome/The Seeger Sessions, de Bruce Springsteen, por Jorge Mourinha
Bruce optou por encarnar o velho Bob Dylan ao invés do novo

Da Crítica da Música Pop, por Marcelo Costa
O quão canhestro anda o pseudo-jornalismo musical por estes lados

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70 e poucos discos em cinco meses...

01 - We Shall Overcome/The Seeger Sessions, Bruce Springsteen 24/04
02 - Riot City Blues, Primal Scream 05/06 (UK)
03 - Eyes Open, Snow Patrol 09/05
04 - Broken Boy Soldier, Raconteurs 16/05
05 - At War With The Mystics, Flaming Lips 04/04
06 - Subtitulo, Josh Rouse 21/03
07 - Tired Of Hanging Around, The Zutons 17/04
08 - Powder Burns, Twilight Singers 16/05
09 - Puzzles Like You, Mojave 3 06/06
10 - Ringleader of The Tormentors, Morrissey 04/04

11 - Last Romance, Arab Strap 21/02
12 - Whatever People Say I Am, That's What I'm Not, Arctic Monkeys 28/02
13 - The Greatest, Cat Power 24/01
14 - Hundred Miles Off, The Walkmen 23/05
15 - You in Reverse, Build To Spill 11/04
16 - Monsieur Gainsbourg Revisited, Varios 04/04
17 - Pearl Jam, Pearl Jam 02/05
18 - Rather Ripped, Sonic Youth 13/06
19 - We Are The Pipettes, The Pipettes 17/06
20 - The Life Pursuit, Belle & Sebastian 07/02

21 - Let's Get Out of This Country, Camera Obscura 05/06
22 - Waterloo to Anywhere, Dirty Pretty Things 11/05 (UK)
23 - Under the Covers Vol. 1, Matthew Sweet & Susanna Hoffs 18/04
24 - Garden Ruin, Calexico 11/04
25 - Living With War, Neil Young 08/05
26 - Born Again in the U.S.A., Loose Fur 21/03
27 - Death By Sexy, Eagles of Death Metal 11/04
28 - 3121, Prince 21/03
29 - Comfort of Strangers, Beth Orton 07/02
30 - From The Cliffs, Guillemots S/D

31 - A Blessing And A Curse, Drive By Truckers 18/04
32 - Inside in/Inside Out, The Kooks 21/02
33 - Show Your Bones, Yeah Yeah Yeahs 28/03
34 - Love Travels at Illegal Speeds, Graham Coxon 14/03
35 - First Impressions Of Heart, Strokes 03/01
36 - Keep Breathing, The Durutti Column 07/03
37 - The Gun Album, Minus 5 07/02
38 - Back to the Web, Elf Power 25/04
39 - The Brave and the Bold, Tortoise & Bonnie Price Billy 24/01
40 - You See Colours, The Delays 06/03 (UK)

41 - Just Like the Fambly Cat, Grandaddy 09/05
42 - The Stars Look Different From Down Here, Cosmic Rough Riders 23/05
43 - Stadium, Arcadium, Red Hot Chilli Peppers 09/05
44 - Flat-Pack Philosophy, Buzzcooks 07/03
45 - In Colour, The Concretes 04/04

Placebo, Meds 13/06
Richard Ashcroft, Keys to the World 21/02
Divine Comedy, Victory for the Comic Muse 18/06
Elefant, The Black Magic Show 18/04
Mudhoney, Under a Billion Suns 07/03
Sufjan Stevens, The Avalanche 24/06
Tv On The Radio, Return To Cookie Mountain S/D
The Liars, Drum's Not Dead 21/03
Stereolab, Fab Four Suture 07/03
The Vines , Vision Valley 04/04
Charlatans, Simpatico 02/05
AFX - Aphex Twin, Chosen Lords 18/04
The Futureheads, News & Tributes 13/06
The Secret Machines - Ten Silver Drops 25/04
Radio 4, Enemies Like This 16/05
Fiery Furnaces, Bitter Tea 18/04
Van Morrison, Pay The Devil 07/03
Thom Yorke, The Eraser - Julho
Mogwai - Mr. Beast 06/03
Jane Birkin - Fictions 27/03
Beirut - Gulag Orkestar 09/05
I Love You But I've Chosen Darkness - Fear Is On Our Side 07/03
Matthew Herbert - Scale 07/03
Mystery Jets - Making Dens 07/03
Pretty Girls Make Graves - Élan Vital 11/04
The Stills - Without Feathers 09/05
The Streets - The Hardest Way To Make An Easy Living 25/04
The Television Personalities - My Dark Places 21/03
Nouvelle Vague - Bande a Part 27/06
Gomez - How We Operate 02/05

19/05/2006 - 07h28
Semana de grandes estréias na Billboard. O Red Hot Chilli Peppers, de dezenas de milhões de discos vendidos na carreira, conseguiu o primeiro número 1 de sua história com Stadium Arcadium. O nu metal do Tool, que liderava na semana passada, caiu pra terceiro, enquanto o Pearl Jam caiu de segundo para oitavo. Bruce Springsteen caiu do nono para o décimo primeiro (após estrear em terceiro) com We Shall Overcome: The Seeger Sessions. Paul Simon estreou em 14º com Surprise, Neil Young em 15º com o polêmico Living With War e o Snow Patrol, após aparecer em primeiro na parada britânica na semana passada, em 34º com Eyes Open. O álbum anterior do Snow Patrol, Final Straw, alcançou a 91ª. Eles vão estourar...

Minha listinha pessoal, que na semana passada exibia 30 discos, já bateu a marca dos 43 na manhã desta sexta-feira. O chefão Bruce Springsteen "roubou" a primeira posição do Primal Scream com o maravilhoso disco de covers com canções de Pete Seeger. The Zutons (Tired Of Hanging Around) entrou no Top Ten junto com o Mojave 3 (Puzzles Like You). Coisas novas por aqui: Under the Covers Vol. 1, tributo de Matthew Sweet & Susanna Hoffs aos anos 70 com versões para canções do Velvet (Sunday Morning), The Who (The Kids Are Alright), Love (Alone Again Or), Bob Dylan (It's All Over Now, Baby Blue), Beach Boys (Warmth Of The Sun), The Zombies (Care Of Cell #44), Neil Young (Everybody Knows This Is Nowhere) e, claro, Beatles (numa chicletuda versão de And Your Bird Can Sing, do clássico Revolver). Susanna Hoffs, para quem não se lembra, era vocalista do Bangles (Manic Monday, Walk Like An Egyptian, Eternal Flame). Matthew Sweet é um inspirado compositor independente, com vários anos de janela, um excelente disco na bagagem (Girlfriend, de 1991), e uma das melhores capas de disco de rock'n'roll de todos os tempos, para a coletânea Time Capsule: The Best of Matthew Sweet, lançada em 2000. Essa capa em vinil é algo simplesmente lindo de se ver. Olhe! :o)

Também passaram por aqui A Blessing And A Curse, ótimo disco do Drive By Truckers, mais Neil Young do que nunca; o fofo We Are The Pipettes, do trio vocal britânico The Pipettes; o tenso Back to the Web do Elf Power e o decepcionante Flat-Pack Philosophy, do Buzzcooks. Porém, o único álbum que me fez parar tudo pedindo atenção foi Tired Of Hanging Around, do Zutons. E mesmo ele fica pequeno perto de We Shall Overcome/The Seeger Sessions, de Bruce Springsteen, que surge na capa do S&Y em texto do jornalista português Jorge Mourinha, publicado no jornal Público, e liberado pelo autor para republicação no S&Y. Sabe quando alguém escreve tudo aquilo que você pensava em escrever? Exato. Está na capa do site. E vá também atrás desse disco, melhor do ano disparado até o momento. E nem é um disco com canções de Bruce Springsteen... são só covers... e o texto do Jorge nem é completamente elogioso ao disco, mas sabe aquilo que falei sobre situar a obra na história? Jorge faz isso com inteligência, sobriedade e conhecimento. Leia.

