Faro: Panoramas de JUNHO na Música e Cultura Ibero-americana

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Nove países unidos pelo ideal de compartilhar cultura e, com ela, ideias, sonhos, desejos, revoluções.

ARGENTINA
por Juampa Barbero / do site Indie Hoy

Após as severas restrições que deixaram o cenário nacional paralisado, as manifestações artísticas voltaram a florescer com propostas para todos os gostos: música, cinema, teatro e muito mais. Junho foi um mês decisivo em que ninguém podia garantir com segurança o rumo das coisas, mas a música sempre nos leva à ideia de um destino promissor e esperançoso com lançamentos que ajudam abrindo uma porta para escapar da realidade, nem que seja por um momento.

PÉREZ – “CÁNCION PARA MIGUEL”: Uma prévia do EP que Pérez ainda irá lançar neste ano, “Canción para Miguel” é uma canção cativante, uma balada que homenageia Miguel Abuelo, o icônico líder da Los Abuelos de la Nada. O single foi gravado durante a quarentena. A banda de La Plata aproveitou a impossibilidade de fazer shows ao vivo para se entregar totalmente à experimentação sonora. Ouça aqui.

CHITA – “LO QUE HACE CONMIGO”: Produzida por Nico Cotton e escrita com seu colega Cazzu em clima de reggaeton, “Lo Que Hace Conmigo” destaca uma letra que aborda uma paródia para se referir ao ciúme e outros sentimentos tóxicos em um vínculo emocional. O vídeo foi dirigido por Federico Cabred e realizado pela Anestesia Audiovisual.

PABLO NEPTUNO – “EL ECO QUE HIZO TU VOZ (EN MÍ)”: Inspirado em “De Mí”, um clássico de Charly García, Pablo Neptuno apresentou “El Eco Que Hizo Tu Voz (Em Mí)”, o seu segundo single em menos de um mês – precedido por depois de ““¿Qué Me Pasó Cuando Te Vi a Los Ojos?”. Depois de ter experimentado post rock e ambient no seu álbum, “Los Días Serán Más Cortos” (2021), Neptuno regressa ao estilo de cancioneiro característico do seu anterior álbum, “Nunca Todo Va a Ser Perfecto” (2020). Ouça!

CAZZU & JUSTIN QUILES – “DIME DÓNDE”: A chefona do trap estreou “Dime Dónde“, uma canção com vibrações de verão em colaboração com o cantor porto-riquenho Justin Quiles. A peça audiovisual funde elementos da cultura americana e japonesa com néon estridente. Foi novamente dirigido pela própria Cazzu, após ter estreado no papel de diretora em fevereiro com o videoclipe de “Nena no Puedo”, sua colaboração com Rei.

WOS – “QUE SE MEJOREN”: Wos surpreendeu seus fãs com uma nova prévia do tão esperado sucessor de “Caravana” (2019). “Que Se Mejoren” abre com sonoridade roqueira e uma verborragia raivosa que mostra a força de sua proposta artística. O renomado rapper mais uma vez usa sua engenhosidade lírica para proclamar uma denúncia da desigualdade social. A faixa saiu acompanhada de um clipe cinematográfico feito por Orco.

LOUTA – “LA FORMA DE TUS HUESOS”: Depois de seu segundo álbum, “2030” (2020), Louta retorna com “La Forma de Tus Huesos”, uma música pop com um refrão contagiante e uma poética eloquente e distorcida. O músico e performer Jaime James não só realizou a produção em colaboração com Lautaro Rico Gomez e Dylan Lerne como também dirigiu a peça audiovisual filmada em Avellaneda junto a Odile Sucari e Ramiro Birriel.

CONOCIENDO RUSIA – “EL ENEMIGO”: Prévia do terceiro álbum de estúdio do Conociendo Rusia. Mateo Sujatovich abre espaço para críticas sociais: panelaços contra o governo, viagens a Miami para receber a vacina e festas clandestinas. Com um vídeo em preto e branco dirigido por Iván Pierotti, o cantor e compositor portenho mostra em “El Enemigo” uma nova faceta sem sair da esquina do Cabildo com Juramento.

TRUENO & DUKI – “PANAMÁ”: Uma das fusões mais sonhadas se tornou realidade. Trueno e Duki, duas das principais figuras da cena urbana latino-americana, uniram forças em “Panamá”. A novíssima colaboração saiu com um vídeo feito por El Dorado e Lucas Vignale, onde vemos as duas estrelas do trap viajando por Buenos Aires em um táxi usando máscaras de seus próprios rostos.

NOS CINEMAS: Depois de retomar a experiência virtual nos festivais de Séptimo Arte, temos o prazer de anunciar a reabertura das salas de cinema com público reduzido. Esta notícia reconfortante para a cinefilia local é acompanhada por várias estreias nacionais como “Ojos de Arena”, da realizadora Alejandra Marino, “Convaleciente”, de Matías de Leis Correa e “Chico Ventana También Quisiera Tener Un Submarino”, Alex Piperno. Não há desculpa para não voltar para a tela grande.



BRASIL
por Marcelo Costa / do site Scream & Yell

Mês acaba, mês começa, e a crise pandêmica no Brasil segue sem solução. A vacinação acelerou, mas o caos político, social e econômico em que o clã Bolsonaro colocou a nação soa infindável. As manifestações por impeachment do presidente estão se proliferando, e as confusões que o governo federal se envolve estão fazendo até apoiadores do genocida abandoná-lo. O futuro ainda é incerto e já alcançamos a trágica marca de 520 mil mortes por Covid-19 notificadas no país. Para alguns, a vida parece ter voltado ao ritmo normal, mas ainda há muito medo, confusão e desinformação. É difícil demais lutar contra dois vírus: a Covid e Bolsonaro.

O mercado da cultura, nessa onda surreal de normalidade que assola o país (com 2 mil pessoas morrendo por dia por complicações ligadas ao Coronavírus), agora exibe muitos cinemas abertos e mesmo algumas casas de shows começam a agendar apresentações ao vivo. E, sim, há público interessado. Os lançamentos de singles, discos, clipes e filmes seguem em ritmo acelerado, e festivais de cinema cumprem sua agenda – todos on-line. Abaixo alguns destaques de junho.

