Entrevista: The Raven Age

entrevista por Paulo Pontes e João Oliveira

Formada em Londres, no ano de 2009, com dois discos lançados, algumas mudanças na formação, uma lista já extensa de grandes shows ao lado de bandas icônicas do heavy metal, o grupo The Raven Age vem se consolidando como um dos novos — e bons — nomes da música pesada.

Atualmente formada por George Harris (guitarras), Matt Cox (baixo), Jai Patel (bateria), Tony Maue (guitarras) e Matt James (vocais), a banda há poucos meses colocou no mercado o álbum “Conspiracy”, que, segundo o guitarrista e fundador George Harris (filho de Steve Harris, baixista e fundador do Iron Maiden) — que nos concedeu esta entrevista por telefone —, tem sido recebido, tanto pela crítica quanto pelo público, “bem melhor do que esperávamos”. E o disco realmente é muito bom. O som da banda é uma mistura interessantíssima de um metal pesado, moderno, mas repleto de melodias, principalmente nos refrãos.

A banda, que já esteve anteriormente no Brasil, em 2016, para shows ao lado do Iron Maiden, agora retorna para novas datas ao lado da Donzela (em São Paulo no dia 06 de outubro e em Porto Alegre no dia 09 de outubro) e também para tocar no Rock in Rio, no chamado “Dia do Metal”, ao lado de Sepultura, Helloween, Scorpions, o próprio Iron Maiden, entre outras. “Essa oportunidade é tão grande que não podemos agradecer o suficiente”, comentou o guitarrista George Harris na conversa que você confere abaixo.

O som do The Raven Age é um misto de um metal moderno, pesado, entretanto, com elementos que deixam tudo com muita melodia. Como funciona o processo de composição de vocês? Vocês pensam sobre essa união de peso e melodia previamente durante a criação das músicas?
Bom, geralmente nós começamos as composições com a guitarra. Eu, como guitarrista, costumo começar com algumas sequências de acordes ou algum riff. Mas o mais importante pra mim é a melodia. Então, eu e o Jai (Patel, baterista) sempre começamos uma jam e achamos algo que pensamos ser legal levarmos à frente pra ver como soa. Em seguida, apresentamos à banda e trabalhamos juntos na composição. Porém, a melodia sempre será esse mix do metal pesado e moderno. Existem algumas músicas que escrevi sozinho; duas ou três músicas. As duas primeiras músicas do novo disco e mais uns dois ou três refrões eu escrevi com o Dan (Wright), o antigo guitarrista, que agora se tornou nosso manager, tem uns dois anos. Temos um novo guitarrista, Tony (Maue) e um novo vocalista, Matt (James), que também escrevem, então nós meio que trabalhamos. Por outro lado, uma outra faixa, “The Face That Launched a Thousand Ships”, é uma colaboração entre Tony, Matt, Jai e eu. Então ter dois novos compositores se juntando à equipe ajudou bastante na dinâmica do álbum.

A entrada de um novo vocalista alterou algo na maneira de compor da banda?
Não, na verdade não. Ele tem sido muito compreensivo e sabe que temos uma linha a seguir. Eu e o Dan costumávamos ter uma maneira de conduzir. Enfim, Matt sempre vem com novas ideias, sempre muito solícito e bem ciente de que queremos manter nosso som ao bom estilo The Raven Age.

“Conspiracy” é inspirado na lenda dos corvos da Torre de Londres, correto? Como surgiu a ideia de tratar deste tema?
O nome da banda já é inspirado nos corvos da Torre de Londres. A Lenda diz que se os corvos saíssem da Torre o império cairia.

“Conspiracy” tem recebido diversas críticas extremamente positivas e justificáveis, pois lançaram um excelente disco de metal. Como avaliam a atual fase da banda? E como tem sido a receptividade dos fãs para com o novo disco?
Está indo muito bem. Na verdade, estamos muito surpresos em como está indo. Desde o primeiro álbum, a receptividade cresceu. Estamos recebendo muitos elogios. Enfim, a recepção tem sido bem melhor do que esperávamos.

