texto de Leonardo Tissot

A banda britânica Squid é uma das novidades apresentadas pelo C6 Fest na sua versão 2024. O grupo foi (bem) escalado no domingo, 19 de maio, quando tocará antes das apresentações de veteranos indies como Cat Power e Pavement (num palco que ainda terá Jair Naves e Noah Cyrus).

O quinteto mescla guitarras (ora angulosas e barulhentas, ora suaves e oníricas) e sintetizadores. Escreve letras que vão de lamentos millenials a respeito da economia global a temas mais abstratos. Passam, inclusive, por reflexões sobre o caos climático que vivemos.

É um fato: o Squid oferece um pouquinho de tudo para todos os gostos, mas não cai na armadilha de ser uma banda “eclética” — o que geralmente esconde um problema que afeta muitos artistas, a falta de personalidade.

Então, o que esperar do Squid em sua estreia em terras brasileiras? Veja cinco curiosidades sobre a banda, que inclusive já foi conferida de perto pelo Scream & Yell em 2022.

01 — Quem?
O Squid é um quinteto que começou a tocar junto em Brighton, mas que hoje tem sua base em Bristol, na Inglaterra. A banda é formada pelo baterista e vocalista Ollie Judge, pelos guitarristas Louis Borlase e Anton Pearson, pelo baixista Laurie Nankivell e pelo tecladista Arthur Leadbetter. Desde o início da carreira, em 2016, o grupo vem fazendo currículo com uma porção de lançamentos. Entre singles e EPs, são duas dezenas de discos disponibilizados até aqui. Somam-se à discografia da banda dois álbuns completos: “Bright Green Field” (2021) e “O Monolith” (2023).

02 — Produtor de renome
Os singles e álbuns da banda foram gravados por Dan Carey, produtor britânico responsável por alguns dos mais importantes lançamentos do rock nos últimos anos: o álbum de estreia das Wet Leg e também discos do Fontaines D.C., Foals, Black Midi e Bat for Lashes. Ele também já trabalhou (na mixagem, composição ou remixagem) com pesos pesados como Hot Chip, Franz Ferdinand, Lily Allen, Kylie Minogue e Fatboy Slim, além do Cansei de Ser Sexy.

03 — Crítica social foda
Mais do que talento para música, a banda também demonstra ter consciência social. Durante a pandemia de Covid-19, o Squid lançou dois singles cujos lucros foram destinados para o East Bristol Food Bank, entidade que oferece suporte (por meio da distribuição de alimentos) para pessoas em condição de vulnerabilidade social na cidade britânica. As canções que integram o lançamento são duas covers: “Pigs (In There)”, de Robert Wyatt, e “Clapping Music”, de Steve Reich.

04 — New Wave of British Heavy Metal Indie Rock
O Squid faz parte de uma nova leva de bandas britânicas que já foi parte do lineup do C6 Fest anteriormente. O Black Country, New Road fez um dos shows mais elogiados do festival em 2023. O Black Midi (que integrou a programação do Primavera Sound São Paulo, também no ano passado) e o Porridge Radio (ainda inédito por aqui) são outros grupos que fizeram fama no circuito de shows do sul de Londres na última década.

05 — Bons de palco
O quinteto tem fama de ser bom de palco. Scream & Yell já acompanhou um show da banda em Portugal, há dois anos. Bruno Capelas escreveu assim: “A receita é conhecida, mas é boa: cinco moleques cheios de energia, alternando bases pós-punk com poderosas viagens instrumentais, com direito a solos de trompete e bonitas guitarras ruidosas. Destaque para o baterista/vocalista Ollie Judge, um irmão gêmeo de Ed Sheeran e do Júlio do ‘Cocoricó’, que animou os presentes — e mostrou porque a banda merece demais ser vista de perto”. Eles também mandaram bem quando visitaram os estúdios da KEXP…

Agora, chegou a chance do público brasileiro ver isso tudo ao vivo. Uma boa pedida dentro da programação do C6 Fest, enquanto aguarda Malkmus e companhia.

O C6 Fest acontece no Parque Ibirapuera, em São Paulo, nos dias 17, 18 e 19 de maio. Conheça a programação completa dividida por dias aqui. Os ingressos estão à venda aqui.

– Leonardo Tissot (www.leonardotissot.com) é jornalista e produtor de conteúdo. Leia outros textos de Leonardo!.