24 apostas da Aliança Faro para 2024

por ALIANÇA FARO

Dos diferentes pontos da América Latina que a Aliança FARO ilumina, temos uma visão privilegiada para observar as diferentes cenas musicais que nascem em cada recanto, e um olhar atento para encontrar os artistas que se destacam do ruído e oferecem propostas novas e interessantes.

Por isso, e após encerrar 2023 com os 80 discos da região listados pelos sites da Aliança, iniciamos 2024 olhando para o futuro. Apresentamos aqui uma seleção de 24 artistas – alguns emergentes, outros com lançamentos já no ar – que estão prontos para decolar. São as nossas apostas que certamente irão deslumbrar, emocionar e sacudir 2024.

A Aliança FARO é composta por Indie Hoy (Argentina), Indie Rocks (México), MagazineAM:PM (Cuba), Mondo Sonoro e Zona de Obras (Espanha), Piiila Musica  Uruguai), POTQ (Chile), Shock (Colômbia) e Scream & Yell (Brasil).

https://open.spotify.com/playlist/3UT13cPRa72AbRivKdMOZW


ARGENTINA
por Indie Hoy

Num mundo onde a música parece ser a única constante, é fácil perder-se entre o grande número de novos artistas nos álbuns que nascem todos os dias. Quanto ao que está acontecendo na Argentina, o cenário está mais vibrante do que nunca e o ano de 2024 promete dar bons frutos. Do rock alternativo ao folk fusion, a música argentina oferece uma gama de propostas que captam a própria essência da nossa cultura ampla e distorcida. Por isso, no Indie Hoy destacamos três projetos emergentes que não devem ser perdidos de vista este ano.

BUENOS VAMPIROS (Spotify / Youtube)
Pós punk e dark wave feito em Mar del Plata, Buenos Vampiros alcança um equilíbrio perfeito entre energia e melancolia. Suas guitarras distorcidas criam uma atmosfera densa e carregada de emoção. Suas letras profundas e poéticas exploram temas como solidão, morte, amor e decepção. Os ritmos dançantes, embora por vezes frenéticos, misturam-se com momentos de calma e contemplação. É um som que te prende e te transporta para um mundo onde a escuridão e a beleza se misturam inexplicavelmente. O quarteto já trabalha no terceiro álbum, previsto para 2024. O sucessor de “Destruya!” (2022) promete ser ainda mais ambicioso e incendiário, consolidando Buenos Vampiros como uma das bandas mais relevantes do underground argentino.


JUANA AGUIRRE (Spotify / Youtube)
Com sua cativante estreia solo “Claroscuro” (2021), Juana Aguirre provou ser uma força de inovação no cenário local. Seu estilo funde elementos do folk, da música experimental e da tradição latino-americana, criando uma experiência sonora rica em nuances. Sua capacidade de incorporar diversas instrumentações varia de violões a elementos eletrônicos sutis. Esta abordagem eclética permite que ela transcenda as fronteiras dos gêneros convencionais, criando um som distinto e cativante. Com uma voz calorosa e evocativa, Aguirre tece paisagens sonoras instigantes com letras sobre amor, natureza e espiritualidade. Depois de seu último single intitulado “lo_divino”, podemos esperar que Juana continue nos surpreendendo em 2024.


FIN DEL MUNDO  (Spotify / Youtube)
Ninguém pode ignorar as Fil del Mundo. Esta banda de post rock e shoegaze radicada em Buenos Aires, mas com raízes na Patagônia Argentina, cria um portal sonoro que convida a uma viagem introspectiva por paisagens etéreas e texturas hipnóticas. Com forte ênfase na instrumentação, a banda revela uma explosão de ruído e energia ao longo de uma discografia curta, mas extremamente intensa. Seu salto em popularidade nos últimos tempos e suas extensas turnês pela Europa se devem aos seus poderosos shows ao vivo, como demonstrado pela sessão ao vivo que fizeram para a KEXP, a lendária estação de rádio independente de Seattle. Gravada em setembro de 2022 como parte da iniciativa “KEXP Live from Argentina”, a sessão traz cinco músicas que resumem a essência do som da banda. Uma forma mais que ideal de entrar no universo das Fin del Mundo.