MARISA MONTE – “PORTAS”: Das maiores artistas da música brasileira, Marisa encerrou um silêncio discográfico de 10 anos lançando seu 8º disco solo, “Portas”, um trabalho bonito que traz colaborações com parceiros tradicionais (Nando Reis, Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Arto Lindsay), colaborações com Marcelo Camelo (ex-Los Hermanos) e com alguns nomes da nova música brasileira. Junto com o disco ela lançou um álbum visual, que você pode assistir abaixo.

ANDRÉ ABUJAMRA – “DUZOUTROS – VOL. 1”: Artista genial, o inquieto André Abujamra lançou um EP com versões para canções de Gilberto Gil, Chico César e Itamar Assumpção, entre outros. O clipe e a versão de “Saiba”, canção de Arnaldo Antunes, é uma delícia (perceba a risadinha após a frase “o presidente vai morrer”). Ouça o disco aqui e assista ao clipe abaixo.

MOPHO – “QUE FIM LEVOU MEU SORRISO”: Belíssima banda de rock regressivo do Nordeste do Brasil, a Mopho lançou seu 5º disco comemorando 25 anos de estrada. “Que Fim Levou Meu Sorriso” é um álbum curto, de seis faixas e menos de 25 minutos. E é poeticamente e melodicamente bem bonito, com rock, psicodelia suave e belos solos de guitarra. Entregue-se.

SELTON – “BENVENUTI”: Trio brasileiro que vive na Itália, e canta em italiano (com trechos em português), a Selton está de volta com o maravilhoso “Benvenuti”, um disco que traz os metais dos geniais Bixiga 70, participação de Emicida e produção de Kastrup em algumas faixas num resultado dançante e festivo que tenta aconchegar as pessoas numa nau afetiva. Um dos grandes discos de 2021. No Scream & Yell eles comentam o disco faixa a faixa.

FELLINI – “LEAVE ME ALONE”: Cult banda que nasceu pós punk na São Paulo dos anos 80 e cresceu juntando samba esquisito lo-fi com poesia, a Fellini resgatou uma sobra antiga e a reconstruiu. O resultado é a delicada “Leave Me Alone”, que foi o start para que ¾ do grupo conversassem com o Scream & Yell e analisassem sua discografia, álbum a álbum. Imperdível.

BANDA EDDIE – “ATIÇA”: Natural de Olinda, Pernambuco, e com mais de três décadas de excelentes serviços prestados à música brasileira, a Eddie é fruto da efervescente cena mangue beat dos anos 90 e no seu caldeirão de sons convivem com naturalidade o punk rock, a música eletrônica e, alinhados a identidade regional, o frevo e o carnaval. “Atiça” é mais um manifesto que instiga a dançar e a pensar. Fabio Trummer, o vocalista e letrista, conversou com o Scream & Yell. Afaste os móveis, dê play no disco e prepare-se para dançar.

AMARO FREITAS – “SANKOFA”: “Trabalhei para tentar entender meus ancestrais, meu lugar, minha história como homem negro. A história dos povos originários, das diversas etnias que ocuparam este território, de como somos plurais. O Brasil não nos disse a verdade sobre o Brasil. A história dos negros antes da escravidão é rica em filosofias antigas. Ao compreender a história e a força de nosso povo, pode-se começar a entender de onde vêm nossos desejos, sonhos e vontades”, diz o pianista recifense Amaro Freitas ao falar de seu terceiro álbum, o encantador “Sankofa”, outro dos grandes discos da música brasileira (e de jazz) a nos salvar em 2021. Ouça aqui (e assista ao clipe da faixa título abaixo).

SETE DISCOS
Um dos grandes nomes da música brasileira atual, a drag maranhense Pabllo Vittar declara seu amor ao Norte e Nordeste do país em seu quarto disco, “Batidão Tropical”, com muito forró e tecnobrega; Lurdez da Luz, Luana Flores e Another Magic lançam o dançante EP de remixes “Um Maracatu Desse”: o sambista torto paulista Romulo Fróes provoca lançando dois álbuns com o mesmo repertório, mas produção totalmente oposta: “Aquele Nenhum” e “Ô Nóis”. A coletânea “Nossa Terra Tem Janelas” reúne artistas LGBTQIA+ de diversos estados e contextos brasileiros para cantarem saídas poéticas ao isolamento na pandemia; NiLL, rapper do interior de São Paulo, está de volta com o elogiado “BLU”; e Iará Renno, acompanhada de um time luxuoso de participações (Duda Brack, Josyara, Ava Rocha, Peri Pane, Alzira E, Thalma de Freitas e Joy Espindola), lançou o aconchegante “Pra Te Abraçar”.

SETE SINGLES
Com citações ao filme “Oito e Meio”, o rapper Criolo lançou a intensa “Fellini” (acima); segunda faixa do maravilhoso “Little Electric Chicken Heart” – que lhe rendeu indicações ao Grammy Latino –, “Promessas e Previsões”, de Ana Frango Elétrico, ganhou esse clipe; a histórica banda punk recifense Devotos mergulha no reggae com “Nossa História”; Dario Julio e os Franciscanos segue adiantando faixas de seu segundo disco, desta vez com a folk “Democracia Gourmet (Contém Ironia)”, um triste resumo do governo Bolsonaro; o supergrupo TRIPLX, que combina rock e rap, também adiantou mais uma faixa de seu vindouro primeiro álbum, “Se Liga Lóki”; a deusa Maria Bethania liberou a primeira faixa de seu novo disco de inéditas, “Flor Encantada”; e Duda Beat não para de aprontar: o que dizer do clipe de “Nem Um Pouquinho”? Maravilhoso é pouco. Um filmaço! Assista abaixo.