*******

Rodrigo Seabra, que já colaborou com o S&Y, divulga sua coluna Serial Frila, publicada semanalmente no SoBReCarGa:

"Ando tentando fazer isso - tratamento digno da cultura pop - numa coluna sobre séries de TV levadas a sério e, principalmente, reencaixadas no contexto maior da cultura pop à la Leci Brandão ("fulano, pai de ciclano que foi mestre-sala da Estação Segunda da Porteira, é concunhado do liquidificador do lixeiro cujo cachorro morou com minha avó, que está na avenida neste instante", sabe como?). O endereço está no fim disso aqui, se você tiver um tempo e interesse por séries de TV (mas nesse contexto todo). Acho que é meu objetivo de vida, grande demais, desafiador demais e retributivo de menos, mas..."

Mais informações no endereço: http://www.sobrecarga.com.br/colunas/65

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E o Leandro Miguel Souza, outro colaborador S&Y, e um dos "cabeças" do Gordurama, decidiu usar um blog a serviço da boa música.

"Cara, tô disponibilizando uns discos em mp3 no meu blog. Sei lá porque, me sinto bem colocando bons sons a disposição de quem está a procura. Tem uns discos por ali que acho que vale a pena escutar. Se quiser conferir, dar a tua opinião e, se achar interessante, passar pro pessoal que te lê, não seria uma má idéia."

Bem, foi o Leandro que me passou em primeira mão o At War With the Mystics, do Flaming Lips. Já peguei ali o Beirut (Gulag Orkestar), mas ainda não ouvi. Só a capa bacanérrima já vale o download: www.zoreiadaprofi.blogspot.com

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Acho que é isso... :o)

Ahhhhh, consegui os quatro álbuns do João Penca em MP3... precisava dizer isso...

Alguém tem os dois discos dos mineiros do Sexo Explícito ripados aí? :o)

18/05/2006 - 21h57
Só vou falar uma vez: não têm para ninguém este ano. É praticamente impossível alguém fazer um disco tão matador quanto We Shall Overcome - The Seeger Sessions, novo de Bruce Springsteen. Praticamente impossível. Impossível.

17/05/2006 - 07h50
Pára tudo: Bob Dylan saiu direto do show em Londres em que o chamaram de Judas, em 1966, para assumir o posto de frontman do The Walkmen, ou é mesmo o vocalista Walter Martin emulando todos os trejeitos dylanescos nas primeiras faixas de A Hundred Miles Off, terceiro álbum dos novaiorquinos? Com gaita, slide e clima de quebrada do interior dos Estados Unidos, Louisiana abre o disco e surpreende todos aqueles que já estavam acostumados com o som do Walkmen. As faixas vão se sucedendo, e, aos poucos, a barulheira da banda vai sendo incorporada ao novo som, banhado em folk e country. Mas a voz de Dylan permanece do começo ao fim do álbum. Após Howl do BRMC e Road To Rouen, do Supergrass, e tendo a companhia do novo álbum do Primal Scream, A Hundred Miles Off é mais um capítulo da série "o que um documentário de Martin Scorsese pode fazer por você". :o)

A Hundred Miles Off só chega às lojas (gringas) na semana que vem...

Falando em Primal Scream, o novo disco da banda, este tal Riot City Blues, é sensacional desde a primeira audição. E melhora ainda mais a cada nova ouvida...

No Direction Home - Bob Dylan, de Martin Scorsese, por Marcelo Costa
'Não dá para ser esperto e amar ao mesmo tempo", diz Bob Dylan

16/05/2006 - 00h07
São Paulo Sitiada

Ainda não é possível falar com certeza sobre tudo que aconteceu na segunda-feira em São Paulo, mas alguns pontos interessantes podem ser ressaltados mesmo antes de se dar por finada a operação do PCC na capital paulista. Primeiro ponto: o Governo de São Paulo subestimou o PCC. Isso está claro. O alto-escalão do governo paulista sabia do risco que corria, mas não esperava uma atitude tão drástica do Primeiro Comando da Capital. Em uma situação dessas não existe "não esperar". O governo deveria estar prontamente preparado, o que não aconteceu, e gerou a onda de caos que se abateu por São Paulo. No entanto, a calma com que o Estado lidou com a situação foi um dos pontos positivos de toda essa operação. Ao se negar receber ajuda da Federação, o governo paulista mostrou que sabia com o que estava lidando. Mais: deu à cidade a calma que ela necessitava. Tudo o que menos precisavamos era de exército nas ruas. Quem pôde caminhar por algumas regiões, e cruzar com PMs armados de metralhadoras em cada esquina, deve ter sentido o calafrio de viver em uma cidade sitiada. No entanto, se houveram focos de violência, houve também muita boataria, que fez a cidade dormir mais cedo na noite de segunda-feira, assustada, amedrontada, com um inímigo muita vezes invisível. É muito importante que cada pessoa tenha consciência de que um ataque destes visa mesmo desestruturar a ordem social, e não podemos, de forma alguma, nos deixar levar pelo medo. Antes de demonstrar a possível vulnerabilidade da cidade, os ataques do PCC precisam ser entendidos como uma luta do Estado contra o crime organizado. Eles que se entendam. Em uma esfera menor, a vida continua. São Paulo não deixou de ser menos segura após estes ataques. Na verdade, a represália da polícia - e a segurança com que o governo do Estado contornou a situação (até o presente momento) - são à favor da segurança na capital paulista.

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Marcola, líder do PCC, é chamado à boca pequena de intelectual por um gosto de leitura eclético e refinado (segundo o UOL). Ao ser preso, em 2002, Marcola levou para a prisão algumas leituras, dentre elas Estação Carandiru, de Drauzio Varella; Cai o Pano, de Agatha Christie; e o clássico A Arte da Guerra, do filósofo chinês Sun Tzu. Este último, principalmente, precisa ser lido por todos. A Arte da Guerra não é apenas um livro para se vencer batalhas, confundir o inímigo e guerrear, mas também um livro para o dia-a-dia de uma sociedade em que o medo cada vez mais age de forma invisível. O que é sugerido pode ser, muitas vezes, mais eficaz do que aquilo que é realmente feito.

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Após um dia tenso e difícil, nada como uma boa noite de sono e o sol da manhã seguinte para simbolizar que a vida nasce todo dia. Sempre penso nisso. Em meus momentos de crise, de dificuldades, em que tudo parece dar errado e nenhuma saída se mostra plausível, lembro que a vida é, realmente, feita de um dia após o outro. Que se você não consegue resolver o problema hoje, amanhã você irá conseguir. É preciso calma para levar a vida. Isso não quer dizer, de forma alguma, acomodação. É saber que o dia morrer todos os dias, para renascer todos as manhãs, é uma metáfora interessante. Nada como uma boa noite de sono. Isso não irá resolver os seus problemas, mas irá lhe dar mais calma para resolve-los. E calma é uma das qualidades mais importantes em um momento como este.

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O começo de Puzzles Like You, novo álbum do Mojave 3, não me pareceu promissor. Truck Driving Man, que abre o disco de forma alegre, soa tolamente pop. Porém, de acordo com que as faixas vão se alternando, a beleza dos arranjos e a leveza das canções conquistam o ouvinte. Canções como Running With Your Eyes Closed, Big Star Baby, Breaking The Ice e Most Days são "perfect pop songs" de arrebatar corações. Lançado pela respeitada 4AD, Puzzles Like You chega às lojas apenas no dia 19 de junho, mas pode ser encontrado aqui e ali na Web.