BRASIL
por Scream & Yell

Em um cenário concorridíssimo, com dezenas de singles, clipes e álbuns abarrotando a caixa de e-mails semanalmente, escolher três apostas pode tanto ser um tiro no escuro quanto uma chance desperdiçada. Por isso, a opção deste editorial é lançar luz sobre três projetos que ainda não são reconhecidos nacionalmente, mas que tem potencial para alavancar públicos maiores no Brasil (o que independente, na maioria das vezes, da qualidade artística) tanto quanto tem potencial para atravessar fronteiras e dialogar com você que está aqui nos lendo, seja em que cantinho deste planeta azul você esteja. Por isso, escolhemos esses três artistas:

JAMBU (Spotify / Youtube)
De Manaus, em meio a Floresta Amazônica, o grupo Jambu dá início a uma nova fase de sua carreira com o clipe (gravado no Rio de Janeiro) para o single “Lentamente”, lançado neste começo de 2024. O álbum de estreia deles saiu em 2023, mas nesse novo material eles surgem mais pop, suave e suingante. O guitarrista e vocalista Gabriel Mar explica o momento da banda: “A gente pensou em como reconstruir novidades em cima do rock e existe uma similaridade na guitarra com o estilo mais quente e dançante das guitarradas do Amazonas ou do Calypso, no Pará, que ajudam a construir uma atmosfera feliz e dançante ao mesmo tempo”.


LENCINHO (Spotify / Youtube)
Vitor Brauer é um nome bastante ativo na cena underground brasileira, seja à frente da Lupe de Lupe, combo esquizo-punk responsável por shows e discos memoráveis, seja como artista solo. Neste começo de 2024, porém, Vitor surpreendeu a todos com seu novo projeto com Pedro Millecco (Trash No Star) mais Bernardo Cunha, Gabriel Otero e Fábio Baltar (os três da Tom Gangue): a Lencinho, um grupo de pagode noventista! Com inspiração no samba e no pagode romântico (com indisfarçável sotaque indie, seja na produção, seja nas letras), Vitor e seus amigos pariram um disco que esbanja cinismo e honestidade, e que, se levado levemente à sério, pode ir muito mais longe do que os projetos oficiais dos envolvidos.


SOPHIA CHABLAU E UMA ENORME PERDA DE TEMPO (Spotify / Youtube)
Quarteto de São Paulo que lançou seu segundo disco no ano passado (sexto melhor disco do ano na concorrida votação do Scream & Yell), o bastante elogiado “Música do Esquecimento”, Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo ainda é uma banda de culto no Brasil: eles conseguem lotar shows na cidade arrastando um devotado fã clube, abriram o calorento segundo dia do Primavera Sound 2023 em São Paulo e estão escalados para a versão catalã do festival espanhol, mas ainda soam como um segredo compartilhado boca a boca entre apaixonados por boa música. Eles estão vivendo aquele momento em que podem virar, da noite pro dia, uma banda muito mais conhecida, e se isso acontecer, você os viu antes aqui, na Aliança Faro.


CHILE
por POTQ Magazine

Nem tão, tão novo, nem tão, tão conhecido (ainda). Estas são três propostas chilenas de artistas que queremos acompanhar de perto este ano na POTQ Magazine. Três nomes muito diferentes, mas, acreditamos, unidos por algo essencial: a sua própria identidade. Algo refrescante no meio de uma grande crise cultural: um circuito independente a que falta tudo, incluindo uma rede de espaços para poder realizar shows em boas condições tanto na capital como em todo o país, bem como o perigo latente de pensar que ao padronizarem suas propostas, eles podem obter algumas migalhas do pequeno mainstream. Quando não há nada a perder e só resta construir o que vemos destruído, a primeira pedra do novo alicerce é a fidelidade a si mesmo.

