por Renan Guerra
Sinéad O’Connor será sempre lembrada por três razões: sua careca, seu sucesso arrasa-corações “Nothing Compares 2 U” e suas polêmicas (que vão de uma foto do Papa rasgada no Saturday Night Live, em 1992, até uma recente troca de farpas virtual com Miley Cyrus). Porém, a irlandesa vai muito além: Sinéad tem uma carreira versátil, colaborações das mais variadas e material suficiente para provar que ela pode frequentar o seleto grupo das grandes artistas pop dos últimos 20 anos.
Fazendo das canções seu espaço de entrega e até mesmo de busca de compreensão, O’Connor levou ao extremo a relação entre suas canções e sua vida, fazendo da sua discografia uma montanha-russa cheia de curvas e novas opções, que vão desde um disco inteiro com salmos bíblicos, outro de versões jazz e um disco só com canções tradicionais irlandesas. Nisso tudo, permaneceram a cabeça raspada e sua acidez constante, pronta para questionar a família, a igreja e outras instituições que a tentem contrariar.
Temas como o amor e religiosidade sempre permearam e influenciaram a obra de Sinéad, mas nada é tão constante em seu trabalho quanto a sua conturbada relação com a mãe, que a abusava sexualmente na infância. Sendo assim, a maternidade permeia seus discos, seja no papel de Sinéad-filha quanto no de Sinéad-mãe, a partir dos anos 90. Trabalhando com artistas como Peter Gabriel, Prince, U2, Moby, Asian Dub Foudation, Massive Attack e, mais recentemente, John Grant, Sinéad possui uma discografia ampla e cheia de trabalhos que merecem serem descobertos, provando sua versatilidade, intensidade e talento.
Lion and the Cobra (1987)
A estreia de Sinéad traz duas capas que representam muito do que ela era nessa época: em uma (a versão para o mercado norte-americano) ela aparece emotiva, com olhar cabisbaixo, uma metáfora de sua melancolia; na outra (a versão para o resto do mundo) ela aparece revolta, como um animal acuado em busca de defesa, pronta para o ataque; duas Sinéads que surgem correlatas na genialidade das canções aqui apresentadas. O título advém do salmo 91 da Bíblia, que diz: “Pisarás o leão e a cobra; calcarás aos pés o filho do leão e a serpente.”, versos recitados em irlandês pela cantora new age Enya na música “Never Get Old”. A religiosidade se faz presente em outros versos do álbum, envolto em misticidade, amor e num tanto de blasfêmia. Sinéad tinha apenas 20 anos na época e surgiu acompanhada aqui por John Reynolds (futuro marido) na bateria, Marco Pirrone (ex-Siouxse and the Banshees) na guitarra e Mike Clowes (ex-Friction Groove) no teclado. “Lion and the Cobra” é um álbum de nuances rítmicas e de intensidade raras vezes vistos numa estreia, que amalgama guitarras, música pop e influências celtas com a raiva juvenil da irlandesa. Certamente, o álbum mais intenso da carreira de Sinéad. “Mandinka” foi hit nos EUA e “Troy” ganhou um remix em 2002 tornando-se um hit dance.