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Na lista Top 30 que publiquei ontem cometi dois equivocos. O primeiro: Hearts And Unicorns, do duo Giant Drags, foi lançado em 2005. O àlbum foi reeditado em março de 2006, incluindo a decantada cover de Wicked Game, mas não é um álbum de 2006. Já Trains to Brazil, do Guillemots, na verdade é um EP. O primeiro disco da banda, que já está na Web, têm o nome provisório de From The Cliffs, e não têm data oficial de lançamento. E muita gente se assustou com a quantidade de discos novos listados no meu Top 30. Quer saber: esses foram só os que consegui ouvir. Ainda existem mais trinta flutuando aqui em casa. Segue, abaixo, a lista atualizada, com data de lançamento de cada álbum na gringa, e outros que devem entrar no meu provável Top 40 na semana que vem...

01 - Riot City Blues, Primal Scream 05/06 (UK)
02 - Eyes Open, Snow Patrol 09/05
03 - At War With The Mystics, Flaming Lips 04/04
04 - Subtitulo, Josh Rouse 21/03
05 - Broken Boy Soldier, Raconteurs 16/05
06 - Ringleader of The Tormentors, Morrissey 04/04
07 - Last Romance, Arab Strap 21/02
08 - Garden Ruin, Calexico 11/04
09 - Powder Burns, Twilight Singers 16/05
10 - Whatever People Say I Am, That's What I'm Not, Arctic Monkeys 28/02

11 - You in Reverse, Build To Spill 11/04
12 - The Greatest, Cat Power 24/01
13 - Waterloo to Anywhere, Dirty Pretty Things 11/05 (UK)
14 - Pearl Jam, Pearl Jam 02/05
15 - Rather Ripped, Sonic Youth 13/06
16 - Born Again in the U.S.A., Loose Fur 21/03
17 - Death By Sexy, Eagles of Death Metal 11/04
18 - 3121, Prince 21/03
19 - Just Like the Fambly Cat, Grandaddy 09/05
20 - The Life Pursuit, Belle & Sebastian 07/02

21 - Comfort of Strangers, Beth Orton 07/02
22 - Show Your Bones, Yeah Yeah Yeahs 28/03
23 - Love Travels at Illegal Speeds, Graham Coxon 14/03
24 - Inside in/Inside Out, The Kooks 21/02
25 - First Impressions Of Heart, Strokes 03/01
26 - The Gun Album, Minus 5 07/02
27 - Living With War, Neil Young 08/05
28 - The Stars Look Different From Down Here, Cosmic Rough Riders 23/05
29 - Stadium, Arcadium, Red Hot Chilli Peppers 09/05
30 - In Colour, The Concretes 04/04

Placebo, Meds 13/06
Richard Ashcroft, Keys to the World 21/02
The Walkmen, Hundred Miles Off 23/05
The Durutti Column, Keep Breathing 07/03
Mojave 3, Puzzles Like You 06/06
Buzzcooks, Flat-Pack Philosophy 07/03
Divine Comedy, Victory for the Comic Muse 18/06
Drive By Truckers, A Blessing And A Curse 18/04
Elefant, The Black Magic Show 18/04
Elf Power, Back to the Web 25/04
Mudhoney, Under a Billion Suns 07/03
Sufjan Stevens, The Avalanche 24/06
Tv On The Radio, Return To Cookie Mountain S/D
The Pippetes, We Are The Pipettes S/D
The Delays, You See Colours 06/03 (UK)
The Liars, Drum's Not Dead 21/03
Stereolab, Fab Four Suture 07/03
Tortoise & Bonnie Price Billy, The Brave and the Bold 24/01
The Vines , Vision Valley 04/04
Charlatans, Simpatico 02/05
AFX - Aphex Twin, Chosen Lords 18/04
The Futureheads, News & Tributes 13/06
The Secret Machines - Ten Silver Drops 25/04
Radio 4, Enemies Like This 16/05
Fiery Furnaces, Bitter Tea 18/04
Van Morrison, Pay The Devil 07/03
Thom Yorke, The Eraser - Julho
Matthew Sweet & Susanna Hoffs - Under the Covers Vol. 1 - 18/04
Bruce Springsteen - We Shall Overcome/The Seeger Sessions - 24/04
Guillemots, From The Cliffs - S/D

Destes todos citados aqui, só o do Thom Yorke solo ainda não está na Internet. E destes 60, apenas 12 foram lançados no Brasil...

15/05/2006 - 01h21
Ela pergunta: Você já leu 'O Estrangeiro'?
Ele responde: Não
Ela continua: Como não?, bastante contrariada
Ele tenta explicar: Os livros sempre vieram até mim... esse não veio...

Cerca de uma hora e meia depois, na sala de cinema, o personagem principal do filme vira para sua partner de cena e pergunta: Você já leu 'O Estrangeiro', do Camus?

Conclusão: preciso ler O Estrangeiro. Ok, eu sei: já devia ter lido... mas... :o)

*******

O filme em questão foi Àrido Movie, exercício estilistico do diretor Lírio Ferreira, que une uma fotografia belíssima com um discurso prolixo demais, que chega a confundir o espectador ao discutir a falta d'água no sertão nordestino, a discriminação da maconha, o peso do sobrenome familiar na vida de cada pessoa e a manipulação do povo através da pseudo-religiosidade. Mesmo assim, Àrido Movie traz vários bons momentos e merece atenção. Ainda falo mais do filme...

*******

E o Primal Scream, hein? Bobby Gillespie, o eterno ex-baterista do Jesus & Mary Chain, é um dos poucos caras da música britânica que merece realmente atenção quando o assunto é um disco novo. Por que Gillespie carrega o Primal Scream para onde quer, sem fazer muita cerimônia. Assim foi o começo, quando deixou de lado a usina de microfonia que era o Jesus & Mary Chain fase Psychocandy para se dedicar a melodias sixties (que lembravam - e muito - Smiths) na estréia Sonic Flower Groove (1987), receber influências de Stones e MC5 em Primal Scream (1989) e criar uma das gemas pop da música britânica nos anos 90, o altamente influenciador Screamadelica (1991), que fundia dance, dub, techno, acid house e indie rock. Após um álbum revolucionário, o retorno ao passado, com a banda se travestindo de Rolling Stones em Give Out But Don't Give Up (1994), depois se afundando em psicodelia com Vanishing Point (1996), que rendeu um álbum dub para maconheiros (Echo Dek, 1997) e chegando à eletrônica com XTRMNTR (2000). Evil Heat (2002) diminuia as batidas eletrônicas, mas não largava as programações. Agora, uma nova mudança radical: em Riot City Blues, que será lançado no dia 05 de junho, Bobby Gillespie e Cia deixam a eletrônica no passado para fazer outro disco de rock básico, porém, muito mais inspirado que Give Out But Don't Give Up. Tijoladas de violão folk, vocais rasgados e muito "baby, baby" marcam o álbum, desde já um dos grandes discos do rock em 2006. Suicide Sally And Johnny Guitar é uma das canções acachapantes para se ouvir agora. Mas ainda tem a dylanesca Country Girl, a stoniana Nitty Gritty e a psicodélica Little Death, com toques indianos.

Em um primeiro semestre sensacional para a música pop, vale ir atrás de You in Reverse, novo do Build To Spill, que une melodias matadoras com longos solos de guitarra à la Neil Young. Preciso ouvir com mais calma Trains to Brazil, do Guillemots. Numa primeira audição, bacana. Me lembrou um Radiohead (desfocado) fase Kid A/Amnesiac, mas preciso ouvir com mais calma. You See Colours, do Delays, infelizmente não mantém no álbum todo o clima magnífico da abertura com You and Me. Dei um dedinho de ouvida no novo do Mojave 3, Puzzles Like You, e em Victory for the Comic Muse, do Divine Comedy, que só chegam às lojas no dia 19 de junho. Outro disco que merece destaque é Hearts And Unicorns, do Giant Drags. O duo existe desde 2002, mas começou mesmo a chamar a atenção em 2006. A guitarrista e vocalista Annie Hardy posa largadona na capa de Hearts And Unicorns, que abre com a tosqueira Kevin Is Gay, ganha contornos de baladinha fofa em Cordial Invitation e vira pop rock na boa This Isn't It. A versão britânica do álbum traz a famosa cover de Wicked Game, que anda colocando a banda em vários noticiários pop, tudo por que Annie apresenta a canção, em shows, dizendo que ela compôs a música, e um namorado à roubou, gravou e fez sucesso, abandonando-a e partindo seu coração. O namorado em questão teria sido Chris Isaak, porém, quando Wicked Game foi lançada, Annie tinha apenas 7 anos. A história vale, e a cover também.