SINAKA (Spotify / Youtube)
Nesta parte do mundo somos obcecados pelo movimento reggaeton dos anos 2000, popularmente conhecido como “reguetón del viejito”. Em meio ao trap e à explosão hiperurbana do rap, Sinaka, natural da região de Valparaíso, começa a chamar a atenção após o lançamento de “Kema”, álbum de 10 faixas onde consegue fundir sonoridades que vão desde o que El General e Plan B fizeram até a cumbia argentina de ATR. Não temos dúvidas de que em 2024, Sinaka entrará no círculo dourado dos expoentes do perreo, acompanhado de uma carreira composta por outros dois discos: “W.A.N Vol. 1” e “MOJA”, do ano passado.


ISLEÑA ANTUMALEN (Spotify / Youtube)
Maconha, romance, antepassados, pachamama, tudo em mapudungún – língua mapuche ou mapudungu (literalmente, a fala da terra). Antumalen Antillanca é a mulher por trás de Isleña Antumalen, projeto ativo desde 2020 onde a rapper, poetisa e cantora consegue uma interessante mistura entre sua visão de mundo Mapuche e o rap mais atual. Se durante 2023 ela visitou espaços como o Encontro Ibero-Americano de Mulheres da Indústria Musical, o Festival Fluvial de Valdivia e a Cúpula Internacional Indígena Música no Canadá, temos certeza que em 2024 ela poderá ampliar seu público com um álbum de estreia e uma aposta tão urgente quanto fresca.


KUINA (Spotify / Youtube)
Num momento em que muitas carreiras de artistas do que antes era chamado de gênero urbano começam a se padronizar liricamente, esteticamente, na produção e na divulgação, para se enquadrarem nos espaços mainstream, Kuina entrega o que é essencial em qualquer proposta artística: personalidade própria, brincadeira e curiosidade infinita. Leonora Tonini tem 21 anos e nasceu a mais de 600 km ao sul de Santiago, em Lautaro. Em apenas alguns anos ela já lançou vários singles e dois EPs que a caracterizaram como um grande e bem guardado segredo, mas este é o ano dela para que muito mais pessoas tenham a sorte de ouvi-la, temos certeza. Em Kuina há visão, uma letrista poderosa, uma musicista curiosa e sem preconceitos com os gêneros, uma personalidade faminta não só pelo sucesso de ouvir ou ver seus cuidadosos e divertidos videoclipes. É possível perceber a fome de uma artista em formação que devora – com graça e muito carisma – tudo em seu caminho, para ser o que deseja ser, sem existir como um clone conveniente de outra pessoa. Isso só deixa você mais ansioso para ver o que ele vai nos entregar futuramente.


COLOMBIA
por Shock.co

Todos os anos na Shock produzimos um conteúdo especial com as Apostas Musicais: artistas que, acreditamos, começarão a erguer a cabeça acima dos “emergentes”. Neste 2024 selecionamos 14 nomes e a maioria deles tem estilos bem diferentes. Há reggaeton, R&B, rap, plug, glitch, techno e muitas cantoras e compositoras. Aqui você pode encontrar todos eles. Esta seleção de três é, talvez, a que melhor representa a evolução do nosso som independente.

MAYRA SÁNCHEZ  (Spotify / Youtube)
Mayra Sánchez é uma das artistas colombianas emergentes que aposta no R&B com uma sonoridade caribenha que está em seu sangue: embora tenha crescido na cidade de Cali, seus pais são cubanos e a música da ilha foi o que marcou seu estilo. Estreou em 2020 e desde então já lançou quase uma dezena de singles nos quais também toca bachata, rancor, rap e até salsa. Conheça mais de Mayra Sánchez aqui.


