Cinema: Absolutamente desprezível, “A Baleia”, de Darren Aronofsky, é um exercício de desrespeito e falta de sensibilidade

texto de Renan Guerra

Darren Aronofksy nunca foi um diretor sutil, seus filmes sempre se aventuraram em caminhos sinuosos e tensos, vide a derrocada gráfica dos usuários de drogas em “Réquiem Para um Sonho” (2000) ou a construção tensa da loucura em “Cisne Negro” (2010), porém, em “A Baleia” (2023), seu novo lançamento, a sensação é que esse exagero gráfico e textual não parece nos levar a nada. A falta de sutileza grita aos olhos. O exemplo mais claro está na cena inicial, que traz Brendan Fraser usando “fat suit” em uma cena que demonstra o que seria um homem gordo tentando masturbar-se ao ver um filme pornô gay, seu coração parece que vai falhar e ele acaba sendo salvo por um garoto religioso que bate à sua porta (ao estilo dos mórmons) para querer dar mensagens de salvação. Essa primeira cena dá o tom do filme.

Em “A Baleia” acompanhamos uma semana na vida de Charlie (Brendan Fraser), um professor de inglês com obesidade mórbida que vive trancado dentro de seu apartamento, apenas contando com a ajuda de sua amiga Liz (Hong Chau) e dos entregadores de delivery que batem à sua porta. Nessa semana que parece ser a sua última – já que ele se nega a ir para o hospital – há um retorno do personagem ao seu passado, revisitando dores e reencontrando uma filha que há tempos ele não via, Ellie (Sadie Sink). Além disso, inclui-se nesse pacote as visitas do indesejado Thomas (Ty Simpkins), o tal religioso que vira e mexe acaba retornando ao lar de Charlie. Baseado em uma peça de teatro, o longa de Aronofsky se passa inteiro dentro do apartamento de Charlie e o que vemos durante quase duas horas de filme é um inacabável tour de force entre personagens que basicamente se machucam e se maltratam entre si.

A espinha dorsal do filme está na complexidade dos personagens que estão na tela: eles foram embrutecidos pela vida, se tornam ríspidos e reativos frente as suas dores e perdas. Com o desenrolar da narrativa descobrimos aos poucos cada ferida que foi aberta e isso poderia auxiliar o espectador a se envolver mais e compreender as tensões que envolvem essas pessoas que vemos em cena. De todo modo, como falamos lá no início, Aronofksy não sabe ser sutil e sua mão pesada, que poderia ser um trunfo aqui, acaba sendo a coisa mais incômoda de “A Baleia”: há uma insensibilidade total, a sensação geral é de que o filme se constrói para desumanizar esses personagens a cada nova cena e se, em algum momento, você pensa em se afeiçoar pelas incongruências deles, a narrativa parece querer de novo e de novo desumanizá-los.

E essa desumanização tem seu caráter mais incômodo na figura de Charlie. Brendan Fraser engordou um bocado para o personagem, mas grande parte de sua construção física é feita de uma prótese de cerca de 130kg. O uso de fat suit – essa caracterização de efeito especial – para representar o corpo gordo é algo bastante controverso há alguns anos e seu uso por si só já poderia ser uma questão. De todo modo, o fato é que a forma como “A Baleia” filma esse corpo gordo caminhando, comendo e existindo é da maneira mais animalesca e desumanizada possível, reforçando certas construções bem problemáticas, de um jeito que é feito basicamente pelo choque estético e visual – aquela sanha de dizer “olha como eu sou visceral”. Para além disso, em todas as vezes em que o filme toca em tópicos delicados, é tudo feito de forma rasteira: suicídio, saúde mental e sexualidade são tratados de maneira porca no filme.

