O terceiro disco dos Titãs

Em 2012, “Você Não Soube Me Amar” completa 30 anos. O compacto que a Blitz lançou em junho daquele ano sinalizou que alguma coisa nova estava surgindo e mudando o comportamento do público brasileiro. “Você Não Soube Me Amar” é o ponto de referência para o surgimento do que veio a ser conhecido com rock nacional, ou BRock (como defendia o jornalista Arthur Dapieve).

Para festejar a data marcante (30 anos? Parece que foi ontem), o Scream & Yell começou um especial que pretende revisitar alguns álbuns importantes daquele período, discos emblemáticos que foram trilha sonora de um Brasil pós-ditadura. Primeiro foi “Nós Vamos Invadir Sua Praia”, lançado pelo Ultraje a Rigor em 1985, revisitado por Marcelo Costa. Depois “Dois”, o segundo álbum da Legião Urbana, lançado em julho de 1986, relembrado em texto de Tiago Agostini.

O terceiro álbum desta pequena epópeia de memória é “Cabeça Dinossauro”, o terceiro disco dos Titãs, em texto de Tiago Trigo. Nas próximas semanas, Carlos Eduardo Lima irá escrever de “Educação Sentimental” (1985), do Kid Abelha e os Aboboras Selvagens, Renato Beolchi contará a saga de “O Concreto Já Rachou” (1985), da Plebe Rude; e Bruno Capelas promete texto sobre “Vivendo e Não Apredendo” (1986), do Ira!, É só o começo: muitos outros discos virão.

por Tiago Trigo

“Só os idiotas não se contradizem”, repetia o polêmico e controverso jornalista Paulo Francis, morto em 1997. Pois os Titãs usaram e abusaram dessa máxima para se tornarem realmente grandes e respeitados na cena rock brasileira em 1986, com o LP “Cabeça Dinossauro”, um marco que completa 25 anos em 2011.

Após um primeiro álbum recheado de covers (“Titãs”, 1984), que mais cheirava a um catado de músicas às pressas para entrar em estúdio, a banda partiu para um pretensioso segundo álbum temático, “Televisão” (1985). Ao mesmo tempo em que a criticava – “a televisão me deixou burro, muito burro demais” – a exaltava, pois abusava dela em busca de fama, com participações em todos os programas de auditório que os chamassem.

Àquela época, com dois discos nas costas e alguns sucessos (“Sonifera Ilha”, “Marvin”, “Toda Cor”, “Insensível”, “Televisão”), o Titãs tinha muito mais aceitação na televisão do que nas rádios. O disco, eclético, tinha uma música em cada estilo, para que a passagem das faixas soasse como uma troca de canais. O resultado foi melhor que o antecessor, recebeu críticas positivas, mas foi atropelado pelo estouro de “Nós Vamos Invadir sua Praia”, do Ultraje a Rigor, e ficou longe do sucesso.

Em entrevistas, os oito integrantes adoravam se dizer bregas e faziam de tudo para se dar bem na indústria, fazendo macaquices e playbacks nos programas de Barros de Alencar, Bolinha, Chacrinha, Hebe e Raul Gil. Flertando com reggae, MPB, new wave e abusando da mistura de visuais – do andrógino a la David Bowie aos ternos coloridos do Talking Heads – os Titãs não se assumiam como uma banda de rock, causando uma estranheza que os afastava do mainstream. Nem os apresentadores bregas que os recebiam os entendiam. Em dado momento logo no início de carreira do grupo, Hebe pergunta no palco: “Que visual é este? É punk?” “Não, é ‘Sonífera Ilha’”, respondeu Sérgio Britto, sem titubear, segundos antes de a banda começar mais uma apresentação em uma emissora.

Mas os programas de auditório não eram suficientes e a banda corria sério risco de acabar. “Não agradávamos, passávamos por provocação ao público”, disse Nando Reis para o jornalista Ricardo Alexandre, em entrevista para o livro “Dias de Luta”. Por sorte, o contrato com a Warner previa mais um disco.

