JUNHO 2022
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ESPANHA
pela equipe dos sites Mundo Sonoro e Zona de Obras
Chegamos à metade do ano e, como é habitual nesta altura na Espanha, o calor se eleva ultrapassando os 40º em muitas cidades, o enorme número de festivais não param de se sobrepor a uma agenda lotada e o ritmo de lançamentos cai. Enquanto isso, o dia-a-dia continua sem muitas novidades: inflação, combustível, gás, Ucrânia e Putin são palavras recorrentes que prometem um outono incerto. Por enquanto vamos aproveitar o verão e os destaques do mês passado que oferecemos aqui. E você verá…
NATALIA LACUNZA “TIENE QUE SER PARA MI”: Depois de ser uma das artistas finalistas da edição espanhola do programa OT em 2018, Natalia Lacunza, de Pamplona, iniciou uma carreira solo que acaba de dar seus melhores frutos em “Tiene Que Ser Para Mí”. Este é seu primeiro full-length depois dos EPs “Otras Alas” (2019) e “EP2” (2020), além do trabalho mais forte de sua carreira.
Para isso, Natalia trabalhou de mãos dadas com Pau Riutort (Beach Beach, Extraperlo), dando forma a um álbum pop claro, cristalino, consistente e – com apenas 23 anos – maduro. Um disco em que ela nos fala em primeira pessoa sobre as lições que aprendeu da vida, compartilhando essas experiências em formato de música pop.
Há canções como “Tiempo Atrás”, “Muchas Cosas” ou “El Círculo” para corroborar e deixar claro os motivos pelos quais ela se converteu em uma das vozes de sua geração. Ouça o álbum no Spotify. (Joana S. Luna)
OUTROS DESTAQUES
MEDIAPUNTA – “NO QUIERO SENTIRME SOLO”: Primeiro veio “Amor Olímpico EP”, agora temos “No Quiero Sentirme Solo” em nossas mãos, um tratado sobre indie pop e psicodelia com altas doses de personalidade própria que vê a luz da mão de Sonido Muchacho. Como se isso não bastasse, eles convidam Triángulo de Amor Bizarro e Fresquito y Mango para dar uma mãozinha. Ouça.
A RETIRADA INDEFINIDA DE KASE.O: Embora ainda esteja imerso em sua atual turnê pela Espanha, o rapper de Zaragoza Kase.O compartilhou com o mundo sua decisão de se retirar dos palcos por tempo indeterminado. Os motivos são claros e ele se expressou assim: “Embora a energia que vocês me passem seja superlegal, sinto uma grande exaustão física, mental e espiritual. É por isso que decidi que, quando esta turnê terminar, me retirarei dos palcos por tempo indeterminado. Preciso”.
PABLOPABLO – “PABLOPABLO”: 2022 promete ser um excelente ano para PabloPablo – o alter ego de Pablo Drexler –, que acaba de lançar seu álbum de estreia no qual encontraremos canções tão viciantes quanto “Azul Zafiro” ou “Mandela Place”. Não surpreende que artistas como o próprio C. Tangana tenham confiado nele. Ouça.
SÓNAR E PRIMAVERA SOUND: Mais uma vez, o Sónar surpreendeu moradores e estrangeiros. Apesar de a cada dia haver mais festivais realizados na temporada de verão, o Sónar Barcelona – dedicado de corpo e alma à eletrônica, novas tendências e experimentação – conseguiu quebrar seu recorde nos últimos anos ao protagonizar a sua segunda maior edição da história. Por outro lado, estávamos esperando há dois anos pela celebração do que se tornou o maior Primavera Sound da história. Quase duas semanas de shows com headliners deslumbrantes e uma presença massiva do público dedicado à causa. Além de espalhar seus tentáculos por várias partes da América Latina e dos Estados Unidos, no próximo ano o festival também chegará a Madri.
MAIS CULTURA
Com a presença de 22 escritores de 11 países, de 16 a 19 de junho aconteceu na Casa Amèrica Catalunya e na Biblioteca Gabriel García Márquez a primeira edição do KMAmèrica, o novo festival de literatura latino-americana de Barcelona. Participaram Cristina Rivera Garza (México), Marta Aponte Alsina (Porto Rico), Selva Almada (Argentina), Gustavo Faverón Patriau (Peru), Mónica Ojeda (Equador), Martín Caparrós (Argentina) e Vanessa Londoño, entre outros.
Jonás Trueba voltou aos cinemas espanhóis com uma nova película, “Tenéis Que Venir a Verla“, um convite expresso para ir aos cinemas. Itsaso Arana, Vito Sanz, Francesco Carril e Irene Escolar protagonizam este filme-reencontro produzido novamente pela Los Ilusos Films. Nas palavras de Trueba: “Ir ao cinema tornou-se um pequeno ato de resistência, um gesto poético, um salto de fé. Fizemos este filme a partir dessa convicção, com rapidez e determinação, da nossa própria crise de irrealidade, mas com a alegria de nos reencontrarmos e podermos continuar a fazer filmes juntos”.