Falando em bonus tracks de versões européias, uma versão limitada de Eyes Open, novo álbum do Snow Patrol, primeirão da parada britânica na semana passada, traz, além de um DVD bônus, mais duas faixas inéditas: In My Arms e Warmer Climate. Para se procurar no soulseek. E o Pearl Jam colocou seu novo álbum, homônimo, no segundo posto da Billboard. O nu metal do Tool bateu a turma de Eddie Vedder...

Top Ten mutante (com trinta discos)

:o)

01 - Riot City Blues, Primal Scream
02 - Eyes Open, Snow Patrol
03 - At War With The Mystics, Flaming Lips
04 - Subtitulo, Josh Rouse
05 - Broken Boy Soldier, Raconteurs
06 - Ringleader of The Tormentors, Morrissey
07 - Last Romance, Arab Strap
08 - Garden Ruin, Calexico
09 - Powder Burns, Twilight Singers
10 - Whatever People Say I Am, That's What I'm Not, Arctic Monkeys

11 - You in Reverse, Build To Spill
12 - The Greatest, Cat Power
13 - Waterloo to Anywhere, Dirty Pretty Things
14 - Pearl Jam, Pearl Jam
15 - Rather Ripped, Sonic Youth
16 - Born Again in the U.S.A., Loose Fur
17 - Hearts And Unicorns, Giant Drags
18 - 3121, Prince
19 - Trains to Brazil, Guillemots
20 - The Life Pursuit, Belle & Sebastian

21 - Comfort of Strangers, Beth Orton
22 - Show Your Bones, Yeah Yeah Yeahs
23 - Love Travels at Illegal Speeds, Graham Coxon
24 - Inside in/Inside Out, The Kooks
25 - First Impressions Of Heart, Strokes
26 - The Gun Album, Minus 5
27 - Living With War, Neil Young
28 - The Stars Look Different From Down Here, Cosmic Rough Riders
29 - Stadium, Arcadium, Red Hot Chilli Peppers
30 - In Colour, The Concretes

12/05/2006 - 07h10
"To the bitter end I have fought alone,
Now this cavalry is coming home"


Chasing Cars, a bela balada à la Coldplay (mas com guitarras), um dos pontos altos de Eyes Open, novo disco do Snow Patrol, acaba de perder o primeiro lugar de melhor música de 2006 aqui em casa para You And Me, faixa que abre de forma arrebatadora e emocionante You See Colors, bom segundo álbum dos britânicos do The Delays, que tiveram seu debute (Faded Seaside Glamour) lançado no Brasil em 2005. A rigor, o The Delays trafega entre o britpop nascente da década de 90 (circa 94) com algo do New Order circa 85, e uma aura de previsibilidade paira sobre o som da banda. No entanto, You And Me é uma daquelas canções redentoras que podem salvar um dia ruim e estampar um enorme sorriso no rosto do ouvinte. O fio de voz (bastante feminino) de Greg Gilbert entoa a primeira estrofe, que abre este post, e é a deixa para que a cavalaria, em um suntuoso arranjo de cordas, acompanhe o ritmo acelerado da bateria, até encontrar as guitarras no refrão majestoso:

"And we can lay low tonight; no I don’t have the will to fight
My president or his designs; you & me coulda been fine
you & me were gonna be fine…"


You See Colors foi lançado pela Rough Trade na Europa em março, e não têm previsão de lançamento nos Estados Unidos, muito menos no Brasil...

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É impressão minha ou o ano está tremendamente fraquinho no campo da música brasileira? Por aqui, Chico Buarque dá às cartas com seu Carioca, seguido de perto por O Homem Espuma, do Mombojó. Ainda tem os dois da Marisa Monte e o novo do Nando Reis. Tem o EP do Pullovers e o single novo do Supercordas. O que mais?

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Raridades para se procurar na Web: Chico Science e Nação Zumbi ao vivo no Festival de Montreux em 1995, um show com 21 canções (entre vinhetas e músicas "músicas" mesmo) que destaca a poderosa cover do rei Roberto Todos Estao Surdos, lá no bis, em um repertório que passeia pelos álbuns Da Lama Ao Caos e Afrociberdelia. Qualidade de som perfeita.

Outra raridade é o debute das Cilibrinas do Éden, que seria o primeiro álbum realmente solo de Rita Lee, ao lado de Lucia Turnbull, após sua saída dos Mutantes. Na seqüência, Rita se transformou na Ovelha Negra da família e montou o Tutti Frutti. Gravado em 1973, e não lançado na época, o projeto Cilibrinas do Éden foi desovado na Web, e pode ser encontrado em vários blogs de MP3 destacando deliciosas versões de Mamãe Natureza e Minha Fama de Mal além de canções como Gente Fina É Outra Coisa, Vamos Voltar Ao Princípio Porque Lá é o Fim, E Você Ainda Duvida e Paixão Da Minha Existência Atribulada.

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Assumo o deslize: The Greatest, de Cat Power, está fácil entre os grandes discos de 2006. Chan Marshall foi para Memphis e saiu de lá com um belo álbum. Vai entrar no Top 20 da semana que vem, junto com os novos do Twilight Singers e Delays. Na verdade, na segunda publico um Top 30. Muitos discos bons... muuuuuitos.

11/05/2006 - 08h02
Mais um provável grande disco de 2006 está na Web: Hundred Miles Off, terceiro do The Walkmen. Procurando por ele é bem provável que você também esbarre no novo do The Durutti Column, Keep Breathing... ok, vou dar o link... guarde! :o)

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Ouvi O Homem Espuma em Maceió, dois meses atrás, e apesar da audição desatenta, deu para perceber que era um disco bem difícil. Os amigos corroboraram a opinião, atentando para o fato de que o álbum crescia a cada audição. Voltei a ouvir o disco hoje... e é beeeem difícil, ao contrário do primeiro, que grudava na hora. Vou comentando mais sobre ele nos próximos dias.

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Ouço muito pouco trilhas sonoras. Tanto que as quatro que vou indicar aqui, ainda nem ouvi, e só vou indicar pela lembrança delas que tenho ainda da sala de cinema. Também vou atrás depois, prometo, e trocamos figurinhas. A primeira é a do filme Bonecas Russas, com algumas faixas instrumentais, alguns clássicos franceses e a m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a Mysteries, que abre o primeiro disco solo da vocalista do Portishead, Betty Gibbons. Mysteries toca em dois trechos do filme, e é inesquecível. A segunda trilha é a do melhor filme de 2004 segundo o Scream & Yell: Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças. A trilha do filme de Michel Gondry, com roteiro majestoso de Charlie Kaufman, foi composta por Jon Brion e ainda traz pequenas pérolas como Light and Day e It's The Sun, do The Polyphonic Spree; e Everybody's Gotta Learn Sometime, do Beck. O terceiro filme escolhido é Punch-Drunk Love, que no Brasil recebeu o nome de Embriagado de Amor. Terceiro filme de Paul Thomas Anderson, da obra-prima Magnólia, a trilha de Punch-Drunk Love também é assinada por Brion. Um dos pontos altos de Flores Partidas, de Jim Jarmusch, é sua trilha sonora, que junta o som exótico do etíope Mulatu Astatke à folk singer Holly Golightly (que cantou ao lado dos irmãos White na faixa que encerra o álbum Elephant, do White Stripes), aos indies do Brian Jonestown Massacre (quem viu o filme Dig! irá lembrar deles) e Marvin Gaye. Abaixo, resenhas dos filmes e os links para download de cada um deles, todos postados pelo excelente Mercado de Pulgas.

