O retorno da The Grindmother

por João Pedro Ramos

Não existe idade para a música… mesmo que o estilo seja o grindcore. Uma vovó canadense de 72 anos que não revela seu nome real formou a banda The Grindmother (sacaram o trocadilho?) e mostrou toda a potência gutural de seus berros no disco “The Age Of Destruction”, lançado em 2016 – a legenda no Bandcamp oficial avisa: “10 canções, 12:43 minutos de tempo”.

Tudo começou quando a vovozinha foi recrutada pelo neto para dar uns berros de apoio em uma gravação de sua banda, Corrupt Leaders. Naquele momento, a senhora percebeu que gostava de fazer aquilo e, com o apoio de seu filho, resolveu que criaria seu próprio projeto de grindcore geriátrico, algo inédito até então. E não é que os gritos assustadores da velhinha botam muita bandinha pseudo-nervosa no chinelo? As letras são bem políticas. O single “Any Cost”, é um recadinho nada sutil para o primeiro ministro do Canadá em 2016, o conservador Stephen Harper:

Além disso, ela fez um cover de “Slave New World”, do Sepultura, versão que foi elogiada pela própria banda. Ao todo, a vovó fez 28 shows pelo mundo (incluindo apresentações nos EUA, Alemanha e no Japão) mostrando que grindcore também é para a terceira idade.

Em março deste ano, The Grindmother voltou a cena chamando a atenção com um cover de “Forest”, do System of a Down, com as “participações” dos políticos Alexandria Ocasio-Cortez, Bernie Sanders e Jagmeet Singh na animação do clipe (assista abaixo), além de sacanear Glenn Danzing. Fique de olho e ouvidos atentos no Bandcamp oficial.

– João Pedro Ramos é jornalista, redator, social media, colecionador de vinis, CDs e música em geral. E é um dos responsáveis pelo podcast Troca Fitas! Ouça aqui.

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