SÉTIMA ARTE
Junho foi mês de mais uma edição do consagrado festival In-Edit Brasil, que exibiu mais de 50 documentários musicais online. Também tivemos estreias dos filmes Veneza”, de Miguel Falabella e com uma das musas de Pedro Almódovar, Carmen Maura; o Grupo Rumo, um dos nomes celebrados da Vanguarda Paulistana, têm sua história recontada no documentário “Rumo, que estreou nos cinemas; a Amazon Prime Video anunciou sua nova série documental brasileira estrelando a família de Gilberto Gil. A série irá retratar o processo da Família Gil para a criação de um show inédito que vai reunir os integrantes da família no palco em 2022; e, encerrando nossas dicas, a animação “Meu Tio José”, de Ducca Rios, foi selecionada para o badalado Festival Annecy 2021.



CHILE
pela Equipe do site POTQ Magazine

No Chile a pandemia não dá trégua e, honestamente, não sabemos por quanto tempo o setor cultural vai durar. Estamos em um ano eleitoral, as primárias presidenciais estão chegando em meados de julho e a Convenção Constituinte acaba de ser estabelecida, com o povo eleito para redigir a nova constituição. Mais de um habitante deste país sente que as palavras “férias” e “relaxe” são um ruído distante, mas, pelo menos, ainda existem as canções que nos ajudam a respirar. Estas são as dez novidades chilenas que recomendamos.

BELENCHA – “PETRONILA”: A folclorista nacional Claudia Mena (mais conhecida pelo nome artístico Belencha) apresentar “Petronila”, uma canção no tom da valsa clássica, mas que com a conjunção de melodias e a incorporação da voz de Camila Moreno consegue se destacar como uma bela obra que consegue lembrar até mesmo Margot Loyola (de quem Belencha foi discípula direta). Com esse single já queremos ouvir o álbum em que ela está trabalhando com Gepe e Cristián Heyne na produção.

ENSECRETO – “NECESARIO”: O MC chileno EnSecreto está procurando retornar às raízes do rap, ou pelo menos foi isso que ele sugeriu em sua música anterior, “Perro Siberiano”. Já na nova “Necesario”, os ritmos são equilibrados entre o rap e o trap mais clássico e, seja como for, a música funciona perfeitamente. Acaba soando redonda graças à combinação que ocorre entre o saxofone no final e as belas imagens da natureza que vemos no clipe.

DANIELA AMAYA – “EN EL SILENCIO”: O primeiro álbum de Daniela Amaya, “En el Silencio”, saiu em 2016 mostrando uma artista fortemente enraizada na música folk romântica. Agora, em meados de 2021, a cantora tenta dar um passo à frente com seu novo álbum: “Umbral”, que, como ela mesma explica, é uma espécie de obra conceitual sobre superar julgamentos, fantasmas e medos para chegar a lugares mais luminosos, algo que se faz notar até na estrutura do disco, que busca começar em um lugar para terminar em outro, algo que em tempos de singles e EPs soa bem interessante. Ouça o disco (inteiro) aqui.

EL PURPURADO DE CHAROL – “NADA VOLVERA A SER IGUAL”: Uma das bandas indie chilenas mais longevas está de volta, com disco novo. El Purpurado de Charol sempre foi conhecido por misturar ruído com melodia, mas em um Chile pós-explosão-pós-auge-e-decadência-do-indie, foi necessário atualizar aquela fórmula já conhecida de todos. “Nada Volvera a Ser Igual” é a tentativa da banda de fazer exatamente isso, um álbum que se baseia nas mesmas estruturas que já temos claras, mas que tenta propor algo novo. Se conseguem ou não é uma questão que o ouvinte deve responder, mas podemos dizer que, no momento certo e com vontade, os quarenta e dois minutos deste álbum podem ser um dos mais agradáveis de 2021. Faça o teste aqui.

SAFO999 – “SIN SEÑAL”: O primeiro trabalho de qualquer artista é importante, pois marca o ponto de partida para a carreira nascente e tudo que está por vir. No caso do Safo999, esse primeiro passo é o “Sin Señal”, um EP cheio de sons que vagueiam entre o dreampop e as guitarradas. Com apenas cinco músicas, “Sin Señal” deixa você querendo mais, pois mais do que o som – que já é muito marcante -, as letras são o que dão alma a este projeto. Então você não tem mais desculpas: reserve 17 minutos para ouvir um dos lançamentos mais quentes de junho na música chilena.

LOLEIN – “MALA”: Do sul do Chile, Lolein, dupla composta por Pri e Eileen, funde suas influências kpop com o dembow latino para nos fazer dançar um perreo, o que é ao mesmo tempo um convite a absorver o desejo sexual que tanto foi frustrado no confinamento que ainda continua no Chile. Essa estreia vem acompanhada de um clipe gravado em plano sequência, em que vemos a grosseria coreográfica da dupla que afirma estar preparando um álbum que serve de playlist para diversão pós-pandemia.

NATISÚ – “AMORES”: Durante o mês de junho foi realizado o Pulsar, uma das principais premiações de música do país. Pela primeira vez na história do evento, a categoria de Melhor Produtor(a) ficou para uma produtora: Natisú, que apresenta seu segundo álbum encarregado de suceder o icônico “La Historia”, de 2014. “Amores” é pop influenciado pela experimentação de Björk e ambientado por Bon Iver, que incorpora a transcendência do amor. O conceito que se metaforiza na mítica técnica japonesa de Kintsugi por meio de um videoclipe dirigido por Val Palavecino.

PRINCESA ALBA – “MISS U BB”: Uma das nossas artistas preferidas está a semanas de lançar seu primeiro álbum, depois de nos conquistar com singles como “Summer Love”, “Convéncete” e “Ya No Quiero Quererme”, singles que não farão parte do álbum. O que estará na tracklist é seu mais recente lançamento, “miss u bb”, segundo single depois de “accelero’. Produzida pelo argentino Nico Cotton, a cantora volta ao trap pop para nos contar sobre desgosto e superação; um coração partido que se torna um apreço pessoal que mostra a versatilidade da artista chilena. Além disso, ela apresenta um clipe inspirado em atividades escolares que incluem a eleição da rainha da cçlasse, onde a vemos ser coroada na frente de uma bastante particular colega de classe.

