Em noite de celebração em BH, Gabriel Martins fala sobre “Marte Um”: “Tenho recebido feedbacks intensos sobre o filme”

entrevista e fotos por Alexandre Biciati

Após ser escolhido pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais para ser o representante brasileiro na categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2023, “Marte Um” (2022) tem conquistado um merecido lugar de destaque nas salas de cinema de todo o país, e, consequentemente, no coração do público que o assiste. Em cartaz em Belo Horizonte no Cine Belas Artes, o filme tem sala lotada a cada sessão. Uma fila de espera por desistência também se formou na porta do cinema municipal Cine Santa Tereza, na capital mineira, nas duas sessões comentadas em setembro com a presença do diretor Gabriel Martins e do ator Carlos Francisco.

O longa da produtora mineira Filmes de Plástico, que coleciona prêmios a cada festival que participa – foram quatro estatuetas no Festival de Gramado, mais um feito que entra para a história dessa escalada, é um filme sobre afeto, apoio mútuo e compreensão do outro. A convite da Fundação Clóvis Salgado, “Marte Um” foi exibido em um espaço nobre de Belo Horizonte: o Grande Teatro do Palácio das Artes. É a primeira vez que o Grande Teatro é configurado exclusivamente para exibição de um longa e a estrutura preparada rememorou a experiência arquitetônica e conceitual da era de ouro do cinema. O teatro, que tem ocupação máxima de 1.700 lugares, foi transformado em uma sala de cinema com direito a tela de 580 polegadas e sistema surround.

As entradas gratuitas para a sessão, batizada de “Marte Um – Juntos Rumo ao Oscar”, esgotaram em questão de minutos e a Fundação precisou organizar sessão extra com projeção simultânea no Cine Humberto Mauro, que integra o Palácio das Artes, contemplando mais 130 lugares. Outro mérito de “Marte Um”, além da lotação imediata, foi a diversidade do público que atraiu para o evento e que, apesar da heterogeneidade, traziam em comum um ar de orgulho e pertencimento. Muitos estavam ali para assistir ao filme pela segunda ou terceira vez. Contando ainda com a presença do diretor e elenco, que posaram para fotos antes da sessão, o evento teve caráter de celebração.

Na conversa abaixo, Gabriel Martins fala sobre a sensação de ver seu filme em um evento inédito no Grande Teatro do Palácio das Artes, conta quando surgiram as primeiras ideias que vieram a se desenvolver em “Marte Um” e, ainda, fala um pouco dos personagens principais do longa. Gabriel também pontua sobre a mineiridade do filme, sua raiz periférica e reflete como é olhar seu filme hoje após tantos feedbacks elogiosos. Por fim, fala dos próximos degraus que “Marte Um” precisa galgar para ser um dos cinco filmes da categoria Melhor Filme Estrangeiro no Oscar – uma lista de 15 pré-finalistas da categoria será divulgada em 21 de dezembro; no dia 24 de janeiro, os cinco finalistas serão anunciados. O Oscar 2023 acontece no dia 12 de março e torcemos para “Marte Um” esteja lá representando o Brasil. Leia a entrevista na integra logo abaixo.

Teremos daqui a pouco a exibição de “Marte Um” em evento inédito no Grande Teatro do Palácio das Artes com lotação máxima. O que esse evento representa para você?
É uma conquista muito grande, porque vira uma grande celebração do filme. É uma festa de tudo o que já está acontecendo com “Marte Um”, mas também é chegar em um espaço, que faz parte de uma estrutura pública, e ocupar. As pessoas ocuparem, de fato, para ver um filme que foi produzido na periferia. Um filme que é o filme que é e consegue trazer tanta gente. Os ingressos esgotaram muito rapidamente, o que foi sensacional. A sensação é muito boa de entender o público ocupando esse espaço, muita gente que vai vir nunca pode entrar [no Grande Teatro do Palácio das Artes]. Acho que tem muita gente que vai estar aqui pela primeira vez, o que é muito forte. Tem a ver com o que o filme está dizendo, tem a ver com o que a nossa produtora diz e o que a gente quer falar. Então, é, para mim, um grande feito histórico, um ganho coletivo. Não só para o pessoal da produtora, é a cidade celebrando junto.

