Entrevista: Glue Trip fala sobre “Nada Tropical”, o seu disco Brasil

entrevista por Bruno Capelas

Uma viagem de cola entre praias do Nordeste, bebidas azuis, discos voadores e um país imaginário: este é “Nada Tropical”, terceiro disco da Glue Trip. Ou como Lucas Moura, guitarrista, vocalista e líder do projeto, gosta de dizer, o disco “Brasil” da Glue Trip – uma ideia que circula por sua cabeça desde 2018 e agora virou realidade. Lançado no final de julho, o álbum combina hedonismo e pessimismo, entre a loucura e o desespero que às vezes parecem moda em 2022. Mais do que uma visão de mundo diferente, os tempos difíceis dos últimos anos trouxeram novidades estéticas para o grupo, acostumado a cantar mais em inglês do que em português.

“Eu não sentia vontade de cantar em português, mas quando chegou esse momento de instabilidade social, senti que era hora de estar mais perto de quem ajuda a gente. Cantar em português é essencial nesse sentido de aproximação”, diz Moura, que segue à frente do grupo e lidera agora uma nova formação da Glue Trip. No novo trabalho, também integram a banda Pedro Lacerda (bateria), Thiago Leal (baixo) e João Boaventura (piano elétrico). “Quando eu juntei eles, percebi que tinha um Azymuth na mão”, brinca o guitarrista.

Para Moura, a Glue Trip sempre teve referências brasileiras (“o pessoal achava que era Tame Impala, mas [a referência] era Clube da Esquina”), mas foi agora que isso ficou realmente explícito – justamente no momento em esse Brasil estava difícil de ser encontrado. “Na época da pandemia, a única maneira da gente esquecer um pouco de tudo era quando a gente escutava disco. A gente olhava para o Brasil e não conseguia enxergar o que a gente buscava, então a música foi esse escape”, diz o líder da Glue Trip, em entrevista ao Scream & Yell.

No papo a seguir, Moura fala mais sobre o trabalho produzido por Zé Nigro – foi a primeira vez que a Glue Trip teve um produtor externo –, pandemia e psicodelia em pleno 2022. O músico destaca ainda as participações especiais do disco, que tem Otto, Felipe S e YMA como convidados. Isso para não falar na presença do maestro Arthur Verocai em “Lazy Dayz”, um dos singles do trabalho. “Quando a gente foi no estúdio, eu ficava arrepiado de cinco em cinco segundos, porque era o Verocai trabalhando na música que eu tinha criado!”, lembra.

Ao Scream & Yell, o guitarrista conta ainda sobre os planos para o futuro (turnê na Europa em setembro, votar em Lula em outubro) e explica a receita de um drink azul especial, bebido por um ficcional Marcos Valle. Pronto para mais uma dose, leitor?

“O único Brasil possível é o musical” é uma das frases que, de cara, mais chamam a atenção no disco “Nada Tropical”. Explica essa história, Lucas.
Essa frase veio quando estava conceituando o disco, eu queria já ter o nome. No começo, a primeira ideia que eu tive foi “Tropical Melancolia”, baseado naquele poema do Torquato Neto, “Marginália II”, que acabou virando música no disco de 1968 do Gilberto Gil. Eu comecei a viajar nessa ideia, e aí cheguei no “Nada Tropical”. A ideia era a gente cultivar, dentro do som da Glue Trip, o som do Brasil. Era encurtar a distância entre a Glue Trip e o Brasil, de certa maneira. A gente queria mostrar para o público do Brasil que a gente sem sombra de dúvida é brasileiro. E para a galera de fora, a gente queria mostrar as nossas referências, mostrar o que formou a Glue Trip. Essa frase que você destacou também tem cunho político. Não é um pouco, é bastante: a música foi um escape das notícias, da energia errada que estava rolando no Brasil em 2020, 2021… desde 2018, né? Na época da pandemia, a única maneira da gente esquecer um pouco de tudo era quando a gente escutava disco, quando ia lavar a louça e colocava um podcast, quando ouvia o Marcos Valle, o Jorge Ben. A gente olhava para o Brasil e não conseguia enxergar o que a gente buscava, então a música foi esse escape. Foi uma frase que surgiu nos ensaios, eu estava falando com o João Boaventura, o tecladista, falando do nome “Nada Tropical”, e ele veio com essa frase. É o nosso jeito de dizer “Fora Bolsonaro”. A gente não quis colocar explicitamente algo assim no disco porque achamos que ia ficar datado. Além disso, é massa a experiência da música de se transcender, para as pessoas terem a interpretação da sua maneira, então preferimos dizer as coisas desse jeito.