O punk rejeitado por Britto apareceria dois anos depois de “Sonífera Ilha” para colocar os rapazes de classe média dos Titãs no patamar das 250 mil cópias vendidas (o tão sonhado disco de platina daquela época) com “Cabeça Dinossauro”. Embora a estética punk não tenha sido tão fundamentalista (o disco vai muito além dos três ou quatro acordes rápidos para acompanhar letras raivosas), a banda caminhou para o rock direto com letras de protesto por dois motivos: entendeu que precisava ter um discurso uniforme (leia-se: menos ecletismo e macaquices de auditório) para ser entendida e, principalmente, estava com as recentes prisões de Tony Bellotto e Arnaldo Antunes entaladas na garganta.

No final de 1985, os dois integrantes do Titãs foram pegos pela polícia com heroína, mas Arnaldo Antunes (dedado por Belloto), possuía uma quantidade maior da droga sendo indiciado por tráfico. Shows foram cancelados e muitos apostaram no fim da banda. Mas o efeito foi justamente o contrário. Talvez esta tenha sido a prisão mais produtiva da história do rock: graças aos 26 dias em que Arnaldo passou encarcerado, aqueles jovens intelectuais resolveram deixar o “new brega” (rótulo criado na época) de lado para colocar toda sua fúria para fora.

O resultado do processo foi pancada (na forma de ótimas canções) para todos os lados: obviamente, na própria polícia, com “Polícia” (um legítimo hino punk rock), no Legislativo, com “Estado Violência”, na igreja (em protesto contra a censura a um filme de Jean Luc Godard), com “Igreja”. Se cantar hoje “Eu não gosto de bispo, não gosto de Cristo, eu não digo amém” já causaria um furor nacional em um país essencialmente cristão, imagine há 25 anos. Sobraram pauladas também na sociedade careta (“Família”) e capitalista (“Homem Primata”), nas instituições, como o sistema político brasileiro, que acabara de sair da ditadura militar e já não cheirava bem, com a guitarreira de “Porrada” (“nos caras que não fazem nada”) e o reggae “Dívidas” (que em tempos de inflação, dizia: “Meu salário desvalorizou, dívidas, juros, dividendos”).

Hoje pode parecer lugar comum para alguém nascido depois dos anos 90 ouvir algum refrão culminar em um “vão se foder”, mas em 1986 isso valeu censura (sim, a ditadura militar havia acabado oficialmente, mas a censura ainda não) à música “Bichos Escrotos”. Rebeldia, desde sempre o melhor sinônimo para rock de verdade. Nem as acusações de terem se apropriado de ideias de bandas lendárias da época (como Gang 90, Os Inocentes e As Mercenárias), conseguem manchar o terceiro disco dos Titãs, um marco para o rock do País. E o pior: suas letras soam atuais em 2011.

Das 13 faixas do álbum, sete foram hits incontestes em rádios: “AA UU”, “Família”, “Homem Primata”, “O Quê”, “Polícia”, “Porrada” e “Bichos Escrotos”, em versão editada, sem o palavrão. E outras, como “Estado Violência”, “Tô Cansado” e a faixa título (com instrumental adaptado do Cerimonial para afugentar os maus espíritos dos Índios do Xingu), chegaram a ganhar boas execuções. Com apenas 34 segundos e tapes tocados ao contrário, a violenta “A Face do Destruídor” foi uma das raras faixas do álbum a não frequentar o dial.

Além da prisão, claro divisor de águas na carreira titânica, o disco teve outros fatores determinantes para ter tal sonoridade e chegar longe: na época, Branco Mello frequentava bastante o underground paulistano, recheado de bandas punk e pós-punk, e teria levado as ideias de um rock mais direto ao grupo. Além disso, pela primeira vez os Titãs trabalharam com o produtor Liminha (que tinha acabado de gravar a estreia do Ultraje a Rigor e “Selvagem?”, terceiro disco dos Paralamas), a quem já haviam chamado publicamente de “pasteurizador”.

Apesar de certa animosidade entre as partes, profissionalmente a coisa funcionou. A produção – dividida entre Liminha, Victor Farias e Pena Schmidt – e o tempo em estúdio foi superior aos álbuns anteriores. Obviamente, os integrantes evoluíram como músicos e aprenderam com os erros. A sonoridade criticada pela própria banda no primeiro disco foi reflexo da pressa, da produção pouco esmerada e da própria inexperiência dos músicos em estúdio. Eles admitiram posteriormente terem ficado intimidados com os técnicos de som e produtores. Com “Cabeça”, saíram satisfeitos de um estúdio pela primeira vez.