Ouça: “Mandinka”, “Jerusalem”, “Just Like U Said Would B”, “Drink Before the War” e “Just Call Me Joe”
Preferida: “Troy”
Nota: 10
I Do Not Want What I Haven’t Got (1990)
Eis o álbum responsável por apresentar Sinéad ao mundo ancorado no sucesso estrondoso de “Nothing Compares 2 U”, uma canção de Prince, que levou o disco ao primeiro lugar na Billboard. “I Do Not Want What I Haven’t Got” segue a verve dramática e raivosa do primeiro disco, mas com mais influências de new age e da música tradicional irlandesa, tudo envolto num ar dramaticamente pop que arrebatou corações despedaçados. Não é exagero dizer que este é o disco mais importante da carreira de Sinéad, não só pelos seus 7 milhões de cópias vendidos, mas por que há aqui uma síntese de tudo que ela é, desde os versos de coração partido à religiosidade ambígua. O clipe de Sinéad, carequinha e chorosa, cantando a faixa escrita por Prince, foi o pico mais alto de sucesso do disco, rendendo quatro indicações ao Grammy Awards de 1991. Vencendo na categoria Best Alternative Music Perfomance, Sinéad se negou a receber o prêmio em protesto a cerimônia, que ela considerava “puro comercialismo”. Sobre a gravação do disco, o engenheiro de som Chris Birkett, em entrevista a Rolling Stone americana, nos anos 90, disse que Sinéad não gostava que modificassem o volume de sua voz na mixagem, e ainda usava uma técnica de microfone inversa (sempre se afastando do microfone quando cantava mais baixo e, contrariamente, aproximando-se demais dele quando elevava a voz, algo incomum). Ele, porém, diz que as gravações foram tranquilas e que a de “Nothing Compares 2 U” foi especialmente intensa, já que Sinéad chegou ao estúdio e de uma só vez gravaram a versão que está no disco (fato que o engenheiro acredita ter relação com o namoro conturbado que a cantora tinha na época com seu empresário Fachtna O’Ceallaigh). “I Do Not Want What I Haven’t Got” foi relançado em 2009 em edição especial contando com um disco bônus, com 10 músicas, que incluem versões ao vivo e canções como “My Special Child” e “What Do You Want” (originais de O’Connor e nunca lançadas em disco), além de covers de Cole Poter e John Lennon.
Ouça: “Feel So Different”, “Three Babies”, “The Emperor’s New Clothes” e “Jump in the River”
Preferida: “Nothing Compares 2 U”
Nota: 10
Am I Not Your Girl? (1992)
Depois do sucesso estrondoso de seu segundo disco, Sinéad optou por um disco de covers, incluindo clássicos como “Gloomy Sunday” (a música dinamarquesa do suicídio) e “Don’t Cry For Me Argentina”, além de “How Insensitive”, a versão em inglês de “Insensatez”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Segundo a artista, esse é um disco que reúne as canções que ela cresceu ouvindo e que, por conseqüência, a fizeram tornar-se uma cantora. Um álbum essencialmente jazz, que deixa de lado todas as guitarras do primeiro disco ou a influência celta do segundo álbum, “Am I Not Your Girl?” é um disco de interessante audição, mas bem aquém da qualidade criativa de Sinéad, já que essas versões poderiam ter sido gravadas por qualquer cantora de barzinho. “Am I Not Your Girl?” ainda foi sobrepujado por outros fatos, já que o ano de 1992 se tornou um marco de polêmicas na carreira da irlandesa, visto seus comentários mordazes em entrevistas e eventos, suas revelações sobre os abusos sexuais e emocionais que sofreu na infância e a clássica apresentação no SNL com a foto rasgada do Papa João Paulo II. Uma versão japonesa do álbum acrescenta três faixas ao tracking list original: “My Heart Belongs to Daddy”, “Almost in Your Arms” e “Fly Me to the Moon.”
Ouça: “Why don’t you do right?”, “Secret Love” e “Gloomy Sunday”
Preferida: “How Insensitive”
Nota: 6,5
Universal Mother (1994)
Produzido e escrito em parceria com o seu então marido, John Reynolds, seu quarto disco de estúdio e terceiro de inéditas foi recebido de forma amena por crítica e público, visto que a imagem de Sinéad já estava bastante nebulosa depois de tanta polêmica. Apesar disso, “Universal Mother” é um grande álbum: inicia-se com uma vinheta na qual se ouve a voz da polêmica feminista Germaine Greer e logo adentra-se em “Fire on Babylon”, uma das canções mais intensas dessa fase da cantora, que fala sobre o abuso de crianças e antecipa a vertente reggae que se instalaria posteriormente em sua carreira. Após essa pedrada surge uma Sinéad mais contida, mais melancólica, em canções que vão de um pop mais calmo até flertes com a World Music que tanto se faz presente em sua obra. É um disco de mãe apaixonada, de uma mulher que aparentemente está feliz em suas escolhas e que canta sussurradamente canções de ninar, como nos versões de “My Darling Child”. Dentre essas pequenas canções apaixonadas, destaca-se a linda versão de “All Apologies”, de Kurt Cobain (que havia suicidado-se alguns meses antes do lançamento deste disco) e a produção do irlandês Phil Coulter, que também é responsável pelos pianos do disco.
