Frank Black, Conor Oberst e Morrissey

Por Marcelo Costa

Três álbuns solo de cantores respeitados tanto por sua produtiva carreira solo quanto pelo trabalho em suas ex-atuais-eternas bandas.

“Svn Fngrs”, Black Francis (Music Brokers)
Gravado em sete dias com sua mulher Violet Clark no baixo, Jason Carter na bateria e o próprio nas guitarras e harmônica, este EP de sete faixas abre com a funkeada e esquisita “The Seus”, segue com duas baladinhas sixties (“Garbage Heap”/”Half Man”), um rock quadradão (“I Sent Away”), um country tosco (“Seven Fingers”), uma faixa quase legal (“The Tale of Lonesome Fetter”) e um rockão gritado que surpreende (“When They Come To Murder Me”). É uma bobagem de 20 minutos que, acredite, vale a pena ouvir.
Preço em média: R$ 29 (nacional)
Nota: 6

Leia também:
– “Bluefinger”, de Black Francis, por Marcelo Costa (aqui)
– “Dig For Fire – A Tribute to Pixies”, vários, por Marcelo Costa (aqui)

“Conor Oberst”, Conor Oberst (Music Brokers)
Gravado em uma montanha no México, o quarto (ou primeiro?) álbum solo de Conor Oberst (líder do Bright Eyes) segue a trilha country folk e não estranhe se algumas canções lhe remeterem a (-) Bob Dylan e (+) Gram Parsons (ou mesmo Elliott Smith), pois são dessas fontes que surgem boas faixas como “Cape Canaveral”, “Get-Well-Cards”, “Eagle on a Pole” e “Moab”. Estranhas no paraíso, o rock de levada blues “Sausalito” e a melodia irlandesa de “NYC – Gone, Gone” também credenciam um álbum descompromissado e bem bacana.
Preço em média: R$ 29 (nacional)
Nota: 7

“Years of Refusal”, Morrissey (Universal)
Na primeira música ele diz não ter “esperança na vida moderna”; na segunda clama por sua mãe; na quarta diz que vai abraçar Paris, pois “só pedra e aço aceitam o seu amor” e na oitava deseja ir para o inferno com seu “último neurônio”. Senhoras e senhores, este é Morrissey em seu nono álbum solo, um tiquinho inferior aos dois discos anteriores (há um abismo entre a bela “That’s How People Grow Up”, single do ano passado, e as demais faixas), mas que ainda assim arranha – com verborragia afiadíssima – o coração do ouvinte.
Preço em media (nacional)
Nota: 7,5

Leia também:
– “Greatest Hits Deluxe Edition”, de Morrissey, por Marcelo Costa (aqui)
– “Ringleader Of The Tormentors”, de Morrissey, por Marcelo Costa (aqui)
– Morrissey ao vivo no Festival de Benicàssim 2008, por Marcelo Costa (aqui)

23 thoughts on “Frank Black, Conor Oberst e Morrissey

  1. É e não é, Jonathan. Ele lançou três cassetes que foram comercializados como álbuns no começo dos anos 90, Water (1993), Here’s to Special Treatment (1994), Sing, Eunuchs! (1996), o primeiro pelo selo Lumberjack e os dois seguintes pelo Sing, Eunuchs!. Ele tinha 13 anos na época do primeiro álbum/cassete. Muita gente considera como oficial apenas este “Conor Oberst” (2008), e até para contar essa histórinha toda resolvi cravar quatro e cada um que decida. 🙂

    Grande abraço

  2. Com esse abismo você quer dizer que as outras músicas do disco são melhores do que “That’s how people grow up”? Porque achei essa muito mequetrefe. Não se espera novidade, musicalmente falando, do Morrissey, mas essa soa muito claramente como uma tentativa forçada de fazer uma canção tão empolgante quanto “First of the Gang to Die”. Ouvi o disco muito por cima e me pareceu também bem mais fraco que os dois anteriores. “You are the quarry”, pra mim, é o melhor. Altos clássicos. O segundo têm umas cinco ou seis de ouvir estatelado no chão, principalmente aquela em que ele diz que não sei quem é uma obra de arte.

    Corre o boato à boca pequena sobre uma apresentação do Morrissey no Brasil. É esperar…there is a light that never goes out, né.

