Três discos: Kynna, Seychelles e VI Geração da Família Palim

por Marcelo Costa

“Underground”, Kynna (Independente)
Na voz, Lilian, uma das musas da Jovem Guarda. Na guitarra, a lenda Luiz Carlini. No repertório, canções poderosas do Autoramas (“Música do Amor”), Bidê ou Balde (“É Preciso Dar Vazão Aos Sentimentos”), Wander Wildner (“Eu Não Consigo Ser Alegre”), Graforréia (“Colégio Interno”) e Júpiter Maça (“Lugar do Caralho”). Porém, não basta juntar boas premissas para ter um grande disco. É preciso gravá-lo decentemente. Infelizmente, não é o caso. Falta som e bons arranjos em “Underground”, uma decepção.

Nota: 2

“Nananenem”, Seychelles (Mondo 77)
Em seu segundo álbum, o quarteto paulista volta a praticar a arte (muitas vezes tola) de ser difícil. “Nananenem”, como na estréia, está cheio de boas idéias que se perdem na tentativa vã de ser… diferente. Se o primeiro EP trazia a ótima “Papel” e na estréia brilhava a fodaça “Ninfa do Asfalto”, “a” canção de “Nananenem” é a teatral e discursiva “Ansiedade e Obsessão”, em que arranjo, melodia e letra se encaixam a perfeição. Parece que eles sabem como fazer, só não querem. Quem sabe o próximo.

Nota: 4

“Porque No Te Calas?”, A VI Geração da Família Palim do Norte da Turquia (Volume 1)
O combo paranaense está fazendo pela Turquia o que os paulistas do Tubainas do Demônio faziam pela pacata Birigui nos anos 90. Os “turcos” perdem de goleada para os “biriguenses” na comparação, o que não irá impedir ninguém de gritar os refrões grudentos de “Pe. Quevedo Não Vai Pro Céu” e “Filho de FDP”, gemer junto (ops) em “Digna de Honra ao Mérito” (homenagem à atriz pornô Mayara Rodrigues) e divertir-se em “Indie D+”, que conta com os indies do Charme Chulo. Nada de novo. No céu, Mamonas riem.

Nota: 5

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