Ouça: “Red Football”, “Famine” e “Thank You For Hearing”
Preferida: “Fire on Babylon”
Nota: 9
Faith and Courage (2000)
Depois da recepção morna que “Universal Mother” obteve, Sinéad só veio a lançar novo trabalho seis anos depois. O mediano “Faith and Courage” apresenta um misto de tentativa de reconexão com seu público de música pop e caminhos que buscam o que ela viria encontrar posteriormente em sua carreira: o flerte com o reggae (mais forte que nunca nesse álbum) e suas influências Rastafari. Destaca-se ainda vertentes de sua influência new age, com barulhinhos e instrumentos típicos de um disco da Enya, e, acima de tudo, uma Sinéad O’Connor pop, num álbum que envelheceu de forma rasa, mas que se encaixava perfeitamente naquela virada de século. Pop na medida, o álbum foi produzido por várias pessoas, entre elas, Wycleaf Jean, Anne Preven e Scott Cutler (estes últimos, responsáveis pelo hit “Torn”, clássico do final dos anos 90 na voz de Natalie Imbruglia). É o segundo álbum de transição da carreira da cantora, a ponte da Sinéad pop para a vertente mais experimental e religiosa que afloraria nos anos 2000.
Ouça: “Daddy I’m Fine”, “The State I’m In” e “The lamb’s book of life”
Preferida: “No Man’s Woman”
Nota: 5,5
Sean-Nós Nua (2002)
Em seu sexto álbum de estúdio, Sinéad fez um trabalho muito pessoal e regional, regravando apenas canções tradicionais da Irlanda, em uma roupagem clássica, que nos leva a uma Irlanda medieval, daquelas dos filmes e dos clássicos da literatura. Com instrumentos de corda e um ar de “acústico na floresta”, o álbum traz O’Connor contida, singela e bucólica, neste primeiro álbum que marca sua fase menos pop e mais pessoal. “Sean-Nós Nua” é intimista, mas não se fecha em si mesmo, fazendo da audição uma viagem por canções que retratam a história e as raízes do país natal da artista. Para quem estava acostumado à raiva e a intensidade de Sinéad pode ser uma surpresa ouvir mais de uma hora de Sinéad no álbum mais new age da carreira da irlandesa. Um dos grandes momentos é o dueto ao lado do cantor folk Christy Moore (ex-Planxty), em “Lord Baker”, uma fábula amorosa de mais de 11 minutos.
Ouça: “Lord Franklin”, “Molly Malone”, “Paddy’s Lament” e “Lord Baker”
Preferida: “Peggy Gordon””
Nota: 8
Throw Down Your Arms (2005)
O sétimo álbum de estúdio de Sinéad é seu álbum reggae, gravado todo na Jamaica e formado por regravações de clássicos do gênero, de artistas como Burning Spear, The Abyssinians, Devon Russell, Peter Tosh e Bob Marley. Além do disco original, há um segundo disco apenas com as versões dub das mesmas canções, porém ambos funcionam muito bem, já que a voz de Sinéad surge tão envolta nos ritmos do reggae que soa como se fosse seu ambiente natural. “Throw Down Your Arms” é um álbum de reggae fechadinho, que não incrementa nada ao ritmo e nem corre grandes riscos: um disco de versões de uma fã do estilo. Essa subserviência ao gênero funciona com a voz de O’Connor indo da força de “Downpressor Man” até a malemolência enfumaçada de “Curly Locks”, passando pela intensidade sentimental de “Jah Nuh Dead”, cantada quase a capella e em meio à chuva num tributo a beleza do reggae e aos ensinamentos Rastafari, que tanto influenciaram a vida e a carreira de Sinéad. Eis um álbum cheio de bons sentimentos e de um ritmo contagiante.