“Marte Um” foi filmado em Contagem, Minas Gerais, e a produtora também nasceu lá. Qual a sua relação com a região e como a vida local influencia na sua produção?
Contagem é a cidade onde cresci e me formei. Moro lá desde que nasci e foi onde também conheci [os diretores] Maurílio e André. Foi algo em comum que nos uniu para formar a Filmes de Plástico. Essa coisa da gente morar na periferia, em bairros que estão fora do centro de BH, até distante um pouco do centro de Contagem também, meio que num limbo, traz uma identidade que é de entender que tem uma voz específica, tem estéticas específicas do lugar, pessoas ali que a gente quer trazer pra tela. E, para além da região, também significa uma ideia. Uma ideia maior de que tipo de narrativa que a gente quer dizer. Essa ideia de que ali, num bairro que, em tese, não era para ter cinema, não era pra ter arte, não era pra ter cultura, pode ter muitas histórias a serem contadas. No final, isso é um pouco do resumo da Filmes de Plásticos e talvez a maneira que eu poderia dizer o que é que significa pra gente. E falo isso também colocando em contraposição uma mentalidade que eu cresci [ouvindo], que era de que eu tinha que sair, que eu tinha que ir pro Rio, ir pra São Paulo, sair do Brasil para estudar cinema de verdade. E o nosso movimento foi o contrário, a gente ficou. A gente ficou no lugar onde a gente cresceu, nas nossas raízes e construiu nossa história ali.

E tem também um caráter de formação na região, né?
É uma formação humana que eu digo, uma vivência. A gente aprende na faculdade [sobre] técnica, teoria do cinema… nos cursos que a gente fez, com os filmes que a gente viu. A gente vai aprendendo o cinema do mundo, entendendo como que se faz no mundo, mas tem uma vivência de estar ali na região. De crescer, de observar um cotidiano, que transparece nos filmes, que deixa os filmes mais sinceros, mais autênticos.

Como é que surgiram os primeiros insights para a história de “Marte Um” e como é que a coisa evoluiu até o filme que a gente vê hoje na tela?
Eu começo a pensar “Marte Um” por volta de 2014, um pouco depois da Copa do Mundo, entendendo uma turbulência política do Brasil em torno desse megaevento, mas também tentando entender esse grande sonho do futebol, que é uma coisa tão parte da cultura brasileira. Isso a partir do Deivinho [protagonista interpretado por Cícero Lucas]. Deivinho foi, de fato, o primeiro personagem que nasceu. Esse garoto que é muito bom de bola e que talvez teria um grande destino, poderia ser o próximo Neymar, trazer a próxima Copa, mas, na verdade, quer fazer outra coisa que diz respeito a sair do país. Sair do planeta, inclusive. Isso foi amadurecendo pra mim ao longo do tempo como uma ideia de falar de muito brasileiro, algo muito local, mas pensando em algo também existencial de alguma forma. Os personagens do filme vão evoluindo para esse lugar um pouco mais existencial de significar quem são eles enquanto família, quem são eles no mundo. Eu pego os personagens em 2014 e vou amadurecendo até 2018, quando a gente então filma todas essas questões, observando também o que vai acontecendo na vida. Eu vou crescendo, pensando coisas diferentes. De fato, é um filme sobre uma rotina de família e é um filme também existencial.

O que “Marte Um” tem de autobiográfico?
Primeiro, eu também era um garoto muito sonhador. Eu era um menino que, desde criança, queria fazer cinema, mesmo sendo algo improvável. Não tanto quanto ir pra Marte, mas, num certo lugar, parecido. Então, acho que isso, definitivamente, tá lá. Eu vou inserindo muitas coisas que estão próximas a mim, um pouco da relação que tenho com meu pai, algumas questões de família. Histórias também próximas a mim, que não são necessariamente a minha história.

Inclusive, a família do filme herda o mesmo sobrenome da sua família.
Tem o mesmo sobrenome. Isso tem um pouco a ver também com colocar minha história. É meu primeiro filme solo, um longa metragem, então, coloco a minha história ali. São alguns sentimentos… mais que uma autobiografia, é um filme que é influenciado por perspectivas minhas. Acho que talvez seria mais esse lugar.

A mineiridade é uma marca forte no filme. Além do sotaque dos personagens, das locações, tem a presença do Cruzeiro, por exemplo. Qual é a importância desses elementos na construção da identidade da Filmes de Plástico e do cinema mineiro?
Eu acho que tem a ver com um orgulho muito forte mesmo. Mais que orgulho, uma identificação com a forma de falar local. Antes de tudo, somos essas pessoas. A gente fala assim, a gente é daqui, a gente tem uma forma de dizer, uma forma de ser, que tem a ver com esse lugar onde a gente cresceu. Isso pra gente nunca foi algo que a gente precisava esconder nos filmes e os personagens e atores do nosso filme nunca deveriam esconder esse estilo deles. Essa mineiridade tem mais a ver com abraçar uma personalidade sincera das pessoas. Eu falei dessa coisa de ir pra fora, de que cresci com essa mentalidade, mas uma coisa muito forte que eu cresci ouvindo e ouvi de muitas atrizes e atores mineiros, era que quando eles iam fazer um teste em São Paulo, eles tinham que esconder o sotaque deles para serem aceitos. E eu sempre achei isso um absurdo, sempre achei isso uma perspectiva muito opressora e sempre pensei que a gente poderia fazer diferente. Então, os nossos filmes, de alguma forma, são uma resposta a isso. Uma resposta muito natural, porque são os filmes que são, são passados aqui. E tem a ver também com esse lugar de origem. Realmente, a gente adora estar aqui, a gente adora filmar aqui. Todos os membros da Filmes de Plástico, em algum momento, já moraram um tempinho fora em algum outro lugar, mas a gente sempre volta. A gente está aqui e os filmes estão aqui.