Quando é que vocês começaram a pensar no “Nada Tropical”, na ideia de um disco novo?
Quando eu acabo um disco, geralmente é o momento que eu estou mais leve, estou flutuando, porque saiu todo o peso do processo de fazer o disco. E quando acabei o “Sea at Night”, disco anterior da Glue Trip, em 2018, eu estava com essa ideia de fazer um disco de música brasileira, mas era só uma ideia abstrata. E ela ficou no canto. Em 2020, a gente ia fazer uma turnê de três meses pela Europa e pelos Estados Unidos. Ia ser um ano que a gente não teria tempo nenhum de pensar em disco. Mas quando veio a pandemia, rolou essa pausa brusca dos planos e acabou tendo a separação da formação anterior da Glue Trip. Cada um foi para um lado e eu fiquei em São Paulo. Em janeiro de 2021, quando a primeira pessoa foi vacinada no Brasil, eu tomei um gole de esperança, já comecei a pensar em poder voltar a trabalhar, senti que havia uma perspectiva. É quando o “Nada Tropical” começa a ser pensado, quando a gente reúne essa banda nova, juntando as características de cada um. O baterista [Pedro Lacerda] é muito técnico, muito grooveado, o João é um pesquisador de música brasileira, e o Thiago [Leal, baixista] é um cara mais experimental, gosta de brincar com efeitos… então quando eu junto eles, percebo que tenho um Azymuth na mão. E saquei que essa ia ser a banda que ia gravar o disco Brasil da Glue Trip. Fui catando as composições que eu tinha, algumas dessa época, outras de antes ou do comecinho da pandemia, e levando para o estúdio para trabalhar com eles.

A Glue Trip sempre cantou mais em inglês que em português, mas nesse disco tem os dois. Por quê cantar em português agora?
Sempre perguntaram por que a Glue Trip nunca cantou em português. Eu sentia que não era o momento, não sentia vontade de cantar em português. Quando chegou esse momento de instabilidade social, essa coisa política mais caótica, achei que era a hora da gente estar mais perto de quem ajuda a gente, da nossa família, dos fãs brasileiros. Cantar em português é essencial nesse sentido de aproximação. Tem uma dificuldade no começo, porque querendo ou não é a mesma língua que Gilberto Gil e Caetano estão escrevendo, vários letristas maravilhosos, então você fica naquela pressão. Mas ao mesmo tempo, quando você pega o fio da meada, é bem libertador, e você não quer parar mais porque é viciante escrever música em português. E tem várias músicas mescladas em português e em inglês, tentando trazer o público de fora para entender como a gente canta.

Ao escutar o disco, há duas energias diferentes, que parecem não se juntar bem, mas funcionam. Uma é uma vibe hedonista pra caralho, de bebida, festa, que tá bem presente em músicas como “Marcos Valle”. Outra é mais pessimista, naquela sensação de que está dando tudo errado e é preciso escapar. É por aí?
É um pouco assim. Cada música tem seu cantinho. “Marcos Valle” é uma música de festa, é hedonista, é uma música de homenagem, de referência e reverência à discografia dele. E outras músicas tem um pessimismo porque era o que a gente estava vivendo, “Le Voyage” é uma música que eu fiz em agradecimento a estar vivo, por tudo que a gente tinha passado. É um pessimismo, mas um pessimismo com uma ação, uma vontade de bater de frente, de falar com o futuro. É olhar para o passado e querer conversar com o futuro. A nossa discografia tem um pouco disso: o primeiro disco é lo-fi e fala de relacionamentos, já o segundo é mais pesado. O “Nada Tropical” vem para bagunçar: tem festa, mas tem pessimismo, tem vontade de expressar o amor e tem maconha em “Lazy Dayz”.