Ouça: “Jah Nuh Dead”, “Door Peep”, “Downpressor Man”, “Untold Stories” e “War”
Preferida: “Curly Locks”
Nota: 8
Theology (2007)
Este é um disco duplo, divido em “Dublin Sessions”, com versões acústicas, e “London Sessions”, com a banda completa. As faixas são praticamente as mesmas em ambos os discos, com poucas exceções, como a versão de “I Don’t Know How to Love Him”, de Andrew Lloyd Weber e Tim Rice, entoada pela personagem de Maria no musical “Jesus Christ Superstar”. Como o título anuncia, este é o álbum mais religioso de O’Connor, com canções baseadas em passagens bíblicas e salmos, em sua maioria de autoria da artista ou em poucas parcerias. “Theology” teve uma recepção bastante dividida na mídia, considerado por alguns um disco forte e místico, por outros um disco maçante e repetitivo, o que se deve em sua maioria a opção por um disco duplo com as mesmas canções, já que há certa discrepância entre a qualidade de certas versões. O melhor exemplo disso é o cover de “We People Who Are Darker Than Blue”, do cantor soul Curtis Mayfield, que ganha, na versão com banda, uma malemolência trip-hop e honra a verve R&B da original, mas torna-se uma canção folk fraca no acústico mostrando que “Theology” funcionaria melhor em um só disco, mesclando ambas as versões, pois teria assim mais fôlego e versatilidade. Porém, como acontece em boa parte dos discos duplos, “Theology” é longo demais. As versões com a banda (que tem um ar meio trip-hop anos 90) são mais intensas e místicas que as versões acústicas, onde a voz de Sinéad parece cálida e excessivamente singela, carecendo de força.
Ouça: em versão acústica, “Watcher of Men” e “Out of the Depths”, já em versão com banda completa, “I Don’t Know How to Love Him”, “If You Had A Vineyard” e “Rivers of Babylon”; em ambas as versões “Watcher of Men” e “33”.
Preferida: “We People Who Are Darker Than Blue” (versão com banda)
Nota: 7
How About I Be Me (And You Be You?) (2012)
Sinéad retorna aos contornos mais pops de suas canções neste álbum novamente produzido pelo ex-marido John Reynolds, com quem não trabalhava desde 1997. Há reggae, referências irlandesas, rock e tudo mais que a caracterizam, porém com uma roupagem que parece advinda dos anos 90 direta para 2012, e o que poderia ser negativo soa muito coerente. Bem recebido pela crítica e com boa vendagem, “How About I Be Me (And You Be You?)” é um disco que reúne, além de John, outros artistas que já haviam trabalhado com Sinéad em seus primeiros discos, dando a esse álbum um ar de continuação daquilo que ela fazia em “Universal Mother”. Com canções ora delicadas, ora enérgicas, “How About I Be Me (And You Be You?)” não é um disco de ruptura nem mesmo de inovação: é um trabalho da Sinéad tentando se reconectar ao que ela fazia anteriormente. O resultado é um álbum entregue apresentando uma Sinéad quase vulnerável, de religiosidade frágil e pronta pra remexer feridas, seja abuso de remédios, problemas familiares e profissionais e os abusos sexuais que perpassam o universo da irlandesa. Curiosamente, um dos grandes momentos do disco não vem das composições de O’Connor, mas sim de uma regravação de John Grant, na belíssima “Queen of Denmark” (artista com o qual Sinéad fez alguns shows ao vivo e até mesmo os backing vocals em seu último álbum, o ótimo “Pale Green Ghosts”). “How About I Be Me (And You Be You?)” também foi lançado em uma versão especial tripla com um segundo CD reunindo faixas de shows em Dublin, Reykjavik e Londres; e um DVD com vários extras (entrevistas e performances ao vivo).