Bonecas Russas, por Marcelo Costa - Trilha Sonora - Resenha
Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, por Mac Costa - Trilha - Resenha
Punch-Drunk Love, por Drex Alvarez - Trilha Sonora - Resenha
Flores Partidas, por Paula Dume - Trilha Sonora - Resenha

10/05/2006 - 10h58
Mais um candidato a figurar na lista dos melhores discos de 2006 caiu na rede: Homem Espuma, segundo disco dos recifenses do Mombojó, um álbum mais viajandão que o primeiro, mas tão bom quanto. Vai no Baby Borderline pegar.

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Viu a listinha Top 20 que eu coloquei ali embaixo? Então, vou ter que dar um jeito de colocar Powder Burns, do Twilight Singers, em algum lugar. O disco só saí na terça-feira que vem, mas já está na Web e é muuuito foda. E eu só ouvi até a faixa sete...

Aliás, vou ter que reouvir The Greatest, da Cat Power, ausência sentida neste listão. Ou seja, no mínimo, já se temos 22 bons discos (quase) lançados neste ano...

09/05/2006 - 07h36
A semana começa agitada no mundo musical: acaba de cair na Web Powder Burns, novo álbum do Twilight Singers (projeto/banda de Greg Dulli, ex-Afghan Whigs) e, também, Carioca, novão do Chico Buarque - que anda dizendo por ai que fuma (ou) maconha e vai votar novamente no Lula. O Chico é um cara legal demais!.

Os dois álbuns estão em alguns dos vários blogs que já citei neste espaço. Na verdade, acho que não passam de dez os blogs que já citei aqui, então, crie a rotina de passar por eles, que é o que faço, e vá descobrir novidades. Tudo que tenho falado ultimamente, tudo, está disponível para download em alguns destes blogs.

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Papo de redação, duas semanas atrás:

- Esse disco vai estourar. Chasing Cars está tocando até em rádios de SP, e ela nem é single. E o disco só saí nos EUA no dia 09 de maio. E é sensacional.
- Você já ouviu?
- Sim, estou com ele aqui.
- Agora todo mundo 'baixa' discos. É por isso que a indústria está fálida
- Baixar o disco não influência tanto nas vendas quanto você imagina.
- Deve influenciar sim.
- Não para o mal, já que praticamente todos os grandes discos que vazaram de 2000 pra cá, venderam muito. Eu, por exemplo, tenho 5 mil CDs, originais. Baixo. Se o disco é bom, eu compro.
- Sei não (com ar desconfiado).

Nessa hora, eu devia ter intimado o roqueiro das antigas, que ainda não se acostumou com o novo mundo, e sugerido uma aposta: que mesmo estando na rede desde o final de março, Eyes Open estrearia no topo da parada britânica. Não havia assim tanta certeza. Eyes Open é o quarto disco do Snow Patrol, que virou banda de respeito após Final Straw, disco anterior, lançado em 2004, mas que não chegou ao topo nas Ilhas e bateu no número 91 da Billboard. Porém, Eyes Open é um passo à frente de Final Straw e é um disco sensacional, que usa muitos elementos similares aos que o Coldplay (ab)usa, só que com personalidade, garra e guitarras. Se o Coldplay fez um sucesso danado com um disco tão meia-boca quanto X&Y, o mundo precisa reconhecer a grandiosidade de Eyes Open, eu pensava. O pensamento foi atestado ontem, quando o Snow Patrol estreou no topo da parada britânica. Só que conquistar a Inglaterra é até fácil, se comparado ao difícil mercado norte-americano (e o Arctic Monkeys está ai para provar a minha tese). A diferença é que o Snow Patrol construiu uma carreira com o tempo, enquanto a mídia inglesa tentou enfiar os Monkeys goela abaixo do mercado norte-americano (não deu certo nem com o Oasis, iria dar com os Monkeys?). E esse trabalho lento, de quatro discos, chega ao ápice agora, com Eyes Open, que ganha lançamento nos Estados Unidos hoje. Neste momento, por exemplo, Gary Lightbody e banda excursionam pela terra de George W. Bush. Quer saber: os concertos em Washington (31/05), Boston (02/06), New York (03/06), Chicago (10/06), Minneapolis (11/06), e as duas datas em Los Angeles (19 e 20/06) já estão com os ingressos esgotados. Muita atenção neles.

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Falando em atenção, não comentei com o devido carinho um dos melhores discos que ouvi neste ano, Last Romance, do Arab Strap. Sexto álbum dos escoceses, Last Romance foi lançado em fevereiro, e é um dos discos mais maravilhosos do ano. Para avaliar esta minha informação, procure o quarteto de canções que formam o meio do disco, as faixas 05, 06, 07, 08, na seqüência: as líricas Confessions of a Big Brother e Come Round And Love Me (dueto com arranjo de violino de partir a alma em duas), a acelerada e roqueira Speed-Date (com bela cama de teclados no refrão) e a sensacional Dream Sequence. Tenta baixar essas quatro músicas (na verdade, o disco todo) e depois a gente conversa, ok.

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Top Ten Marcelo Costa 2006

01 - Eyes Open, Snow Patrol
02 - At War With The Mystics, Flaming Lips
03 - Ringleader of The Tormentors, Morrissey
04 - Subtitulo, Josh Rouse
05 - Broken Boy Soldier, Raconteurs
06 - Waterloo to Anywhere, Dirty Pretty Things
07 - Last Romance, Arab Strap
08 - Garden Ruin, Calexico
09 - Pearl Jam, Pearl Jam
10 - Whatever People Say I Am, That's What I'm Not, Arctic Monkeys

11 - Born Again in the U.S.A., Loose Fur
12 - Rather Ripped, Sonic Youth
13 - The Stars Look Different From Down Here, Cosmic Rough Riders
14 - Inside in/Inside Out, The kooks
15 - Show Your Bones, Yeah Yeah Yeahs
16 - Love Travels at Illegal Speeds, Graham Coxon
17 - The Life Pursuit, Belle & Sebastian
18 - Comfort of Strangers, Beth Orton
19 - The Gun Album, Minus 5
20 - Living With War, Neil Young

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O Violins, uma das bandas mais bacanas do cenário nacional nos últimos dois anos, anunciou seu fim esta semana. Uma pena. Eles prometiam muito após o sensacional Grandes Infiéis, melhor disco nacional de 2005 para este que vos escreve.

Grandes Infiéis, do Violins, por Marcelo Costa
'Grandes Infiéis' está no nível de álbuns antipopulares como 'Ok Computer' e 'Yankee Hotel Foxtrot', discos difícieis demais para a grande massa, acostumada a quem rima "amor com dor", mas pequenas obras primas de um mundo hiper-maxi-pessoal-e-minusculo: o dos grandes discos de rock, pequenas jóias musicais.

