Wagner Xavier fala sobre o Rock Raro

por Marcelo Costa

Wagner Xavier é um velho conhecido dos leitores de primeira hora do Scream & Yell. Ele chegou ao site entre 2002 e 2003, com a proposta de escrever sobre grandes discos dos anos 60 e 70 que, por diversos motivos aleatórios, passaram despercebidos pelo público da época, tornando-se verdadeiras relíquias musicais, admiradas por um grupo seleto de pessoas.

A coluna – chamada “Rock Raro” – frequentou as páginas do site durante sete anos, com Wagner falando de grupos como Arzachel, Kak, Jericho Jones, Frijid Pink e muitos outros, até transformar o projeto em livro em 2010 ao lançar “Rock Raro: O maravilhoso e desconhecido mundo do rock”, pela editora Livre Expressão, com textos sobre 352 discos raros.

O projeto deu tão certo (a primeira edição esgotou e o livro acaba de ser reeditado) que Wagner, acompanhado do amigo e colecionador de discos João Carlos Roberto, lança agora o “Rock Raro: O maravilhoso e desconhecido mundo do rock, Volume 2”, com mais 343 discos raros, somando ao todo 695 grandes álbuns de rock que muita gente nem sabe que existe.

O novo volume amplia o leque do primeiro livro incluindo discos latinos: “Tivemos muitas obras de peso neste período”, garante Wagner. Os dois volumes do livro “Rock Raro” podem ser adquiridos diretamente com Wagner no site do projeto: http://rockraro.com.br (ou em seu Facebook). Abaixo ele responde algumas perguntas do Scream & Yell e, no final do texto, listamos três discos que integram o segundo volume do livro “Rock Raro”.

Quando você começou a escrever a coluna Rock Raro, no Scream & Yell, você já imaginava que ela seria o ponto de partida para livros sobre o assunto?
De forma alguma. Começou com seu convite para que, vez ou outra, falássemos sobre discos e grupos raros da década de 60 e 70. O termo “Rock Raro”, inclusive, foi uma criação sua e o formato foi se adequando ao longo do tempo. Apesar de o site não ser focado neste tipo de público, quando publicava um texto eu recebia diversos contatos, e isto me motivou a pensar numa maneira de levar o projeto “Rock Raro” para o mercado editorial.

O processo para selecionar os discos para este segundo volume foi mais simples ou mais complicado que o volume de estreia?
Na verdade, foi como no primeiro: a partir da nossa (eu e João Carlos Roberto) própria coleção de discos, separamos aqueles tidos como “menos conhecidos”, bons discos que, em nossa opinião, se encaixariam na proposta do livro. O fato de ampliarmos o leque incluindo discos latinos ajudou bastante, pois tivemos muitas obras de peso neste período. Talvez o mais difícil, em ambos os volumes, foi deixar de fora discos que poderiam entrar. O período entre os anos 60 e 70 foi muito rico em termos de rock, então sobra conteúdo. Ou seja, sempre fica um grande disco de fora…

O que um fã de boa música irá encontrar em “Rock Raro – O Maravilhoso e Desconhecido Mundo do Rock: Volume 2”?
Uma coletânea de resenhas de 343 discos de grupos diferentes. Cada texto traz fotos originais, resenha, ficha técnica e informações sobre o disco em si, informações de relançamentos.

Juntos, os dois volumes de Rock Raro listam nada menos que 695 discos raros da música mundial. Será que um terceiro volume é possível fechando o ciclo em 1000 discos? Há tanto disco bom e raro assim?
Ainda não existem planos concretos para um novo volume, mas confesso que é um trabalho apaixonante, que nos traz muito prazer. A verdade, no entanto, é que existe material para muito mais que 1.000 discos! Vamos analisar a disponibilidade de tempo, pois quando se entra num trabalho deste a dedicação é muito grande. Só o tempo dirá, mas bons discos raros existem aos montes.

Sei que além de pesquisar a história da música, você também está atento as novidades do rock. O que você anda ouvindo de mais novo?
Ouço menos do que gostaria e muita coisa nova acabando passando batido pela quantidade de coisas legais que saem. Um trabalho novo do qual gostei muito é o álbum do Joseph Arthur, “Lou”, que traz emocionantes interpretações de clássicos de Lou Reed, um dos meus heróis.


“Ultimate Spinach”, Ultimate Spinach (1968) – EUA


“Aquelarre”, Aquelarre (1972) – Argentina


“My Ancestors”, Chrissy Zebby Tembo (1974) – Zâmbia

******

– Marcelo Costa (@screamyell) é editor do Scream & Yell e assina a Calmantes com Champagne

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.