ANTO ≤3 (Spotify / Youtube)
A carreira de María Antonia Broderick, Anto <3, é um grato acidente. Nela convergem a aceleração do novo milênio e os fenômenos caóticos. A sua música é uma sonda, uma tentativa de compreender o caos usando o próprio caos como método. Em 2023, Anto <3 lançou “Encryptada”, um EP com quatro músicas em que trap, perreo e techno coincidem com texturas de plug, glitch e Detroit. O EP foi uma continuação de seu primeiro single, “Regañada” (2022), que definiu sua busca sonora: compassos fugazes cheios de drama, desejo e cenas de rua. Uma proposta vanguardista que corresponde à sua vida, mas a ultrapassa. Esta é a história de Anto.


GATO E’ MONTE (Spotify / Youtube)
Gato e’ Monte nasceu e cresceu em Bogotá, capital da Colômbia. Uma cidade fria, cinzenta e tumultuada, para onde convergem as cenas musicais das regiões do país e do mundo. A música com que se formou, o punk e o rock, diz, tinha conexão com outra época, outra cidade e outros contextos. Assim, investigando os sons do campo na busca por uma resposta a esse problema de identidade, Gato e’ Monte criou o seu próprio instrumento: El Chiflamero, uma bandola com corpo maior e oito cordas no total. Seu nome vem de “los chiflamicas”, como chamavam os músicos errantes e bêbados de Bogotá no século XIX. Sua música também é uma narrativa tradicional de sua vida na cidade; no negócio de frango assado da família, no estádio torcendo pelo time. Esta é a história do Gato e’ Monte.


CUBA
por Magazine AM:PM

Se alguém andar pelas ruas de Cuba hoje, se perguntará para onde foram os muitos gêneros da música popular cubana. De bar em bar, de casa em casa, de alto-falante em alto-falante, só se ouve um ritmo: o reparto, essa contribuição local aos sons urbanos latinos que consolidou seu império em 2023 e começou a se expandir para além de nossas fronteiras. Mas se você prestar bastante atenção poderá notar pequenos tumultos em certos cantos. Filha destes tempos, começa a surgir uma cena alternativa que vem de todos os lados, mas que corre o risco de definir a sua própria identidade sonora. Os três artistas cubanos que destacamos ainda estão no início de suas respectivas carreiras, mas o potencial que encontramos nas suas propostas deixa-nos muito otimistas quanto aos caminhos que esta nova cena pode traçar.

CHEZCA ZANA (Spotify / Youtube)
Imbuir o reparto com a estética confusa do punk, do shitpost e do trash fez de Chezca Zana o aluno destacado daquela massa de jovens artistas urbanos conhecidos como “o novo”. O zeitgeist sussurrou algumas coisas ao ouvido de Daniel Sánchez Carrazana e ele tomou nota. A recompensa? Uma base de fãs crescente e heterogênea; junto com a admiração de outros músicos, tanto underground quanto mais consagrados. Entretanto, para ele, o ódio e a incompreensão nada mais são do que latidos avisando de seu falecimento. Basta ver os vídeos de seus shows, as histórias de fãs cantando suas músicas ou as polêmicas que ele inspirou: agitando o ninho de vespas e se conectando com o público, e isso, sem qualquer discussão, não é algo que maioria de seus contemporâneos pode compartilhar.


EIDI (Spotify / Youtube)
EIDI é um jovem MC de Havana cuja música é movida pelo trap, pelo hip hop e que não tem medo de flertar com sonoridades mais pop. A renovação constante parece ser um dos seus sinais; A cada passo o vemos experimentar roupas diferentes, como se ainda estivesse encontrando o tom em que se sente mais confortável, ou talvez essa condição mutante seja simplesmente um efeito colateral de seus estudos de filosofia. Seu discurso multifacetado evita se concentrar em um único tema, e podemos encontrá-lo falando sobre amor próprio e também sobre existencialismo, ou sobre os desafios de fazer hip hop em um país onde o gênero historicamente se moveu entre a censura aberta e o desinteresse comercial.


