A música no Brasil morreu, você sabia?

Antes de começar… já ouviu esse disco acima?

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Caro leitor, você já deve ter lido ou esbarrado no assunto desta coluna diversas vezes. É o tipo de tema que muita gente não dá a mínima nota, mas que aqui na Revoluttion ganha ares de caos, já que acredito piamente que a culpa pelo estado moribundo da música no Brasil começou exatamente no momento em que as rádios toparam vender seu precioso espaço de vitrine musical por alguns dinheiros para donos de gravadora e artistas em geral. A música no Brasil vive uma situação de caos não pela Internet, pelos programas de trocas de arquivos e quetais. O motivo de tudo isso se chama jabaculê, termo popularmente conhecido como jabá, que segundo o Movimento Pelo Fim do Jabá, “é o pagamento feito pelas gravadoras para que as rádios toquem somente as músicas determinadas. Quem não paga, não toca. O pagamento define que tipo de música, qual artista ou grupo irá tocar naquela rádio ou aparecer naquele programa de TV. Ou seja, você até acha que escolheu o sucesso do mês, mas é bem possível que uma grande gravadora tenha escolhido por você”.

É importante frisar que – quando falo em música – não estou falando apenas de artistas brasileiros sem espaço para mostrar sua arte. Falo também de uma centena de artistas gringos que chegam ao Brasil pela Internet, por revistas especializadas e por pessoas que acreditam que o caminho da boa música deixou de passar pelo dial de uma rádio nacional. Só para ter um parâmetro, Radio 4, Devendra Banhart e Art Brut, apenas três nomes que aportam em terra tupiniquim nos próximos meses devem nunca ter sido tocados em uma FM brasileira. Nunca? Também não é assim. Existem alguns bons (e raros) programas perdidos por este país afora (falo sobre alguns mais pra frente), mas as rádios que mais são ouvidas pelo público só tocam aquilo que consta da nota fiscal do caixa 2.

Já foi diferente. “London London”, cover que o RPM fez (ainda quando a banda era relevante e Paulo Ricardo não era uma piada – faz tempo, eu sei) de uma canção de Caetano Veloso tocou primeiro em versão “pirata” em uma rádio, flagrada ao vivo em um show. Os pedidos pela música e a procura pelo disco (que não existia) foram tantos que a banda acabou parindo um “Radio Pirata Ao Vivo”, puxado pela música, e bateu recordes de vendas. Pouco depois aconteceu algo semelhante com os Engenheiros do Hawaii. Em pleno processo de divulgação do terceiro disco, “Ouça o Que Eu Digo, Não Ouça Ninguém”, uma música do segundo álbum, “A Revolta dos Dandis”, invadiu a programação das rádios tornando-se sucesso de execução sem que ninguém explicasse o fenômeno. A própria Legião Urbana teve um caso semelhante à época, quando as rádios tiveram que se curvar ao pedido insistente dos ouvintes por “Faroeste Caboclo”, uma música quilométrica cheia de palavrões. Venceram os ouvintes. Isso tudo aconteceu muito tempo atrás.

Era um período em que o jabá até existia (André Midani contou em uma excelente entrevista para o jornalista Pedro Alexandre Sanches, na Folha de São Paulo, em 2003, que ‘tal como ele é hoje, e em quantidades talvez menores do que agora, o jabá começou, creio, em 70, 71 ou 72’), mas o público ainda conseguia ouvir novidades ou mesmo conhecer novos artistas através das rádios FM. Ao menos uma parte da programação estava aberta ao novo, que, convenhamos, era praticamente tudo que estava surgindo no nascente rock nacional anos 80. Com o passar dos anos, as gravadoras foram comprando todos os horários do dial, e enfaixando a programação. Com um cardápio reduzido de artistas para trabalhar, as rádios foram ficando moribundas, as vendas começaram a cair (pois tocar muito não significa qualidade, é importante escrever), e a música no Brasil passou a ser motivo de piada.

