Músicas temáticas, uma forma de montar uma playlist incrível

por Herbert Moura

Existem várias formas de montar uma playlist. A mais comum é, obviamente, juntar as músicas que você gosta. Numa abordagem abrangente, vale tudo. Rock com samba, jazz com metal… No entanto, se você for mais detalhista (ou purista), é possível criar listas com gêneros específicos, e aí você terá tudo bem organizado.

Mas, se você quer passar uma mensagem, o critério do ‘eu gosto’ pode não ser o melhor. Suas escolhas certamente dizem algo sobre você, mas para um desconhecido é melhor ser claro e indicar exatamente o que ele pode encontrar. Uma sugestão: separar por temas.

Nas diversas plataformas de streaming é possível encontrar inúmeros nomes sugestivos como “Cantando na Cozinha” e “Faxina Nostalgia”, que sugerem um uso. Também têm as chamadas “Classic Rock” e “Anos 90”, que indicam um estilo ou uma época. Mas o que elas não têm são playlists com músicas temáticas. Portanto, cabe a você criá-las.

Composições temáticas são aquelas que se associam não a um uso, um estilo ou uma época, mas a um assunto. Por exemplo, jogo (ou game). Uma playlist com esse tema pode ter canções que falam de jogos, que têm a palavra “jogo” na letra, ou que usam o assunto como uma metáfora. Como exemplo podemos citar “Play The Game”, com Queen; “Wicked Game”, de Chris Isaak (ou The Weeknd? Escolha!); “Games People Play”, com Inner Circle; a trilha sonora de “Game of Thrones”. Ou pode-se ser mais sutil. Entre as músicas com a categoria “jogo”, há um capítulo à parte para o poker, com incontáveis músicos e letristas que inspiraram suas criações nesse tema. “Poker Face”, de Lady Gaga, puxa a fila, que chega até Kenny Rogers, com “The Gambler”, que fala sobre poker sem nunca mencionar essa palavra.

Tente outro tópico – orgulho (pride). Logo vem à cabeça “Pride (in the name of love)” com U2, ou “Pride and Joy” com Steve Ray Vaughan. George Michael, de forma mais suave, coloca um ‘pride’ perdido na letra de “One More Try”. E Pabllo Vittar traz um enfoque completamente diferente para o termo. E se você acha que sair de Bono e chegar em Pabllo é um longo caminho, é justamente essa a magia das listas temáticas: aproximar ideias distantes. O que é, também, uma definição para criatividade.

E que tal o assunto carro (car)? Pode-se começar com “Drive My Car” – com Beatles, ou só Paul McCartney, ou a versão de Bobby McFerrin. Ou as três, para comparação. Snow Patrol tem o hit “Chasing Cars”. Gary Numan possui uma canção chamada “Cars” em estilo eletrônico oitentista. E a banda The Cars, também dos 80, tem “Drive” como um de seus grandes sucessos. Se mergulharmos na trilha sonora do filme “Carros”, dá para pinçar pérolas como “Route 66′ com Chuck Berry e “Life is a Highway” com Rascal Flats. Tudo junto dá uma playlist eclética – mas amarrada por um tema.

Agora, uma mais difícil – setembro (september). O nome de um mês não deve render tanto.. ou será que rende? Para começar, temos um dos maiores clássicos da banda Earth, Wind and Fire que se chama, justamente… “September”. É tão boa que você pode escolher entre a versão original ou as muitas usadas em filmes, como a de Trolls, cantada por Justin Timberlake e Anna Kendrick. Para algo mais ativista, pode incluir Green Day com “Wake Me Up When September Ends”. Para algo mais nostálgico, “September Morn”, com Neil Diamond. Paixão dos indies, o Big Star surge com “September Gurls”, um dos seus clássicos. E Alvin L, em seu belo disco de estreia, gravou “Setembro” (Marina Lima, que já gravou várias canções de Alvin, também tem a sua “Setembro”, uma parceria com o irmão Antonio Cícero). Para múltiplos meses, conte com “April Come She Will”, de Simon e Garfunkel, que termina justamente em setembro. E, se não é o bastante, podemos completar com a artista sueca Petra Marklund, que canta sob o singelo pseudônimo de… “September”.

Divirta-se criando sua própria playlist temática. Busque sempre um termo de seu interesse e encare esse grande desafio de juntar canções relacionadas a ele. Provavelmente o resultado será uma lista muito variada, criativa e contrastante. Talvez ela possa ser até bizarra. Mas, certamente, terá muita personalidade.

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