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Se eu ando feliz, sorridente, apaixonado, encantado, sonhando muito e querendo realizar todos estes sonhos, o motivo de tudo isso se chama Liliane, e ela está fazendo aniversário hoje! Feliz aniversário, querida taurina que eu adoro! Muito! :*

08/05/2006 - 03h09
"Ê morena quem temperou – Cigana quem temperou o cheiro do cravo?
Ê morena quem temperou – Cigana quem temperou a cor de canela?
"

Milton Nascimento? Clara Nunes? Nananinanão. É a maluca colaboração do grupo de post rock Tortoise com o folk singer Bonnie Prince Billy. Lançado em janeiro na gringa, The Brave and the Bold se vale de covers (interessantes e) inusitadas para canções do Minutemen (It's Expected I'm Gone) Elton John (Daniel) e Richard Thompson (Cavalry Cross), entre outros, incluindo Cravo e Canela, do Milton Nascimento. Boa mesma é a versão para a clássica Thunder Road, de Bruce Springsteen. Entre os discos que ando ouvindo: já que o Teenage Fanclub decidiu de vez pelo lado docinho do Big Star, sobrou para o Cosmic Rough Riders se espelhar no lado roqueiro da banda de Alex Chilton. The Stars Look Different From Down Here, novo disco dos escoceses (lançamento 21/05), mantém a trilha inspirada de Enjoy the Melodic Sunshine (2000) e Too Close to See Far (2003). Outro disco que saiu no começo do ano, e só agora chegou aqui em casa foi Inside in/Inside Out, do The Kooks. Este debute da banda me lembrou muito a estréia do Franz Ferdinand, uma seqüência de tiros para todos os lados, que invariavelmente acerta o alvo em alguns bons momentos, como em See The World e She Moves In Her Own Way. Ainda preciso ouvir melhor Just Like the Fambly Cat, novão do Grandaddy que ganha lançamento norte-americano amanhã. Ficou devendo na primeira audição. Aliás, amanhã é o lançamento oficial de Eyes Open, quarto (e sensacional) álbum do Snow Patrol (prometo resenha pra semana, prometo). Living With War, novo do Neil Young, que ganha lançamento hoje, me pareceu muito mais importante tematicamente do que musicalmente. Lançando em março na gringa, Love Travels at Illegal Speeds, quarto álbum solo do ex-guitarrista do Blur, Graham Coxon, é beeeeem legal. Um disco que me decepcionou um poquito foi In Colour, novo do Concretes, fofinho demais. Eu esperava algo na linha do ótimo single You Can't Hurry Love, mas me pareceu (numa primeira audição) um Cardigans comportadinho demais. Outro álbum que andou me surpreendendo foi 3121, novo do Prince, único deste todos que ganhou edição nacional até o momento. O cara voltou a fazer funks matadores. Ainda preciso ouvir o novo do Stereolab (Fab Four Suture), o comentado Guillemots (Trains to Brazil), e os novos do Minus 5, do Delays, do Calexico e da Beth Orton, todos aqui pedindo atenção. Ufa. Numa enquete rápida, os sete melhores discos que passaram aqui em casa em 2006 até o momento foram Ringleader Of The Tormentors, do Morrissey; At War With The Mystics, do Flaming Lips; Subtitulo, de Josh Rouse, Waterloo to Anywhere, do Dirty Pretty Things; Eyes Open, do Snow Patrol; Broken Boy Soldier, do Raconteurs; e Pearl Jam, novo do grupo de Eddie Vedder. E eu deixei de fora os ótimos Born Again in the U.S.A., do Loose Fur; Rather Ripped, do Sonic Youth; Last Romance, do Arab Strap; Meds, do Placebo; e Show Your Bones, do Yeah Yeah Yeahs (sim, eu gostei!).

Detalhe: todos os discos citados acima podem ser encontrados em blogs na Web.

Ps. Não gostei tanto do novo do Red Hot Chilli Peppers... me perdoa?

Ps 1. Vocês já sabem minha opinião sobre Strokes, que também lançou disco este ano, mas e o Arctic Monkeys e Belle & Sebastian, cujo novos álbuns chegaram às lojas em janeiro, mas já estavam na web desde novembro de 2005? Eles parecem tão, tão, tão passados... mas quer saber, de tudo que eu ouvi ultimamente, o que mais gostei: Capture/Release, do The Rakes. Discaço, discaço. Vou rolar ao menos duas músicas desse disco na minha nova discotecagem, que periga ser no dia 20, festa de cinco anos da revista eletrônica Speculum. Logo mais, mais informações.

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Para não dizer que falei dessa porção de discos legais, e não dei o caminho das pedras, The Stars Look Different From Down Here, do Cosmic Rough Riders está linkado para download no Gimme Fiction, do Zé Ricardo. Os outros estão em alguns dos últimos blogs que comento sempre. Vai atrás.

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Perdi mesmo o post sobre o jogo do Corinthians contra o River Plate. Alguém copiou? Se sim, please, me manda. Já que estamos no assunto, ficou bem fraquinha a reportagem do Fantástico sobre o acontecido, não? Bom mesmo foi o editorial de capa que o jornal Lance publicou no sábado. Assino embaixo, duas vezes se precisar. (fim das organizadas, reconhecimento dos baderneiros por vídeo, e mais coisas).

06/05/2006 - 12h35
Sad Songs For Dirty Lovers, segundo álbum do quinteto norte-americano The National, está reinando absoluto por estes lados, deixando de lado o novo do Pearl Jam (muito bom, por sinal), o novo do Red Hot Chilli Peppers (mediano e looongo demais) e o novo de Neil Young (politicamente importante, musicalmente mediano). Enquanto ouço Sad Songs For Dirty Lovers, que é de 2003, baixo o terceiro disco deles, Alligator, de 2005. E o amigo Jonas Lopes ainda indica o EP Cherry Tree:

Se o quinteto de Ohio (residente em Nova York) The National já é obscuro nos Estados Unidos, imagine aqui no Brasil. Queridinha da melhor publicação do planeta (a inglesa Uncut), a banda está lançando o EP "Cherry Tree" um ano depois de seu segundo disco, "Sad Songs For Dirty Lovers". O som da banda remete à melancolia de Leonard Cohen e Lambchop, enquanto o timbre grave do vocalista Matt Berninger é parecido com os de Johnny Cash e Scott Staples (Tindersticks).

Curtinho, apenas 28 minutos, Cherry Tree é ainda melhor do que os dois álbuns "cheios" do The National. Vale uma corrida até o Soulseek. As faixas:

"Wasp Nest": Folk delicado, de instrumental pouco abrangente. Violão, um bandolim bem baixinho e uma guitarra minimalista. A letra é carregada de um romantismo à moda antiga: "I wanna kiss your skinny throat".

"All The Wine": O começo engana, com um riff de guitarra que poderia estar em alguma música da banda texana de pós-rock Explosions In The Sky. Mas logo que o resto da instrumentação entra, a canção revela um aspecto pop interessante, com refrão gostosinho. A melhor do EP.

"All Dolled-up In Straps": Piano, violino e uma melodia sombria. Vocais em tons baixos, que deixam a música ainda mais triste. Parece Tindersticks.

"Cherry Tree": Se a anterior já era melancólica, a faixa-título atinge níveis abissais de tristeza. A melodia lembra (de longe, mas lembra) a música-tema do maravilhoso "Réquiem Para Um Sonho".

"About Today": Dedilhado simples, percussão acompanhando o violão lá atrás e um violino etéreo. Clima outonal.

"Murder Me Rachel": Faixa de "Sad Songs For Dirty Lovers", em versão ao vivo. As guitarras do novo arranjo deram uma cara bem Joy Division a ela.

"A Reasonable Man (I Don't Mind)": Começa só com violão e vocais dobrados na mixagem. Quando o cello entra ganha um ar glorioso. Linda, linda: "I don't mind losing a girl to herself/a quiet love is better than none (…) I don't care waiting if it's for the best/a careful heart is better than none".
Jonas Lopes no Yer Blues

Download de The National, debute do quinteto, aqui
Download de Alligator, terceiro álbum do The National, aqui

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Aliás, vale uma passada bem detalhada no sensacional blog Una Piel De Astrácan. Os três do The National estão lá, e tudo, TUDO mais que você possa imaginar. Confira. http://unapieldeastracan.blogspot.com/

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Perdi o post sobre o jogo do Corinthians. Isso que dá atualizar o blog em html de vários lugares. Eu nunca lembro qual html está mais atualizado. Vou ver se acho o texto que escrevi em alguma pasta por aqui...