Ok, muita gente não ouve FM. Eu mesmo não ouço, já que tenho em casa um bom acervo de discos e CDs. Porém, uma rádio tem papel fundamental em grande escala. É através da rádio que o fulano lá da esquina vai poder ter acesso a uma música nova, um artista novo. E se não for pela rádio, onde é que esse fulano iria ouvir? No Faustão e no Fantástico é que não vai ser, não sejamos hipócritas. Se a rádio só toca a música que a gravadora paga para tocar, o público sempre irá ouvir mais do mesmo, já que as gravadoras estão completamente perdidas em um mundo que cresceu demais para elas. Faltam, no Brasil, executivos jovens que entendam e saibam lidar com as (boas) novidades que a Internet traz.

Uma saída seria seguir o exemplo norte-americano das College Radios, que nada mais eram do que rádios feitas por e para estudantes. Uma rádio com uma programação jovem, voltada a um público especifico, cujo maior intuito era tocar música, não vender espaços comerciais. No Brasil, talvez seja um sonho imaginar isso. Por outro lado, por exemplo, aumentaram o número de festivais de música independente ao redor do país. Só nas últimas quatro semanas tivemos o Festival Laboratório Pop (RJ), Festival Ponto Ce (CE), Festival do Sol (RN) e o Festival Aumenta Que é Rock (PB). Ainda vamos ter nas próximas duas semanas o Festival Americana Independente (SP), o Se Rasgum no Rock (PA) e o No Ar Coquetel Molotov (PE), isso sem contar Motomix Art Music, Tim Festival, Nokia Trends e Campari Rock.

Isso tudo não sugere uma equação estranha? Nestes festivais podemos listar mais ou menos 100 artistas, vai (vamos chutar). Quantos destes artistas tocam em rádio? É um ponto positivo estarmos aprendendo a não depender das rádios, mas não podemos de forma alguma negar a importância dela como veiculo de massa. Não abrir a programação para o novo é um grande erro que está levando as rádios (e, por conseguinte, a música ouvida no Brasil) para o buraco, e que está enferrujado todas as engrenagens da indústria. Afinal, se a música não atrai mais os ouvintes, não são só as rádios que sofrem. Quem, por exemplo, vai comprar revista de música se – tendo como base a rádio – não há nada interessante para ouvir? E o bicho papão dessa história toda é o jabá. É uma realidade burra que entristece. Houve um tempo em que a boa música abriu caminho por si só. Hoje, no entanto, ela não precisa ser boa. Basta vir acompanhada de um pacote de notas. A música no Brasil morreu, você sabia?

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Na promoção da semana passada, muita gente não conseguiu votar em apenas um álbum. Destaco, especialmente, os e-mails do Luís Carlos e do Bruno Capelas, que fizeram uma listinha de dez, e ainda explicaram cada um:


Top Ten com comentários de Luís Carlos

1. “Sgt. Pepper’s”… – Beatles
Escolha óbvia, eu sei, mas não há como fugir dela. Os detalhes são ricos demais. Até hoje fico encantado com as imagens, e encontro novos detalhes.

2. “Forever Changes” – Love
Altamente psicodélica com aquele desenho das cabeças sobrepostas. Apresenta muito bem o conteúdo do disco.

3. “Surf’s Up” – Beach Boys
Capa sombria, com um Dom Quixote prostrado. Seria uma referência a loucura de Brian Wilson?

4. “Innervisions” – Stevie Wonder
Belo desenho. Com aquele raio de luz saindo dos olhos do Stevie Wonder.

5. “Odessey and Oracle” – Zombies
Outra capa louca. Ainda há o detalhe da grafia errada de de “Odessey” que dá mais charme ainda a capa.

6. “Bitches Brew” – Miles Davis
Maravilhosa! Totalmente maluca e bela. Diz tudo sobre a música do disco.

7. “Ok Computer” – Radiohead
A loucura do nosso mundo globalizado e tecnológico. Ninguém entende mais nada. E a capa diz tudo.

