Faixa a faixa: Beth Carvalho apresenta as 15 canções de “Nosso Samba Tá na Rua”, que ganha, enfim, lançamento digital

faixa a faixa por Beth Carvalho

No próximo dia 5 de maio, Beth Carvalho completaria 78 anos. Para homenagear o legado da cantora, a Universal Music Brasil disponibiliza “Nosso Samba Tá na Rua”, que chega pela primeira vez às plataformas digitais. Lançado em novembro de 2011 pelo selo Andança/EMI Music, “Nosso Samba Tá na Rua” foi o primeiro disco de inéditas da sambista depois de uma pausa 15 anos (seu trabalho de estúdio anterior foi “Brasileira da Gema”, de 1996) e conta ao todo com 15 faixas, a maioria delas inéditas à época de seu lançamento físico.

Aclamado pela crítica e pelo público, “Nosso Samba Tá na Rua” ganhou em 2012 o Grammy Latino na categoria de “Melhor Álbum de Samba e Pagode”. O disco também marcou o reencontro de Beth com Rildo Hora, após um hiato de 27 anos. Rildo foi responsável pela produção de antológicos discos da cantora, como “De Pé no Chão” (1978) e “Na Fonte” (1981). Seu último trabalho com a cantora havia sido “Coração Feliz”, lançado em 1984.

Além de Rildo Hora, que também assinou os arranjos de nove faixas do disco, Beth Carvalho se reencontrou com outros importantes profissionais, como o engenheiro de som Luiz Carlos T. Reis, o maestro Ivan Paulo (que assinou a regência e o arranjo de seis faixas) e o maestro Leonardo Bruno (que assinou o arranjo do coro). Todos trabalharam juntos em vários discos importantes da cantora, nas décadas de 1970 e 1980.

O disco trouxe em sua capa/encarte a reunião da Madrinha com diversos compositores, cantores e músicos do samba em registro feito por Guto Costa. Feita no Cacique de Ramos, a foto reuniu nomes como os maestros Ivan Paulo, Leonardo Bruno e Rildo Hora; os compositores Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz, Sombrinha, Almir Guineto, Dona Ivone Lara, Alamir, Nilo Penetra, Marquinho PQD, Ciraninho, Leandro Fregonesi, Rafael dos Santos, Wanderley Monteiro, Claudinho Guimarães, Dayse do Banjo e Luana Carvalho, filha da cantora, além de integrantes do Grupo Fundo de Quintal.

Como fazia tradicionalmente, Beth Carvalho dedicava o álbum a um nome importante do samba. Nesse disco, a cantora fez uma homenagem à outra grande dama do samba, Dona Ivone Lara, que havia completado 90 anos em 2011: “Dedico este CD à D. Ivone Lara, a Deusa do Samba, a grande compositora e intérprete e a que faz os lararas mais bonitos da MPB!”. No disco, Beth regravou o clássico “Em cada canto uma esperança”, composição de D. Ivone com seu fiel parceiro, Délcio Carvalho.

Abaixo, em texto da época, Beth Carvalho comenta cada uma das 15 faixas:

01) “Nosso Samba Tá na Rua” (Roberto Lopes/Alamir/Nilo Penetra/Canário) – Inédita que batiza o disco. A letra faz uma verdadeira exaltação ao samba (“É de Deus esse som que a gente faz”).

02) “Tambor” (Almir Guineto/Adalto Magalha/Daniel Oliveira) – É um samba religioso e forte.

03) “Chega” (Leandro Fregonesi/Rafael dos Santos) – Samba de amor e de bloco, no estilo dos sambas do Cacique de Ramos, com direito a tamanco e tudo. Foi criado por dois ótimos compositores da nova geração.

04) “Arrasta a Sandália” (Dayse do Banjo/Luana Carvalho) – Samba inédito que ganhei de presente da minha filha, Luana Carvalho, em parceria com a Dayse do Banjo, sambista da melhor qualidade. É um partido alto com refrão contagiante e que ainda ganhou a participação mais que especial do meu afilhado Zeca Pagodinho nos vocais.

05) “Colabora” (Serginho Meriti) – Samba de carnaval inédito, criado por um dos maiores compositores do samba, autor de sucessos como “Deixa a vida me levar”, dentre outros.

06) “Samba Mestiço” (Ciraninho/Rafael dos Santos/Leandro Fregonesi) – Samba de embalo inédito que tem um refrão que contagia, criado por três grandes compositores da nova geração, vencedores de quatro sambas enredo da Portela.

07) “Negro Sim Sinhô” (Efson/Marquinho PQD/Franco) – Criada por três grandes compositores do samba. Original em sua forma, a música faz uma apologia à raça afrodescendente.

08) “Se vira” (Arlindo Cruz/Marquinho PQD) – Com uma melodia muito rica, essa inédita do Arlindo e do Marquinho PQD tem uma letra feminista.

09) “Tô Feliz Demais” (Edinho do Samba) – Outra música inédita. Samba romântico de um excelente compositor estreante que estou lançando nesse disco.

10) “Isso Acontece” (Wanderley Monteiro/ Jorgito Sápia/Agenor de Oliveira) – Samba de amor, de co-autoria de Wanderley Monteiro, de quem eu gravei o sucesso “Água de chuva no mar”.

11) “Palavras Malditas” (Nelson Cavaquinho/Guilherme de Brito) – Como o Nelson é bem trágico na maioria de suas músicas, pedi ao Rildo Hora que fizesse um arranjo bem dramático, como um tango de Piazzola. A canção é pouco conhecida do grande público, somente foi gravada por um cantor chamado Ari Cordovil em um disco de 78 rotações.

12) “Em Cada canto Uma Esperança” (D. Ivone Lara/Délcio Carvalho) – Obra prima da D. Ivone Lara, a quem dedico este CD, e do seu fiel parceiro, Delcio Carvalho.

13) “Guaracy” (Zeca Pagodinho/Arlindo Cruz/Sombrinha) – Inédita, de três grandes compositores que dispensam apresentações.

14) “Verde e Roda de Paixão” (Claudinho Guimarães) – Música inédita. Como não poderia deixar de ser, trago neste novo álbum mais um samba em homenagem à minha querida Mangueira.

15) “Minha História” (Lúcio Dalla/Paola Pallottino – versão de Chico Buarque) – Clássico de dois italianos, que teve uma antológica versão do Chico Buarque. A música ficou em primeiro lugar no bate-bola que eu promovi para escolher o repertório final do disco (em junho desse ano, como de costume, reuni amigos e formadores de opinião para me ajudarem na seleção das canções, através de uma pré-gravação de 25 músicas).

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