Se antes de “Cabeça Dinossauro” os Titãs não eram entendidos nem em sua terra natal, no Rio de Janeiro o fracasso era total. O show de lançamento do álbum na capital fluminense foi presenciado por 30 testemunhas. Porém a receptividade do povo do Rio de Janeiro à banda paulistana mudou radicalmente nos primeiros meses de 87: o Teatro Carlos Gomes, na Praça Tiradentes, lotou para dois shows seguidos em uma segunda e uma terça-feira, dias 2 e 3 de fevereiro. A coisa toda estava mudando.

O sucesso fez com que mais uma temporada carioca fosse marcada, de 11 a 15 de março. Uma multidão espremida derrubou as portas principais, invadiu o teatro e arrancou mais de mil poltronas do estabelecimento, em polvorosa com a presença titânica. Semanas depois, a banda colocou 10 mil pessoas no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Era oficial. Os Titãs finalmente conseguiam chegar ao mainstream, quem diria, fazendo músicas pesadas com letras de protesto.

Apesar do pouco investimento em divulgação da gravadora (que não acreditava no apelo comercial do álbum) e da má vontade de muitas rádios em tocar o conteúdo forte do disco (mas que teve que ceder ao apelo do público), “Cabeça Dinossauro” (cuja capa e contracapa usava dois esboços do pintor italiano Leonardo Da Vinci) estava sendo assimilado pelo público no famoso boca-a-boca e mudaria a imagem da banda para sempre. E ainda hoje, 25 anos depois, é o grande disco dos Titãs. Um dos clássicos do rock nacional.

Faixas
01. “Cabeça Dinossauro”
02. “AA UU”
03. “Igreja”
04. “Polícia”
05. “Estado Violência”
06. “A Face do Destruidor”
07. “Porrada”
08. “Tô Cansado”
09. “Bichos Escrotos”
10. “Família”
11. “Homem Primata”
12. “Dívidas”
13. “O Quê”

Produção: Liminha, Pena Schmidt e Vitor Farias

Formação
Arnaldo Antunes: vocal
Branco Mello: vocal
Charles Gavin: bateria e percussão
Marcelo Fromer: guitarra
Nando Reis: baixo e vocal
Paulo Miklos: baixo (em “Igreja”) e vocal
Sérgio Britto: teclado e vocal
Tony Bellotto: guitarra

Após o sucesso de “Cabeça Dinossauro”, o Titãs voltou ao Estúdio Nas Nuvens, no Rio de Janeiro, com Liminha, para produzir seu quarto disco, “Jesus Não Tem Dentes No País dos Banguelas” (1987), que mescla um grupo de canções de temática e sonoridade próximas ao antecessor (“Mentiras”, “Desordem”, “Lugar Nenhum”, “Nome aos Bois”, “Armas Pra Lutar”) à músicas apoiadas em samplers e teclados (“Comida”, “O Inimigo”, “Diversão”, “Infelizmente”). O álbum repetiria o sucesso de “Cabeça Dinossauro” assim como “Õ Blésq Blom” (1989).

“Tudo ao Mesmo Tempo Agora”, de 1991 (produzido apenas pela banda), “Titanomaquia” (de 1993, produzido por Jack Endino e o primeiro sem Arnaldo Antunes) e “Domingo” (1995, novamente produzido por Endino) não tiveram o êxito comercial (em menor e maior grau) dos álbuns dos anos 80, mas o “Acústico MTV”, lançado em 1997, acabou se tornando o maior sucesso de vendagem da história dos Titãs. O guitarrista Marcelo Fromer viria a falecer vitima de um atropelamento em 2001, Nando Reis deixaria o grupo após o álbum “A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana” (2001) e Charles Gavin após “Sacos Plásticos” (2010).