8. “Sign Of the Times” – Prince
Uma profusão de imagens e idéia de incêndio. Capa certa para o mais explosivo disco de Prince.

9. “If You´re Feeling Sinister” – Belle and Sebastian
A foto na capa dá idéia de depressão e tristeza que permeia o disco.

10. “Jonh Lennon and Plastic Ono Band”
O que eu acho legal é o contraste entre a capa e o disco. Você olha a capa e pensa em algo calmo e sereno, mas quando ouve o disco, o que se tem é Lennon em carne viva.


Top Ten com comentários de Bruno Capelas

“Harvest” – Neil Young
Aquele sol é magnífico!

“Trinity Session” – Cowboy Junkies
Dá pra ignorar a beleza da Margo Timmins?

“Abbey Road” – Beatles
28 If…

“No País dos Baurets” – Mutantes
Pela lisergia e pela caricatura da Rita Lee

“Smile” – Brian Wilson
Na mesma linha sol maravilha de Harvest.

“Dark Side of the Moon” – Pink Floyd
O prisma é foda!

“Nevermind” – Nirvana
Tem como esquecer o bebê pelado?

“Grand Prix” – Teenage Fanclub
Sem explicações.

“Grandes Infiéis” – Violins
Ok , Ok.

“Blue Álbum” – Weezer
A capa. Quatro caras que não querem dizer absolutamente nada e tudo.

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Falando em promoção, seguem os vencedores desta semana (aliás, ainda nem enviei os brindes da semana passada. Calmae, que vai tudo junto na segunda-feira que vem, prometo).

Revista Bizz com Skank na capa
.Bruno Capelas, de São Caetano do Sul, SP (Top Ten)
.Rodrigo Bessa, Botafogo, RJ (“Nevermind”, Nirvana)
.Renata Dias, do Rio de Janeiro (“Performance and Cocktails”, do Stereophonics)
.Gustavo Henrique Milani Martins, Bom Sucesso, MG (“London Calling”, The Clash)

Livro “Radio Guerrilha – Rock e Resistência em Belgrado”, do jornalista Matthew Collin, cortesia Editora Barracuda vai pro Bernando, de Araraquara (SP).

CD “Rabbit Fur Coat”, de Jenny Lewis With The Watson Twins, (cortesia da loja Velvet CDs) fica com o Jairo Souza, do Rio de Janeiro.

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Já que o assunto desta semana é rádio, a promoção seguirá o caminho. Imagina a cena: você está em algum lugar esperando, esperando e esperando (consultório de dentista, fila de banco, qualquer coisa assim): Qual música que você gostaria de ouvir tocando numa rádio? Manda a resposta para mcosta@brti.com.br e aproveita e escolhe um dos brindes desta semana:

– DVD Cliperama (DeckDisc), com 22 clipes de gente como Autoramas, Buzzcocks, Ludov, Matanza, Gram, Dead Fish, Ira! e Cachorro Grande, entre outros

– CD Rom Bizz: Caixa histórica com toda a coleção da revista em sete CD-ROMs. São 192 edições na íntegra

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Acabou?

Ps1: Um projeto de lei do Deputado Fernando Ferro sobre a proibição do jabá está circulando em Brasília desde 2003. É o PL1048/2003. Dá uma olhada.

Ps2: As rádios podem estar uma porcaria, mas alguns programas mostram que é possível ter vida inteligente no dial. Um deles é o Alto-Falante, que pode ser ouvido nas sextas às 9h30 e 21h30 na Webrádio Pelo Mundo e no domingo às 22 horas na 98FM de Belo Horizonte (98,3 ou www.98fm.com.br). O outro é o Independência ou Morte, programa quinzenal da rádio Faap (SP), que abre espaço para novas bandas e novas idéias.

Ps3: Eu adoraria ouvir The Pipettes no rádio…

Ps4: Nesta quinta, assumo as pick-ups na Festa Bsides, do Toy Lounge & Bar, Rua da Consolação, 2900, Jardins, São Paulo. A balada custa R$8, mas se você me mandar um e-mail até às 17h, coloco seu nome na lista e morre só R$5. E vai rolar Pipettes na pista.