Ouça: “4th & Vine”, “Reason with Me”, “Take of your shoes” e “V.I.P.”
Preferida: “Queen of Denmark”
Nota: 9
I’m Not Bossy, I’m The Boss (2014)
O nome original deste álbum era “The Vishnu Room”, porém em aderência a campanha Ban Bossy, Sinéad optou pelo novo título. A campanha, que tem o apoio da Beyoncé, consiste no empoderamento de mulheres, na busca por um maior número de líderes femininas, que não se sentiriam reprimidas pelo uso da palavra “bossy” (algo como “mandona”). Além dessa mudança, Sinéad aparece de cabelo Chanel preto na capa do disco e de cabelos ruivos na capa do single “Take Me To Church”. Segundo a cantora, as fotos de divulgação com perucas foram apenas uma estratégia de marketing, pois a gravadora acreditava que, com cabelos, maquiagem e uma produção sensual, Sinéad poderia virar notícia. E virou tanta notícia, que a gravadora decidiu por colocar a imagem como foto de capa, sendo que o disco já estava até mesmo sendo impresso com outra arte. A produção fica novamente nas mãos de John Reynolds, que segue o que foi proposto no disco anterior, isto é, uma Sinéad mais próxima daquela vista nos anos 90, entre guitarras e o pop. A canção que abre este disco é a que dava título ao disco anterior, “How About I Be Me”. No todo, “I’m Not Bossy, I’m The Boss” é formado por baladas típicas de O’Connor, com seus contornos pops, mas amalgamadas em suas referências irlandesas e jamaicanas. Os temas aqui são os costumeiros da artista (amor, dores, religião, culpa), porém ao invés da quase vulnerabilidade do disco anterior, agora Sinéad reaparece mais consciente, um tanto feroz e com uma força que remete ao seu início de carreira. A síntese disse tudo está em “Take Me To Church”, uma canção que fala sobre dor e culpa, em que Sinéad pede complacentemente: “Get me to church / but not the ones that hurt”. Vale ressaltar a participação de Sean Kuti (filho de Fela), que toca saxofone na ótima “James Brown”. “I’m Not Bossy, I’m The Boss” prova que Sinéad continua interessante, múltipla e envolvente.
Ouça: “How About I Be Me”, “Dense Water Deeper Down”, “Harbour”, “James Brown”, “Take Me To Church” e “Streecars”
Preferida: “The Voice Of My Doctor”
Nota: 9
Compilações, EP e Box
“So Far… the Best of Sinéad O’Connor”, a primeira compilação da obra de Sinéad, foi lançada em 1997 incluindo canções lançadas nos quatro primeiros discos da cantora mais “Empire”, ao lado do inglês Bomb The Bass, e “You Made Me The Thief Of Your Heart”, composta junto com o U2 para a trilha do filme “Em Nome do Pai” (1993), de Jim Sheridan. Conta também com “This is a Rebel Song”, lançada no mesmo ano no EP “Gospeal Oak”, que traz seis músicas inéditas (uma delas ao vivo). Quatro canções que integram o EP nunca foram lançadas em discos oficiais de Sinéad, apenas “This is a Rebel Song” e “He Moved Through The Fair” foram lançadas em coletâneas, essa última no box “The Black Album”, em 2001.