  3. Então, achei a “That’s How People Grow Up” uma das grandes canções dele na década. Sério mesmo. No texto sobre o “Greatest Hits” linkado ali em cima aprofundo a questão, mas ela me empolgou bastante. O fato é que ele fez ela para lançar em single e “That’s How People Grow Up” (mais do que “All You Need Is Me”, outra que tinha saído em single para esquentar o lançamento do Greatest Hits) não se encaixa na sonoridade suja do álbum. De resto, é torcer para que ele venha. Você chegou a ouvir a apresentação que ele fez na BBB em fevereiro tocando várias novas e, entre outras, Thsi Charming Man? Foda. hehe

  4. Primeira coisa: que idéia foi essa de enfiar num disco novo de estúdio os dois singles de 2008, “That´s How People Grow Up” e “All You Need Is Me”? Para mim, é o grande defeito do disco. Se a idéia era reciclar música, podia ter enfiado um lado b, como “Children in Pieces” e “My Dearest Love”. Não combinaria com a sonoridade suja do disco? Que sonoridade? A de “When I Last Spoke To Carol”? De “It’s Not Your Birthday Anymore”? Ou seja, o disco não é tão sujo assim.

    Sobre sua crítica, não concordo que “That´s How People Grow Up” seja superior as demais. É uma boa música, sem dúvida, mas não supera “One Day Goodbye Will Be Farewell” e, principalmente, “I´m Ok by Myself”.

    Eu gostei do disco, não o acho inferior ao Ringleader mas está abaixo de Quarry mesmo. Acho que faltou uma baladona de arrasar, como “Life Is a Pigsty”. Mas Morrissey está cantando muito bem, ainda mais se lembrarmos que ele faz 50 anos em maio.

    E, pelo jeito, você gostou da versão de “This Charming Man” que foi tocada ao vivo na BBC! Achei legal ele ter mudado o arranjo, ele sempre tocou as músicas dos Smiths tal e qual foram gravadas nos anos 80.

    Abraços!

  5. por falar no Conor, ouviu Killers tocando Four Winds? achei tão sem vergonha, tão cara de pau, que não teve como não gostar!

  6. Achei esse do Moz melhor que o ultimo mas inferior ao Querry, essa Thats How People Grow Up é boa mesmo mas acho All You Need Is Me melhor. Minhas preferidas são Mama Lay Softly On The Riverbed e Im Trowing My Arms Around Paris, o problema do album é que depois da metade ele fica mais fraco. O album é uma mistura dos dois ultimos, se bem que eles ja são quase parecidos.

  7. Não sabia desses cassetes. Na verdade sabia que ele tinha lançado algumas coisas bem novo, mas não sabia que tinha saído em disco e coisa e tal. Valeu pela dica!

  8. acho refusal (8,5) acima de ringleader(8,0) e abaixo de quarry(9,0), mas são três grandes discos!

    fui no show de 2000 e gostei bastante, mas tô torcendo muito pra que ele venha agora, pois o repertório melhorou muito de lá pra cá!

  9. Marcelo, esqueça esse ep do Black Francis, vá direto no seu novo projeto: Grand Duchy. Eles não investem muito em distribuição, fazem músicas para os fãs. No site oficial francês, blackolero.blogspot.com se acha muita raridade tb. O disco é lindo, caiu na rede em dezembro, mas vai ser lançado somente sábado nos EUA.

  10. Gostei muito desse novo do Morrissey…
    destaque: One Day Goodbye Will Be Farewell
    Ouço direto a primeira metade do álbum, quando enjoar passo para a segunda…

    Por enquanto:

    Franz Ferdinand – Tonight
    Morrissey – Years of Refusal
    YYY – It’s Blitz!
    U2 – No Line on the Horizon

  11. Pensei a merma coisa do “Svn Fngrs” quando o escutei a primeira vez, Mac.

    é inferior a tudo que o Pixies já fez [e até aos 2 primeiros solo do tio Frank gordinho] mas, ainda assim, vale muito a orelhada [como a maioria das coisas que o prolífico mestre lança].

    Sobre tudo por “Half Man”, uma bobagem deliciosa.

    Black is back! E até voltou a assinar como nos áureos tempos.. doido pra voltar com o Pixies. Pô, dear Deal, facilita!

  12. me surpreendi ao ver as opniões sobre o “years of resusal aqui, afinal eu e todos os fãs de morrissey que eu conheço achamos ele foda. achei bem melhor que o “you are the quarry”, inclusive.

    metade do disco me remete ao bona drag e metade ao your arsenal.

  13. Marcelo, já ouvistes o Grand Duchy? É uma banda com a mesma formação desse disco ai mas acredito que o som seja bem diferente. O disco é muito massa, aconselho. O nome é Petits Fours e saiu em 2008.

  14. Dos 3, até agora só pude apreciar o Morrissey, que pelo visto ainda tenta manter a linha dos outros 2 albuns anteriores, e deu mesmo uma caída, como o Marcelo lembrou. Mas ah, eu gosto do cara e apesar de alguns pesares, continuo fãn.

  15. Adorei a lógica avançada empregada por Zavie, e concordo plenamente hahaha.
    Bom, destes eu só ouvi, de fato, o Years of Refusal que, pra mim, merece uma nota 10 perfeitinha, só tem música ótima!! Isso vem de um fã desvairado como eu, é verdade, mas ainda assim… Acho 7.5 pouco.

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