CALMANTES
COM CHAMPAGNE
Imitação Tosca de Um Blog -
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Marcelo Costa
28/04/2006 - 06h56
Véspera de fim de semana prolongado... um pouco de sono...
muitos sorrisos... muitos... e o amor: "a primeira enxaqueca
juntos a gente nunca esquece"... :o)
*******
Ian McCulloch já deve estar por ai. O Echo toca em SP neste
sábado. Quem não tiver grana para encarar e quiser arriscar
uma dica S&Y, o cantor Jorge Quase, que foi entrevistado
pelo amigo André Azenha, faz show no sábado no Fabrini's Bar,
às 23h, R$ 10,00. O Fabrini's fica na Av. Waldemar Ferreira,
55, no Butantã. Outra boa dica é o Ludov, que se apresenta
no Centro Cultural São Paulo, neste sábado e domingo. No sábado,
o Banzé abre a noite. No domingo, é a vez dos
pernambucanos do Rádio de Outono. http://www.centrocultural.sp.gov.br
*******
Mailing Trombador
E como não podia deixar de ser, no domingo,
em São Paulo, tem festa Trombador. Véspera de feriado, então,
já sabe: balada all night long. Começa as 23h. No palco, o
post-hardcore do Deriva; e na pista, dois queridos amigos
nossos: Ale Ricci (residente da Delicious) e Marcelo "Mac"
Costa (capo do Scream & Yell).
Apareçam e divirtam-se!
Trombador
@ Funhouse
Rua Bela Cintra, 567
Esta semana, a partir das
23h $
6 de entrada
(pequenas consumindo $10 não pagam a entrada
magrões consumindo $ 15 também não)
- aceita cartões de débito
-
*******
O blog Binky The Doormat coloca uma seleção arrasadora de
covers para download. Estão lá Highway 61 Revisited,
de Dylan, com a deusa PJ Harvey; Life on Mars, do Bowie,
com o Flaming Lips; Diamond Dogs, do Bowie, com Beck;
Should I Stay Or Should I Go?, do Clash, com Kylie
Minogue; Hyperballad, da Bjork, com o Yeah Yeah Yeahs;
Dead Leaves And The Dirty Ground, dos Stripes, com
Nina Person, e mais...
http://binkythedoormat.wordpress.com/tag/music/
*******
Festeje: At War With The Mystics, do Flaming Lips,
acaba de ganhar edição nacional
*******
Quem sabe, sabe (valeu pela dica, Drex):
Morrissey abre a janela, por Arthur Dapieve, no No Mínimo
Em
seu 10º CD solo, o ex-líder dos Smiths pega o sol de Roma,
fica feliz e, pela primeira vez, explicita o sexo do outro
de suas letras. "Ringleader of The Tormentors" é,
por tudo isso, um item inédito em sua discografia.
27/04/2006 - 07h21
Não é a primeira vez que você me salva uma manhã deprimente no trabalho. A exemplo de tantos outros, o seu texto "Da Crítica da Música Pop" me fez lembrar que nem tudo no mundo é guerra no Iraque, gente tratando política como se fosse novela das 8, programa dominical tentando me fazer chorar e neguinho querendo me fazer acreditar que bonde do role é a vanguarda da música nacional. Seu texto, mais uma vez, me chacoalhou no começo de mais um dia de mera reprodução de modelos no trabalho e disse: "esperança amigo! ainda tem gente que se propõe a fazer o mínimo!" Sim, porque você não fez nada de especial (sem querer desmerecer a qualidade do seu trabalho, pelo contrário), você fez só o mínimo. Não um mínimo desinteressado e desleixado, obrigatório. Você fez o mínimo que se deve esperar de um crítico: crítica! - Bernardo
Texto redondinho.
Pessoalmente, concordo com quase tudo o que foi escrito.
Só uma pergunta para balançar os colhões:
E o nome dos bois?
Ficou devendo. - Daniel
Quero parabenizá-lo, pelo seu excelente artigo sobre a "Crítica na música pop". Realmente a internet nos trouxe um nível de informação jamais imaginado. E isto tanto para o bem como para o mal. Assim sendo, com a abundância de resenhas na WEB, veio junto também, uma abundância de asneiras ditas sobre a música pop. Quando você diferencia "opinião pessoal" de "crítica" você é muito feliz. Criticar uma obra é muito mais do que simplesmente emitir uma opinião. É preciso um conhecimento profundo do artista que está sendo analisado, e também de todo o contexto em ele está inserido. - Luís Carlos
Gostei muito do texto, de verdade. Sou do time dos descontentes
com o status da crítica no Brasil. Meus ouvidos doem ao ouvir
palavras ( pretensas categorias?) como "hype" ou
clichês como "melodias assobiáveis", "ganchos
pop", etc Há textos que se constroem mais em torno dessas
recorrências do que da própria obra; é como se o disco é que
se tivesse que se encaixar no universo (restrito) do vocabulário
modista do crítico (e do seu gosto temperamental e cínico)
e não o contrário. Hilária a sua metáfora para a relação da
"crítica"com o surgimento da Internet; um movimento
punk que é, de fato, pseudo-democracia. Há muito mais a homogeneidade
de consensos forçados e viciosos do que qualquer outra coisa
mais rica e profusa. Seu comentário sobre a desatenção que
sofrem os letristas de música pop é pertinentíssimo e sintomático.
O desprezo crítico que sofre a música pop é também algo a
ser dito e provocado... Concordo 100%. - Diogo
Meu nome é Daniel, moro em Recife e sou assíduo leitor do "scream & yell" há bastante tempo e estou escrevendo pra elogiar a sua coluna "Da Crítica da Música Pop".
Viciado em música desde criança (ler, ouvir e tocar), eu concordo plenamente que uma pessoa que se dz critico musical tem que ter um profundo conhecimento do assunto, principalmente em veículos destinados a um público que também tem um conhecimento acima da média... não sei qual a critica que te levou a escrever o texto, mas me lembrei prontamente de vários exemplos que se encaixavam perfeitamente...
É por conta de reportagens como essas que o scream & yell faz parte do meu dia a dia e é um dos maiores responsaveis pelos discos que tenho ouvido ultimamente... Parabéns - Daniel
Bem, agradeço todo mundo que comentou o texto citado. Valorizo
pacas um comentário destes, pois estamos de tal modo afundados
no marasmo de nosso dia-a-dia, que escrever para alguém que
nem conhecemos para elogiar alguma coisa parece tão irreal
que surpreende. E mais: fiquei feliz com o nível dos comentários
(os citados acima estão editados, senão haja espaço - risos).
A rigor, a idéia do texto foi dar um chacoalhão mesmo. Comecei
a escrever sobre música tardiamente, aos 25, mas já tinha
uma boa bagagem de shows e audição de discos para poder diferenciar
uma coisa da outra. E o que me motivou a escrever foi o baixo
nível dos textos de música na grande mídia. Quando o Scream
& Yell surgiu, a Bizz estava sem rumo, e os principais
cadernos culturais (Ilustrada, Caderno 2) não
traziam nada de novo. Já que estes veículos não falavam comigo,
eu mesmo decidi criar um veículo para falar das coisas que
gostava, e de um jeito diferente da grande mídia. Isso foi
muuuuito tempo atrás, o Scream & Yell cresceu, mas
a idéia permanece a mesma. Então, se é para se escrever um
texto para publicar no seu site, que se escreva um texto que
seja melhor do que irá sair na Folha, no Estado,
na Bizz, etc... Tenho isso sempre em mente. Não que
consigamos sempre, mas é preciso buscar isso. Uma maneira
diferente de ver a obra. Um jeito diferente de analisa-la.
Um veículo independente não têm preocupação com fechamento.
Na Internet, então, nem se fala, já que temos a liberdade
de escrevermos quanto quisermos, sem estarmos podados por
uma certa quantidade de toques. É lógico que tamanho de texto
não significa qualidade, e o ideal é usar o espaço da melhor
maneira possível, mas é um ponto que temos a favor. Sem contar
que não temos que fazer média com ninguém, a não ser com nós
mesmos. Para escrever um texto sem vergonha sobre um disco,
não escreva. Sente, ouça, reflita, entenda as letras, procure
informações sobre a produção, veja a capa, o encarte. Entenda
o disco como uma obra. "Da Crítica da Música Pop" foi um desabafo,
que na verdade também é uma cobrança pessoal, e também a todos
que publicam textos no S&Y. Quem são os bois pouco interessa
neste momento. O que interessa é que você, leitor, saiba distinguir
um bom texto de um ruim, e cobre isso. E que você que se propõe
a escrever, escreva o melhor que puder. Não que a gente acerte
sempre, mas a gente tenta. Novamente, obrigado.
"Da Crítica da Música Pop", por Marcelo Costa
A passagem do Supergrass por Atibaia
e o lançamento do novo álbum do cantor Morrissey serviram
para atestar o quão canhestro anda o pseudo-jornalismo musical
por estes lados.
26/04/2006 - 07h02
Projetos, projetos, projetos. Preciso de um novo site. Começo a rabiscar hoje um novo lay-out para o S&Y, adaptável aos moldes dos grandes portais. Vou tentar algo simples, com cinza e branco mesmo, mais compacto. Torce por mim. Também têm uma revista atravessando o caminho... projetos, projetos, projetos. Como se faz para ganhar dinheiro fazendo tudo aquilo que a gente acredita e sem ser desonesto? Acordei bastante cansado hoje... mas existe outra saída além de sonhar? Dúvidas.
25/04/2006 - 18h11
Broken Boy Soldiers, do Raconteurs, e Rather Ripped,
do Sonic Youth são dois bons exemplos de álbuns matadores
que devem ter nascido com uma facilidade tremenda. Rather
Ripped é excelente e exibe um Sonic Youth pop, aquele
de canções de três minutos atormentadas por guitarras zumbindo,
e faz esquecer o show chato do Claro Que É Rock 2005 e o fraquinho
disco anterior, Sonic Nurse. Já Broken Boy Soldiers
têm tudo para ser o disco mais vendido dos anos 00. Explico:
se apenas um cara no mundo pudesse reencarnar James Patrick
Page, esse cara seria Jack White. O faz-tudo do White Stripes
é tão fascinado pelo Led Zeppelin que montou uma banda, "banda
mesmo" (com baixo, bateria e guitarra), para louvar ainda
mais o velho Zep. Jack ainda teve a grande sacada de chamar
para o projeto o amigo - e grande songwriter - Brendan Benson.