“The Black Album” é um sonho de todo fã: oito discos que reúnem 123 músicas indo de parcerias e covers até ao vivos raros. Nesse mar de músicas sobressaem-se as versões de “House of the Rising Sun”, famosa na versão do The Animals, e “Chiquitita”, do ABBA além de um dueto com Willie Nelson em “Don’t Give Up”, no disco 1. Uma versão ao vivo de “Mother”, do Pink Floyd, ao lado de Roger Waters, e a versão feita ao vivo para televisão de “Sweet Dreams”, ao lado de Kylie Minogue e Natalie Imbruglia, chamam a atenção no disco 2; a faixa “Come Talk To Me”, ao lado de Peter Gabriel, é o destaque do disco 3; um dueto com Dusty Springfield em “Where Is The Woman Go” reluz no disco 4; um versão ao vivo tristíssima de “War”, de Bob Marley e outra de “You Make Me Feel So Free”, de Van Morrison, brilham no disco 5. Há ainda parcerias com U2, Shane MacGowan (do The Pogues), Billy Bragg, Sarah McLachlan, entre muitos ao vivos e remixes de faixas já conhecidas de Sinéad.
Em 2003, Sinéad lança a coletânea “She Who Dwells in the Secret Place of the Most High Shall Abide Under the Shadow of the Almight”, um disco duplo, contendo no primeiro faixas raras, covers e versões de músicas já lançadas pela cantora, no segundo apenas versões ao vivo. Dessa compilação, destacam-se a versão de “Love Hurts”, do Nazareth; a parceria com o Asian Dub Foundation na poderosa “1000 Mirrors” e a ótima “Big Bunch of Junkie Lies”, lançada apenas nesse disco. Em 2005 sai “Collaborations” reunindo suas parcerias com Massive Attack (a cantora emprestou a voz para algumas das mais belas canções de “100th Window”, de 2003), U2, Moby, Asian Dub Foundation, The The, Bomb The Bass, Peter Gabriel, Terry Hall e outros. No mesmo ano é lançado a coletânea “Essential”, que reúne apenas canções dos quatro primeiros discos de Sinéad, ignorando o “Faith and Courage” e “Sean-Nós Nua”. Em 2011, Sinéad participou da trilha sonora do longa “Albert Noobs”, cantando a música “Lay Your Head Down”, ao lado de Brian Byrne, que até o momento, foi lançada apenas na trilha oficial do filme, toda assinada por Brian.
– Renan Guerra é jornalista na Revista Tudo & Etc e colabora na You! Me! Dancing!
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só acho que troy já havia mostrado sinead ao mundo…capa de revistas especializadas…foi impactante em 1988
Eu sempre lembro dela por: 1) Nothing Compares 2) Rasgar a foto do papa 3) Namorar o Anthony Kieds, largar ele do nada e isso gerar “I Could Have Lied”, uma das melhores do Bloody Sugar Sex Magic, dos Peppers.
Eu não sabia dessa história! Demais 😀
O mais absurdo dessa história foi o fato do relacionamento deles ter sido muito intenso, rápido e total sem sexo. Um dia, Sinead basicamente soltou uma mensagem na secretária eletronica dele dizendo ‘adeus, não me procure mais’, algo relacionado a ela se mudar, já que moravam na mesma cidade. Arrasado, Anthony chamou Frusciante na sua casa e na mesma noite escreveu a música, gravou numa fitinha tosca e deixou na porta dela. Eles só se veriam novamente anos depois, numa momento bem frio num estacionamento de um prêmio da música.
Excelente crítica, só discordo de Faith and Courage, Não o considero mediano, mas um grande álbum, com excelentes canções como Jealous, Hold Back the Night The, Til I Whisper U Something, e Healing Room.
Me lembro da primeira vez que ouvi Sinead O’connor. Foi numa sessão de cinema do filme ” A hora do pesadelo – 3″ – I want your (hands on me). Pirei, sai do cinema e ja fui atras pra saber quem era. Virei fã de cara.
Muito boa critica,aliás uma das melhores, e faith and courage é um grande album.
Muito bom. De fato, o Faith and Corage é um album mediano!
o clipe e a letra de jealous são fortes, eu amo muito… lembro do meu ex e como sofri por ele…