PABLO ILABACA – “PÁLIDA FORMA NOCHE”: O ex-guitarrista do Chancho en Piedra deixou sua conhecida banda mãe após várias experiências como solista. Se antes aparecia com o nome de Jaco Sánchez, agora o faz com seu nome pessoal: Pablo Ilabaca. “Pálida Forma Noche” é a segunda prévia de seu próximo álbum: “Canciones Para Conversar com La Muerte”; Embora já tivéssemos uma prévia dela (o cover para “Mi Viejo”, de Piero), esta é a primeira música que nos mostra como o álbum está chegando. Muitos aplausos para essas cordas bem utilizadas.

POLIMÁ WESTCOAST: “LAS CRÓNICAS DE NGANGU 2”: Polimá Westcoast foi um dos responsáveis pela pavimentação do movimento urbano recente no Chile e após seu célebre álbum “Las Crónicas de Ngangu”, aproveitou junho para nos dar a segunda parte. “Las Crónicas de Ngangu 2” foi precedido com os singles ‘Enigma’, ‘Tip Tap Toe’ e ‘Vlone’ junto com o argentino Khea; as quatro canções restantes dão forma a uma placa que levanta seus eixos de história no respeito, na superação e na fé. Nesta continuação da estreia de 2018 encontramos sucessos como “Gorgon” e uma participação de Drefquila intitulada ‘R.A.P’.



COLÔMBIA
por Fabián Páez López do site Shock.co

Junho foi um mês longo e doloroso na Colômbia. Na madrugada do dia 14 de junho, no momento em que se preparava para se apresentar ao vivo, Junior Jein foi assassinado na cidade de Cali: artista de Buenaventura, um dos precursores de um gênero conhecido como salsa choke e voz ativa durante a recente Greve Nacional. Continuamos adicionando mortes.

Após quase dois meses de massivas manifestações nas ruas, violência policial e, apesar do aumento de mortes por parte da Covid, foi anunciada a reabertura de cinemas e salas de concerto com lotação reduzida na capital colombiana.

No dia 21 de junho, por exemplo, em Shock apresentamos N. Hardem no Teatro Mayor, um rapper de Bogotá que tocou, pela primeira vez ao vivo, seu álbum mais recente: “Verdor”.

É assim que se parece um evento em um teatro com capacidade reduzida para 30%

Muitos lançamentos, que haviam sido reprogramados devido à Greve Nacional, estão começando a ver a luz. Aqui estão nossas recomendações do mês:

MABILAND – “NIÑXS ROTXS”: No final de junho, a artista chocoana Mabiland lançou um dos álbuns mais esperados do ano: “Niñxs Rotxs”. Este segundo LP de Mabiland é uma joia com uma produção apurada que confirma o impacto do seu primeiro álbum, “1995”. Há trap, afrobeat, versos cortantes e os toques da neosoul com os quais a conhecemos.

SEÑOR NARANJO – “EL MALESTAR BURGUÉS”: A banda de Medellín Señor Naranjo lançou um álbum que deve ser ouvido e lido com atenção. É intitulado “El Malestar Burgués” e contém 10 canções que são como chicotadas, divagações sobre referências teóricas e punk tropical.

DUPLAT – “CIELO”: Cinco faixas constituem o mais recente EP do músico, pianista e matemático bogotano Duplat. É intitulado “Cielo”, honrando o calor celestial de seu som. Calmas e serenas canções de amor e desgosto que soam como uma nuvem.

LEE EYE & JUAN POR DIOS – “FACETIME”: A artista bogotana Lee Eye se juntou a Juan por Dios para fazer um EP de cinco canções das quais recomendamos a primeira faixa, “Facetime”, na qual também colabora o produtor Mik Mish. Uma canção cativante com dicas de perreo e baixo global pós-pandêmico.

BOMBY & MABILAND – “DIFERENTE”: Para sair do molde, o artista paisa Bomby, o cara que popularizou a frase “Somos melos, sisas, sisas”, convidou Mabiland (que repete nessas recomendações) e lançou um perreo com afrobeat intitulado “Diferente”. O videoclipe tem muita cor, dança e poder afro-colombiano.



CUBA
pela Equipe do site Magazine AM:PM

As primeiras luzes no fim do túnel para Cuba surgiram em junho: graças aos esforços dos cientistas cubanos, o país está prestes a conseguir a primeira vacina latino-americana contra Covid-19 com altos níveis de eficácia. A felicidade veio primeiro com a notícia de que Soberana 02, a vacina candidata desenvolvida pelo Finlay Vaccine Institute, mostra 62% de eficácia com apenas duas injeções; enquanto Abdala, do Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB), atingiu 92,28% no esquema de três doses completo. Ambos os números atendem aos exigidos pela Organização Mundial da Saúde (50%), o que nos faz sonhar em ter nossa própria vacina certificada pelo órgão mundial nos próximos meses.

Entretanto, e já no território da cultura, começaram a ser produzidas e anunciadas as primeiras turnês internacionais pós-pandémicas da música cubana. Omara Portuondo – que recebeu em 23 de junho a Medalha de Ouro ao Mérito em Belas Artes do Ministério da Cultura e do Esporte da Espanha-, Chucho Valdés, Aymée Nuviola e Gonzalo Rubalcaba, Roberto Fonseca e Harold López-Nussa, entre outros já estão na estrada.

LEONI TORRES – “AUNQUE SEA UM RATICO” / “PARA MI VIEJO”: Um dos músicos cubanos mais ativos durante a pandemia – e especificamente neste mês de junho – foi Leoni Torres, de Camagüey. Primeiramente, no dia 11, estreou junto com Cimafunk e Brenda Navarrete o single “Aunque Sea um Ratico”, cujo videoclipe já ultrapassa 800 mil visualizações no YouTube. Em seguida, a propósito do Dia dos Pais, ele compartilhou o tema “Para Mi Viejo”, junto com o cantor-compositor e produtor musical cubano-americano Willy Chirino. Deixamos ambos os vídeos como recomendação (um acima, outro abaixo).