Ps5: Novamente Velvet Underground. Essa coluna foi escrita ao som da “Fully Loaded Edition”, de Lou Reed e cia. Também rolou por aqui “Return To Cookie Mountain”, do Tv On The Radio.

Ps6: O Terminal Guadalupe, uma das bandas que eu investiria grana (mas não pagaria jabá), se tivesse, se enfurna na Toca do Bandido, de 23 de setembro a 5 de outubro, para gravar o novo disco, com produção de Tomás Magno (Érika Martins & Os Telecats, O Canto dos Malditos da Terra do Nunca, Valderramas). Para quem não sabe, a Toca do Bandido era o estúdio de Tom Capone, que gravou ali álbuns da Legião Urbana, Wander Wildner e Maria Rita. “Vamos peneirar 16 músicas. Ficarão 11”, avisa Dary Jr.

Ps7: Que papo é esse do Bravery confirmado para o Nokia Trends? E o Tim Festival, com atrações confirmadas, já viu? Sabe que tô pensando em ver Devendra no Rio dia 27, TV on The Radio em SP dia 29 e Patti Smith em Curitiba dia 31. Na próxima coluna, festivais.

20 thoughts on “A música no Brasil morreu, você sabia?

  1. seria tão bom ouvir Popular Mechanics for Lovers, do Beulah, em uma rádio..

    Ótimo blog, Marcelo. Parabéns!
    Abraço..

  2. dizer quão é lastimável a situação da rádio no brasil, é chover no charco. faz bem uns, ah, 7 anos que sintonizo nada por vontade.

    já que você falou em tv on the radio (discaaaaaço!), seria ótimo ouvir “wolf like me” deles no radio. tv on the radio on the radio, hahaha.

    terminal no rio! aeeeee! as músicas novas estão maravilhosas. tive oportunidade de vê-las ao vivo no LabPop (e acabei filmando o show para banda), e endosso o coro sobre “De Turin à Acapulco” (consegui uma demo com a banda), já é a melhor música brasileira desse ou do próximo ano.

    aproveitando a notinha sobre o tim festival, me pergunto se a produção do tim é burra ou o que? mombojó/patti smith/yyys e bonde do rolê/tv on the radio/thievery corporation no mesmo dia é pura burrice. vão dividir um público que poderia ir em ambos os show. burros.

    ah, manda a caixa da bizz aê!

    Livio Vilela, RJ.

  3. Olá, Marcelo!
    Muito oportuna sua abordagem sobre a situação da música no Brasil, em especial nas rádios nacionais.
    Sou de Belém do Pará e por aqui muita gente jovem recorre, hoje, aos shows de música alternativa e a algumas poucas rádios que atuam na surdina promovendo músicas legais que jamais seriam executadas nas FM’s locais. Uma pena!!! e público para boa música não falta. Tudo que acontece de bom relacionado à música é repassado boca-a-boca e vem progredindo. Isso é bom para nós, porque paramos um pouco de depender do que vem de outros centros, pelo menos neste aspecto.
    E aqui existe boa música em diversos setores e não apenas calypsos da vida, tem espaço amplo para reggae, pop, rock, regional, tudo com boa qualidade, mas ainda assim as próprias rádios locais, que cresceram em número, mas não em qualidade, boicotam tanto trabalho bom.
    Aqui por exemplo aconteceu algo parecido em relação a vitória dos ouvintes com uma música, muito boa, de uma banda local chamada Mosaico de Ravena. A música chama-se Belém-Pará-Brasil e foi executada em 1993 devido os grandes apelos dos ouvintes, pois a letra falava de muitas realidades às vésperas de ano eleitoral e muitos políticos monopolizam algumas rádios daqui. Infelizmente a banda acabou, juntamente com sua “rival”, Violeta Púrpura, e tantas outras que não tiveram espaço ou alternativas na época, sabendo que o advento da internet no Brasil chegaria três anos mais tarde.
    O lado bom de tudo isso é que existe um público que não se curva ao que as gravadoras tentam impôr aos ouvintes, que buscam qualidade por vários meios e conseguem ser felizes nas buscas. Pena que nem todos tenham acesso a esses meios.
    Ótima abordagem e trazer este assunto à luz da discussão sempre é válido e positivo.
    um grande abraço!