O mercado norte-americano, tão apaixonado por guitarras, seja
de metal farofa, seja de trash metal, nunca teve uma banda
tão certinha (musicalmente falando) como o Raconteurs para
amar. Nos anos 60, apenas o Led ousou fazer frente ao "pop"
dos Beatles e dos Monkees. Dos 11 álbuns mais vendidos daquela
década, 07 são dos Beatles, 02 são dos Monkees e dois do Led
Zeppelin, um deles figurando em segundo lugar, perdendo em
vendas apenas para o White Album, dos Beatles. Nos
anos 70 o domínio zepelliniano foi total, e gerou pastiches
que foram de Van Halen, que dominou o começo da década de
80, e Guns'n'Roses, que fez sucesso no fim dos 80. Agora,
o Raconteurs chega usando tudo aquilo que fez o Led Zeppelin
ser tão grande quanto ele foi, e promete muito, mas muito
barulho. O disco só saí metade de maio (a edição nacional
ficará a cargo da Sum Records), e ouso dizer que em julho
ninguém vai aguentar ouvir falar de Raconteurs, tamanha a
exposição que a banda terá nos próximos meses. Como todo mundo
sabe, o "massacre" imposto pela mídia geralmente nos faz enjoar
da banda. Por isso, vá atrás de Broken Boy Soldiers
e ouça enquanto a banda ainda não ultrapassou a marca de 10
milhões de cópias vendidas. Vai fazer uma tremenda diferença...
e o White Stripes vai ficar sendo a segunda banda de Jack
White.
******
O Twilight Singers - de Greg Dulli, um cara venerado por estes
lados - já exibe três músicas de seu novo álbum, Powder
Burns, no My Space: Bonnie Brae, Forty Dollars
e there's Been An Acc. Vem um puta disco bom por ai...
Ouça.
******
A Pelebrói Não Sei? é uma das bandas mais amadas do cenário
curitibano, tudo culpa do compositor e vocalista Oneide, uma
das figuras mais carismáticas da cena local. Eles fazem um
punk rock ramonístico e já lançaram ao menos dois clássicos
petardos independentes: Odontalgia (do singelo verso
- "minha dor de dente é você") e Céu Sem Cor, a canção
mais Wander Wildner que Wander Wildner não compõs, cuja letra
- deliciosa - flagra um fim de relacionamento: "Agora que
eu lavo a roupa, não me tratas bem. Enquanto bebo uma cerveja,
tu bebes também. Eu fico deitado ao teu lado, tão estranho
quanto alguém que já morreu. Agora que eu lavo a roupa você
me esqueceu. Agora quando eu chego em casa você nem me vê.
Eu fico sentado na sala em frente à TV. Lembrando tão intensamente
todo aquele tempo em que você me amou. Agora que eu preparo
a janta você me abandonou". A seqüência é hilária: "Agora
toda minha família é o Rex e eu". Conheça o site
da banda e baixe Céu Sem Cor aqui,
link direto (botão direito, salvar como).
O Stuart é de Blumenau (valeu, Dary!), e é uma banda tão respeitada
por lá quanto a Pelebrói é em Curitiba. A banda também aposta
no punk rock, com sotaques indies, e conquistou a simpatia
de... Wander Wildner. O bardo punk brega fez uma versão "voz-violão"
para a pauleira Um Bom Motivo que é de chorar. Nina
Lemos abriu seu texto sobre Wander Wildner na Folha de
São Paulo da semana passada citando essa letra: "Eu
não importo com amores desperdiçados. E nem quero viver minha
vida ao teu lado. Mas tudo se foi com o vento que passou e
te levou. Mas tudo se foi, eu sabia, que iria um dia. Cada
vez que eu olho para trás, fico imaginando não te ver nunca
mais. Mas nem na televisão existem imagens tão coloridas.
Nem nos livros e nem nas bebidas. Então me dê um motivo pra
não chorar. Me dê um motivo pra não cheirar cola esta noite.
(...) Não tenho dinheiro no bolso, eu não tenho nada. Apenas
um lenço molhado de lágrimas. Não tenho dinheiro no bolso,
eu não tenho nada. Apenas um lenço molhado e a minha guitarra".
Conheça o site
do Stuart e e baixe Um Bom Motivo aqui,
link direto (botão direito, salvar como).
Diego Medina, além de ser um cara extrememante bacana, é um
músico sensacional. Ele já teve "n" bandas legais, em que
a mais conhecida acabou sendo a Video Hits, que lançou uma
boa demo independente em 2000 (Doces, Refrescos e Tratamentos
Dentários), regravou tudo com produção de Rafael Ramos
atendendo pelo nome de Registro Sonoro Oficial (2002)
e acabou tendo seu segundo disco engavetado com a falência
da gravadora Abril Music. Acredito - e não estou exagerando
- que Segundo (nome que eu mesmo estou dando para o
segundo disco da Video Hits) será, um dia, o álbum não lançado
mais famoso do rock nacional com canções como Garoto Boa
Pinta, Perdido e Meio (que chegou a ser lançada
na excelente trilha
sonora do filme Houve Uma Vez Dois Verões), Pi
e a preferida da casa, Tô Um Bagaço: "Muito obrigado
pelo anti-depressivo, pelo abraço e abrigo, pelo chá de hortelã.
Muito obrigado pelo sorriso aberto, por você estar por perto,
a esta hora da manhã". No site do Medina é possível baixar
canções de seu Best Of de Clearwater d'Os Massa, A
Extravagante Saga de Tchambie em Busca de uma Maldita Caneca
de Café Decente do Senador Medinha, e 29.30 do
The Medina Bros. Orteskra. Uma loucura melhor que a outra.
http://www.diegomedina.com/
******
Estrela Solitária, novo de Win Wenders, é bem bonito. A história, óbvia, é bem recortada pelo roteiro simples e envolvente, que destaca um núcleo de personagens secundários tão fortes que, por vezes, roubam o brilho da ótima atuação de Sam Shepard, que assina o roteiro, baseado em um texto próprio. Win Wenders deixou a densidade de lado para filmar a redenção. Esqueça a redução preguicosa da crítica que diz que o filme é um 'road movie' (ele apenas absorve elementos do estilo) e o compara à Paris-Texas (pouquissimas semelhanças). Na verdade, Estrela Solitária é irmão direto de Flores Partidas, de Jim Jarmusch. Porém, enquanto o segundo exibia o vazio existencial de forma "apaixonadamente vazia", Estrela Solitária apenas namora a temática, seguindo ao fim um outro caminho (por vezes óbvio, mas até mais interessante): o de contar a história de um homem que, no fundo do poço, percebe que precisa dar um rumo à sua vida. O que acontece após essa decisão move Estrela Solitária. Ambos os filmes tratam do vazio da alma e trazem bons momentos cômicos para disfarçar o gosto amargo da temática central. No entanto, Jarmusch demarcou seu microcosmo tendo como base um personagem cujo vazio não nos é tão próximo, um Don Juan dos novos tempos, gênio da computação, cuja vida apenas é um amontoado de horas se amontoando cada vez mais, e nem o dinheiro serve para diminuir o tédio. Já Wenders optou por um personagem bastante comum, que passa a vida fugindo de si mesmo - e de suas obrigações, até perceber que o tempo (implacável) não pára de girar os segundos do relógio. Dinheiro e fama aqui - como lá - também não têm função nenhuma. De mãos dadas, Jarmusch e Wenders filmaram fagulhas de humanismo. A diferença é que Jarmusch acredita na culpa enquanto Wenders crê no perdão. Eu fico com o segundo...
******
Como traduzir a felicidade? Não sei, mas tento: estou tão
feliz que até dói o peito.
24/04/2006 - 07h01
O bardo punk brega Wander Wildner retorna ao Camalehon nesta terça para fazer o show que Xico Sá, Nina Lemos e Marcelo Costa (dãã) consideram o melhor show de rock da cidade de São Paulo na atualidade. Os textos bacanas do Xico e da Nina estão linkados mais abaixo. Segue a info:
Wander Wildner
Bar Camalehon
Rua Piauí, 103 (atrás do Mackensie)
25/04 - 22hs
R$ 10
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O duo Will Sargeant e Ian McCulloch retorna à São Paulo como Echo & The Bunnymen no próximo sábado, 29 de abril. Os convites de meia-entrada (arquibancada do Credicard Hall) estão por R$ 35, enquanto a pista saí por R$ 45.
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No domingo, dia 30, a festa Trombador, na Funhouse destaca
a banda paulista Deriva. Nas pick-ups, Marcelo Costa (dããã)
divide a noite com Alê Ricci (Delicious) e os DJs Trombadores.
Garanto um set list tão dançante quanto o da última balada.
E novas do Sonic Youth e de Morrissey e Be My Baby...
Na verdade, o lance é dançar até ás 6 e pouco da manhã, tomar
um café da manhã na Bela Paulista, e dormir o primeiro
de maio (que será uma segunda-feira) inteirinho. Vai encarar?
DOMINGO 30/04
TROMBADOR. Show: Deriva (São Paulo - SP)
DJs: Marcelo Costa (Scream & Yell), Alê Ricci (Delicious)
DJs Residentes: Trombadores
$6 de entrada
A partir das 20h.
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Radiohead confirmado no Tim festival... para 2007???? Ih... já vi tudo. E o Curitiba Rock Festival parece que será em junho... e terá Gang of Four além dos nomes já comentados por aqui (BRMC, Ian Brown)... será?
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Blog do dia: Brazilian Nuggets - http://brnuggets.blogspot.com
Só raridades nacionais em MP3. Tem o tão falado - mas pouco
ouvido - disco ao vivo do Secos e Molhados (Ao Vivo no
Maracanãzinho) de 1974; The Beatniks (Complete Mocambo
Singles, de 1968); Ronnie Von (Ronnie Von nº 3,
1967); Os Brazões (Os Brazões, 1969); Lula Côrtes &
Zé Ramalho (Paêbirú, 1975) e muito mais. Vai
lá.
