Faixa a faixa: “Home Ghosts”, Sound Bullet

por Herbert Moura

Três anos após seu disco de estreia, “Terreno” (2017), a banda carioca Sound Bullet está lançando “Home Ghosts” (2020), seu segundo disco – os dois trabalhos foram produzidos por Patrick Laplan. “Home Ghosts” é resultado da vitória no concurso EDP Live Bands, que levou a Sound Bullet a se apresentar no megafestival português NOS Alive e a um contrato com a Sony Music Brasil. A gravadora lançará os dois próximos álbuns da banda – um em inglês e outro em português.

Composto com calma e reunindo memórias de turnês, estrada e viagens, “Home Ghosts” amplia a sonoridade inspirada pelo math rock, post-punk revival, alternativo e indie do grupo. O existir dentro da sociedade, ao lado dos relacionamentos com o mundo e a busca por uma paz interna dão a tônica do novo lançamento do conjunto carioca. O disco é um passo além nos temas explorados no disco “Terreno”, de 2017, que olhava muito para o mundo externo e como ele afetava cada pessoa.

“Esse nosso primeiro álbum pela Sony é uma grande história e uma grande responsabilidade pra gente”, explica o vocalista e guitarrista Guilherme Gonzalez. “Ao contrário do ‘Terreno’, tivemos ajuda de bastante gente para deixar esse álbum do jeito que queríamos. Pudemos compartilhar com as opiniões da gravadora e com o apoio deles para sair. É engraçado pensar que não somos mais independentes, ainda que o corre que nós façamos esteja aí”, completa Guilherme.

Além dele, fazem parte da banda Fred Mattos (baixo), Rodrigo Tak-ming (guitarra), Henrique Wuensch (guitarra e synth) e Pedro Mesquita (bateria). Os discos lançados pela Sony integrarão uma discografia que inclui também o EP de estreia, “Ninguém Está Sozinho”, produzido por Diogo Strausz e o single “Mineirinho”, uma releitura indie do sucesso do Só Pra Contrariar lançada em 2019. Abaixo você conhece “Home Ghosts” faixa a faixa.

“Home Ghosts”, faixa a faixa por Sound Bullet

01) Phoenix – Foi uma das primeiras ideias pro disco. A gente ensaiava uma música e, com improvisações, ela foi virando cada vez mais uma coisa própria nossa. A letra dela, junto com a letra de “Spanish July”, ditam o que o álbum é. Ela coloca a história do personagem principal, suas angústias e seus medos. (Guilherme Gonzalez)

02) I Was in Lisbon, You Were in Paris – É uma música de amor triste. Desse que os jovens gostam. Ela começou com uma ideia country do Fred e o Tak colocou guitarras por cima, cada vez indo mais num sentido que nos lembrava Wilco, não que tenha a ver, mas, imagina um indie influenciado por country alternativo? Meio isso. Legal que é em 7/4 e tem tapping. É uma coisa bem Sound Bullet. (Guilherme Gonzalez)

03) Shabby – A primeira música a estar pronta pro disco, a primeira que tocamos ao vivo. É uma das nossas favoritas e uma das favoritas de quem já ouviu o álbum todo. (Guilherme Gonzalez)

04) Reveries – Essa é uma sobra do “Terreno”, por assim dizer. Ela começou a ser escrita junto, mas não ficou pronta a tempo. Gravamos ela pra um projeto da Levi’s que participamos, mas ainda achamos que poderíamos fazer ela de uma forma melhor. Reescrevemos uma parte do arranjo, colocamos uma outra parte de letra. Eu amo que essa música é a transição perfeita do “Terreno” para o “Home Ghosts” em tudo. (Fred Mattos)

05) Dance Tak Dance – O lead single do álbum é uma música muito divertida. Provavelmente uma das últimas. Como dá pra perceber, é uma ideia que veio do Tak que desenvolvemos no que entrou pro disco. Ela trata sobre uma angústia interna que vem desde a infância e quando o eu lírico se rebela contra ela de uma vez por todas. (Guilherme Gonzalez)

06) Hope – Essa era pra ser um single antes do disco! Quando ainda estávamos esperando para gravar, fizemos algumas prés dela na casa do Henrique. Chegamos bem perto de finalizá-la, porém, conversando com o Patrick, guardamos pro “Home Ghosts’. É legal de pensar que é a primeira música escrita no ukulele barítono, um instrumento fundamental nesse disco. (Guilherme Gonzalez)

07) Are We in Oz? – Nosso indie rock de cada dia. Foi uma das últimas terminadas pro disco. Tentamos ser mais simples, invertemos um pouco alguns pensamentos que tínhamos para abordar ela de forma diferente. Eu adoro que citamos o (time de basquete da National Basketball Association) Seattle Supersonics na letra. O motivo? Porque sim. (Guilherme Gonzalez)

08) Spanish July – Essa é irmã da primeira música do disco. Ela veio de um riff que eu criei quando tava aprendendo a tocar ukulele barítono. Como é um instrumento com afinação parecida com a da guitarra, pudemos transpor algumas ideias e usar características dele pra transformar numa música divertida. Adoro essa sensação latina dela. (Fred Mattos)

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