Há defensores do filme dizendo que o “politicamente correto vai querer desmerecer o trabalho de Darren” e todos esses discursos velhos, mas o fato é: estamos em 2023, existem certos temas que todo mundo já sabe que precisam do mínimo de tato para se tratar, questões que precisam basicamente de bom senso de qualquer diretor e tudo isso que já estamos carecas de saber. E aí pode-se dizer “é um filme, não precisa ser correto, não é uma aula, não tem que nos ensinar nada”, mas o grande fato é: “A Baleia” enquanto obra cinematográfica, para além de suas questões nevrálgicas, é um filme ruim. A história é capenga, os dramas desenvolvidos são resolvidos de maneiras bobas e as complexidades desses personagens são diluídas por uma narrativa que está mais interessada nessa tentativa de causar incômodo no espectador. E nisso Darren é extremamente bem-sucedido: é um filme tão incômodo que você tem vontade de simplesmente abandonar o cinema para nunca mais ter que ver esses personagens.

“A Baleia” foi indicado a três Oscars: melhor ator para Brendan, melhor atriz coadjuvante para Hong Chau e o de melhor maquiagem e penteados. A questão da maquiagem e dos efeitos, como já salientado, é problemática. Quanto aos atores, sim, Brendan e Hong são as coisas mais dignas desse filme, é a partir da forma com que eles entregam o texto que temos esse vislumbre da humanidade e sinceridade das dores que esses personagens carregam. Mesmo assim, os dois estão emaranhados nessas situações que fazem de “A Baleia” um filme extremamente desprezível. Sua premissa inicial poderia nos levar a inúmeras possibilidades narrativas para olhar para o perdão, a compreensão, o reviver de dores e amarguras e a simples compreensão de que pessoas são problemáticas e fazem mal umas às outras mesmo sem intenção, porém no final das contas o que temos é um filme exagerado, cheio de amarguras e que padece da total falta de humanidade. Assista pela sua conta em risco.

OS FILMES DO OSCAR 2023

– Renan Guerra é jornalista e escreve para o Scream & Yell desde 2014. Faz parte do Podcast Vamos Falar Sobre Música e colabora com o Monkeybuzz e a Revista Balaclava

Oscar 2023:
Desavergonhadamente engraçado, “Os Banshees de Inisherin” merece ser visto no cinema
“Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” mistura humor pastelão, filosofia e multiversos
Cate Blanchett surge esplendorosa em “Tár”, filme que mostra que a música é belíssima, já os musicistas…
Ainda que desequilibrado e exagerado, “Triângulo da Tristeza” é um grande filme que merece atenção
“Top Gun – Maverick” soa cafona, mas funciona e engrandece a importância da experiência na sala de cinema
Desprezível, “A Baleia”, de Darren Aronofsky, é um exercício de desrespeito e falta de sensibilidade
Apesar do lodo existencial e da alegórica recriação de homens podres, “Blonde” tem Ana de Armas
“Gato de Botas 2: O Último Pedido” é divertido, poético e dá um show em passagens de lutas em câmera lenta
“Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades” flagra Iñarritu numa história perfeita em suas imperfeições
Apesar de chapa branca, “Elvis”, cinebiografia espalhafatosa de Baz Luhrmann, é homenagem plena
Formulaico e óbvio, “Os Fabelmans” é muito pouco para um realizador do nível de Steven Spielberg
“Aftersun” é um belo e doloroso filme sobre memórias familiares
Em “The Batman”, o diretor Matt Reeves aposta no menos é mais
“Pantera Negra: Wakanda para Sempre” é um filme sobre Chadwick Boseman e a falta que o ator faz
– “Glass Onion” é divertido e esquecível, aquele tipo de piada esquecível que dura 2 horas e 19 minutos
“Argentina, 1985” é muito mais um bom filme sobre uma grande história do que um bom filme
“Close” é um poderoso filme sobre amizade – e sobre como o patriarcado destrói coisas belas

56 thoughts on “Cinema: Absolutamente desprezível, “A Baleia”, de Darren Aronofsky, é um exercício de desrespeito e falta de sensibilidade