CHARLY SIABA (Spotify / Youtube)
Charly Siaba é essencialmente uma voz aninhada numa guitarra. A sua formação, entre acadêmica e autodidata, valeu-lhe a habilidade como instrumentista, mas é a sua sensibilidade que o torna um cantor e compositor particularmente interessante no panorama musical cubano. Depois de vários anos afastado da Ilha, a sua estética adquiriu influências do funk, country, soul e pop; No entanto, mantém uma ligação fundamental com a música tradicional, até mesmo de herança familiar, e com o jazz fundido com ritmos afro-cubanos, sonoridade que partilha com uma geração de grandes músicos próximos, como Andy García e Gelín Hau. As suas últimas produções revelam-nos um compositor inquieto, que procura conectar-se com o seu público cada vez mais entusiasmado de forma intimista, explorando as possibilidades de comunicação em rede e apresentações em pequenos espaços. Após o anúncio dos próximos lançamentos, Charly Siaba parece nos prometer este ano a descoberta de novas e melhores sutilezas para a atual canção cubana.


ESPANHA
por Mondo Sonoro

Este ano deverá ser o ano de consolidação da carreira de vários artistas na Espanha. Escolhemos três tendo em conta que são propostas que estão naquela fase inicial esperançosa, mas, mesmo assim, têm qualidade e estrada suficientes para não serem classificadas como novas. Se conseguirão mais, mais tarde, não depende apenas deles. Não falta torcida, isso é certo.

CARLOS ARES (Spotify / Youtube)
O músico e produtor galego Carlos Ares tornou-se nossa grande aposta musical deste 2024. O seu novo e recentemente lançado álbum “Peregrino” é a combinação perfeita entre o indie folk mais expansivo com o mais intimista pop de autor contemporâneo. Uma dualidade que, além disso, ele sabe explorar como ninguém ao vivo, onde é acompanhado por uma banda de até seis músicos coadjuvantes que dão à sua sonoridade uma vitalidade ideal para as longas noites do festival de verão que nos esperam em poucos meses.


LIA KALI (Spotify / Youtube)
A artista catalã deixou um excelente gosto na boca com a publicação do seu álbum de estreia em março do ano passado, mas os dois últimos lançamentos sugerem que o melhor ainda está por vir. Basta ouvir “Sabe a Pureza”. A música surgiu na Noruega pelas mãos de seu produtor granadino de confiança, Toni Anzis, com quem já trabalhou diversas vezes. Além disso, em 2024 inicia uma turnê com mais de cinquenta datas em ambos os lados do Atlântico, percruso que começará no Lollapalooza Argentina e terminará com um WiZink Center completo em Madrid.


BESMAYA (Spotify / Youtube)
Besmaya é uma dupla madrilenha formada por Javier Echávarri e Javier Ojanguren que até hoje contam com um bom punhado de singles interessantes e um EP autointitulado que os colocou no centro das atenções do Mondo Sonoro. Descrevem o seu estilo como pop descontraído e a verdade é que aliam frescor e autoconfiança em partes iguais, numa proposta efervescente que ainda dará muito mais que falar. Seu recente single ao lado dos Sidonie atesta isso.


MÉXICO
por Indie Rocks!

Em nossa seção chamada Buenas Novas apresentamos há vários anos todas as novas apostas, internacionais e nacionais. Sempre nos deu um grande prazer compartilhar essas brilhantes descobertas independentes que mostraram qualidade em pouco tempo, dentro dos gêneros que publicamos como rock com seus derivados, eletrônico, trap, folk e todas as fusões que nos últimos anos diferentes artistas criaram ou retiraram do passado, dando-lhes uma nova personalidade e gerando surpresas. Para 2024, nossas primeiras apostas são:

LOS PERDEDORES (Spotify / Youtube)
De Xalapa, Veracruz, nos chega o punk e post-rock com a estreia de ¿A eso le llamas ROCK?. Um material que conseguiu vir à tona no último ano de 2023, após 14 anos de história como projeto e que, sob a bandeira DIY, foi produzido inteiramente pela banda e Joaquín Pedraza. Seus singles têm força, liberdade, boas vibrações e já queremos vê-los por todo o México e claro, pelo mundo, se apresentando.