YOMI HIDALGO – “BOOMERANG”: Yomil Hidalgo está imparável. Outra estreia de seu álbum “Perreo 2030” promete bater muito forte entre seus seguidores – que não são poucos – e tocar bastante neste verão. Trata-se de “Boomerang”, um novo single que o fundador do Yomil & El Dany garante que será uma revolução dentro do gênero urbano na Ilha. Ouça aqui.

AL2 EL ALDEANO & NANPA BÁSICO – “POR SI TE OLVIDA”: Novo single promovido atualmente pelo rapper cubano Al2 El Aldeano com Nanpa Básico colombiano. Entre batidas potentes – onde o fundador de Los Aldeanos repete, caso não soubéssemos, que continua ativo nos bairros – se destaca o violino de Juan Camilo Díaz, um rapaz muito jovem que já anda com alguns dos grandes nomes do hip hop da ilha.

ALEXANDER ABREU & HAVANA D’PRIMEIRA – “SERÁ QUE SE ACABÓ”: O novo álbum de Alexander Abreu e Havana D ‘Primera homenageia musica dançante popular cubana dos anos 80 e 90 e nos entrega canções clássicas como “Échale Limón”, “Más Rollo Que Película”, “Tú No Me Calculas”, “Una Aventura Loca” e “El Baile del Buey Cansao”, entre outras. Produzido musicalmente pelo trompetista, compositor, cantor e líder da banda – em companhia do pianista Tony Rodríguez –, “Será Que Se Acabá” faz dançar dos mais nostálgicos e, também, os mais jovens.

AYMÉE NUVIOLA – “SIN SALSA NO HAY PARAÍSO”: Produzido por Gregory Elias, Ángel Arce, Paulo Simeon e Kenya Autie, o álbum mais recente de Aymée Nuviola é uma viagem por algumas das canções mais populares da Colômbia, uma terra de inspiração para as mulheres cubanas. Uma viagem, claro, nos termos desta artista – vencedora de um Grammy e de um Grammy Latino – que são, no fundo, os termos da salsa. Em “Sin Salsa no Hay Paraíso” (Top Stop Music), Aymée não se entrega apenas a cantar canções como “No Te Pido Flores”, “Enfermedad de Ti” e “Te busco” como também convida algumas vozes colombianas: Majida Issa, Paula Arenas, Maía e Fanny Lu. O videoclipe da icônica “La Gota Fria”, interpretada por Carlos Vives, Grupo Niche e até Julio Iglesias, também foi lançado em junho. Ouça o álbum aqui e assista ao clipe abaixo.

ELLA Y YO: No que diz respeito aos eventos, ainda na modalidade online, rolou de 23 a 26 de junho o IV Encontro de Cantoras “Ella y Yo”, que habitualmente celebra a criação das mulheres no circuito trova nacional. Nesta ocasião, o festival foi dedicado aos 70 anos de Sara González, e os seguidores da canção puderam apreciá-la através do Canal Clave, em coordenação com o Instituto Cubano de Música e o Centro Nacional de Música Popular.

O que vem em julho:
Julho tem todas as características de ser um mês muito produtivo em termos de criação musical. Esperamos a colaboração de La Reyna e La Real com David Blanco; a estreia do single “A veces muriendo”, da banda de rock Tracks; o lançamento do single “La serpiente de mi tierra”, de Arema Arega; e o que promete ser uma das grandes estreias do ano, pelo menos para a música urbana: o álbum “Los britânicos”, de El Taiger, que junta DJ Conds, El Brujo e El Lucitano nesta nova produção.



ESPANHA
pela editoria dos sites Mundo Sonoro e Zona de Obras

Com o início do verão e os primeiros dias sem a obrigatoriedade de uso de máscaras em espaços externos – desde que a distância de segurança seja mantida –, o clima parece melhorar depois de uma longa jornada pandêmica. Alguns festivais e shows já estão acontecendo. E continua a tocar música que alegra nossos corações.

KIKO VENENO – “HAMBRE”: Kiko Veneno rejuvenesce a cada nova aparição. É ser tocado pelo dom da inspiração divina. Depois do genial “Sombrero Roto” (2019), ele regressa com “Hambre”, um álbum que se destaca por tocar uma dialética minimalista do flamenco de pulsão africana. Seu inalterável estado de curiosidade permeia até o último átomo das 10 músicas que constituem uma nova demonstração de seus poderes criativos, que são muitos e necessários. Ouça o disco aqui.

LOS PILOTOS – “ALIANZA ATLÁNTICA”: Depois de abraçar a ortodoxia krautrock em toda a sua cosmologia sintética, com “Alianza Atlántica”, Los Pilotos avança sem amarras e direções fixas por meio de uma obra que constrói pontes com nomes pop de destaque latino-americanos. Assim participam, entre outros, os mexicanos Little Jesus e Marcela Viejo, o trio dominicano Mula, a peruana Pamela Rodríguez, os colombianos Montañera e Pedrina e o Weste da Argentina. Ouça!

QUERALT LAHOZ – “PUREZA”: Primeiro álbum cheio de Queralt Lahoz, “Pureza” é um excelente álbum que combina sons urbanos com as raízes flamencas da cantora catalã. A sua apresentação ao vivo deixa uma marca a cada palco em que pisa, e a sua recente presença no ciclo XXS do Festival Cruïlla em Barcelona foi um triunfo retumbante para o público e crítica, que pressagia que Queralt Lahoz tem um grande futuro pela frente. Ouça o álbum aqui.

MAIKA MAKOYSKI – “MKMK”: Maika Makovski tornou-se bastante popular na Espanha como apresentadora de “La Hora Musa”, um dos poucos espaços da rede de televisão dedicados à música ao vivo. Mas seu trabalho como compositora e cantora vem de longe e ela guarda uma vasta experiência que agora se realiza no lançamento de “MKMK” (BMG, 21). Rock de autora que valoriza a personalidade e a raiva.