Olhar para o passado e para o futuro: o disco tem uma sonoridade retrô, mas muito cravada em 2022. Como é trazer essa estética que remete aos anos 1970, mas que está localizada no presente?
A Glue Trip sempre teve referências brasileiras, mas pelo fato da gente cantar em inglês as pessoas às vezes se confundiam um pouco. O pessoal ouvia nosso som e achava que era influência do Tame Impala, mas era Clube da Esquina. Quando a gente começou a pensar nesse disco, eu chamei o Zé Nigro para produzir e falei sobre essa estética brasileira. Ele abriu espaço pra gente brincar com os elementos, trazer equipamentos vintage, mexer com Fender Rhodes, com bateria Pinguim anos 1960, brincar. Esses instrumentos mais vintage têm uma cor diferente. Outra coisa que mudou agora foi ter um tecladista fixo, é a primeira vez que a gente teve isso na Glue Trip. O João até toca synths ao vivo, mas o objeto dele é o Fender Rhodes, é o piano elétrico. E ajudou muito que o João é pesquisador, saca de sonoridade, de groove.

Com o Zé Nigro, é a primeira vez que vocês trabalham com um produtor de fora. Como é estar num patamar que dá para trazer alguém de fora, e como foi esse processo?
Eu produzi os outros dois discos da Glue Trip e é um sofrimento fazer tudo sozinho. Produzir, mixar, masterizar sozinho, é legal até certo ponto. Quando eu fui fazer esse disco, quis fazer como manda a cartilha. Não acho que tem certo ou errado, mas queria fazer um disco como os clássicos foram feitos. O lance do produtor musical foi uma coisa essencial nesse processo. O Zé foi uma pessoa maravilhosa, ele conversou com a gente, é um cara que abraça o artista. Ele não tem o pedestal do produtor, ele fica junto, troca a ideia, não esconde o sentimento, saca? O Zé Nigro foi essencial para o “Nada Tropical”. Teve música que ele colaborou muito, como “Marcos Valle”. A gente gravou no meio da pandemia, em junho de 2021, não estávamos vacinados ainda. Nós gravávamos as demos no estúdio e mandávamos para ele por email. Ele ficava alguns dias com a música e retornava para a gente esse arquivo, muitas vezes com elementos novos, sintetizadores, voz. “Marcos Valle” foi assim. E tinha músicas que ele não fazia nada, como “Le Voyage”. Outro aprendizado que ele trouxe pra gente foi tirar os excessos, às vezes na empolgação a gente cria muito e ele ajudou a deixar as coisas mais simples. Agradeço muito ele a por ter entrado nesse projeto e eu acho que não teria saído da mesma maneira. Foi a primeira vez que a gente trabalhou com um produtor musical e é um caminho meio sem volta. É muito bom ter outras pessoas colaborando com sua obra artisticamente.

Nos anos 1980, 1990, o padrão era a banda gravar com o produtor e aí depois querer se autoproduzir. Hoje, parece que é o contrário: as bandas se acostumaram a se autoproduzir e acham legal demais quando podem gravar com produtor. É engraçado como as coisas mudam na indústria.
As coisas estão sempre indo e voltando. Em 2011, o Tame Impala divulgou muito esse processo de como trabalhar na modernidade, do indie, surgiu o cara com um puta som produzindo tudo sozinho. Foi um incentivo danado para muitas pessoas fazerem isso. Não se resume só a ele, claro, mas muita gente hoje trabalha sozinho, no quarto, essa coisa do bedroom pop. E isso fez a galera esquecer a colaboração, que é a coisa mais massa que tem na música. Artistas novos, ainda desconhecidos, fazem feats para juntar público, a colaboração é um elemento muito chave na música moderna. E a colaboração, não só em participação, mas também na produção musical, é uma coisa muito mágica. Antigamente era cultuado, depois passou a ser meio careta, porque a banda queria ter controle sobre a estética, e hoje em dia é o contrário. Hoje, é massa trazer produtor, trazer uma visão de fora para dentro do projeto. É legal experimentar, experimentar de tudo um pouco ali.