  4. cara, college radio passou da época. vagabundo tem que ter em mente que unanimidade pop é um lance que foi pra casa do %!@$&@# às vezes ainda me surpreendo quando vejo alguém falar de uma nova bandas próxima ao estrelato. cara, acho uma tremenda boçalidade. a música não acabou, simplesmente se pulverizou. e meu hit parade é o melhor do mundo, assim como o seu deve ser para vc. agora politicagenzinha “indie” acho uma tremenda falta de inteligência porque ninguém engana ninguém. nao existem mais certezas absolutas. e jornalistas deveriam parar de incensar apenas as bandas que são chanceladas por qualquer lançamento. um disco sai, todo mundo repete a mesma %!@$&@#de resenha, vagabundo esquece e vai escutar qq outra %!@$&@#e fica nessa pasmaceira. %!@$&@#se o agendismo de lançamentos.

  5. The Pipettes. Poxa , os anos 60 estão de volta e ninguém me avisou. Esse disco é maravilhoso , ando ouvindo ele diariamente e a minha favorita atualmente é “Pull Shapes”. E ainda tem a beleza da Rose… :D.

    Não dá pra falar sobre rádio no Brasil. O meu dial no carro(quer dizer , no carro do meu pai) tá sintonizado na Brasil 2000(que , apesar de deixar de lado o indie rock , ainda é tem uma programação de dar inveja) , na Kiss FM(roqueiro sofre) e na Eldorado FM(que toca bastante coisa pop que me agrada). E eu realmente duvido que o grande Devendra Banhart tenha tocado em rádio no Brasil , muito menos o bom Art Brut. Muito menos o Antony & The Johnsons , muito menos o Guillemots , bem , se eu continuar essa lista , o comentário fica infinito.
    Fica aí a importância da internet.

    Fico muito feliz que a minha modesta lista tenha agradado a ponto de ser publicada. Lendo a do meu companheiro , fico com pena da minha.

    Cara , como eu queria ver Pipettes rolando na pista… humpf , humpf , humpf. E aguardo pra conhecer o Terminal Guadalupe – que ouvi no Tributo a Odair José e gostei bastante.

    Abração!

  6. Eu também não sei o que toca nas rádios há anos. O jabá é um assunto muito discutido, todos que gostam de música se mostram contra e ele ainda continua lá firme e forte. Será que teria alguma maneira de conscientizar a massa a DESLIGAR o rádio uma hora em um dia como forma de protesto? Sinto muito pela sua espera no consultório e a falta de respeito de atendentes, Mac. Me lembro que nos idos de noventa e pouco, fizeram uns “midis” (ou sei lá como se chamam aquelas músicas de elevador e que tocam em consultórios) com canções das bandas de Seattle que estouravam na época. Mas o melhor esquema ainda é levar meu discman, enquanto não ganho grana suficiente para ter um ipod. Abraço.

  7. E esses links de bandas e blogs de amigos seus: não é jabaculê isso aí não???????? Hipocrisia… ó hipocrisia… Marcelo Costa: vc é F-R-A-Q-U-Í-S-S-I-M-O!!!!!!!!!!!!!!!!!!

  8. Salve…

    Bom texto meu caro, realmente as rádios no Brasil há tempos passam por um processo de não privilegiar o novo, ou a qualidade e sim somente o que as gravadoras empurram, deixando muitas bandas fora desse circuito.