MUJERES – “ROCK Y AMISTAD”: Mujeres tornaram-se uma das bandas mais queridas e sinceras do pop castelhano, afastando-se um pouco mais das raízes garageiras a cada dia. Agora eles levam um passo adiante sua máxima “Rock y Amistad” (Sonido Muchacho, 21), formando um EP em que são acompanhados por Cariño, Carolina Durante, Los Punsetes e Nueva Vulcano. É impossível ouvir canções como “Al Final Abrazos” e não sentir a euforia dos concertos e a exaltação pessoal de tudo o que temos em comum.

OQUES GRASSES – “A TOPE AMB LA VIDA”: Em 2019, “Fans del Sol” tornou-se um verdadeiro impulso não só para a carreira do grupo catalão Oques Grasses, mas também para uma cena que descobriu com eles novos caminhos. Agora, “A Tope Amb La Vida” (Halley Records, 21) vai um passo além, combinando o som usual da banda liderada por Josep Montero com sua capacidade de absorver influências da eletrônica, pop e o que quiserem. Ouça.

DORIAN – “JUSTICIA UNIVERSAL EM DIRECTO”: Enquanto eles continuam a formar um novo álbum no qual, dizem, vamos encontrar muitas surpresas além da já conhecida colaboração com Pimp Flaco em “Dual”, a banda de Barcelona Dorian compartilha “Justicia Universal Live” (Intromúsica, 21), um documentário que nos ajuda a conhecê-los um pouco melhor a partir de seus diversos depoimentos e filmagens de bastidores, além de nos lembrar de seu impacto internacional em países como o México e Estados Unidos.

13º PRÊMIOS MIN: Em 15 de junho aconteceu na cidade de Burgos a XIII edição do Prêmios MIN, organizado pela União Fonográfica Independente da Espanha. Os grandes vencedores foram a dupla madrilena Delaporte, que conquistou três prêmios: Melhor Artista, Melhor Gravação Eletrônica e Melhor Videoclipe; Triángulo de Amor Bizarro, galardoado com o prêmio de Álbum do Ano e Melhor Produção; e Rigoberta Bandini, que ganhou o prêmio da Melhor Artista Emergente e da Canção do Ano pelo “In Spain We Call It Soledad”. Descubra todos os vencedores aqui.

Durante o mês de junho ocorreram vários eventos cinematográficos de interesse que encantaram a maioria dos cinéfilos. Realizou-se o Festival de Cinema de Málaga (3 a 13/6), evento imperdível para o cinema espanhol e latino-americano, no qual foi premiada “El Vientre del Mar” de Agustí Villaronga; “Karnawal”, de Juan Pablo Félix; “La Ciudad de Las Fieras”, de Henry Rincón e “Destello Bravio”, de Ainhoa Rodríguez. Realizaram-se também o Festival de Huesca (11 a 19/6), com as suas três categorias de curtas-metragens em competição; o DocumentaMadrid (26/5 a 6/6) aposta no cinema documentário e Filmadrid (9 a 13/6) especializada no cinema mais independente e transgressor.

Os amantes dos livros também deram suas festas. De 16 a 20 aconteceu Kosmopolis – O Festival de Literatura Ampliada, encontro literário bienal que se realiza no Centro de Cultura Contemporânea de Barcelona (CCCB) desde 2002 e que nesta ocasião celebra a ficção científica como um grande género literário que ultrapassa fronteiras e tradições. Já o FILE – Festival Internacional de Literatura Espanhola de Castilla e León se realizou pela primeira vez com mais de 70 atividades e a participação de mais de 200 autores em nove províncias da comunidade autônoma.

O que vem em julho:

Entre os festivais de música de julho destacamos o Vida Festival (1 a 3) de Vilanova i la Geltrú com Vetusta Morla, Nathy Peluso e Love Of Lesbian como headliners em cada um dos seus três dias e o Cruïlla Festival (8 a 10), em Barcelona, primeiro festival desde a pandemia que agrega artistas internacionais ao seu cartaz (Two Door Cinema Club, 2Many Djs, Morcheeba e mais) e que será realizado com pessoas em pé e sem distâncias seguras , com expectativa de convocar 20 mil pessoas.

A eles se junta La Mar de Músicas (16 a 24), em Cartagena, que oferecerá em sua 26ª edição um Especial Espanha protagonizado pela nova geração de artistas que se aproximam da tradição da vanguarda.

Os amantes da sétima arte, por sua vez, assistem à 11ª edição do Atlàntida Mallorca Film Fest (26/7 a 1/8), com uma versão ampliada disponível online através da Filmin, e os fãs de arte aguardam ansiosamente a nova edição da Arco Madrid (7 a 11/7), a grande feira de arte contemporânea nascida em 1982.



MÉXICO
por Anali Rodriguez do site Indie Rocks!

Finalmente chegou a primeira metade do ano. Muito rápido, certo? Se procurarmos fazer uma recontagem dos acontecimentos, podemos destacar que a pandemia continua e mesmo em junho a terceira onda de Covid-19 chegou ao México; infelizmente, as infecções e o número de mortos continuam a aumentar.

Por outro lado, em um campo agrícola no estado de Puebla (a uma hora e meia da Cidade do México) se originou um enorme buraco que colocou em risco a residência dos moradores. No momento, os motivos que levaram ao surgimento deste sumidouro são desconhecidos, no entanto, a Proteção Civil está monitorando a área para evitar qualquer tipo de acidente de longa duração.

A Suprema Corte de Justiça da Nação (SCJN) aprovou o uso recreativo da maconha; fato que o próprio presidente do SCJN qualificou de “histórico para as liberdades do México”. A maioria das pessoas está comemorando essa decisão, enquanto alguns ainda questionam, por medo, se essa decisão foi correta – temendo que aconteça com a maconha o que acontece com o tabaco e o álcool: abuso do consumo.