23/04/2006 - 21h06
Passamos Por Isso
O Ambiente é tão sério
Não há lugar para ação
"Vê se conserva suas raízes", eles disseram
"Camisa de Vênus é alienaçáo"
"Vocês vão obedecer", eles disseram
"Vocês vão entender", eles disseram
"Vocês vão aprender, a curtir MPB!"
E me falaram dos perigos
Que eu encontraria aqui
Enquanto os mestres do bom gosto
Botavam samba pra eu ouvir
"Vocês vão obedecer"
"Vocês vão entender"
"Vocês vão aprender, a curtir MPB!"
Eles têm medo do que não entendem
Eles gritaram: "Isto não é música, é barulho
Vocês não vão a lugar nenhum com isso."
"Hmhmhmhmhm, seus otários! Nós atropelamos vocês!
Nós passamos por isso"
Quizeram mudar nosso nome
Deixar tudo arrumadinho
Nos deram até a liberdade
De tocar Brasileirinho
"Vocês vão obedecer"
"Vocês vão entender"
"Vocês vão aprender, a curtir MPB!"
Passamos Por Isso é a música que abre o debute
do Camisa de Vênus, em 1983. O disco, homonimo, é um pequeno
líbelo do rock nacional nascente. A produção, tosquissima,
deixa as microfonias de lado, mesmo em faixas punk como Bete
Morreu e Pronto Pro Suicidio, mas assim como o
debute do Clash, nem mesmo a produção ruim consegue estragar
um conjunto tão forte de canções. Defendo, desde sempre, que
Marcelo Nova é um dos grandes letristas do rock nacional em
todos os tempos. E um dos caras mais cara-de-pau, roubando
riffs e canções inteiras, como o caso da ótima Passatempo,
clone de That's Entertaiment, do The Jam. Altamente
rock'n'roll, o debute do Camisa exibe sua carta de intenções
logo na primeira música, contando do horror que a cena baiana
teve quando descobriu uma banda punk chamada Camisa de Vênus.
"Isso não é música, é barulho", diziam os mestres do bom gosto.
O tempo passou, e o Camisa fez história. E esse debute continua
sendo um monolito, que em comparação com 95% da cena atual,
dá um banho de textos e força criativa. Seja na provocativa
Metástase (que junta Marx, Hitler, Freud e Jesus numa
letra matadora), o primeiro compacto da banda (Meu Primo
Zé), o primeiro hit (Bete Morreu), a primeira versão
(Negue, carregada de dramaticidade) e duas pérolas
incontestáveis, com letras matadoras: Passatempo, que
já ganhou uma cover poderosa de Wander Wildner e O Adventista. A primeira traz versos como:
De manhã cedo eu chego na janela
Bebê chorando, um cachorro latindo
Uma mulher fazendo as unhas
E na calçada um velho dormindo
Só pra passatempo!
Só pra passatempo!
Um atleta faz teste de cooper
Passa veloz pela banca da esquina
Depois relaxa, enche o pulmão de ar
Pra respirar cheiro de gasolina
Só pra passatempo!
Só pra passatempo!
Um casal sai para fazer compras
Nas vitrines começam a sonhar
Não sabem como vai ser para o mês
Mas tão contentes por poder gastar
Só pra passatempo!
Só pra passatempo!
Três rapazes espancando um
E bem mais facíl pois ele é mais fraco
Um tapa na cara e outro nas costas
Um murro na boca e um chute no saco
Só pra passatempo!
Só pra passatempo!
A indiferença vai aumentando
Nas diferentes classes sociais
Serventes, médicos e empresários
Que Deus disse "São todos iguais"
Só pra passatempo!
Só pra passatempo!
Sobre O Adventista, me lembro de uma história recente. Em um show solo em Santos no final do ano passado, Marcelo Nova cantava a letra versada em ironia: "Eu acredito no partido trabalhista". E emendava: "Hehehe, eu já sabia disso tudo vinte anos atrás". Impagável.
Eu acredito no bem e no mal
Eu acredito no imposto predial
Eu acredito, eu acredito
Eu acredito nos livros da estante
Eu acredito em Flavio Cavalcante
Eu acredito, eu acredito
Nao vai mais haver amor
Neste mundo nunca mais
Eu acredito no seu ponto de vista
Eu acredito no partido trabalhista
Eu acredito, eu acredito
Eu acredito em toda essa cascata
Eu acredito no beijo do Papa
Eu acredito, eu acredito
Nao vai mais haver amor
Neste mundo nunca mais
Eu acredito em quem anda com fé
Eu acredito em Xuxa e em Pelé
Eu acredito, eu acredito
Eu acredito na escada pro sucesso
Eu acredito em ordem e progresso
Eu acredito, eu acredito
Nao vai mais haver amor
Neste mundo nunca mais
Eu acredito que o amor atrai
Eu acredito em mamãe e em papai
Eu acredito, eu acredito
Eu acredito no Cristo que padece
Eu acredito no INPS
Eu acredito, eu acredito
Nao vai mais haver amor
Neste mundo nunca mais
Eu acredito no milagre que não vem
Eu acredito nos homens do bem
Eu acredito, eu acredito
Eu acredito nas boas intenções
Mas esse papo já encheu os meus botões
Eu não acredito
Eu não acredito
Nao vai mais haver amor
Neste mundo nunca mais
O álbum Viva!, de 1985, que além das pornográficas
Silvia e My Way, ainda traz os hits Hoje,
Eu Não Matei Joana D'arc e O Adventista e a
ótima Solução Final (e ainda algumas faixas de estúdio
como Lena, Gotham City e Ladrão de Banco) apareceu
em promoção
por R$ 15 na Velvet CDs, mas este debute é bastante raro,
tanto que eu mesmo só o tenho em vinil. Essa semana achei
um link com o álbum completo, para download. E, por isso,
esse post saudoso, por que esse é um álbum que você precisa
ouvir. http://lagrimapsicodelica.blogspot.com/2005/11/camisa-de-vnus_25.html
*******
O Galope do Tempo, de Marcelo Nova, por Marcelo Costa
"O
Galope do Tempo" é o grande momento do Marcelo Nova escritor,
um cara que já pediu dinheiro para Deus ("Deus Me Dê
Grana"), já descreveu a destruição do sonho da classe
média brasileira via indústria automobilística ("Simca
Chambord"), e já elogiou todas as Silvias do mundo carinhosamente
em uma canção.
21/04/2006 - 19h37
"Mexe o cu, Mexe o cu, Mexe o culote"
Ops, me empolguei, né. Bem, para quem ainda não ouviu, a frase
acima é o refrão de México, uma das hilárias novas
músicas do rapper De Leve, que eu já havia comentando por
aqui. Em março, De Leve colocou México, Diploma e Pode
Queimar em streamming em seu site. Resultado: o site caiu
devido aos acessos. Agora, o carioca volta disponibilizando
as três músicas que antecedem seu novo álbum, Manifesto
1/2 171.
Alguns trechos de letras:
México
Mulé cê quer um papo cabeça? Liga pro Pedro Bial
Não me formei na PUC, fugi da Federal
Não quero falar sobre física quântica
Filosofia, democracia, poesia romântica
Nada de Kant ou Schoppenhauer
Não quero que cante, paga 1 chopp e dá um real aí
Não leio jornal a dois anos e não assino a Veja
Mas posso fingir que sei se cê pagar uma cerveja
Diploma
Você é jornalista, a família acha lindo
Exemplo pros irmãos, pela mãe sempre bem vindo
Tira maior onda no choppinho da sexta
Mas o que ninguém sabe e que cê trabalha no Extra
E que o jornal é uma bosta
Você tem assessoria nas costas
E o que você escreve é deprimente
Mas tira onda quando tá com a gente
De Leve é... phoda. Baixa as três novas músicas:
http://www.deleve.com.br/musicas.htm
Para ler: O Estilo Foda-Se, De Leve, por Marcelo Costa
De Leve
tem mais tesão pela diversão (e pelas mulheres)
*******
Uma das melhores notícias do rock independente em 2006: o
ex-quarteto paulista Pullovers, após três ótimos álbuns
independentes, retorna reformulado, agora como quinteto e,
melhor, cantando em português! Antecipando o EP 1932,
duas deliciosas músicas de amor guitarreiras disponíveis no
Trama Virtual grudam no peito.
Alguns trechos de letras:
1932
Quando você sorriu
me repartiu em antes e depois.
O Amor Verdadeiro Não Tem Vista Para o Mar
Pegou na mão dela,
cansou de esperar.
Abriu a janela
prá chuva entrar
o amor verdadeiro
não tem vista
para o mar.
Duas músicas para entrar entre as melhores nacionais do ano. Baixe:
http://www.tramavirtual.com.br/pullovers
20/04/2006 - 07h32
Uma palavra para resumir os últimos dias, uma só: felicidade
*******
Un Poco de Respeto, versão fofa dos argentinos do Attaque
77 para A Little Respect do Erasure está para download
no Copy, Right?. Vale. http://copycommaright.blogspot.com
*******
A propósito, assunto downloads. A queridissima Dulce Quental
escreveu uma
coluna versando suas opiniões sobre o assunto, em um texto
que vale muito ser lido e refletido. Particularmente, sou
amplamente a favor do download e da troca de MP3. A indústria
e os próprios artistas ainda não sabem lidar com isso, mas
precisam aprender, e rápido. Acredito que, mais do que em
qualquer outra época, o verdadeiro artista será reconhecido
ao vivo, fazendo shows, como deve ter sido no início dos tempos,
quando não havia como se gravar coisas, e os cantores e atores
ganhavam por apresentações, e não por venda de produtos. Antagonicamente,
o desenvolvimento da tecnologia está levando à música de volta
à Idade Média, e só vejo vantagens nisso, pois artista é realmente
aquele que tem o dom de encantar outros se apresentando ao
vivo. Existem centenas de artistas pré-fabricados, e este
retorno à Idade Média, essa valorização do show, servirá muito
para valorizar o verdadeiro artista.