Tiago Trigo (@ttrigo) é jornalista e integra a equipe do Podcast Scream & Yell

Especial Rock Nacional 30 anos:
– Clássicos: “Nós Vamos Invadir Sua Praia”, do Ultraje a Rigor, por Marcelo Costa (aqui)
– Clássicos: “Dois”, da Legião Urbana, por Tiago Agostini (aqui)

Leia também:
– Titãs e Primal Scream: por que a crítica os trata diferente?, por Eduardo Palandi (aqui)
– “MTV Ao Vivo”, Titãs: quem espera novidade irá aproveitar pouco, por André Azenha (aqui)
– Titãs ao vivo em Taubaté, 2002: uma instituição pop, por Leonardo Vinhas (aqui)
– Documentário “A Vida Até Parece Uma Festa”: o Titãs merecia mais, por Marcelo Costa (aqui)
– “Sacos Plásticos”: nem o fã mais ardoroso estará pronto para a decepção, por Mac (aqui)
– Top Ten Shows Nacionais: Titãs no TCC, Taubaté, 1986, por Marcelo Costa (aqui)

22 thoughts on “O terceiro disco dos Titãs

  1. Demorou mas custou, né? Brincadeirinha. To adorando a série e gostei muito desse texto recheado de momentos vídeo.

    Eu gostei dos titãs desde o primeiro momento (hoje em dia não gosto mais …mas continuo gostando dos primeiros discos). Sou carioca mas acho q me identificava mais com eles do que com a Blitz (tb gostava mas achava pouco rock).

    Duas observações:
    1. quando vc pontua que …
    “Eu não gosto de bispo, não gosto de Cristo, eu não digo amém” já causaria um furor nacional em um país essencialmente cristão, imagine há 25 anos.”
    acho q causa mais furor na juventude hoje do q na época. Houve um retrocesso grande nessa área. Naquela época, os jovens estavam mais afastados do cristianismo do que hoje. Na minha turma (que misturava ipanema, tijuca e madureira – ou seja, bem eclética), era inadmissível por exemplo pensar em casamento na igreja. Hoje, tenho impressão, todo mundo casa na igreja.

    2, vc escreve:
    “E o pior: suas letras soam atuais em 2011.”
    pior mesmo, né…a gente andou pra trás e ainda precisa protestar contra as mesmas coisa.

    P concluir, eu nunca tive o disco. Tinha uma fita k7 gravada por um amigo querido que eu ouvia o tempo todo no toca-fitas da minha Variant.
    Eu tinha acabado de me mudar para sampa e nessa época já existiam engarrafamentos. Aproveitava o trânsito parado para aterrorizar as pessoas cantando bem alto todas as músicas. Os outros motoristas achavam q eu tinha ficado maluca kkkkkkkkk, era muito divertido. Era o disco preferido da minha turma que, nessa época, misturava punk da USP (KKKKK, é verdade) e uns intelectuais de Higienopolis.

  2. Gostei bastante da matéria! “Cabeça Dinossauro” é um melhores discos de rock brasileiros, e o 1º da trilogia de obras-primas dos Titãs (completada por “Jesus não tem dentes no país dos banguelas” e “Õ Blésq Blom”). Uma das principais qualidades do Cabeça é justamente a sua coesão, dando até a impressão de ser um álbum conceitual; além disso, ele prima pela regularidade, pois praticamente todas as 13 faixas são de alto nível.
    Ouvi-o pela 1ª vez aos 7 anos. Já conhecia Titãs desde os 6 (quando comprei o cd “Domingo”), e depois do “Acústico” resolvi adquirir os álbuns anteriores da banda. Uma década e meia depois, Cabeça ainda é um dos álbuns que eu mais ouço.

  3. Eu acho que algumas letras (as menos concretistas) ainda são muito boas. Igreja, por exemplo, é ótima. Mas musicalmente – PRA MIM – os Titãs envelheceram muito mal.

    Não suporto escutar nenhum disco deles novamente, porque todos soam datados. O que não sinto com Legião Urbana, por exemplo.

    Boa parte dessa culpa deve ser da produção do Liminha.