    1. O filme é ótimo, maravilhoso! Não estou nem perto (ainda… ainda?) do nível de degradação do personagem Charlie (aplausos com os olhos marejados ao magnífico Brendan Fraser), mas viver (ou deixar de viver) a vida como ele faz, a autodestruição lenta e gradativa, as compulsões, o medo de outras pessoas, a sexualidade, a religião, o luto insuperável, as máscaras, a culpa, a fuga, a auto-sabotagem lenta, progressiva e corrosiva, o pânico de buscar ajuda e acabar falido e até pior do que antes, o abandono e a solidão, a intenção de deixar um legado, e todos os etc. abordados no filme, só entende quem passa. A história é perfeitamente plausível e acontece todos os dias milhões de vezes em todo o mundo… Só não vê quem não quer. E ninguém quer mesmo. Nem ver, nem ser visto! “Me fez pensar sobre a minha vida”…pode ser uma frase repetida à exaustão no filme…mas, de fato, assistir essa obra prima sobre o horror visceral que pode ser a realidade de muito mais pessoas do que julga a vã filosofia do crítico Ricardo Oliveira, também me fez pensar sobre a minha. E que ainda tenho a possibilidade de reverter o meu quadro para não chegar ao ponto de não retorno que o personagem Charlie se deixou chegar. Filme necessário, exatamente assim, sem passar pano! Entendedores entenderão.

      1. Infelizmente eu te compreendo, também não cheguei no triste nível de charlie mais estou me policiando pra jamais chegar.

      2. Que relato tocante. Espero, de verdade, que vc fique bem. O filme me perturbou tbm, o achei sensível e mto tocante.

      3. PARABÉNS PELA TUA ANÁLISE. ESSA É A REALIDADE DE MILHARES DE PESSOAS MUNDO AFORA. ESSE CRÍTICO VIVE EM OUTRO MUNDO.

      4. Compreendo e concordo 100% com vc!!! É uma luta diária, vc com vc mesmo. Vence aquele q vc faz mais. O mimimi nessa crítica totalmente alienada a realidade, me faz pensar se ele é um magro que não tem noção do q é ser, viver, sentir-se um obeso ou se é um obeso q não admite a realidade e finge q tá tudo certo com sua vida e péssimos hábitos e quer enfiar goela abaixo q isso seria bom e normal. Nos 2 casos indico ao cidadão, uma vida saudável, que definitavemnte é muito mais feliz, com qualidade de vida e não estaria escrevendo tanta besteira na Internet!

    2. Imagine desprezível e desumanizadi.Não.Não.Não.
      O filme é sensível e excepcional como todos deste diretor.
      Mas não é qualquer pessoa que entende.
      Infelizmente.
      O personagem é complexo e possui uma riquíssima beleza interior.Mas só quem tem olhos conseguirá ver.

      1. Fato. “Críticas” como essa deixam claro que há algo muito estranho acontecendo nos bastidores, principalmente das artes.
        Personagens tendo origem e sexualidade mudados, homens sendo relegados a meros paspalhos coadjuvantes, etc.
        Por outro lado, filmes que mostram questões sensíveis sem romantização ou filmes de “macho hetero tóxico”, por melhores que sejam, são duramente atacados.

        1. Acho que os personagens estão se tornando mais complexos, multifacetados, mais próximos da realidade. A figura do herói e vilão enfim estão ficando restritos aos filmes de super herói, são conceitos infantis. Ok, concordo que o tal empoderamento de determinados grupos às vezes é artificial. O macho hétero é atacado por ser representado pelos Arnolds e Silvesters, atores boçais. Seu comentário reflete algo maior: o papel do Homem está sendo questionado, e somos cobrados para sermos viris e sensíveis ao mesmo tempo. É difícil…

      2. Sempre que algum crítico fala mal de um filme, eu corro pra vê-lo, e depois do seu relato fiquei com mais vontade ainda. Grato.