05/05/2006 - 02h10
Sim, eu estava no Pacaembu, e estou bem. Já estou em casa. E está tudo bem por estes lados, apesar da tristeza. Não a tristeza da derrota, afinal é apenas um jogo de futebol. Mas a tristeza de presenciar um grande número de pessoas que não sabem perder com um mínimo de dignidade. O espetáculo caótico e terrível que a torcida do Corinthians proporcionou na noite passada me enche de vergonha e tristeza. Saber perder é uma virtude que, infelizmente, os fanáticos desconhecem.

04/05/2006 - 07h17
Os dias apaixonados que estou vivendo estão me fazendo descobrir alguns belos álbuns que passaram batido por mim nos últimos anos. Um deles é o Extraordinary Machine, que a cantora Fiona Apple gravou em 2003, mas só lançou em 2005. Extraordinary Machine apareceu em algumas listas de melhores do ano do S&Y, e é um disco lindaço. "This is not about love / 'Cause I am not in love / In fact I can't stop falling out / I miss that stupid ache" canta a menina prodígio na faixa de abertura, Not About Love. Arranjos orquestrais passeiam pelo álbum. O outro disco bacana que invadiu meus fones nos últimos dias foi o extraordinário Sad Songs For Dirty Lovers, que a banda The National lançou em 2003. Sad Songs For Dirty Lovers é o segundo disco do grupo (eles já lançaram um terceiro, Alligator, em 2005), e é simplesmente sublime ao misturar influências de Joy Division, Leonard Cohen, Wilco, Tindersticks e Nick Cave & the Bad Seeds. Guitarras slides, voz linda e gutural, riffs violentos, climas de cabaré, inspiração: está tudo em Sad Songs For Dirty Lovers.

Extraordinary Machine pode ser baixado no Mercado de Pulgas.
Sad Songs For Dirty Lovers pode ser baixado no L0ud.

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O quarteto Supercordas, responsável por um dos EPs mais bacanas de 2005, acaba de disponibilizar no My Space seu novo single, Ruradelica. Baixa lá que vale muito.

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Nesta quinta à noite bato cartão no Pacaembu... vai Corintia...

03/05/2006 - 02h11
Dois discos para se ir atrás agora. O debute do Dirty Pretty Things, Waterloo To Anywhere, (download) e Monsieur Gainsbourg tributo bacanaço ao cantor que conta com Franz Ferdinand, Cat Power, Placebo, Pulp, Kills, Rakes e outros. (Download)

Ahhh, o Dirty Pretty Things é a nova banda do Carl Barat, ex-Libertines... discaço!

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Lá vem o Radiohead com novas canções, tudo no Youtube. Link para o show mezzo acústico que Thom e Johnny fizeram no London's Koko, ontem, primeiro de maio. O semanário New Musical Express dá o serviço completo da balada. Confira.

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Nem só de críticas positivas vive um jornalista...

Marcelo,

O desabafo é válido, de fato não deve ser muito legal ver o mundo - ideal, da crítica fundamentada - infestado por blogueiros e suas contradições em palavras. Palavras ao vento, seja: a) pois o público/alcance da maioria das blogs e outros meios, hã, não-oficiais de "opinião" sequer bate o dos oficiais, qual o S&Y, tanto em acessos quanto em credibilidade/força vinculante, esteja certo disso; b) por outro lado, caso esteja menosprezando/subestimando a força dos "meios não-oficiais"... bem, talvez o termo "democracia" possa ser entendido como tolerância...

A segunda parte: no nosso país, em pleno século xxi (se é que isso signifique algo), talvez a crítica musical tenha perdido a relevância(mediante todos aquelas revoluções tecnológicas expostas em seu texto). Daí, óbvio, o papel do crítico musical em nossa sociedade - numa perspectiva sociológica - também tenha mudado. O que acha disso?Já parou e repassou a importância disso tudo? Se é justo cobrar dos outros "um gosto musical", "um modus operandi", "um sentimento diante da felicidade, das adversidades", assim como esse seu último texto não deveria ser publicado - é opinião pessoal, sem fundamentação racional, e ainda, se observado o valor do Marcelo Costa enquanto crítico musical de um zine/blog lido por milhares de pessoas (jovens, inclusive), pode ser extremamente perigosa. Entendi o sentimento do manifesto, talvez desilusão, ou tristeza diante das merdas que andam sendo produzidas, escritas, divulgadas e supervalorizadas em detrimento dos outros textos, do pessoal cuja voz deveria ser valorizada, em primeiro lugar, pois, sinceramente, é mais capacitado (tempo, conexão pegada, contatos...) para tal. Do outro lado, incompreendi sua argumentação, que não raro encontra paralelos com aberrações que ando lendo e ouvindo dos professores na faculdade de direito. Essa é a razão do e-mail, Marcelo, não poderia deixar de avisá-lo de alguns absurdos de seu discurso:

- Uma definição da filosofia e a importância do filósofo - ou - definição de crítica e a importância do crítico: ''dizer não ao senso comum, aos pré-conceitos, aos pré-juízos, aos fatos e idéias da experiência cotidiana, ao que 'todo mundo diz e pensa", ao estabelecido.(Marilena Chauí, 'Convite à Filosofia')

Desdobramentos desse raciocínio: o filósofo é intelectualmente superior aos outros, presos à média societária da ignorância;deve ser exaltado (políticos, operadores do direito, papa, todos mentirosos que impõem um determinado valor aos outros, funcionando através de um meio{carisma, legitimidade/legalidade, intelectualidade) através do qual perpetua sua dominação (entenda como "força vinculante", intimidação), e aqui uso um termo Weberiano. A dominação é um dos pilares do capitalismo e toda seu engenho de burocracia e sistematização acrítica e maligna. Distribuir e reclamar legitimidade de uma pessoa para tal fim - uma crítica, pelo crítico - é, na verdade, crer no fracasso do próximo em, se é que deva existir um modus operandi nas críticas (musicais, literárias, etc...), chegar em tal nível de fundamentação. Daí todas as desgraças que a História nos mostra: a fé no pastor, no direito, no Ronaldinho, na tecnologia, no psicológo, no crítico de música, entes, no dizer de meu professor de Lógica, necessários para o progresso e continuidade do Mundo.

Sobre aparentes desigualdades no bojo do ecossistema terrestre, fica a questão: ''é normal tal proporção, poucos agraciados(um verdadeiro dom essa percepção de sons...) capazes de enxergarem o mundo - Música, enquanto outros(a maioria) vivem na ignorância(se é que esse é um conhecimento louvável), para sempre dependentes daqueles, isso é justo?? Relaxe, cara. Concordo com você, as aberrações na seara musical andam a mil, fazer o quê? Apenas o trabalho honesto, sério e bacana, qual o que você faz no Scream and Yell...

Abraços,
Nilson

Vamos lá. :) Primeiro: fiquei bastante feliz do meu texto causar uma reflexão tão cuidada. Bacana isso, esse feedback.

Segundo: o texto em questão não pode e nem deve ser levado como um manifesto contra blogueiros. Poxa, esse espaço aqui é um blog. A reclamação é de que cada coisa deve estar em seu devido lugar. Não reclamei de textos em blogs. Falei de "jornalismo musical". Se um blogueiro decide escrever um texto sobre música para um site (um site qualquer), e esse texto é um lixo, sim, ele deveria estar restrito apenas ao mundo dele de blogs. A "ferramenta" blog permite isso. Já um site não. Além do mais, o Scream & Yell não é "grande mídia" como está colocado. Temos um público, mas estamos muito mais perto dos blogs (e nossas resenhas provam isso) do que da Folha de São Paulo. Então, nada de "palavras ao vento". A constatação é de que se você quer escrever um texto sobre algo para ser publicado em algum site, escreva bem. E o texto do Dapieve publicado no No Mínimo (após eu ter manifestado a minha opinião) em contraponto com todos os textos anteriores sobre o disco do Morrissey em sites nacionais comprovam a minha tese de que quem escreveu para estes sites sobre o disco do cara não se preocupou em dissecar a obra, o que foi um desleixo crítico. No entanto, a observação feita não tem nenhuma relação com blogs.