Você falou do Tame Impala e em 2022 o “Lonerism” tá fazendo 10 anos. É um disco que fez muita gente embarcar num som psicodélico, entender que dava para ser psicodélico e moderno ao mesmo tempo. Mas também é um som fácil de cair na repetição e no clichê. Como é para você ter essa referência psicodélica e, ao mesmo tempo, buscar a evolução do som?
Quando você encara a psicodelia como uma coisa mais abrangente, você consegue se livrar um pouco desse clichê. Psicodelia vai muito além do phaser na guitarra e delay no vocal. A música brasileira dos anos 1960, 1970, sempre foi muito psicodélica, só que os artistas dessa época estavam surfando uma onda sem saber se era psicodélico ou não. E quando chega o trabalho do Tame Impala… eu gosto muito do “InnerSpeaker”, é o melhor disco, sou muito apegado a ele, é uma fase bem legal do Tame Impala. O “Lonerism” eu gosto muito também, mas a partir do “Currents” eu parei de escutar. Para o Kevin, o Tame Impala sempre deveria ser uma banda pop, então ele termina chegando nesses clichês. Mas a psicodelia é mais abrangente. Tem quem escute o “Nada Tropical” e não escute a psicodelia. A psicodelia pode estar presente em letras, no timbre, no arranjo.

O “Nada Tropical” é um disco cheio de participações especiais, com Otto, YMA, Felipe S. Como foi chamar essa galera para cantar e colaborar com vocês?
Essa foi a turma que participou do último show da Glue Trip antes da pandemia. Foi no dia 7 de março, no Cine Joia, era o último show antes da turnê para os EUA e Europa. A gente ia viajar no dia 15. Quando eu estava fazendo o disco, conversei com um amigo meu que queria trazer participações para o “Nada Tropical”, e ele falou que os convidados daquele show trouxeram uma mistura muito foda. Daí, foi bem natural o convite: a colaboração dos três foi uma coisa livre, eu não cheguei para eles dizendo que tinha uma parte para eles cantarem, eu deixei os três entrarem junto na composição, ir criando. Cada um entrou de uma maneira diferente: “Gergelim”, que é sobre paternidade, tem tudo a ver com o Felipe S., que é um cara que é pai e também é um paizão com os amigos. Ele trouxe uma experiência bonita, assim como o Otto, que tocou conga em “Bessa Beach”. Ele tocou várias percussões, voltando pro instrumento dele, numa música que fala de sol, de praia. E a YMA teve uma coisa bem legal, ela sempre se transforma artisticamente, ela gosta de trazer uma estética, é uma coisa meio David Bowie. Ela participou em “Le Voyage”, que é inspirada num poema do Charles Baudelaire, e aí cismou em cantar em francês, chegou no estúdio com uma roupa toda de viagem, um óculos, foi muito engraçado. Foi animal colaborar com os três, eu sou fã deles pessoalmente. Felipe S. e Otto são caras que eu escuto desde adolescente, a YMA eu conheci quando vim pra São Paulo.

A Glue Trip tem, nos três discos, formações diferentes, e o único elemento em comum é você. O quanto a Glue Trip é uma banda e o quanto a Glue Trip é só o Lucas?
Eu gosto de pensar por projetos. O “Nada Tropical” é um projeto. Acredito que a essência da Glue Trip está comigo, eu carrego esse projeto desde 2010, 2011, e aí ele foi crescendo, somando pessoas e tomando outras proporções. É um projeto meu, mas eu gosto de ter as pessoas junto nesse lugar. Acho meio zoado isso de ter músicos contratados, de ter uma coisa profissional. Então, quando eu trago os meninos para a banda, eu abro também as composições, as colaborações. Na minha cabeça, eu sei que a Glue Trip sou eu, mas também tenho muito carinho e percepção das pessoas que já estiveram e que estão comigo nesse projeto. Acho que a banda que a gente tem hoje tem uma energia muito boa, de palco e de estúdio, acho que tem muito pano pra manga.