    3. O wannabe crítico acaba falando mais de si do que do filme. Tipo do cara que eu não conversaria nem 5 minutos. Ele queria um obeso mórbido agindo com graça e desenvoltura, dançando balé? Que performance do Brendan. Que papelão desse cara….

    4. Discordo totalmente com a análise feita do filme por esse crítico. É uma obra prima que retrata magnificamente, para além do politicamente isso ou aquilo, a crueza, a dor e o desamparo do humano.
      Merecedor do mais alto prêmio. Um espetáculo a construção angustiante a construção da trama, da narrativa e dos personagens!!!!! Muito infeliz a crítica.

  1. Defende o politicamente correto usando uma frase politicamente incorreta: “carecas de saber”. Poderíamos, portanto, inferir qual o problema do comentarista com os “desprovidos de cabelo”?

  2. Filme é muito bom. Retrata a verdade sobre a vida. É uma crítica as pessoas de Hollywood em relação ao ator que foi desprezado pelo cinema e as pessoas desse mercado.

  3. E quem aqui não tem “amarguras”?Que atire a primeira pedra.As “amarguras”fazem parte de tantaaaaaas famílias.Diria 80% da terra como é do ser humano.Família perfeita só em propaganda de margarina.O filme é lindo.Cheio de perdão e arrependimentos.Mostra bem como um fato pode causar um efeito dominó.
    E a pobreza do corpo físico diante do espírito.
    Como já disse.
    Definitivamente é um filme para poucos.
    De desumano e insensível NADA.

  4. Como os termos “humanizar” e “sensibilizar” são gastos de forma aleatória. O autor do texto tem sua ideia desses termos e acha que devemos aceitar o mundo como ele quer enxergar. Acabei de perder um parente por obesidade e a semelhança é tanta com do filme, eu só vejo que o Bambuluá que as pessoas criam na cabeça, jamais existiuas insistem em cuspir aqui a idiea platônica e esperar aplausos pela fantasia que recusa a realidade

  5. A crítica é sobre o filme ou é uma leitura da Thais Carla sobre o trabalho magnífico do Darren?

    Senti-me profundamente envergonhado de ver que o autor perdeu mais tempo comentando sobre, autodenominada, “questões problemáticas” do que o próprio filme em si.

    Sobre o filme, ele se limita, de maneira porca, a dizer que deu uma rasteira sobre os temas (que são trabalhados desde o início), sem se preocupar em se aprofundar ou explicar de onde vem essa opinião dele.

    Fato é que parte importante do seu trabalho é dar sua opinião sobre o filme, mas dedicar todo o texto sobre a questão da, sic, gorfodobia me parece mais uma militância vazia. Tudo o que pensa sobre o tema poderia ter se encaixado em um parágrafo e na conclusão, deixando espaço para falar sobre o filme, mas fez o contrário.

    O autor chama o Darren de insensível, com razão ou não, sendo o próprio insensato com os seus leitores e que tiveram a delicadeza de lhes dar atenção.

  6. Meu Deus, que fase o ser humano chegou.
    Até acho que o filme poderia ser melhor em alguns aspectos, porém, essa crítica foi feita em cima dos pontos fortes do filme, justamente por ser “politicamente incorreto”, por não romantizar questões como sexualidade, obesidade, culpa, abandono, depressão, etc, ou seja, o filme tentou (com sucesso) ser realista.
    Na boa, vc não ganha a vida fazendo crítica de filmes não, né?

  7. Porque em 2023 precisa-se de tato para tratar obesidade, homossexualidade, fanatismo religioso e suicídio? A vida é dura, meu querido, e a verdade machuca. Veja novamente e tenha mais empatia para você perceber o que se passa em tela.

  8. Darren Aronofsky não é pra ser assistido, e sim para sentir. Sem essa regra básica, não dá para fazer uma análise sobre seu filme, se não, veremos mais críticas infelizes e pobres como essa, uma pena.