Terceiro: "menosprezando/subestimando a força dos ''meios não-oficiais'": o Scream & Yell é um dos pilares dos meios não oficiais na área em que atua. Se eu subestimasse estes meios, estaria subestimando o próprio site. O que quero, e luto, é para que haja um jornalismo decente mesmo na imprensa nanica. Desde quando o S&Y ainda era em papel que havia um cuidado com os textos, com as informações. Nosso dever é fazer um jornalismo melhor do que a da grande imprensa, e podemos.

Quarto: a crítica musical, assim como a crítica literaria ou teatral, nunca teve tanta relevância no país, e ambas andam em franca decadência no mundo. Como se preocupar com cultura se falta comida na mesa? Porém, as duas últimas já tiveram seus dias de glória. A primeira, só no área de música clássica. Porém, a crítica nunca foi escrita para a massa. É errado imaginar que a grande massa irá ler o S&Y, por exemplo. Estamos num país de 200 milhões de habitantes que não consegue manter uma revista de música com mais de 20 mil exemplares mensais em banca. A crítica sempre foi escrita e direcionada para pessoas interessadas no assunto, desde sempre, e não interessada apenas em saber o que o tal produto é, mas sim para debater mesmo. Então, o papel do crítico continua o mesmo desde sempre. No mais, a relevância de uma crítica estará sempre inteiramente ligada ao crítico que a escreve. Assim, eu sempre foi confiar em um texto assinado por André Forastieri tanto quanto vou desconfiar de um texto assinado por pessoas que escrevem superficialmente sobre uma obra, o que é o assunto do texto em questão. Crítica é algo em extinção desde 1900 e bolinha. No entanto, as pessoas ainda se interessam por isso, e o S&Y é uma prova, já que é um site formado por 90% de resenhas críticas, textos opinativos sobre determinados produtos de arte.

Quinto: o "modus operandi" de uma crítica musical é tão simples: é só encaixar o o objeto de estudo no tempo/espaço em que ele foi gerado. E analisa-lo com profundidade. O grande problema é que as análises estão superficiais. O grande problema é que muita gente não percebe isso, e aceita como válido um produto semi-acabado, ao invés de exigir o melhor. Para escrever o texto em questão, que é acusado de não ter fundamentação racional, foi necessário um confronto dos textos publicados até então com aquilo que eu, particularmente (já que o texto sobre a crítica leva a minha assinatura), entendo como uma crítica válida, partindo da minha posição de editor. Além do mais, o texto está fundamentado. É só ler com cuidado.

Sexto: a base do jornalismo é a crença na verdade. Se você abrir o jornal e começar a duvidar de tudo que está escrito, o jornalismo acaba. Jornalismo, assim como crítica, é construido por credibilidade. E credibilidade se conquista. Quando é jogado no ar "se é que deva existir um modus operandi nas críticas", fica a idéia de que a área analisada não é de domínio do argumentador. Eu digo que existe um "modus operandi" partindo da minha experiência em ler, escrever e editar textos sobre o assunto. Se a pessoa acredita ou não é outra coisa. No entanto, o meu argumento - que é o de quem usa a crítica como ferramenta de trabalho e conhece mais sobre isso do que Direito Tributário, por exemplo - é de que existe. No fundo, tudo isso é um mero jogo de palavras cuja pergunta é bastante simples e pessoal: o que cada um espera quando lê um texto crítico sobre um objeto de arte?

Sétimo: quanto a relação da minória que pensa quanto a massa que é dominada, esse é um assunto muito mais complexo, cujo valor do objeto artístico é até menor em comparação ao político e religioso.

No mais, o texto é focado em "jornalismo musical" publicado na Web, e as fontes do desabafo foram tanto sites independentes como o Scream & Yell como grandes portais, com o UOL. É uma cobrança pessoal por qualidade nos textos. Mais: uma cobrança direta para todos aqueles que se aventuram a escrever sobre cultura pop em pequenos sites, pedindo para que o material publicado ultrapasse em cobertura e qualidade de análise os que são publicados em jornais e revistas.

02/05/2006 - 01h45
E lá se foi mais um feriado. Não posso reclamar. Tenho vivido dias românticos e felizes. Muito felizes. Tão feliz que até tenho medo da felicidade atrapalhar na minha análise do show que o Echo & The Bunnymen fez no Credicard Hall, em São Paulo, no último sábado. :) Mas o que dizer de um show que começa com Going Up, que abre o primeiro disco dos Bunnymen, de 1979, e traz na seqüência Show Of Strength, que abre o álbum que eu mais gosto deles, Heaven Up Here, de 1981? Como comentou o xará Orozco em troca de scraps no orkut, um show quase metal. Pra mim, a melhor apresentação de Ian e Will no Brasil desde o retorno dos Bunnymen. The Killing Moon, Seven Seas, All That Jazz, Back Of Love, a nova Stormy Weather e citações de Summerwind e Walk On The Wild Side foram alguns dos bons momentos.

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Ahhh, o melhor momento do fim de semana de feriado foi... o almoço de domingo. Fiz risoto de bacon para cinco pessoas!!! E fui elogiado. A Li e a Kátia ajudaram muito (apesar de terem devorado os pedacinhos de bacon que eu havia preparado antes). Tá certo que eu usei o expediente de atrasar o almoço (hehehe), assim quando o risoto saiu, elas estavam com muita fome. Mas mesmo assim assumo: o risoto de bacon ficou bem bom. Professora Helena, sinta orgulho do seu aluno, viu. :)

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A discotecagem de domingo na Funhouse foi beeeem legal. Pista lotada, um começo de set list extremamente pesado e com coisas muito novas (Snow Patrol, Dirty Pretty Things, Franz Ferdinand + Jane Birkin), e aquele meio romântico com Can't Take My Eyes Off You na versão Manics e Be My Baby, que eu sempre repito. Teria sido perfeito se eu não tivesse perdido a carteira, e ela tivesse voltado às minhas mãos sem o dinheiro que estava dentro dela. Perder grana é sempre desanimador. Ser "roubado" é ainda mais desanimador. Acredito que vale a honestidade, sabe. O que é seu, é seu. Se eu achar a tua carteira um dia, pode ter certeza que ela voltará da mesma forma que você perdeu. Posso até ser tolo, mas sou limpinho. :/

Set List

Been Caught Stealing, Janes Addiction
Deadwood, Dirty Pretty Things
The View From The Afternoon, Arctic Monkeys
A Song For Sorry Angel, Franz Ferdinand & Jane Birkin
Just A Man With A Job, The Rakes
Somethin' Hot, Afghan Whigs
Hands Open, Snow Patrol
Big Exit, PJ Harvey
Stole The Sun From My Heart, Manic Street Preachers
The Good Life, Weezer
Beautiful Ones, Suede
Disco 2000, Pulp
Regret, New Order
Just Like Heaven, The Cure
Ask, The Smiths
About You, Teenage Fanclub
Do You Remember Rock'n'Roll Radio?, Ramones
Can't Take My Eyes Off You, Manic Street Preachers
Be My Baby, Ronnetes
Day Tripper, Nancy Sinatra
Light of Love, T. Rex
John, I'm Only Dancing, David Bowie
Everbody's Gonna Be Happy, Queens On The Stone Age
Everyday I Love Less and Less, Kaiser Chiefs
Mr. Brightside - Live Version, The Killers
Banquet, Bloc Party
Juicebox, The Strokes
Get Up And Use Me, Franz Ferdinand
Reena, Sonic Youth
Steady, As She Goes, Raconteurs


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