Mas nem tudo parece ruim. A celebração do dia do Orgulho LGBTQIA+ foi celebrada de forma grandiosa e pacífica na capital do país. Da mesma forma, em diferentes partes da República Mexicana, a aplicação de vacinas contra Covid aumentou e isso permitiu a retomada de diferentes atividades, especialmente culturais e de entretenimento. Cada vez mais artistas têm conseguido estabelecer um encontro íntimo em diferentes espaços e assim voltar a desfrutar do que mais gostam: a música ao vivo.

ESTREIAS
LOS BLENDERS – “OTRA VEZ (OTRA VEZ)”: Los Blenders surgem com uma faixa otimista para quebrar a rotina e falar sobre como tem sido difícil ficar confinado em casa por tanto tempo. “Otra Vez (Otra Vez)” irá convidá-lo a dançar e desfrutar daqueles encontros felizes que você certamente terá quando tudo isso acontecer. Ouça aqui

ELIS PAPRIKA – “THE END OF THE WORLD”: Como uma espécie de carta a um mundo incerto, Elis Paprika expressa em “The End Of The World” seus sentimentos mais sinceros em meio a ondas nostálgicas que nada mais fazem do que receber eventos possíveis com um sorriso no rosto. “’The End Of The World’ foi minha última carta ao mundo quando tudo era incerto, mas eu queria criar algo tão bonito, que minha família soubesse que estaríamos bem e conscientes. Mesmo que tudo estivesse desmoronando, eu queria que meu namorado soubesse que foi a melhor coisa que já aconteceu comigo”. Ouça aqui.

SGT. PAPERS – “NO ES PARA TODOS” / “SE SIENTE BIEN”: Jesús e Felipe García de Hermosillo, Sonora, decidiram narrar os infortúnios do rock através de um single duplo “No Es Para Todos” e “Se Siente Bien”, a primeira prévia do que será seu novo álbum de estúdio. Sgt. Papers enlouquece com seus já característicos violões que trazem explosões de energia e emoção a cada uma de suas composições. Com essas duas canções, o grupo sonorense convida você a fazer as coisas por si mesmo e a questionar suas decisões. Ouça as duas músicas: aqui e aqui.

ZEMMOA Y TESSA IA – “MI AMOR SOY YO”: Como parte da celebração do orgulho LGBTQIA+, Zemmoa apresentou com Tessa Ia “Mi Amor Soy Yo“, um dueto interessante que flui entre ondas de electro pop. A estreia é acompanhada por um video dirigido por Brenda de Arrigunaga no qual poderá constatar o frescor e a alegria com que desfrutam o seu dia.

CONCEPCIÓN HUERTA & JOSÉ OROZCO MORA – SESSION: Após a publicação de “Memorias Suspendidas”, Concepción Huerta e José Orozco Mora se estabeleceram no rio Pixquiac, em Veracruz, para combinar seus sons com elementos orgânicos; o correr da água, o som dos animais e até o próprio pôr-do-sol combinam-se na perfeição para dar lugar a esta performance que envolve o espectador na sua intimidade. Sessão imperdível!

SÁNCHEZ1000 – “ESPIRAL”: Após a publicação do seu álbum “Hipergueto”, Sánchez1000 decidiu encerrar o seu ciclo com um atrativo e cinematográfico vídeo para “Espiral”. Filmada em Colima, a produção foi feita em 8mm por Adrián Escárpita e contempla o produtor mexicano na orla da praia.

ANAN – “A SONG FOR CHANGES”: Natalia Gómez continua a apresentar sua complexa e inovadora proposta musical no âmbito do projeto ANAN. Nesta ocasião, a artista compartilha “A Song For Changes”, vídeo dirigido e animado pelo artista nepsy5euro; um clipe que consegue evocar o nascimento, evolução e permanência do ser humano.

DISCOS
SURICATA – “MY LAUGH IS MY TRUTH”: Com influências pré-hispânicas e africanas chega Suricata, jovem produtor da Cidade do México que também intercala seu interesse pela cosmologia nos filmes que acompanham seus lançamentos. Seu EP “My Laugh Is My Truth” já foi lançado e esta é apenas uma pequena prévia de seu próximo álbum, “The Only Way Out Is In”. Ouça o disco aqui.

MICROHM – “LOST IN ELASTIC TIME”: Usando sintetizadores analógicos, Microhm conseguiu conectar situações comuns com a eletrônica experimental. Em meio à escuridão e manifestando infinitas emoções perturbadoras, nasce “Lost In Elastic Time”, um EP em que Leslie García – nome pelo qual a artista responde – brinca com as intensidades até atingir uma catarse. Ouça o disco.

SEÑOR KINO – “AURORA BOREAL”: Em meio a uma atmosfera carregada de misticismo, Señor Kino aborda sonhos e esperanças em “Aurora Boreal”, afirmando que todos fazemos parte de um mesmo universo. Sons punk e experimentais habitam cada uma das 10 faixas que compõem a produção que vem com sua própria assinatura. Se você ainda não definiu sua existência neste mundo, convidamos você a questioná-la por meio deste material. Ouça o disco.

NOVIDADES
Para quem não gosta tanto de ler ou não pode se dedicar às páginas, o Audible da Amazon convocou Enrique Rangel, baixista e integrante do Café Tacvba, para dar vida a um dos romances mais cativantes da literatura mexicana, “Las Batallas en el Desierto”, de José Emilio Pacheco. Ouça aqui.

As perspectivas para julho apontam para um número incomensurável de shows presenciais, na esperança de que os participantes respeitem os protocolos de saúde estabelecidos em cada intervenção. Você pode verificar todos os próximos eventos aqui.



PERU
pela equipe do site Rock Achorao

Em tradução



URUGUAI
por Kristel Latecki do site PiiiLA

Depois de alguns meses difíceis e resumos que começaram de forma negativa, fechamos neste mês de junho com esperança: a partir de 5 de julho estará habilitada a volta da cultura aos palcos. O entusiasmo é palpável tanto por parte dos trabalhadores culturais quanto do público, tanto que já temos shows esgotados. Assim, nestes dias a agenda continuará a ser preenchida, embora mantendo os mesmos cuidados e protocolos que foram estabelecidos desde o ano passado.