  9. Crítica blasé de alguém frustrado com o sucesso dos outros, pois provavelmente não tem sucesso no que faz. Pode até não gostar do filme e isso eu acho normal, mas taxar de desprezível. Ah, vai criar teu próprio bom filme, raivozinho!

  10. Adoro ler comentários contundentes. A crítica aqui entregue, mostra, um lado do filme que poucos enxergaram. Parabéns pelo texto.

  11. Esta crítica está beirando ao pessoal e pouca técnica ela traz. Quem a escreveu ou não entendeu o filme ou escreve baseado no politicamente correto para evitar futuras críticas e cancelamentos que poderia receber caso usasse mal um termo, podendo ser mal interpretado pelos militantes de plantão.

  12. O que está sendo visto aqui nos comentários é um crítico que acertou no ponto em sua observação e que, por isso, incomodou o fã clube. Parabéns pelo olhar discordante, Renan, e por ter coragem de se manifestar num mundo em que todo mundo quer apenas pessoas que concordem com ela.

  13. “Aronofsky, desrespeito e falta de sensibilidade” é tudo sinônimo. Diretorzinho mediocre que surfa na polêmica. “A Baleia” é quase um nada, um filme de roteiro tão fraco que “Avatar” e “Top Gun”, dois filmes que só se sustentam pela grife, foram indicados na categoria de Melhor Filme do Oscar, e “A Baleia” só ficou com categorias de atuação, que como bem escreveu o crítico, foram merecidas, porque é possível para qualquer bom ator mostrar uma grande atuação mesmo que o filme seja uma bomba, como “A Baleia”.

  14. Se o crítico assistisse a um episódio da série do super obesos tratados pelo
    ” Dr. Now” ele entenderia o filme. Pode ter sim alguma cena em excesso, como a inicial do ato. O filme é ótimo!

  15. Ainda não assisti o filme mas como tenho espírito de porco e sigo aquele lema se todos concordam em elogia-lo fico com um pé atrás e sou do contra!!!!, pois toda unanimidade e burra !!!

  16. Um dos melhores filmes que eu já vi. A metáfora com a baleia do Mobdick é incrível. Respeito a opinião contrária mas achri ela muito superficial. Obesos mórbidos não se masturbam? Não deu pra entender a crítica mesmo. Não tem como não se apaixonar por Charlie e a capacidade que ele tem de influenciar positivamente as pessoas. O filme tem muitas camadas, mas a principal é sobre a aparência prejudicar a interação, como no caso do entregador de pizza, amigável enquanto não via.
    O filme provoca com a aparência, mas me parece que o crítico se prendeu a ela, não conseguiu ver além.

  17. Pessímo comentarista ao invés de tecer comentários dissertativos do que se trata o filme, escreve testão vitimista sobre o que ele nem de longe se propõe a entender,(ou não possui capacidade mental para isso), do que se trata a obra.

  18. O seu 2023 não é o 2023 de todo mundo.
    O seu conjunto de extrema fragilidade ou sensivelmente afetado não abarca todo um universo de opiniões, perspectivas ou sensibilidades possíveis. Talvez o crítico tenha se ofendido pela forma como esse tipo de produção, à iminência de um Oscar, expõe a precariedade de uma maneira de pensar julgada absoluta, frente aos verdadeiros sentimentos do resto do mundo.

  19. Não é possível que vc não percebeu a empatia do personagem principal em vários momentos do longa. Acho que você que está desumanizado.

  20. “A história é capenga, os dramas desenvolvidos são resolvidos de maneiras bobas e as complexidades desses personagens são diluídas por uma narrativa que está mais interessada nessa tentativa de causar incômodo no espectador” EXATAMENTE! aquele personagem da filha é caricato, estereotipado, já vi dezenas de personagens iguais a ele antes. A questão da religião é rasa, o sentido e a poesia das palavras – que no início parecia que seria melhor desenvolvido – se perdeu completamente no entra e sai do entregador de pizza e do missionário e da amiga que vem medir a pressão, . Um episódio de Quilos Mortais é mais sensível e melhor desenvolvido. Ah, e aquela trilha sonora de filme de terror o tempo inteiro e em momentos inapropriados também não ajuda em nada.