Paralelamente, ainda acho que quem ama música, compra CDs.
Tenho mais de 5 mil CDs em casa, e destes, ao menos 500 são
cópias, e na primeira oportunidade os troco por originais.
Gosto do fetiche do produto, de olhar o encarte, de entender
um disco por inteiro, como melodias, letras e arte gráfica.
Gosto de edições especiais. No entanto, defendo que a música
precisa ser difundida, e que quanto mais gente ouvir, mais
pessoas irão conhecer, e mais a música estará sobrevivendo.
O artista, na verdade, precisa se desprender das gravadoras.
Estamos passando por um período de transição do modelo antigo
de gravadoras (que manipulavam toda a indústria fonográfica,
da contratação do artista, passando pela gravação do CD até
a distribuição) para um novo modelo, em que a gravadora será
apenas a ponte entre o artista e o público. Neste ponto, as
grandes gravadoras brasileiras se arrastam. Com exceção á
Trama, uma das poucas com visão futurista, as outras parecem
estateladas no mesmo lugar. Como explicar que uma divulgadora
de gravadora confunda Morrissey com van Morrissey, ops, Van
Morrison, como contou o jornalista Lúcio Ribeiro em sua coluna
da semana passada. Morrissey é um artista que vende um
milhão de discos, não é um nome para ser ignorado. A falência
do mercado fonográfico nacional é de responsabilidade das
gravadoras, não dá troca de arquivos de MP3. Aliás, já está
mais do que provado que o disco "vazar" antes do lançamento
é uma excelente divulgação. O álbum do Arctic Monkeys já estava
na Web desde o fim de dezembro, e mesmo assim eles bateram
recordes de vendas. E isso tem acontecido com todos os principais
lançamentos nos últimos cinco anos.
A minha posição, particular, é a favor da troca de arquivos.
Acredito que ouvir o CD em MP3 inspire a pessoa a comprar
o álbum original. Como fonte jornalistica, o S&Y somente indica
onde se encontra, não hospedando nenhum CD ou programas que
seja de distribuição ilegal, o que é necessário ser dito.
Neste novo período que estamos vivendo na história da música
mundial, a valorização do artista está cada vez mais ligada
ao seu momento mais íntimo: quando ele se desnuda em um palco
com seu repertório. Músicos gravam discos para sair em turnê.
É ali que os arranjos amadurecem. É ali, no palco, que tudo
acontece. É ali que a música se torna realidade, afinal, a
música que ouvimos em um disco de vinil ou em um CD é apenas
um fragmento daquilo que aconteceu no estúdio. O MP3, cuja
qualidade musical é ainda inferior, é só um caminho para levar
o público aos shows. :)
*******
Hoje tem Wado, no Sesc Santana. Eu vou encontrar um grande
amigo, e desejar a ele uma ótima viagem ao México. Mas se
você não tiver compromisso hoje á noite, o show de Wado &
Realismo Fantástico é "tarja preta", remédio forte...
*******
Em textos emocionados para a Folha desta quinta-feira,
o amigo Xico Sá (salve, salve) e a 2Neurônio Nina Lemos comentam
aquele que é, para mim, o melhor show de rock da cidade de
São Paulo nos últimos dois anos: Wander Wildner no Camalehon
"Wander Wildner cria templo punk brega"
Um dos melhores shows de rock em cartaz em São Paulo trafega
pelos subterrâneos da cidade, entre as ruas Augusta e Piauí,
na região central. Não se trata de uma superprodução. Mas
de um homem sozinho tocando guitarra. O show do gaúcho Wander
Wildner, que lança o disco "Dez Anos Bebendo Vinho", acontece
semanalmente em um porão do Café Camalehon, um bar com ares
de república estudantil, e é assistido por cerca de 20 devotos.
Leia
a Integra
"Por que um homem chora no show do Wander?", por Xico Sá
Mesmo os que não derramam lágrimas alcoolizadas, choram
de alguma forma no show. De lá não se sai ileso, mesmo o mais
empedernido dos machões. W.W. nos faz lembrar, com o seu punk
brega, que somos caras carentes, desajustados habitantes da
imensa Carençolândia que é a existência; nos faz rir das nossas
assombrações, da nossa tara pela vizinha, da empregada de
Guadalajara que um dia trabalhou para Elvis nos seus tempos
de seresteiro. O show deixa patente que a vida não é mesmo
bossa nova. A vida ou é punk ou é brega. E W.W., como poucos,
sabe fazer labaredas ao juntar essas duas correntes. Um show
para quem não tem medo de cair, para quem domina a arte de
nadar no seco. Leia
a integra
"Por que uma mulher chora num show do Wander?", por Nina Lemos
"Não tenho dinheiro no bolso, eu não tenho nada. Apenas
um lenço molhado de lágrimas e a minha guitarra." Ver um homem
sozinho num palco (que na verdade é um tapete) cantando uma
coisa dessas dói fundo no coração. Faz qualquer mulher sentada
ali no porão do Camalehon se lembrar dos caras que a gente
já fez sofrer. Que garota nunca fez um homem chorar? Que mulher
nunca foi cruel e largou um homem "chorando na praça", como
canta Wander Wildner em "Dormi na Praça", de Bruno e Marrone?.
Leia
a integra
19/04/2006 - 07h17
O inverno chegou mais cedo? Frio. Bem, rápido e rasteiro que tem muitas coisas para se fazer, muitos pensamentos flutuando na cabeça, um desejo de revolução no ar. Coisas, coisas, coisas.
Blog de MP3 do dia: Rock'n'Roll - http://rockdelirious.blogspot.com
Bastante variado, o Rock'n'Roll disponibilzia a integra de
álbuns do Sepultura (incluindo os sensacionais Chaos A.D.
e Roots), o debute do Audioslave, quatro discos do
Violeta de Outono, e os obrigatórios Substance (com
a linda Atmosphere), Unknown Pleasures e Closer,
do Joy Division. Ainda tem Oasis, Supergrass, Cake e a também
obrigatória 21, coletânea arrasadora do Jesus & Mary
Chain. Divirta-se. http://rockdelirious.blogspot.com
******
Pequeno resumo dos preferidos aqui em casa neste "começo de ano"
FILME
Match Point
2046
Bonecas Russas
SHOW NACIONAL
Tom Zé - FMI Maceió (Março)
Vanguart - Funhouse (Março)
Los Pirata - A Moda É Rock (Fevereiro)
SHOW GRINGO
Medeski, Martin & Wood - Sesc Pompéia (Março)
Supergrass - Campari Rock (Abril)
Rolling Stones - Copacabana (Fevereiro)
DISCO NACIONAL
Vou Tirar Você Deste Lugar, Tributo a Odair José
Pra Fazer o Mundo Girar, Sonic Jr.
I Want It Loud!, coletânea da festa carioca
MÚSICA NACIONAL
Diploma, De Leve
Você Que Não Pára, Suzana Flag
Lospi Gospel, Los Pirata
DISCO INTERNACIONAL
Eyes Open, do Snow Patrol
At War With The Mystics, Flaming Lips
Ringleader of the Tormentors, Morrissey
MÚSICA INTERNACIONAL
Chasing Cars, Snow Patrol
Steady, As She Goes, The Raconteurs
Dear God, Please Help Me, Morrissey
18/04/2006 - 07h58
"Ele tenta alcançar o rosto dela. Ela faz um muxoxo. Ela
parece que quer chorar. Ele insiste, desastrado, e acaba quase
colocando seus dedos nos lábios dela. Ela finalmente sorri
quando ele desliza suavemente sua mão pequenina pelo rosto
dela. Um gesto de carinho fofo e inocente às 7h42 de uma manhã
nublada em um vagão de metrô de um megalópole que dizem não
ter alma muito menos coração. Ela é loira, olhos claros, usa calça de moleton
laranja, sapatos rosa e uma blusa creme. Ele tem cabelos castanhos,
usa jeans, tênis detonados, uma jaqueta cinza e carrega em
uma das mãos um pacote de jujubas. Ela deve ter um ano e meio,
no máximo dois anos. Ele já deve estar beirando os quatro.
A mãe, absorta em pensamentos do cotidiano, observa sem ver
a tentativa feliz do menino em acariciar o rosto da menina.
A mãe tem o olhar perdido, mas sorri quando percebe que a
menina conseguiu sacar de sua bolsa um molho de chaves extremamente
musical. O menino ri. A menina ri. E todos eles carregam a
poesia do cotidiano consigo quando saem pela porta do metrô
Belém em direção ao dia-a-dia."
Será preciso estar apaixonado, feliz e completo para perceber
estes pequenos momentos de romantismo que insistem em nos
brindar todos os dias? :*
17/04/2006 - 18h28
Por pura incompetência minha, assumo, a página index do site foi deletada na madrugada passada. Por isso, o endereço screamyell.com.br não estava sendo redirecionado para as capas, mas elas estavam todas online, e quem entrava com o endereço absoluto (o deste blog por exemplo é: screamyell.com.br/outros/blog_principal.htm) conseguia acessar ao site. Tudo resolvido e eu prometo não deletar aquele arquivo novamente, ok. :o)
*******
A info sobre os shows do BRMC e do Arctic Monkeys no CRF 2006 é da revista Laboratório Pop, que diz que apurou, mas não cita nenhuma fonte concreta. No entanto, o BRMC já estava sendo cotado para shows no país neste primeiro semestre, então a vinda deles para Curitiba é dada como praticamente certa. Aproveitando a vinda do Arctic Monkeys, a Trama acaba de colocar o debute deles nas lojas brasileiras. Da mesma forma, a Indie Records se apressou e já lançou Siberia, o novo álbum do Echo & The Bunnymen, no país. O Echo toca no dia 29 de abril apenas em São Paulo. O CRF está agendado para 20 e 21 de maio. No meio tem Skol Beats com LCD SOundsystem, Prodigy e Cansei de Ser Sexy.