JUANPALITOSCHINOS (Spotify / Youtube)
No curto espaço de tempo desde a criação da banda, a dupla capital formada por Friné Alejo e Joan Page, rapidamente se posicionou no coração de vários ouvintes com seus singles city-pop japoneses dos anos 1980 com um toque de indie latino-americano. Em diversas apresentações em diferentes cidades do México, o carisma e o brilho de Juanpalitoschinos se refletiram no cuidado de cada detalhe em suas estreias e vídeos. Fique ligado, pois a banda promete que este ano sairá seu álbum de estreia.


MIRROR REVELATIONS (Spotify / Youtube)
Com um revelador álbum de estreia (lançado no ano passado), a banda mexicana de psych krautrock fundada por Alambrera Castillo e Gabriela Alcalá chega este ano para colher os frutos desse sólido LP. O seu som incorpora ritmos motorik, graves contínuos e minimalistas e percussão que, sem pensar, levam-no imediatamente numa viagem mental e sensorial. Hoje Samuel Osorio e Ángel Arias se apresentam com o grupo para completar seus shows ao vivo. E vê-los ao vivo será uma experiência fascinante.


URUGUAI
por PiiiLA

Como tem acontecido em vários lugares do globo – e observamos isso especialmente em nossa cobertura ibero-americana – no Uruguai o rock voltou a chutar a porta e se fez ouvir até conquistar espaços emergentes, enchendo-os de distorção e pogo. Para 2024, a aposta de Montevidéu está aí mesmo: no underground e nos movimentos independentes. E nós o representamos com três artistas que preparam material novo e promissor para continuar lançando este ano.

FLOR SAKEO (Spotify / Youtube)
Flor Sakeo já não é mais segredo do underground de Montevidéu. Em 2023 foi coroada uma das artistas emergentes do ano pela força de seus excelentes shows, percorrendo incansavelmente os palcos da cidade todos os finais de semana, até coroar dezembro com a abertura para Trotsky Vengarán. O EP de estreia “Alba” foi um dos melhores álbuns e uma das mais agradáveis surpresas do ano passado. Com cinco faixas que passeiam entre o stoner e os riffs do rock clássico e pesado, Flor canta sobre viagens introspectivas, as forças da natureza e cidades em colapso. E no ritmo que teve, promete não parar este ano: planeja lançar seu próximo single em maio.


OBELISCO (Spotify / Youtube)
Obelisco é um power trio de hardcore punk com forte influência melódica e melancólica do rock alternativo, que se consolidou como uma das propostas mais enérgicas e convincentes do underground de Montevidéu. A partir de 2019, eles capturaram suas músicas e suas diferentes formações em dois EPs e um álbum, com canções progressivas que podem durar até seis minutos, letras carregadas por um grito catártico e momentos de tranquilidade arpejada. Este ano, apostando na variedade sonora e trabalhando com Martín Solana (Hablan Por La Espalda) como produtor, preparam um novo álbum que pretendem lançar provisoriamente em maio.


SAMUEL ACOSTA (Spotify / Youtube)
Originário de Maracay, Venezuela, Samuel Acosta começou a compor canções em seu quarto no Uruguai, embutindo-as de suas observações e experiências (como sofrer as inclemências de um clima instável, como canta na canção “Febrero”), e de uma sensibilidade melancólica que nos caracteriza muito montevideanos; tanto que em sua biografia ele se define como “criollo indie”. Em 2022 lançou seu primeiro álbum intitulado “Domingo”, parte de um renascimento do rock alternativo do início dos anos 1990 com melodia e voz bem à frente. Continuou fortalecendo essa sonoridade até chegar a “NO FALTA MUCHO PARA QUE PASE”, primeiro single de seu próximo trabalho que está gravando com sua banda Los Colets, e que espera lançar em meados deste ano.

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