Cinco perguntas: Beto Só e Fábio Góes

por Marcelo Costa

2011 parece o ano que não quer acabar (falta pouco), mas tanto Scream & Yell quanto Urbanaque tem muito a comemorar: além de manter os sites atualizados com doses preciosas de culturapop, gastronômica e cervejeira, os dois portais fecham o ano com a quarta edição da Festa Scream & Yell e Urbanaque, que já teve Superguidis, Pélico, Medialunas, Eletrofan e Tusq.

No sábado, 17/12, Beto Só e Fábio Góes sobem ao palco do Beco 203 SP para apresentar as canções de seus novos discos numa noite que promete ser bastante intensa, introspectiva e passional – como diria aquele apresentador que todos amam odiar, “prepare o seu coração”.

Beto Só é de Brasília e está lançando seu terceiro álbum, “Ferro Velho de Boas Intenções” e promete um show balizado por um repertório de canções emocionais, que vão do amor ao desespero. Fábio Góes é de São Paulo e vem sendo celebrado como um talentoso artesão pop desde o lançamento do elogiado “Sol no Escuro”, em 2007, álbum que chegou a frequentar várias listas de melhores do ano. Agora é a vez do segundo álbum, “O Destino Vestido de Noiva”.

A noite ainda terá discotecagens comandadas pelas equipes do Scream & Yell, Urbanaque e os Djs @Chicocabron e @Tatu43 mandando o melhor do Rock e Pop gaúcho. Para começar a entrar no clima do show, enviamos cinco perguntas para Beto Só e Fábio Góes. Confira abaixo as respostas do Beto. Na quarta publicaremos o papo rápido com Fábio. E nos vemos todos no sábado.

CINCO PERGUNTAS PARA FÁBIO GÓES

Dois discos em cinco anos: o que Fábio Góes aprendeu com a música neste tempo?
Aprendi a acreditar mais na minha intuição. Mas tenho muito o que ralar ainda.

Por que a escolha de “O Destino Vestido de Noiva” como nome do novo álbum?
Essa frase me pareceu pertinente, num momento em que eu sabia que o disco viria junto com uma grande mudança na minha vida. Acho que tem uma positividade na coisa de tratar o destino como uma “noiva”.. como se estivesse o elegendo para me amar e portanto me tratar bem!

Qual e como foi o melhor show que você fez?
Difícil… Anos atrás, fizemos um show em Curitiba que foi muito da pesada. O lugar era pequeno, e a galera cantava todas as músicas. Esse marcou a banda bastante. Mas recentemente abrimos os shows do Frejat no Citibank Hall, e também foi bem legal, uma casa grande e lotada, onde fomos muito bem recebidos tanto pelo público quanto pelo Frejat e sua banda.

Como você vê o cenário independente e a música brasileira (como um todo) em 2011?
Esse foi um ano de muitos discos bons. Acho que o momento agora seria de ver essa produção de música tão legal, de tanto frescor, se ver refletida no rádio. O rádio é a ultima grande fronteira. Uma mídia que, salvo um ou outro caso, ainda vive nos moldes daquele modelo de indústria fonográfica pautando a programação com grana, com o jabá. Acho o seguinte: se as rádios não querem abrir mão dessa teta, que pelo menos flexibilizem a grade assimilando uma produção cultural um pouco mais plural que só a da imposta pela grana. Porque a hora que a mídia “rádio” vencer a barreira do “dial”, ou seja, quando tivermos as web rádios rolando no carro, essa caretice vai cobrar um preço caro. E a teta desses caras vai secar.

Como você prepara o repertório do show? O que podemos esperar para a festa?
A gente vai fazer um show com coisas dos dois discos, alguns arranjos estendidos, estamos tocando “Pictures” assim, bem viagem, porque é uma música minha que não esta e nenhum disco mas que tem gente que conhece pela propaganda em que ela esteve. Mas acho que a grande novidade pra festa é que o guitarrista que fará o show será o André Faria, o cara responsável pelo projeto “Faria & Mori”, do qual eu faço parte da banda. Ele fez um grande disco de rock, e trata-se de um grande músico. Vamos tocar uma música dele, chamada “Cães”, e estou louco pra ver como será tê-lo como guitarrista na nossa banda.

CINCO PERGUNTAS PARA BETO SÓ

Três discos em seis anos: o que Beto Só aprendeu com a música neste tempo?
Foram várias lições, mas talvez a principal tenha sido perceber, mais claramente do que nunca, que eu realmente gosto de fazer músicas e apresentá-las, independentemente de reconhecimento ou sucesso. Hoje, não tenho mais expectativa de me tornar um cara megafamoso por causa da música, mas não penso em parar de lançar novos discos e falar para quem estiver disposto a ouvir.

Por que a escolha de “Ferro Velho de Boas Intenções” como nome do novo álbum?
Meus discos falam muito sobre o momento que estou vivendo quando os gravo. E esse é uma espécie de análise radical das pequenas coisas que me incomodam apesar de, no geral, eu estar me sentindo bem. Como se, depois de algum tempo caminhando, eu finalmente prestasse atenção nas pedrinhas que eu mesmo fui colocando no sapato. A música que abre o disco tem esse verso, “Sou um ferro-velho de boas intenções”, e fala das maiores pedras que carrego. A dificuldade de dizer não, o medo de não fazer bem as coisas e daí preferir não realizá-las… Não consegui pensar em um nome melhor pra esse disco.

Qual e como foi o melhor show que você fez?
Eu tenho gostado muito dos shows desse disco. Já tive shows em que a plateia reagiu de forma mais entusiasmada, mas nunca estive tão satisfeito com os arranjos das canções como agora, inclusive das músicas mais antigas que tocamos no show atual. E devo isso especialmente aos músicos que estão me acompanhando: Ju (guitarra), Ataide Mattos (violoncelo), Tharsis Campos (baixo) e Fábio Pereira e Txotxa (o primeiro nos shows e o segundo na gravação do disco).

Como você vê o cenário independente e a música brasileira (como um todo) em 2011?
O difícil é ouvir tudo, porque tem muita coisa sendo feita. Acho que agora finalmente chegamos naquele ponto em que a produção é imensa e cheia de coisas legais para ouvir. Fico surpreso de merecer alguma atenção com tantos lançamentos. Pode ser difícil para quem quer ser um mega-star que ganhe muito dinheiro e atraia multidões, mas é muito bom pra você mostrar sua música pra um público menor, mas interessado.

Como você prepara o repertório do show? O que podemos esperar para a festa?
Como não sou um artista muito conhecido, sempre encaro um disco novo como uma oportunidade de alcançar mais pessoas, gente que ainda não ouviu nenhuma música minha. Então, aproveito os shows pra mostrar o repertório que construí ao longo desses anos e incluo muitas músicas dos dois primeiros discos também. Assim, quem for à festa vai ouvir músicas do disco novo e outras mais antigas, como “Isadora”, “Meus Olhos”, “O Tempo Contra Nós”, “Meu Velho Escort”, em novos arranjos.

Serviço
Scream & Yell e Urbanaque apresentam Beto Só e Fábio Góes
Dia 17/12/2011 (sábado)
Discotecagem especial: Scream&Yell, Urbanaque, @chicocabron e @tatu43
Local: Beco 203 – 23h
R$30 na porta e R$20 com nome na list

Coloque o poster no seu blog, divulgue, apareça! Será uma bela noite

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