O disco encerra com “Grave of the Fireflies”, uma música épica, com diversas variações rítmicas. Poderia nos falar um pouco sobre esta composição?
Sim, “The Grave of the Fireflies” é a música épica do álbum. A música é uma referência ao anime de mesmo nome feito pelos estúdios Ghibli. É uma história sobre duas crianças tentando sobreviver durante a Segunda Guerra Mundial. Essa é uma história maravilhosa, em nossa opinião, com altos e baixos e variações, assim como a música. Então, eu acho que funciona bem.

Vocês abriram inúmeros shows do Iron Maiden ultimamente. Como tem sido a recepção de um público que sabemos ser devoto à banda e que, geralmente, está ali só para vê-los? Deve ser uma grande responsabilidade, não é mesmo?
Sim, é definitivamente uma grande responsabilidade abrir para uma banda desse tamanho. Mas nós estamos sempre muito ansiosos e muito excitados com a oportunidade. Sabemos que isso é um grande impulso para nosso som, e estamos cientes da sorte que temos em ter isso. Portanto, sempre que subimos no palco, nós nos entregamos 100% em todos os shows.

O The Raven Age já esteve no Brasil anteriormente, e realizou shows em grandes estádios. Conte-nos um pouco sobre essa experiência aqui no nosso país. E quais as expectativas para a próxima passagem de vocês por aqui, agora no segundo semestre?
Na última vez, eu acho que foi um dos maiores shows que já fizemos. Nós tocamos em um estádio (Allianz Parque) em São Paulo e estava tão lotado que nós nem podíamos acreditar. Eu nunca tinha experimentado algo daquele tamanho. Dessa vez, estaremos em turnê pela América do Sul, então estamos ansiosos. Nós admiramos como vocês são tão apaixonados por metal em geral. Mal podemos esperar para voltar e dar o melhor de nós.

Como tem sido para vocês esta oportunidade de tocar no Rock in Rio no “Dia do Metal”, mesmo dia de bandas como Helloween, Scorpions, Slayer e Iron Maiden?
Oh, maravilhoso, na verdade. Tocar no mesmo dia de bandas tão icônicas como Halloween e Scorpions… Essa oportunidade é tão grande que não podemos agradecer o suficiente. E isso nos deixa super nervosos e super excitados da mesma maneira. Nós ficamos tão felizes quando percebemos que tocaríamos no Rock and Rio. Um festival tão icônico, e é incrível tocar no mesmo dia dessas bandas.

Li em uma entrevista que quando estiveram aqui não tiveram tanto tempo de folga e assim não conheceram tantos lugares quanto queriam. Já têm uma ideia se desta vez será possível aproveitar nossas praias no Rio?
Sim. Dessa vez nós vamos com um pouco mais de tempo, mesmo porque temos mais shows agendados. Mas também teremos mais dias livres para conhecer as cidades, conhecer lugares diferentes. Eu realmente espero poder conhecer melhor o Brasil.

Qual é a sua música preferida do The Raven Age? Ela estará presente nos shows (no setlist) da banda aqui no Brasil?
Pergunta difícil (pensativo). Eu acho que é “The Grave Of The Fireflies”. E sim, estará na playlist.

Para encerrar, gostaria de deixar um recado para os fãs brasileiros e todo o público que terá a oportunidade de assistir aos próximos shows do The Raven Age por aqui?
Galera, nós estamos chegando ao Brasil muito ansiosos para o Rock and Rio. Não podemos esperar para encontrar todos vocês. Cheguem cedo e nos vemos no Rio de Janeiro.

– Paulo Pontes é colaborador do Whiplash, assina a Kontratak Kultural e escreve de rock, hard rock e metal no Scream & Yell. É autor do livro “A Arte de Narrar Vidas: histórias além dos biografados“.

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