    Quando ouço um disco novo que goste, sempre me pergunto: “Porque nao tocam isso, é totalmente pop!!”
    No entanto, não concordo que a música tenha acabado no Brasil, pelo contrário acho que a mesma vem se renovando, graças a tecnologia e a internet. O acesso hoje é muito mais facil e bandas independentes tem publico em todo o país, como Terminal Guadalupe, Moptop, Ludov, Bazar Pamplona, Daniel Belleza e por ai vai…a musica no Brasil não acabou, se renovou…

    Quanto a radio, isso sim, em 90% dos casos ja era. Tambem nao ouço rádio e quando ouço fico com duas boas pedidas daqui que são a Radio Cultura e Radio Unama, onde o novo tem vez.

    Mas entendo seus questionamentos e concordo, mesmo sem me achar tao dramatico ao ponto de dizer que a musica no Brasil acabou, ela hoje busca outros caminhos imaginaveis nos anos 80/90 e com uma qualidade em grande parte excelente na produção atual..

    Abraços!
    :))

  9. Ouçam a Radio Guerrilha!!!!

    “….Se tremes de indignação, perante alguma injusta nesse mundo……então, somos companheiros”

  10. daí Marceleza. então, aqui em Curitiba tem a rádio Lúmen, que começou com uma programação muito boa, desde música brasileira, independentes e novidades de fora; e tem também o Radiocaos (do pessoal do Beijo AA Força) e o programa da Mariele Loyola só com independentes paranaenses, que começaram na rádio 96, e agora migraram para a 91. no mais, se vier para Curitiba para o Tim, avise pra gente tentar se ver. abração e parabéns pela coluna.

  11. Oi, Marcelo!!!
    Sempre oportuno lembrar desse assunto sobre a qualidade da música nas rádios do Brasil.
    Contudo desde que o rádio tomou força e televisão ainda era um sonho, o artista bom sempre prevalecia porque precisava mostrar gogó e talento, uma vez que não existia o apelo visual para chamar mais a atenção dos que os dotes vocais, sem falar em entendimento de música (letras, arranjos, etc..).
    Hoje os apelos são outros e muita gente gosta mesmo é de ver apenas os rostos bonitos e está pouco se importando com o conteúdo. basta comparar a qualidade vocal dos cantores atuais que tem o amparo de tecnologias para corrigir “defeitos” vocais com os de outrora. Mas concordo que existe gente fazendo muita música boa e algumas rádios que sabem o que tocar e, melhor, interagir com o ouvinte. Aqui em Belém temos a sempre regular Rádio Cultura, que toca coisa boa, e a recente Rádio Unama, projeto de uma das universidades locais.
    Aqui conheço muita gente que busca música de qualidade e tenha certeza de que vou divulgar para quem ainda não sabe, entre meus colegas, as opções apresentadas no texto.
    felicidades!!!

  12. Belo texto com boa abordagem e ótimos exemplo. Sempre é bom ver que mais pessoas têm preocupação com a qualidade do rádio FM. Posso me definir como um cara antigo, pois ainda hoje prefiro o rádio como veículo. É claro que tenho de garimpar bastante para encontrar algo legal no ar. Abraços

  13. putz marcelo, parabens e boa sorte com seu novo espaco, acompanho sempre eus textos masfazia um tempo que nao dava uma checada. Estou aqui em Lodnres e parece que “as Pipettes” sao a nova promessa, com suas faces estampadas em out doors pela cidade, esperar para ver , h!e isto ai, abraco!!!