Whatever People Say I Am, That's What I'm Not, do Arctic Monkeys,
por Juliana Zambelo
Alex
Turner é observador e tem algumas boas sacadas
Siberia, do Echo & The Bunnymen, por Marcelo Costa
Siberia
não é só um grande disco, como também uma carta de intenções
Howl, do Black Rebel Motorcycle Club, por Marcelo Costa
O BRMC
abandona a adolescência e adentra com estilo a idade adulta
*******
Dica bacana da Carla: "Acompanho há tempos teu blog e acabei
de ver lá que você se entusiasmou com alguns blogs que publicaram
versões de músicas de outras bandas. Neste
endereço aqui, a garota só publica versões de hits consagrados.
É sensacional! Agora mesmo, eu ouço uma versão à capela de
Easy Lover. :-)"
Assim como é bastante comum na Web, os links ficam poucos
dias no ar, então corre lá e baixa a fofa versão de Kevin
Johansen para o hit Karma Chameleon do Culture Club.
O endereço é: http://copycommaright.blogspot.com
*******
Apesar da segunda metade ser mais lenta, o Sonic Youth entra na listinha dos melhores discos do primeiro semestre com Rather Ripped, muuuuito melhor que o álbum anterior, Sonic Nurse. E que o show chato no Claro Que É Rock 2005...
*******
Ian Brown também vem para o CRF 2006, pelo jeito. Não gosto
muito de Stone Roses, mas de repente ouvir Ten Storey Love
Song até que seria uma boa...
16/04/2006 - 19h17
Um lindo ovo da páscoa Mundy de nozes repousa sobre meu sofá
laranja. Já estou acabando com os bombons. Ela ganhou um irmão
deste, meio-amargo (ela ama chocolate meio-amargo - na verdade
ela ama chocolate. Ponto). O feriado voou e estou um bocado
feliz. Comecei a rabiscar um texto sobre o novo disco do Morrissey
e ainda quero falar sobre Bonecas Russas, dita seqüência
de Albergue Espanhol, que me fez sair chorando do cinema
na quinta-feira e ir lacrimejando pelo caminho até abraçar
a minha menina ("Ela é minha menina, e eu sou o menino dela").
Bonecas Russas têm falhas, principalmente na edição
(os franceses tem o dom do exagero), mas a história te pega
de uma forma envolvente. Se Albergue Espanhol era um
filme de adolescentes, Bonecas Russas é direcionado
aos jovens adultos, que já sairam da faculdade, ainda não
sabem o que querem da vida, e desconhecem a palavra "verdadeiro
amor". A metáfora do título do filme é sensacional. E Betty
Gibbons cantando Mysteries em dois trechos chave do
filme é para derrubar qualquer um...
*******
Cortesia Jorge
Wagner: Rather Ripped, novo disco do Sonic Youth,
link
direto.
*******
Vamos para Curitiba este ano ver BRMC e Arctic Monkeys? :)))))
******
Se você tem o coração roqueiro fraco, não clique neste
link...
*******
"É o corpo que domina a mente ou a mente que domina o corpo?
Eu não sei."
13/04/2006 - 12h23
Os anos 70 estão de volta. Jack White queria tanto ser Jimmy
Page que montou uma banda "banda mesmo" para parecer ainda
mais o Led Zeppelin. Broken Boy Soldiers é rock como
não se fazia sei lá desde quando. E é bem bacana. Está
longe de ser o novo Nirvana, como estão querendo vender por
ai, mas o disco é muito bom. A poderosa porrada nirvanesca
Steady, As She Goes, com video dirigido por Jim Jarmusch,
é a grande canção do disco, que ainda traz riffs metalizados,
guitarra acompanhando a melodia vocal no melhor estilo Page/Plant,
mellotron, batidas folk ao violão, uns efeitinhos piscodélicos
e uma bela balada setentista, ("a" grande balada, segundo
Paulo Terron, da Bizz), Together, com Brendan Benson
cantando:
"You and me forever
we belong together
and we'll always and ever
throughout any type of weather"
Baixa ela em uma versão ao vivo em Glasgow. É só clicar donwload
no fim da página.
O álbum mesmo está para download em algum link em algum post
por aqui.
*******
Eu não deveria fazer isso, mas não sei não dividir coisas
legais com os outros. Achei um blog bacana demais com dezenas
de versões de canções que adoro, e que costumo tocar em baladas.
Abaixo, link direto a elas, "botão direito, salvar como":
Disco
2000, do Pulp, em versão emocionada de Nick Cave
Seven
Nation Army, em versão nervosa cheia de sirenes do
Flaming Lips
Satisfaction,
dos Stones, em dueto antológico de Björk com PJ Harvey
Can't
Get You Out Of My Head, da Kylie Minogue, com o Flaming
Lips
To
The End, do Blur em francês com a participação de
Francoise Hardy
I
Wanna Be Your Dog, dos Stooges, em versão folk demoníaco
do Uncle Tupelo
Take
Me Out, do Franz Ferdinand, em versão cabaré do Scissor
Sisters
As sete músicas acima, e muito mais, estão no blog Binky
The Doormat
*******
Um blog para o fim de semana: Feijão
Tropeiro
Netse blog você poderá baixar a deliciosa trilha sonora do antológico E Ai, Meu Irmão, Cadê Você?, Howl do Black Rebel Motorcycle Club, e o clássico Samba Esquema Noise, do Mundo Livre S/A. E ainda tem os dois da Marisa Monte...
Ps. O blog L0ud já exibe a integra de Born Again In The
USA, segundo álbum do Loose Fur, projeto paralelo que
conta com metade do Wilco (o batera Glenn Kotche e o gênio
Jeff Tweedy) e o "faz tudo" sonicyouth Jim O'Rourke.
Vai
lá.
12/04/2006 - 09h40
Com a palavra, Stephen Patrick Morrissey, o maior inglês vivo, grifo do importante e
sério jornal britânico The Guardian:
"Não é uma questão de dinheiro. Hoje eu preferiria comer meus próprios testículos a voltar com os Smiths. E olha que eu sou vegetariano. Os Smiths foram uma viagem fantástica. E então acabou. E na época eu não achava que deveria acabar. Eu queria continuar. Mas ele [o guitarrista Johnny Marr] quis terminar. Já faz 18 anos. Eu não conheço mais eles, eles não me conhecem mais. Eles não sabem mais nada sobre mim. Eu não sei mais nada sobre eles. O pouco que eu sei sobre eles é bem desagradável. Então por que nós iríamos querer estar juntos no mesmo palco, fazendo música?"
Para situar o leitor, Morrissey está falando sobre a recusa
que fez de subir ao palco para reformar os Smiths e tocar
em apenas um show no festival Coachella, no final de abril
pela quantia astronomica de US$ 5 milhões (mais de R$ 10 milhões).
Provavelmente, 95% do showbizz mundial teria aceito a oferta.
Os Pistols toparam promover uma tour chamada "lucro sujo"
anos atrás. Os Pixies sairam em turnê mundial vendendo o show
em CD horas depois da apresentação. Mas não
ele, não Morrissey. E isso é importante ser frisado, pensado
e refletido. Como diria uma versão da Plebe Rude para um clássico
do Clash, "dinheiro é bom, mantém os pés no chão", mas não
pode, de forma alguma, governar a vida de alguém. Acredito
que Morrissey precise tanto de dinheiro quanto eu, provavelmente
mais, já que ele deve ter muito mais coisas agregadas em sua
vida do que eu na minha, e recusar US$ 5 milhões por um "trabalho"
de pouco menos de duas horas frente ao público não é só um
ato nobre, mas, simplesmente, um ato corajoso de defesa artística.
No exato momento em que ele coloca seu 8º disco nas lojas,
o bonito Ringleader of the Tormentors, que sucede o
multi-platinado You Are The Quarry, cujas vendas bateram
na casa de 1 milhão de cópias, Morrissey não quer a saída
questionável do dinheiro fácil. Ouso dizer que uns dez caras
como ele dariam jeito neste país. Uns 100 colocariam o mundo
nos trilhos. Vem daí a grande importância deste senhor quarentão
que canta canções sobre amores imperfeitos da forma mais irônica
imaginável: Morrissey é um exemplo inquestionável
de que, mesmo no auge da sociedade capitalista, é possível
ganhar dinheiro honesto fazendo aquilo que se gosta e, ainda, criticar com sabedoria tudo isso. Eu admiro
esse cara. Muito.
"Morrissey lança 8º CD solo e nega volta dos Smiths",
por Lúcio Ribeiro, na Folha
"Morrissey
consegue. Seus shows trazem repúdio a governantes, perda de
fé na humanidade, canções tristes e desoladoras. Mas, no fundo,
são uma alegria só",
por Lúcio Ribeiro, na Folha
"No
capítulo dos 'momentos inesquecíveis que o rock pode proporcionar
a alguém', agora posso dizer: eu vi Stephen Patrick Morrissey
e ele cantou There Is a Light That Never Goes Out",
por Marcelo Costa
"Morrissey
continua afiado no sarcasmo e no cinismo", por Marcelo
Costa
******
"All that I am
All that I ever was
Is here in your perfect eyes
They're all I can see
I don't know where
Confused about how as well
I just know that these things
Will never change for us at all"
Trecho da letra de Chasing Cars, a melhor música de
2006 até o momento, um dos grandes destaques de Eyes Open,
quarto (e maravilhoso) álbum do Snow Patrol, que só chega
às lojas em maio, mas já está na Web. Baixe
a música neste
blog.
*******
Historinha especial de amigos felizes da qual fiz parte, e
me orgulho de ter estado ali. Um fim de semana para não se
esquecer... porque
é por isso que eu vivo
11/04/2006 - 12h46
Ela está gripada, resultado: gripei. O amor não é algo lindo?
:*
*******
Eyes Open, quarto álbum da carreira do Snow Patrol,
está devastando tudo por aqui. E não só por aqui. O Jorge
Wagner, com texto na capa do site sobre o Placebo, defende
que não têm pra ninguém até o momento. Danilo
Corci, editor do Speculum, corrobora a opinião. É
só ouvir o poderoso primeiro single do disco, Hands Open,
e a faixa seguinte, a pequena obra prima Chasing Cars,
para se ter uma idéia do que a turma de Gary Lightbody está
aprontando. O disco só chega às lojas no dia 01 de maio, mas
já está circulando pra cá e pra lá na Internet. Tem link ali
embaixo...