  21. Gente esse filme mostra a realidade nua e crua…. sempre terá aqueles que se opõe.. com os mi-mi-mis da sociedade… há quem vai amar e há que vai odiar.. ser humano sendo ser humano …

  22. Essa sanha de que precisa mostrar o correto, precisa humanizar, precisa respeitar, é uma destruição do cinema. A arte está aí para provocar, discutir, refletir. Você pode achar o filme ruim, é seu direito mas tratar como desprezível pois não seguiu a uma cartilha enfadonha de “estamos em 2023”, me poupe. Estamos em 2023 não sabendo lidar com emoções? O filme é ótimo no que se propõe e abre espaço para muitas discussões: Saúde, Religião, Amor e Depressão. Isso não é bastante atual ?

  23. Filme impecável, maravilhoso, uma obra – prima sensacional, assim como todos os trabalhos de Aranofsky. Sempre verdadeiro e extremamente exigente com a construção de seus personagens nos levando à reflexões e emoções profundas que poucos diretores atualmente conseguem proporcionar.
    Mas com a sua genialidade e como o próprio crítico fala “mão pesada” não é para todos. Só para aqueles dispostos em se desconstruir de seus próprios preconceitos e viver uma experiência de 120 minutos tão verdadeira e incômoda, mas necessária. Aranofsky sua coragem é inspiradora!

  24. Engraçado que em um determinado momento, o crítico diz que dá vontade de sair do cinema pra nunca mais ver os personagens. Não só fiquei no cinema até o fim, como chorei, vi a sensibilidade em cada um dos personagens e não, as histórias não se resolvem de maneira boba. Pelo contrário, elas permanecem em aberto para que o espectador imagine qual será o destino de cada personagem pós filme.
    Deu vontade é de sair dessa página ao ler tanta incoerência e nunca mais voltar.

  25. Aronofsky é exatamente isso. Emburrece qualquer um. Quando você se predispõe a assistir, você sabe que vai sair do cinema se perguntando: por que eu sou assim? O que fazer para melhorar?

  26. A recepção da sua crítica não foi muito boa, não é, “chará”?

    Para além dos lugares comuns do texto (sua preocupação com o ‘fat suit’ cheira mais a lacração do que a crítica séria) me parece que o principal problema é não ter percebido a real temática do filme. Ficou na superfície, e talvez porque tenha se preocupado demais com os nomes por trás do filme, e menos com o filme em si.

    E muito provavelmente por isso escreveu um texto que demonstra não ter conseguido compreender o que o filme tem a entregar ao público. Muito preocuado com a sétima arte, muito interessado nos debates efemeros, pouco preocupado com a mensagem.

    As referências ao cristianismo pulam na cara de qualquer pessoa atenta ao filme. Você até resvala no tema, quando menciona o perdão. Mas de resto, gira em falso. Achei engraçado, por exemplo, que você não tenha se esforçado um pouquinho mais para interpretar porque afinal a história se passa em 7 dias!

    Fico com a premissa do filme: as pessoas não precisam de salvação, elas precisam de perdão.

    Paz.

  27. Fazia tempo q eu não lia tanta baboseira na internet… e olhe q tem muita, viu?!.. Nem tenho paciência pra esse mimimi todo e ainda assim me esforcei e fui até a metade. Quem já viveu a obesidade e é realista, entende a verdade nua e crua, tal como no dia a dia, sem firulas inúteis! Essa geraçãozinha frágil e mimizenta, é muito da insuportável, fake e frouxa, pra tudo tem desculpa e não me toques, se escondendo em frases prontas e muito chatas do politicamente correto.. Affff haja paciência.

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