Quero que você comente um pouco sobre cada um dos membros da família Martins. Quais foram as escolhas e as intenções para a construção da complexidade e trajetória de cada um?
Quando eu penso a Tércia e o Wellington [pais de Deivinho e Eunice], eu estou pensando em personagens que trabalham com profissões que eu sentia que, na história da ficção brasileira, do cinema brasileiro, não tiveram oportunidade de serem complexificados. Um porteiro de um prédio de classe média alta e uma diarista. São dois personagens que, em geral, a gente via na perspectiva dos patrões ou personagens que estavam a serviço de uma narrativa para conversar sobre essas contradições sociais. E eu acho que eles precisavam respirar mais que isso. O Deivinho, de fato, [foi elaborado] como esse garoto sonhador que representa uma outra geração, diferente do pai, que já está pensando no futuro, está pensando muito mais além. E a Eunice [irmã de Deivinho] como essa geração do presente, principalmente de meninas negras muito ativistas que participam de greves estudantis, que estão pensando em outras formas de organização social em torno também desse imaginário Marielle Franco e outras garotas políticas. Por mais que a Eunice no filme, nunca se torne diretamente isso, mas é uma menina negra estudando direito. Isso é muito forte, né? Tem várias representações sociais ali, mas que, no fim das contas, estão querendo transcender um lugar que elas poderiam ser colocadas na visão de outros filmes. Então, é um pouco essa composição, para dar conta de uma multiplicidade que na verdade é humana.

O filme nos apresenta essa família negra vivendo uma vida cotidiana e que não está associada aos estereótipos de violência e criminalidade comuns no cinema nacional. Quero que comente sobre essa escolha que soa inédita nas telas e a contribuição social que isso traz.
É dizer para o mundo e para o cinema brasileiro que tem muita história para ser contada com personagens negros sendo o centro da narrativa e o “Marte Um” pode ser um dos pontos de rompimento. A narrativa deles sempre foi pensada como marginalizada ou parte periférica de um nicho. Eu acho que não, acho que é o centro. Primeiro porque, de fato, é a maioria da população. Então a gente tem um ponto de identificação que é muito grande. Sequer é uma minoria no sentido de volume. Eu acho que é uma família super comum. Nesse sentido de representatividade, é [possibilitar] que pessoas de qualquer cor, de qualquer credo, de qualquer idade, possam ver essa família como um centro, como espécie de referência emocional, que possam embarcar nessa história e não vê-los como uma coisa específica. E, acima de tudo, o que é mais importante: trazer complexidade para os personagens. Entender que eles são múltiplos, amplos e podem ser muitas coisas.

Depois de tanto feedback que você tem recebido, você olha para o filme de uma forma diferente de como olhava na época do lançamento? O que mais chama a atenção nos relatos que escuta?
Talvez eu subestimei ou não consegui, por experiências passadas, me deixar acreditar que esse filme poderia ter tanto impacto na vida de outras pessoas. Eu tenho recebido feedbacks muito intensos sobre o filme. Intensos no sentido de pessoas me contando coisas muito pessoais da vida delas que tem a ver com o filme. Pessoas dizendo que o filme mudou a vida delas, tirou de um momento muito triste da vida. As pessoas realmente estão se abrindo com uma pessoa desconhecida, pessoas que não me conhecem, de outros estados que viram o filme. Eu não esperava que isso seria nessa intensidade. Talvez isso não me faça ver o filme de uma forma diferente – o que está dentro do filme, mas faz o “acontecimento Marte Um” ser percebido de uma forma diferente. Eu não imaginava mesmo que ia acontecer de forma tão intensa. Por experiências passadas, como eu falei, de entender que com um lançamento limitado, mesmo o filme sendo potente, não chegaria a tanta gente. Então, o filme está provando que eu estava errado, felizmente. O que eu estou vendo de forma diferente é isso, realmente uma relação pessoal muito forte que as pessoas estão travando. Muita gente não está vendo esse filme, como qualquer filme, “Um bom filme, gostei”. Não, é tipo assim, “Nossa, esse filme é muito importante pra mim!”.