Tem uma figura que paira sobre o disco, que é o Arthur Verocai. Como foi se aproximar dele e trabalhar junto com ele em “Lazy Dayz”?
Foi surreal. É algo que eu nem poderia imaginar anos atrás. A gente tinha acabado de gravar o disco e tinha escutado muito o som dele durante a gravação. No último dia, a gente estava ouvindo as músicas, bebendo junto no estúdio da YB, tomando cachaça. Tem um tonel de cachaça que o pessoal deixa lá e vai repondo, uma vez por ano, parece um barril do Chaves. A gente estava bebendo cachaça e comendo bolo, porque era aniversário do Pedrinho [Lacerda], escutando o disco. Quando entrou “Lazy Dayz”, o Zé Nigro falou: “porra, essa música tá muito boa, só tá faltando o arranjo do Verocai”. Foi de zoeira, mas aquilo ficou na minha cabeça, e eu lembrei que tinha o contato do Verocai no Facebook. Pensei: “vou entrar em contato com ele e ver o que vai dar, vai que rola, não tenho nada a perder”. Mandei uma mensagem falando do disco, do projeto, mostrando nosso som, e quando ele respondeu eu me tremi todo. Foi super carinhoso, pediu para a gente entrar em contato com a assistente e a coisa foi tomando força. Um dia a gente falou por telefone sobre os arranjos, mas a gente só foi ouvir mesmo já no estúdio. O Verocai não manda nada antes para você escutar, ele vai, chega no estúdio e é isso. Não rola um spoiler, você tem que confiar. Quando a gente foi no estúdio, eu ficava arrepiado de cinco em cinco segundos, porque era o Verocai trabalhando na música que eu tinha criado! Ele criou as partituras em cima do que a gente tinha, não estava mixado. E a orquestra dele é superfina, muito alinhada. Senti que estava fazendo uma coisa histórica, muito feliz de ter um cara que eu admiro, com uma história que tem tudo a ver com a proposta do disco. Foi surreal a tarde que a gente passou com ele. Ele é um cara muito brincalhão, ficou falando do refrão, que fala “arroz, feijão e ganja”. Eu falei: “pô, Verocai, isso aqui é tudo que a pessoa precisa na vida, né” e ele ria.

E agora, quais são os planos para os próximos meses? Aonde essa viagem de cola vai levar vocês?
A viagem de cola agora vai ser literalmente uma viagem. Vamos fazer turnê na Europa por um mês, passando por Itália, Suíça, França, Reino Unido, Alemanha e Bélgica. Fazemos a turnê grande em setembro, aí voltamos em outubro pro Brasil para votar no Lula, e em seguida voltamos para a estrada. A ideia é divulgar bastante o “Nada Tropical”, tocar bastante, ano que vem já tem algumas coisas bem legais que ainda estão sendo fechadas. Foi tão prazeroso fazer esse disco que eu já penso em começar a trabalhar em outro no meio do ano que vem. Já temos um single que a gente gravou, mas primeiro quero degustar bastante o “Nada Tropical”, um disco que eu tenho muito orgulho de ter feito.

Como vai ser o esquema dessa turnê? Pegar avião, entrar numa Kombi e rodar?
Isso. Ao chegar na Europa, a gente pega uma van e vai pingando de cidade em cidade, a ideia é ter viagem de cinco horas por dia, começando por Milão, depois Suíça, aí várias cidades na França, até chegar na Inglaterra, com Liverpool, Birmingham, Londres. A dinâmica é essa, uma van com os músicos, instrumentos, merchandising, uma coisa bem guerrilha.

Vai dormir todo mundo na van?
Não, tem um canto para dormir em cada cidade que a gente vai. E é legal demais que tem alguns lugares que já estão com ingressos esgotados, Londres e Paris tá sold out. Nunca viajamos pra fora da América Latina, só Argentina e Chile em 2019, foi uma experiência massa descobrir que tem gente que ouve o Glue Trip fora do Brasil. E agora acho que vai ser uma turnê bem revigorante.

Pra fechar: qual é a bebida azul que o Marcos Valle tá bebendo?
Acho que tem uma mistura muito poderosa ali. Tem uma mistura boa de cogumelos com curaçau, azul para dar uma cor, junto com uns docinhos. É uma bebida bem variada, porque o Marcos Valle bebe do puro suco do Brasil, né? Saúde!

– Bruno Capelas (@noacapelas) é jornalista. Apresenta o Programa de Indie, na Eldorado FM, e é autor de “Raios e Trovões – A história do fenômeno Castelo Rá-Tim-Bum”, editado pela Summus Editorial. Colabora com o Scream & Yell desde 2010. A foto que abre o texto é de Bel Gandolfo

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