*******
Tem Primal Scream novo pintando por ai. E 2006 já viu nascer
os excelentes Ringleader of The Tormentors, de Morrissey,
e At War With the Mystics, do Flaming Lips. Alguém
lembra que o Strokes lançou disco novo no início deste ano?
Não, né. :)~
*******
Ainda não ouvi bem o Racounters (mas Steady, As She Goes
é um graaaande single), o Arctic Monkeys passou absurdamente
batido por mim e tô viciado na versão de Wicked Game
do Giant Drags. Quero ver Devendra no Tim Festival. E Radiohead...
e o amigo Eduardo Palandi avisa: o disco do ano é Powder
Burns, novo do Twilight Singers, que só chega ás lojas
no dia 15 de maio, mas já tá circulando por ai.
*******
O Zé Ricardo defende que o Supergrass só fica atrás de Blur
e Radiohead no rock britânico dos anos 90.
Eu discordo. O rock britânico na década de 90 é Oasis, Blur
e Radiohead um pouco à frente, Suede, Pulp (apesar deles serem
"oitentistas") e Charlatans. É um Top 6 porque me lembro de
um Top 6 assim do Thales de Menezes. Isso não quer dizer que
Supergrass não seja legal. O Snow Patrol, que eu falo ali
em cima, começou com uma banda do quinto escalão escocês para,
com Final Straw, alçar vários degraus. Com o tempo,
e principalmente nos dois últimos álbuns de estúdio, o Supergrass
se tornou uma banda forte, adulta, bacana. Talvez até entre
no lugar do Charlatans, mas ainda não sei. Tudo isso só pra
dizer que o áudio completo do show do Supergrass em Atibaia
está linkado no Gimme Fiction. Baixa.
*******
Anota:
Wado e Realismo Fantástico
Show em São Paulo!
Wado e a banda Realismo Fantástico (Thiago Nistal – bateria,
Alvinho Cabral – guitarra, Sergio Soffiatti – baixo e Caetano
Malta - guitarra) apresentam músicas dos três discos do músico
catarinense radicado em Alagoas. Tormenta, Tarja Preta,
e Grande Poder fazem parte do repertório. Teatro. R$
10,00; R$ 8,00 (usuário matriculado e dependentes). R$ 4,00
(trabalhador no comércio e serviços matriculado e dependentes).
6,00 (estudantes e idosos) Dia(s) 20/04 Quinta, às 21h
SESC Santana
Avenida Luiz Dumont Vilares, 579
Santana
São Paulo - SP
******
Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaatchim...
10/04/2006 - 01h35
Sentiu falta de mim no fim de semana? Se a resposta for sim,
vou imaginar que você não seguiu meu conselho e não baixou
os dois discos do post anterior. Pois é impossível ter ouvido
o novo álbum do Snow Patrol, Eyes Open, e não ter ficado
viciado, esquecido das bobagens da vida, como este blog. Em
Eyes Open, o Snow Patrol consegue ser tudo aquilo que
o Coldplay poderia ser na vida se o Chris Martin não fosse
chorão, bundão e atolasse os arranjos da banda dele num lodo
de teclados e sintetizadores. Eyes Open é, até este
momento, o disco de 2006. Anote.
******
Posso resumir o Campari Rock em vodka, energético, pizza tosca
(e muito boa) e mãos dadas com a namorada? Não, né. Você vai
querer saber mais. Ok. O show do Supergrass foi muuuuuuito
bom. Mesmo. Só não foi inesquecível, afinal o Supergrass é
uma banda do segundo escalão do rock britânico, mesmo assim
o show foi foda, muito foda. Ao contrário de muita gente,
amei a parte acústica e voz & piano. As canções do disco novo
ficaram muito boas ao vivo. E eles não tocaram Alright
:)
******
Discotecagem no Projeto 2em1. Vanguart, novamente, arrasou.
Forgotten Boys fez um show correto e ensurdecedor. Quase no
final da minha discotecagem, a Eleonora se apresentou, pediu
desculpas pelo comentário que iria fazer, e perguntou:
"Você gosta realmente disso que você está tocando?"
Eu respondi "sim", afinal, tinha que escolher a próxima música
e não dava para estender o papo. Tinha acabado de rolar Because
The Night, na versão original com a Patti Smith. Bem,
me desculpe Eleonora, mas Patti Smith é, talvez, a única mulher
no mundo que poderia abalar o meu namoro apaixonado (brincadeirinha,
Li). Patti Smith é a pessoa que reduziu o amor a um toque
de telefone. Patti Smith é a mulher que um dia escreveu que
Jesus morreu pelos pecados de alguém, não pelos dela. Patti
Smith é a artista que se suicidou artisticamente no auge,
largando tudo para ir cuidar da cozinha, dos filhos e do maridão
Fred Sonic Smith, mostrando que quem escolhe o que quer da
vida não é a sociedade, e sim a própria pessoa. Patti Smith
é a mulher que o cantor Beck poderia ficar horas e horas olhando
um retrato dela. Patti Smith é uma deusa poetisa do rock and
roll. Sim, eu gosto dela. Muito.
Set List - Discotecagem Projeto 2em1
Miss World, Afghan Whigs
Take Me Out, Scissors Sisters
Deanna - Acoustic, Nick Cave
How To Be Dead, Snow Patrol
She Don't Use Jelly, Ben Folds Five
You and Me Song, The Wannadies
Like Hurricane, Neil Young
Personal Jesus, Johnny Cash
The Shining Hour, Grant Lee Buffalo
Light of Love, T. Rex
I Won't Let It Happen, Ramones
My Little Red Book, Love
Shuffle Your Feet, BRMC
A Shot In The Arm, Wilco
Moe Tucker, Jesus and Mary Chain
Say Hello, Drugstore
I Heard It Throught The Gravepine, Kaiser Chiefs
Somethin' Hot, Afghan Whigs
New Pollution, Beck & Flaming Lips
My Doorbell, White Stripes
Subterranean Homesick Blues, Bob Dylan
Day Tripper, Nancy Sinatra
Helter Skelter, Beatles
Steady As She Goes, The Racounters
Cigaretes, Twilight Singers
Um Bom Motivo, Wander Wildner
Because The Night, Patti Smith
Baby One More Time, Fountains Of Wayne
Disco 2000, Nick Cave
Can't Take My Eyes On You, Manic Street Preachers
Down By The Water, PJ Harvey
Goodnight, Goodnight, Hot Hot Heat
Hurt, Johnny Cash
*******
Textos relacionados a este post
Muita música,
qualquer música, por Beck
"Gosto de gente como Patti Smith, que parece que sofre
o diabo na carne para escrever uma canção. Adoro essa mulher,
adoro o rosto dela, fico olhando para uma foto dela por horas."
X&Y,
Coldplay, por Marcelo Costa
"X&Y termina deixando no ar uma certeza: o mundo está caminhando
em direção ao Paraíso, um lugar chato, em que não será permitido
xingar o juiz, ter sonhos libidinosos com Angelina Jolie,
fazer piadas de argentinos, portugueses ou gaúchos, e devorar
lanches do McDonalds."
*******
"Acho
lindo quem admite que está apaixonado e fala isso abertamente."
Mais reflexões sobre o amor, agora com a Camila respondendo
ao Ricardo.
07/04/2006 - 19h36
Como quero (e vou) ficar longe da Internet no fim de semana
:o), preencho a minha ausência com links diretos pra dois
dos álbuns mais aguardados do momento:
Broken
Boy Soldiers, do Racounters
Badalada banda "parelela" de Jack White com Brendan Benson
Eyes
Open, do Snow Patrol
Sucessor do sensacional Final Straw, pelo jeito tão
bom quanto...
Agradecimento especial ao Rubens, que me passou uma ótima
seleção de bons links de blogs com MP3. Achei os dois álbuns
acima fuçando muito no ótimo Musecology.
******
Em 'Final Straw' o Snow Patrow une a paixão por arranjos
sinfônicos do Echo & The Bunnymen, o vício pelo doce psicótico
do Jesus and Mary Chain e a obsessão pelas alfinetadas de
eletrônica do Joy Division. Por Marcelo Costa - Leia
a integra.
*******
Um ótimo final de semana para todos nós. Amanhã nos
vemos no Campari Rock, domingo no Projeto 2em1. Quem não puder
ir, por estar distante ou por qualquer outro motivo, ouça
bem alto os dois discos ali de cima. E sorria. É bom
estar vivo.
07/04/2006 - 07h45
Só passei para dar um oi. Oi! Estou quietinho, respirando
o amor e a saudade. Colocando os dois pés no chão, mas sonhando
acordado e olhando em frente. Imaginando em coisas para se
mudar o mundo... para melhor. Pensando em como ganhar dinheiro.
Em como transformar os desejos em realidade. Em como passar
mais tempo ao lado dela. Numa maneira de ver mais filmes,
ouvir mais discos, ler mais livros e se alimentar bem. Tá,
beber um pouquinho, porque ninguém é de ferro, e a primeira
cerveja desce maravilhosamente bem (como a Bohemia de ontem).
É tão pouco o que eu quero, não? Escrever, fazê-la sorrir
sempre e caminhar de mãos dadas registrando minhas impressões
pessoais em textinhos como esse. Estou meio flutuando e, como
ainda é manhã, estou com os pensamentos nublados de sono.
Não estou conseguindo organizar as idéias de uma forma clara
e objetiva. Na verdade, eu só queria dizer que, neste exato
momento, estou feliz e em paz. Algo muito raro por estes lados.
E que quero que isso dure muito tempo. Eu só passei para dizer
um oi, e acabei me estendendo. Típico de mim. Fim de semana
aí com Supergrass, Vanguart e Forgotten Boys. As infos estão
todas nos posts abaixo. A gente se esbarra no caminho. E você
me paga uma cerveja. :) Eu mereço, eu acho. (risos) Oi. Tchau.
