Os homens sem nome bebendo nos botequins tampouco. E até ontem o jovem escritor também não sabia, quem lhe contou foi a mulher: Fernando Sabino morreu.
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Eu e ela naquele apartamento velho e sujo, mas nosso. Morávamos no centro e me lembro quando tudo começou. Eu estava ouvindo aquela banda estranha que me chamou a atenção uma vez e desde então me fez chorar inúmeras vezes…
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Com a batida da porta, ela saiu. Eu fiquei. Gritei muda a sua ausência. Entendia, mas não me conformava. Arremessei verdades na parede. (Câmera solta, se joga sobre as fotos do casal sobre a mesa de estar).
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Os olhos tristes contemplavam a visão cotidiana do centro da cidade. Prédios que esbanjam glamour, carros barulhentos e pessoas, muitas pessoas. Fechou os olhos e chorou, prometendo a si mesmo que aquela seria a última vez.
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“Esse despertador toca todos os dias no mesmo horário, como uma máquina temporal, me traz de volta ao raiar do dia. Se ao menos pudesse sair na luz do dia sem peso na consciência, não teria de evitar qualquer lugar movimentado….”
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Numa mesa ao canto, vejo por trás de garrafas de Jake vazias e um copo semi-cheio. — Há muita fumaça por aqui senhor Johnson — levanta os olhos acuados como se os escondesse da luz.
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Esta noite, por volta das duas e quinze da manhã, fiquei parada embaixo da sua janela. Foram pelo menos três cigarros antes que eu fizesse a meia-volta e chamasse um táxi do primeiro orelhão que encontrei.
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“Todos os dias ele se deitava em sua cama e ouvia apenas os grilos e o vento batendo na velha janela de madeira do seu quarto. Fechava os olhos e imaginava as luzes que brilhavam ao longe no horizonte…”
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Às oito horas da manhã do dia em que completou dez anos, Salvador acordou e, antes mesmo de abrir os olhos, fez um pedido ao Papai do Céu: queria passar o dia a sós com Chavez e Chapolin Colorado…
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Viram-no longe, o olhar perdido, em meio à imensa rodoviária. Trazia a barba malfeita, a roupa surrada, o corpo rançoso – não por descuido, nem por escolha: só isso restara depois da viagem.
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