  14. Eu temo que a boa música brasileira esteja morta oficialmente. O problema de bandas sensacionais como Violins, Suzana Flag, Ludovic, Vanguart etc. ficarem na “clandestinidade” é o risco de ficarem de fora da história oficial do rock brasileiro, quando falarmos da década de 2000 só haverá CPMs e afins (a não ser para Fernandos Rosa e Marcelos Costa da vida) não sabemos até quando essas bandas terão fôlego para manter suas carreiras e até seus sites, não sabemos até quando haverá uma tramavirtual para suportá-las decentemente, fazendo uma divulgação bacana e tudo, pq só deixar a mp3 lá ao acaso não serve de muita coisa. Além disso, existem coisas que só uma gravadora faz por um artista, qualidade de gravação top, divulgação massiva, estrutura profissa pra shows… não estou fazendo pouco do esforço dos independentes, muito pelo contrário, é graças a eles que ainda podemos ouvir boas músicas e assistir a festivais legais. Mas enquanto a boa música ficar restrita ao circuito indie, continuaremos a perder bons compositores para a publicidade, design da web, advocacia , mendicância… pra usar gíria do futebol, as gravadoras e FMs varzearam o pop rock brasileiro.

    Mas por outro lado, a internet está apenas dando seus primeiros passos, e ela vai mudar tudo definitivamente de alguma forma que ainda não sabemos, exemplo disso são sites como last fm e myspace, as pessoas cada vez mais criam redes para se comunicarem/autopromoverem através de seus gostos musicais independentemente do que as FMs tocam.

  15. Olá Marcelo! Bem, sou um desses aventureiros que fogem do “Reino Mágico do Jabá” e mantenho um programa na All TV há um tempo, fugindo disso. Tocamos o que julgamos legal. O nosso espaço está aberto para novas bandas e novos trabalhos. O programa é aos Sábados, das 20 às 21 pela All TV (www.alltv.com.br). Sei que é um cara bastante ocupado, mas se tiver um tempinho, queria trocar umas idéias contigo! 🙂

    Valeu!
    Danilo Meira

  16. Há alguns meses atrás, escutei o The Pipettes”, banda boa, de qualidade feroz, o rock n’ roll levado quase a mono mas em diversão Dolby stereo. Quanto á discussão sobre o jabá nos rádios, eu acho filho que as pessoas que l~eem sua coluna sabem muito bem como funciona. Para mim o falsete do paulo Ricardo não me desperta nostalgia, se ele está patético ele sempre o foi, como engenheiros do Hamaii se perguntando ‘Que pampa é essa!?”. Eu tb me pergunto. Se foram executados no radio naquela década, já estão executados há muito pelo mesmo tipo de banda que vc anunciou no início da coluna. Não há lugar mais para esse tipo de ingenuidade no rock, digo a ingenuidade mais nociva. Escutar uma radio FM, hj em dia, é um tipo refinado de tortura chinesa, e quem possui Cds, discos, e provimentos necessários para se proteger da hecatombe sonora do dia, nem precisa liga o rádio, vc sabe disso.

  17. Não é pq tenho plano de saúde que não vou preocupar com hospitais para quem não tem plano de saúde, querida. kisses

  18. Bem, querido vc julga que essas pessoa que escutam a jovem pan, não acham que estão escutando uma boa rádio, ou elas mesmos querem saber se aquilo é jabá? Não é simplesmente uma questão de se preocupar com quem não tem plano de saúde, é apenas bobagem achar que elas se importam. Quanto ao festival dançum se Rasgum, foi ótimo ver a banda que puxou o festival, “cachorro grande” aproveitando o jabá da MTV e mandando ver em litro e litrso de Red Label, tanto que o cantor não conseguia cantar…ele pareciam realmente preocupados com música de qualidade para 2000 pessoas que foram lá para vê-los…realmente não podemos deixar de nos preocupar com quem não tem plano de saúde ou quem nem mesmo recebeu aviso prévio.

  19. Acho que existe uma enorme diferença entre vc poder chegar no estágio de ser irresponsável e ter “atitudes rock n’roll” e simplesmente não poder tocar baixo direito e nem cantar…acho que há um pequena diferença. Eu pelo menos não assisti o show do cachorro Grande, se é que vc me entende. Eu estava lá, mas eles não estavam. é bonito quando se cultua uma imagem apenas, mas é chato quando se quer se divertir de verdade e não ir a um show para se sentir completamente embasbacada com cada pirueta histriônica que aqueles que mal se aguentava, nas pernas estavam fazendo. Passei dessa fase.

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