Considero essas boas notícias como um salva-vidas em meio a ondas permanentes de terríveis reveses políticos e sociais. E, a seguir, deixo uma seleção dos destaques que aconteceram em nosso país em junho.

MIRANDA DIAZ – “AMIGARNOS”: A jovem cantora Miranda Díaz está caminhando single a single para o seu álbum de estreia, e este mês apresentou “Amigarnos”. Com um ritmo entre o dembow e o tango, a canção é tomada pela sensualidade com uma melodia cativante que dá conta de um amor atravessado pelo conflito. Além disso, é acompanhado por um vídeo que é o primeiro capítulo de uma trilogia envolvente.

MELANÍ LURASCHI Y JULIETA RADA – “PROFUNDO”: Numa colaboração inesperada, mas totalmente perfeita, as cantoras e compositoras Melaní Luraschi e Julieta Rada trazem-nos o single “Profundo”. Unindo suas vozes harmoniosas com o novo folclore de uma e o candombe pop da outra, elas produziram uma bela canção que observa criticamente os elos efêmeros e busca, como diz o título, se aprofundar. Também conta com o mítico violonista de música popular Eduardo Larbanois no violão e arranjos.

LOS WALRUS – “ETERNIDAD”: Los Walrus, uma jovem banda de La Paloma, Rocha, nos traz uma visão psicodélica do pop / rock com a canção “Eternidad”. Envolvida em uma nuvem de algodão de distorção, a música nos leva a uma jornada ascendente, descolada e catártica. Seu vídeo com imagens da natureza passadas pelo filtro lisérgico acompanha a viagem.

JHONA LEMOLE – “CELEBRAR”: Quarto álbum de Jhona Lemole, “Celebrar” é uma obra melancólica e profunda que canaliza duelos e reflexões sobre o amor, mas, mais importante, sobre o amor-próprio em sua poesia. Criando em torno dessas oito músicas seu próprio mundo visual, Jhona encarna o papel de uma crooner taciturna, o que se refletiu não só na arte do álbum, mas também em seu primeiro videoclipe para a música “Felices”, que conta com a voz de Camila Rodríguez (Niña Lobo). Ouça o disco e veja o clipe abaixo.

LEANDRO AQUISTAPACIE – “CAPÍTULO 2”: Minando influências musicais que têm mais a ver com o pop / rock argentino dos anos 70 do que a música de hoje, o multi-instrumentista Leandro Aquistapacie (que também é o coringa em Algodón e Piel) nos oferece um segundo álbum tendo sua voz maravilhosa e expressiva como guia. “Capítulo 2” saiu pelo selo argentino Queruza e nos leva por um mundo pessoal, iluminado pela luz dourada do outono rioplatense. Demonstrando assim que as segundas partes também podem superar as anteriores.

JESUS NEGRO Y LOS PUTOS – “JARDIN DELIRIO”: O multifacetado e prolífico Pau O’Bianchi precisa de diferentes canais para canalizar sua criatividade, e um deles é Jesús Negro y Los Putos. Através deste quarteto tomam forma as suas composições mais punk e agudas (não é à toa que a banda leva esse nome), mas ainda carregam aquilo que torna Pau totalmente identificável e diferente. “Jardín Delirio” é o seu segundo trabalho e a primeira parte de uma tetralogia de EPs temáticos. A arte é do artista argentino Gustavo Sala.

ZALO SOLO – “BUENA SUERTE”: Depois de quatro singles e seus respectivos vídeos, o rapper Zalo Solo lançou seu quarto álbum, com o qual busca maior experimentação sonora e lírica. Com a participação de Christian Cary, da La Triple Nelson, Gabino, de Dostrescinco e Delfina Dib, o álbum “Buena Suerte” carrega a positividade e as boas vibrações do título e festeja tanto a família quanto os amigos em batidas que se fundem indo do house a salsa. Ouça o disco aqui.

JUAN WAUTERS – “LOCURA”: Inspirado nos videogames 3D do início dos anos 2000, o novo clipe de Juan Wauters para a música “Locura”, de seu recente álbum “Real Life Situations”, transforma o músico em um personagem digital que viaja por Nova York em sua bicicleta, com o violão nas mãos. O divertido e nostálgico vídeo combina com a estética e o clima da música, e foi dirigido pelos uruguaios Jvy Vázquez e JP Bonino, com Patricia Iccardi em produção.

LILA TIRANDO A VIOLETA – “MALDOROR”: Entre outros vídeos de destaque de junho está “Maldoror”, de Lila Tirando a Violeta (de seu excelente álbum “Limerencia”), que chegou ao YouTube depois de ser lançado na mostra virtual “En la noche” realizada no Metrô de Montevidéu. Criada pelo artista digital mexicano Gerardo Masacre, “Maldoror” nos transporta para um planeta estranhamente realista, que, como a canção, se inspira nas famosas canções do Conde de Lautréamont.

CIELOS DE PLOMO – “NUEVA ESTÁCION”: E, finalmente, no ano passado Cielos de Plomo lançou o lindo álbum “Entre Luces”, que infelizmente não pudemos curtir ao vivo devido à pandemia. Mas com seu novo vídeo para a música inédita “Nueva Estación” podemos ter apenas um vislumbre de como seria ver esse sexteto etéreo e sutil em ação.

O que vem em junho
Como foi dito no início, já temos vários shows confirmados para os próximos meses. Os grandiosos Buenos Muchachos já esgotaram quatro datas em agosto do que será a celebração da maioridade de seu icônico álbum “Amanecer Búho” e sua reedição em vinil. Já foram adicionadas mais três datas, todas no La Trastienda Club Montevidéu.

Luciano Supervielle e Pedro Dalton, Lu Ferreira, Christian Cary e Peyote Asesino já confirmaram shows nessa mesma sala. Papina de Palma, Eté & Los Problems e Ruben Rada passarão pela Sala do Museu. E Max Tejera apresentará seu álbum “Intenso” na Sala Camacuá.

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