CDs: Black Lips, Wanda Jackson, The Baseball Project

1000 Toques por Adriano Costa

“Arabia Mountain”, Black Lips (Vice Records)
Após três bons discos que aliavam um lado tosco e meio maluco com muita energia, o Black Lips resolveu dar uma amansada no som e coloca no mercado possivelmente o seu melhor trabalho. Mark Ronson (Amy Winehouse e Kaiser Chiefs) assina a produção respeitando as características da banda e o resultado dessa parceria é inegavelmente positivo e eleva o Black Lips um nível acima. “Family Tree” abre o disco evocando Violent Femmes, enquanto “Dumpster Dive” tem o Rolling Stones como referência. “Raw Meat” é um punk rock com pinta do Buzzcoks enquanto “Bone Marrow” regride uns 30 anos no tempo. Eles ainda arriscam coisas diferentes, como o bailinho sessentista bem humorado de “Spidey’s Curse” ou o climão psicodélico e arrastado de “You Keep On Running”. A diversão não fica de fora em momento algum, porém se apresenta de maneira mais forte na ótima “Modern Art”, na dupla despretensiosa de “Bicentennial Man” e “Go Out And Get It (ambas produzidas só pela banda) e na sujeira melódica de “New Direction”.

Preço em média: R$ 45 (importado)
Nota: 8

Leia também:
– “200 Million Thousand”, do Black Lips, por Adriano Costa no Coisa Pop (aqui)
– “Good Bad Not Evil”, Black Lips, por Adriano Costa no Coisa Pop (aqui)

“The Party Ain’t Over”, Wanda Jackson (Nonesuch)
Ela já namorou Elvis, foi chamada de “A Primeira Dama do Rockabilly”, e aos 73 anos exibe uma extensa discografia, mas poucas vezes soou tão visceral quanto nesse “The Party Ain’t Over” – título plenamente apropriado – álbum que carrega a essência dos anos 50 e 60, mas com uma roupagem mais podreira, cortesia do produtor Jack White, que imprime sua marca e também toca no disco ao lado de membros do My Morning Jacket, Racounters e Dead Weather. O repertório é fiel aos contemporâneos da época de Wanda Jackson e caminha com passos fortes entre composições tocadas por Eddie Cochran (“Nervous Breakdown”), Elvis Presley (“Like a Baby”), Bill Halley (“Rip It Up”), Harlan Howard (“Busted”) e Johnny Kidd & The Pirates (“Shakin ‘All Over”). Também apresenta covers mais atuais como “You Know That I’m No Good”, de Amy Winehouse, e a ótima “Thunder On The Mountain”, de Bob Dylan, um boogie-woogie misturado com rockabilly espirituoso e potente, com guitarra e metais duelando bravamente. Zoeira das boas.

Preço em média: R$ 45 (importado)
Nota: 7,5

“Volume 2: High and Inside” – The Baseball Project (Yep Roc Records)
Esporte amado pelos norte-americanos, o beisebol também tem fãs no meio da música. Scott McCauguey (Minus 5, Tired Pony) e Steve Wynn (Dream Syndicate) são dois deles, e formaram com Peter Buck (R.E.M.) e Linda Pitmon (Golden Smog) o The Baseball Project, lançando em 2008 “Volume 1: Frozen Ropes And Dying Quails”, um disco com histórias envolvendo o beisebol com guitarras e muito bom humor. “Volume 2: High and Inside” segue a mesma pegada divertida da estreia, porém traz um foco mais pessoal nas letras. O time de convidados também é maior e conta com Craig Finn (do Hold Steady, que canta a ótima “Don’t Call Them Twinkies”), Ben Gibbard (Death Cab For Cutie), Ira Kaplan (Yo La Tengo) e Chris Funk e John Moen (Decemberists). O resultado de tanta gente boa reunida é um “home run” musical. O universo das letras funciona melhor para quem conhece o esporte e está familiarizado com suas expressões e rivalidades, mas não tira o prazer de se ouvir um disco feito com alegria, descompromisso e paixão.

Preço em média: R$ 50 (importado)
Nota: 7

Site Oficial: http://thebaseballproject.net
Leia as letras deste “Volume 2”: http://lyrics.wikia.com/The_Baseball_Project

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– Textos: Adriano Mello Costa (siga @coisapop) assina o blog Coisa Pop

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