*******
Blog de Downloads do dia: Loud
Vou linkando meus discos preferidos que estão para
download lá aqui embaixo:
Wado e Realismo Fantástico - A Farsa do Samba Nublado
(Download)
Um trecho de letra: Fuso
"Se deus é canhoto e criou tudo com a mão esquerda
Talvez isso explicasse as coisas como são"
Na música pop, a maioria dos grandes discos de todos os
tempos teve a desesperança (seja passional, seja política)
como inspiração. "A Farsa do Samba Nublado" pertence
a essa classe de discos inteligentes, geniais e rebeldes.
É um disco excelente, mas lindamente triste. As músicas grudam
no peito, esperando até que você entenda o motivo e agradeça
pela tradução do inconsciente. É o disco mais direto da banda.
E o mais triste. Rock e samba se influenciam, se abraçam e
saem de mãos dadas pelo salão. Um dos melhores discos da música
brasileira desde de... desde de... deixa pra lá. Por Marcelo
Costa - Leia
a entrevista
Caetano Veloso - Caetano Veloso 1969 (Download)
Uma trecho de letra: Os Argonautas
"Navegar é preciso
Viver não é preciso"
Há um tolo consenso entre a "turminha antenada" que Caetano
Veloso é um mala. Não há muito como defender o Mano Caê, mas
se música é o que importa (ou, ao menos, o que deveria importar),
o compositor baiano é dono de uma discografia repleta de álbuns
antológicos. O "Album Branco" dele, lançado em 1969, é um
dos grandes discos de sua primeira fase. Por Marcelo Costa
- Caê
ao vivo em SP
*******
No Blog Loud ainda é possível baixar a integra do debute do
Clap Your Hands Say Yeah, Ringleader Of The Tormentors
do Morrissey, Meds do Placebo, Sad Songs For Dirty
Lovers do National, Silent Army do Bloc Party,
Antics, do Interpol, Futura da Nação Zumbi,
e Live At Brixton Academy, do Franz Ferdinand. Pode
passear por lá.
*******
Serviço de utilidade pública: 95% dos CDs colocados para download
em blogs e sites hoje em dia estão compactados em arquivos
rar, um zip mais funcional. Neste
link está explicado com mais praticidade. Agora, para
abrir a pasta com o disco é necessário o programa WinRar.
Faça o download
do WinRar. É bem fácil, afinal, até eu sei usar (hehehe),
mas se você não conseguir baixar esse que está linkado
acima, procura no nosso querido amigo google que é fácil achar.
E, para fechar, entenda como funciona o Rapidshare e o Megaupload.
Tudo
explicadinho aqui. :)
*******
Eu mereço a cerveja, não mereço?
06/04/2006 - 02h00
O assunto "amor" está rendendo. A minha maneira tola e confessional
de tentar entender como me apaixonei pela garota que está
iluminando todos os cantos do meu coração inspirou a Camila,
que escreveu um post fofo em seu fotolog. Agora é a vez do
Zé Ricardo divagar sobre o assunto, em uma "Carta Aberta à
Camila". Leia.
*******
Música nova do Los Pirata, Maldito Verano rendeu um
clipe bacana em animação 3D dirigida por Abdução e desenhada
pelo cartunista Laerte. É só clicar aqui
e assistir.
05/04/2006 - 07h59
09 de janeiro de 1998, uma quinta-feira. Eu estava caminhando
pela Lojas Americanas do Shopping Center Taubaté quando me
deparei com um CD, na promoção, por R$ 9,90. Eu já estava
"namorando" ele desde o final do ano, e não podia
deixar passar agora, sem entender como um lançamento de pouco
menos de três meses já estava na promoção. Coisas do mercado
nacional, vá entender.
Quando cheguei em casa e coloquei o disquinho no aparelho
de som, a música que o laser fez preencher o ambiente me tomou
de tal forma que não consegui fechar os olhos na noite seguinte.
Eu já gostava da banda, muito, mas aquilo era um passo adiante,
na verdade uma caminhada. As composições, a mistura de samba,
chorinho e cavaquinho com guitarradas me conquistou de uma
maneira que eu acordei pensando em um jeito de falar para
todo mundo: "Atenção, ei, este é 'o' disco".
A saída que encontrei, após pensar muito, foi reativar
uma tentativa de fanzine que havia parado em sua fase de acabamento
no número 1, no ano anterior. Liguei para um amigo, do orelhão,
e fiz o convite: "Vamos fazer um fanzine?". Ali,
no telefone mesmo, decidimos tudo que estaria na segunda edição
da versão em papel do Scream & Yell. A página central
seria minha comentando o recém-lançado The Boy With The
Arab Strap, do Belle & Sebastian, e o tal disco que encontrei
na promoção.
O Scream & Yell nº 2 foi lançado alguns dias depois,
com diagramação de Karina Reis (que me ensinou tudo que sei
de Page Maker), destacando Chris Isaak. A tiragem inicial
foi de 200 cópias, mais 200 e, depois, mais 100. O S&Y
2 foi destacado em vários jornais do país, e abriu um
canal de comunicação com alguns dos nomes que eu mais admirava
no jornalismo cultural nacional. Dois anos depois, amparado
por alguns destes jornalistas, larguei tudo em Taubaté (inclusive
um emprego público, concursado) para vir "quebrar a cara"
em São Paulo, a capital cultural do país.
O resto, imagino, você já sabe, caro leitor. O Scream &
Yell virou site, depois abriu caminho para uma revista,
ganhou prêmios, se transformou em referência no meio, e exibe
um arquivo de mais de três mil textos publicados (estou chutando,
mas acho que é mais, bem mais). Particularmente, rodei algumas
redações, mas nunca consegui me desvincular daqui. E tudo
isso aconteceu porque, no começo de janeiro de 1998, quase
dez anos atrás, eu ouvi este disco que está para download
no blog Mercado de Pulgas. Vá lá, baixe o disco e, entre a
bateria fodona que carrega uma melodia serpenteada por um
cavaquinho que abre o álbum e os efeitos da radioheadeana
última música, descubra porque estamos aqui, juntos, monologando.
Se não fosse esse álbum tudo seria muuuuuito diferente. Muito
diferente. Vai
lá.
*******
Neste mesmo link é possível encontrar muuuitos discos legais
para baixar, tais como o Chico Buarque da Mangueira,
de 1998, a dobradinha clássica Se O Acaso É Chorar
(1972)/Todos os Olhos (1973), de Tom Zé, a badalada
estréia da Céu (que eu não conhecia e gostei bastante) além
de muito mais coisas bacanas. Acabou? Não. A barra à direita
avisa: "Mais MP3". Nos links relacionados você irá
encontrar blogs que reunem CDs inteiros de artistas que vão
do White Stripes e Velvet Underground até Seu Jorge cantando
Bowie, os dois álbuns da Marisa Monte, a discografia completa
de Neil Young, discos antigos de Tom Jobim e muito mais. Vai
lá e se divirta.
*******
Influenciada pelo post apaixonado que escrevi dias atrás,
a Camila rabiscou um texto igualmente tocante – e fofo – em
seu fotolog, que merece muito ser lido:
"Hoje estava pensando em como tudo era simples: pra ser
feliz basta um Chambinho, um menininho lindo cantando uma
música igualmente linda pra você e um coração desenhado no
vidro. Por que com o passar dos anos tudo tem que se tornar
complicado?" Leia
a integra aqui, vale a pena.
*******
E a queridissima Priscilla Foggiato, "parceira"
de primeira hora do Scream & Yell lá na Idade Média
da Internet brasileira, está rabiscando seus pensamentos interessantes
em um novo blog, o Scilla
& Caribdes. Vale acompanhar, mesmo.
04/04/2006 - 03h19
Sorrisos, sorrisos e sorrisos... e já passou das três
da manhã... e estou sorrindo...
*******
Uma música: Goodnight, Goodnight, do Hot Hot Heat.
Para seguir em frente é sempre preciso dar adeus ao passado,
porque ele é importante... no passado. Quando ouvi Elevator,
disco de 2005 do Hot Hot Heat (que o Dé gravou em dois CDs
recheados de àlbuns bacanas em MP3 - valeu, santista),
não dei muita bola. E eu havia gostado muito do álbum anterior
dos caras, Make Up The Breakdown. Umas semanas atrás
redescobri Elevator, e principalmente essa canção deliciosa,
primeiro single do disco, e um resumo de tudo aquilo que faz
do do Hot Hot Heat ser o que eles são: vocais chupados
do The Cure, uma guitarrinha safada batendo ponto na melodia
e um refrão para se ouvir bem alto e cantar junto.
Vai
lá e baixa!.
*******
Psiu, você pediu: Echo & The Bunnymen em São Paulo no
fim do mês. :)
*******
O Ricardo Manini linkou um monte de vídeos para baixar
do Morrissey, inclusive o a nova You Have Killed Me,
e dos Smiths no blog dele. http://polpfiction.blogspot.com
*******
Projeto 2em1 apresenta
Domingo 09/04
Show com as bandas: FORGOTTEN BOYS e VANGUART (MT)
DJs Convidados: Thiago Ney (Folha de SP) e Marcelo Costa (Scream
& Yell)
Copolla Music
R Girassol,323, Vila Madalena, SP
Hor: A partir das 19h
Ing: 12,50 com flyer ou nome na lista show@2emum.com.br
*******
:o)
03/04/2006 - 01h07
Não comprei o violino, mas ainda estou no desejo. Será que
é mais fácil tocar guitarra do que violino? Ahhh, o case tão
bonito... mas guitarra é guitarra, né... bem, o fim de semana
passou, graças aos deuses (deu quase tudo errado). Continuo
sem celular, agora estou sem aparelho de CDs (ainda bem que
o de DVD toca os MP3) e meus CDs dos Beatles estão espalhados
por todos os lados. Abandonei o site na semana passada, eu
sei, mas nesta semana prometo uma mega-atualização. Estou
feliz. Um pouco assustado, ainda colocando os pés no chão,
mas caminhando nas estrelas. Catzo, como é brega estar apaixonado.