“Marte Um” precisa ser selecionado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas para concorrer oficialmente ao Oscar. Quais os próximos passos? Como estão os preparativos para a campanha nos Estados Unidos?
A gente está nesse momento fechando quem vai ser a nossa representação lá nos Estados Unidos. Quem é que vai ser a equipe, a empresa que vai cuidar da campanha do “Marte Um”. É algo que buscamos ao longo de um tempo e estamos conseguindo chegar em alguns nomes que também dependem muito de quanto esse filme tem, quanto essa campanha tem. Paralelamente, a gente está fazendo essa busca por financiamento, buscando apoio de campanha. É basicamente armar o que vai ser essa ida para os Estados Unidos para essa campanha. É armar financeiramente, armar enquanto estratégia prática e entender o que é que isso vai significar. É um momento realmente de preparo, a gente está na pré-produção da campanha, por assim dizer, para no final de outubro ou novembro, a gente, de fato, entrar com tudo lá em Los Angeles.

Então estão abertos a patrocínio.
Sim, exatamente. A gente ainda está se reunindo com empresas, prefeitura, governo, entendendo como viabilizar, quanto cada um vai poder dar. É um processo em andamento.

Qual o papel de cada brasileiro? Como podemos ajudar na corrida pelo Oscar?
É um pouco o que as pessoas já estão fazendo, que é falar do filme, compartilhar nas suas redes sociais sobre o filme, levar pessoas a indicar pessoas, porque manter o filme forte aqui é também fazer o filme respaldar lá fora. Manter o “Marte Um” com salas cheias com um impacto grande modifica tudo. Modificar a forma como o filme é visto no Brasil, mas também fora. Esse pouquinho que cada um pode fazer, que é compartilhar e falar pra um vizinho, uma pessoa, um familiar assistir o filme, já é gigante. A gente conseguir fazer mais bilheteria, conseguir chamar mais atenção, já é tudo.

O filme começa com a posse de Bolsonaro. O que esse último governo significou para o cinema nacional e qual é a expectativa que você faz a partir de uma possível reeleição de Lula?
O governo Bolsonaro maltratou muito a sociedade como um todo, mas, falando particularmente do cinema, realmente, devastou. Destruiu uma política que foi sendo construída com muito esmero, com muitos anos, que demorou muito tempo para chegar. De repente, isso tudo foi retirado de uma forma muito bruta. O que isso significa é que tirou o emprego de várias pessoas, tirou a oportunidade de várias pessoas. Tantas pessoas que não conseguiram fazer um longa como eu consegui – “Marte Um” foi feito antes do governo Bolsonaro. Como que vários outros sonhos, como o sonho desse filme, foram ceifados! A minha expectativa com uma vitória do Lula é que a gente possa retomar. Possa recriar o Ministério da Cultura, possa retomar os editais, possa reconstruir – o que vai ser muito difícil, mas que é voltar a ter esperança, voltar a ter um olhar mais leve, voltar a entender que é importante. Porque nos últimos anos foi dito que filmes como “Marte Um” e que o cinema brasileiro não é importante. Isso foi afirmado de forma categórica pelo governo Bolsonaro. A gente precisa dizer extremamente o oposto, investir mais ainda, porque a gente está vendo o que está acontecendo com um filme. Olha o que um filme mobiliza, o que ele faz com as pessoas. Imagina se a gente tivesse dez “Marte Um” por aí fazendo impacto no mundo inteiro! A gente já teve isso. A gente pode ter isso. A gente pode fazer muito mais.

Para finalizar, se fosse ensaiar um discurso de agradecimento por tudo que “Marte Um” conquistou, o que lhe ocorre mencionar?
O que eu fico pensando é algo que já está na minha cabeça há muito tempo, antes dessa história do Oscar. Eu me sinto no papel de agradecer todo mundo que veio antes e todo mundo que está agora, todo mundo que ajuda a fazer um filme desse acontecer. Das pessoas do nosso bairro, da equipe do filme, das nossas famílias, de quem ajuda a criar editais, de toda essa cadeia produtiva do cinema. Do presente e do ontem. Se eu estou aqui é porque teve muita gente que trilhou caminhos muito mais tortuosos, muito mais difíceis – se a gente for pensar, começo dos anos 90, por exemplo – e que não tiveram talvez a oportunidade que eu tive. Eu me sinto, principalmente nesse prêmio que é muito representativo – porque ele é um prêmio pro cinema brasileiro, não é só pro filme, é categoria internacional, é um Oscar que vai estar escrito “Brasil” – nesse dever de agradecer todo mundo que abriu caminhos para um filme desses existir: críticos de cinema, programadores, artistas, cineastas, pessoas que fizeram filmes que eu pude ver, pessoas que fizeram festivais que eu pude comparecer e conhecer outras pessoas. Então, é um agradecimento meio geral ao cinema brasileiro, a quem forma o cinema brasileiro.

Alexandre Biciati é fotógrafo: www.alexandrebiciati.com.

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