  4. Gostei muito do comentário da Vanessa. Mas, menina, não sei se concordo que seria pior tocar Igreja hoje do que há 25 anos baseado na vontade dos jovens se casarem em igrejas.
    Até li o resultado de uma pesquisa há cerca de um mês que dizia que o número de pessoas sem religião no Brasil tinha aumentado.
    Enfim, os evangélicos fazem um estrago grande, mas acho que hoje, no geral, as pessoas têm a cabeça mais aberta pra essa questão.
    Em tempo: Desgosto de religiões, mas acredito em uma vida além dessa.
    Quanto ao disco, pra mim os Titãs começam nele. O Cabeça é mais importante, mas sempre fico em dúvida se é melhor que o Jesus Não Tem Dentes…
    Pra mim foram os melhores dos anos 80. Uma lástima a trajétoria deles depois do acústico,
    de uns anos pra cá mais parecem uma banda cover deles próprios.
    Muito bom o texto do Tiago.

    PS: Engraçado, sou o oposto do Luiz. Não suporto mais ouvir a Legião e ouço com prazer os Titás do Cabeça ao Titanomaquia.

  5. Sem dúvida o Cabeça é o mais importante, mas o melhor (melhores pq dois empatam) é o Jesus e o Tudo ao Mesmo tempo agora.

  6. Matéria bacana, mas faltou um detalhe importante: o disco ao vivo “Go back”, que aí sim transformou Marvin em sucesso e a faixa-título, que também estava no primeiro álbum. Com esse disco, a banda revisitou o passado, aproveitou para exorcizar os arranjos tenebrosos de canções antigas, dando uma “continuidade” à obra. daí sim veio O Blesq Blom.

  7. Ouço com prazer quase tudo daquela época. Legião, a trinca dos Titãs (cabeça, jesus e oblesq), paralamas, plebe, ira, inocentes etc…
    aPESAR DE achar cabeça mais importante…gosto mais do Jesus…tem coisas ali que ainda soam bem, como desordem, comida e lugar nenhum…

  8. Contrariando o Barão de Itararé, que dizia que de onde menos se espera é dali mesmo que não sai nada. Vcs viram os Titãs com o Xutos e Pontapés no Rock in Rio?
    Ótimo show!!!
    Os portugas parecem ter lembrados aos caras quem eles já foram.
    Olha o link do show completo:
    http://www.youtube.com/watch?v=voDBzwojRU8

  9. Foi bem bacana mesmo o show com as duas bandas. Os Titãs já haviam conhecido o Xutos numa turnê em Portugal e gravaram “Circo de Feras”, da banda portuguesa, no “As Dez Mais”, em versão cantada pelo Nando Reis.

  10. André, os portugas lembraram os Titãs quem eles já foram e vc, com a citação do “As dez Mais”, me lembra o que eles se tornaram. rsrsrsr

  11. Não, este disco não é o melhor do rock/pop/mpb em todos os tempos.

    “Construção” também não. Sem choro e nem vela. Não é! Falta coisas ali que se perderam.

    “Acabou Chorare”, muito menos – pô, este disco é muito chato!

    “Dois”, então, sem chance. “As Quatro Estações” é bem melhor…

    “A Divina Comédia” não convence. “Transa”, muito menos.

    “A Tábua de Esmeraldas” até poderia ser, mas não é. Se fosse, seria. Mas não é.

    “Nós Vamos Invadir A Sua Praia” também não rola. Nem o primeiro dos Mamonas…

    *

    Bem… há uma boa e má notícia nisto tudo.
    A boa é que não temos um Sgt. Peppers ou um Led IV ou qualquer coisa que os valha entre nós. Está tudo em aberto.

    E a má notícia é justamente a mesma: estamos carentes.
    Não temos um disco definitivo entre nós.
    Algo que seja tão unânime que sacudiria os ossos de Nelson Rodrigues.

    Sendo idiotamente polêmico, me arrisco a dizer que não temos ou tivemos um artista tão consistente, respeitado e ao mesmo tempo universal como Khaled.

    Talvez apenas o Caetano, que tanto zoamos e fazemos chacota…

    Taí algo para pensarmos. Numa boa. Sem pressão e pudor. Só refletir um cadinho…

    *

    Mas reafirmo: ainda não temos “O” grande disco brasileiro.

  12. Concordo com o Fabrizzio,não temos “O” , temos vários excelentes discos , mas nenhum que seja unanime e consensual.

  13. Discordo do Fabrício e do Mac, acho que temos tantos discos fantásticos na música brasileira que fica realmente impossível elevar apenas um num patamar superior. Em termos de música popular, a única comparavel à brasileira é a americana mesmo.

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