Também estou aprendendo a lidar com a saudade que virou visita
aqui em casa. Por onde eu olho eu a vejo. Vou preparar um
chá com biscoitos para ela. A saudade já é tão familiar que
nem pede mais cerveja. Ela mesma vai até a cozinha, abre a
geladeira e se serve. :) Descobri uma coisa, e me desculpa
dizer isso, mas eu queria não precisar trabalhar. Eu gosto,
sabe, mas eu queria mesmo fazer coisas diferentes. Queria
poder ficar escrevendo coisas aqui, atualizando o site, e
ficar olhando para ela por horas e horas e horas. Tão bom
sentir isso, mas tão bom... que até dá medo (risos).
Pra fechar, o texto que vem abaixo me foi enviado pelo amigo
Victor. Cara, obrigado pelo desejo de boa sorte. E pelo texto...
Pequenas Epifanias
de Caio Fernando de Abreu
Há alguns dias, Deus – ou isso que chamamos assim, tão
descuidadamente, de Deus -, enviou-me certo presente ambíguo:
uma possibilidade de amor. Ou disso que chamamos, também com
descuido e alguma pressa, de amor. E você sabe a que me refiro.
Antes que pudesse me assustar e, depois do susto, hesitar
entre ir ou não ir, querer ou não querer – eu já estava lá
dentro. E estar dentro daquilo era bom. Não me entenda mal
– não aconteceu qualquer intimidade dessas que você certamente
imagina. Na verdade, não aconteceu quase nada. Dois ou três
almoços, uns silêncios. Fragmentos disso que chamamos, com
aquele mesmo descuido, de "minha vida". Outros fragmentos,
daquela "outra vida". De repente cruzadas ali, por
puro mistério, sobre as toalhas brancas e os copos de vinho
ou água, entre casquinhas de pão e cinzeiros cheios que os
garçons rapidamente esvaziavam para que nos sentíssemos limpos.
E nos sentíamos.
Por trás do que acontecia, eu redescobria magias sem susto
algum. E de repente me sentia protegido, você sabe como: a
vida toda, esses pedacinhos desconexos, se armavam de outro
jeito, fazendo sentido. Nada de mau me aconteceria, tinha
certeza, enquanto estivesse dentro do campo magnético daquela
outra pessoa. Os olhos da outra pessoa me olhavam e me reconheciam
como outra pessoa, e suavemente faziam perguntas, investigavam
terrenos: ah você não come açúcar, ah você não bebe uísque,
ah você é do signo de Libra. Traçando esboços, os dois. Tateando
traços difusos, vagas promessas.
Nunca mais sair do centro daquele espaço para as duras ruas
anônimas. Nunca mais sair daquele colo quente que é ter uma
face para outra pessoa que também tem uma face para você,
no meio da tralha desimportante e sem rosto de cada dia atravancando
o coração. Mas no quarto, quinto dia, um trecho obsessivo
do conto de Clarice Lispector – Tentação – na cabeça estonteada
de encanto: “Mas ambos estavam comprometidos. Ele, com sua
natureza aprisionada. Ela, com sua infância impossível”. Cito
de memória, não sei se correto. Falo no encontro de uma menina
ruiva, sentada num degrau às três da tarde, com um cão basset
também ruivo, que passa acorrentado. Ele pára. Os dois se
olham. Cintilam, prometidos. A dona o puxa. Ele se vai. E
nada acontece.
De mais a mais, eu não queria. Seria preciso forjar climas,
insinuar convites, servir vinhos, acender velas, fazer caras.
Para talvez ouvir não. A não ser que soprasse tanto vento
que velejasse por si. Não velejou. Além disso, sem perceber,
eu estava dentro da aprendizagem solitária do não-pedir. Só
compreendi dias depois, quando um amigo me falou – descuidado,
também – em pequenas epifanias. Miudinhas, quase pífias revelações
de Deus feito jóias encravadas no dia-a-dia.
Era isso – aquela outra vida, inesperadamente misturada à
minha, olhando a minha opaca vida com os mesmos olhos atentos
com que eu a olhava: uma pequena epifania. Em seguida vieram
o tempo, a distância, a poeira soprando. Mas eu trouxe de
lá a memória de qualquer coisa macia que tem me alimentado
nestes dias seguintes de ausência e fome. Sobretudo à noite,
aos domingos. Recuperei um jeito de fumar olhando para trás
das janelas, vendo o que ninguém veria.
Atrás das janelas, retomo esse momento de mel e sangue que
Deus colocou tão rápido, e com tanta delicadeza, frente aos
meus olhos há tanto tempo incapazes de ver: uma possibilidade
de amor. Curvo a cabeça, agradecido. E se estendo a mão, no
meio da poeira de dentro de mim, posso tocar também em outra
coisa. Essa pequena epifania. Com corpo e face. Que recomponho
devagar, traço a traço, quando estou só e tenho medo. Sorrio,
então. E quase paro de sentir fome.
Caio Fernando Abreu, Pequenas Epifanias – Crônicas,
Ed. Sulinas, 1996, Porto Alegre.
*******
Música, música, música: neste link que virá a seguir é possível
baixar a versão do Pretenders para Creep, do Radiohead
(com Chryssie Hynde rindo em toda "fucking special" da letra),
e quatro faixas ao vivo do Belle & Sebastian na rádio KEXP,
no dia 25 de março deste ano, destacando o belo arranjo de
violino para She's Losing It.
http://popdrivel.blogspot.com
01/04/2006 - 13h48
Por que nos apaixonamos? Melhor: como nos apaixonamos? Tenho
tentado fragmentar os últimos dois meses em segundos para
descobrir o exato momento em que ela entrou no meu coração,
sentou no sofá da sala, tirou a sandália, colocou os pés sobre
o pufe laranja e se portou como se fosse a coisa mais normal
do mundo conquistar alguém. Lembro de quando a conheci, dos
dias seguintes, dos encontros seguintes, das longas conversas,
mas não me lembro do momento exato. Lembro-me de vários momentos
de "quase", em que já era perceptível que a paixão estava
ali, mas a gente tenta se enganar dizendo que não é. Depois,
assumir pra si mesmo, aceitar e pensar no que fazer ao se
descobrir apaixonado por alguém. Mas como tudo isso começou?
Não sei.
Uma cena de um filme me surge na lembrança, mesmo sem eu lembrar
qual filme é. Só sei que ele está conversando com ela, e ele
está ali relembrando como se apaixonou e se pega dizendo:
"Você estava fazendo o jantar e deixou cair algo no chão.
Você ficou um pouco nervosa, a situação de início de romance
é sempre meio embaraçosa, mas mesmo assim você tentou disfarçar,
e esse gesto me conquistou na hora. Algo ali me tocou de uma
forma que eu nunca havia sido tocado". Bem, eu reconstruí
a cena na minha memória. Certamente o diálogo foi outro, a
cena foi outra, mas o que me interessa nessas aspas - e no
que a cena me passou - é que o amor - e quase tudo na vida
- está nas pequenas coisas, nos pequenos gestos, naquilo que
você não percebe que está fazendo, mas que uma outra pessoa
olha e se sente especial por estar presenciando aquele momento.
Coisas comuns.
As coisas simples sempre me interessaram mais. No mundo moderno,
e eu vivo dizendo isso, se tornou difícil ser simples. Vomitamos
erudição ao falar de bobagens, porque estamos em um mundo
competitivo, cujo fato de respirar de olhos abertos nos faz
policiais de si mesmos, pessoas que não podem ser desmascaradas
pelo próximo. Temos que saber de tudo e todos. No meio dessa
confusão, o amor parece tão irreal que é uma surpresa feliz
acordar sentindo a falta da pessoa querida ao lado. Eu poderia
dizer que me apaixonei porque ela é bonita, inteligente e
bem-humorada, mas isso é apenas um modo "copo meio vazio"
de enxergar as coisas. Quantas mulheres bonitas, inteligentes
e bem-humoradas existem no mundo? Com certeza, muitas. Não
foi por isso que eu me apaixonei. Talvez tenha sido pela maneira
dela falar com a franja caindo sobre os olhos (mas ela vai
cortar o cabelo, e isso quer dizer que posso me desapaixonar?
risos) ou pela inspiração que ela passa ao falar das coisas
de que gosta na vida. Pode ser, mas não tenho certeza. A gente
algum dia tem? Não sei.
Tento me amparar nas coisas comuns, na simplicidade, na beleza
irretocável como tudo aconteceu em sua perfeição tempo/espaço.
Contenho a saudade escrevendo. É genial aquela frase que diz
que uma imagem vale mais do que mil palavras. Vale mesmo.
Arrisco dizer que seria possível escrever um livro sobre uma
fotografia ou um quadro. Mesmo assim, não posso negar que
tenho uma certa "queda" pelas palavras. Elas pagam meu aluguel
e me permitem sonhar. Muitas vezes acredito que escrevo para
me entender. Outras, que escrevo para desabafar, jogar para
fora da alma algo que está me sujando, incomodando meus sonhos.
É tudo ilegível demais. Uma frase permite sei lá quantas interpretações.
Na maioria das vezes, até eu mesmo só descubro o que
eu estava querendo dizer dias depois de ter escrito aquilo.
É estranho, mas necessário, ao menos para mim. Juntar palavras
e criar rumos com elas é o que sei fazer, e sei fazer bem
"mais ou menos", vamos combinar. No entanto, nem mesmo as
palavras conseguem explicar como é que a gente se apaixona.
Como é que eu me apaixonei. Sinceramente, acho que não quero
saber. Gosto de relembrar os fragmentos porque são extremamente
poéticos. Gosto de pensar nela porque ela me faz sorrir. Das
poucas coisas que tenho certeza em relação ao amor, a que
diz que ficamos desorientados e bobos é a que mais se encaixa
comigo neste momento. Mas preciso de foco, tenho trabalho
para fazer e tenho que enganar os segundos até que eu veja
os olhos dela novamente... não é fácil, mas passa rápido.
Passa mesmo? :)~
*******
Quase comprei um violino hoje... quase... acho que vou comprar...
amanhã...
*******
Trilha sonora: Be Gentle With Me, do The Boy Least
Likely To. Baixa nesse link aqui.
É só clicar com o direito, "salvar destino" e prestar atenção
na letra...
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