Air, Devastations e Black Francis

por Marcelo Costa

Pocket Symphony, Air (EMI)
O filme “Lost In Translation” deu um Oscar a Sofia Coppola, sobrevida a Bill Murray, apresentou Scarlett Johansson ao mundo, e ainda influenciou a dupla francesa Air. Dunckel e Godin gravaram “Alone in Kyoto” para a trilha, e este belíssimo “Pocket Symphony”, novo disco da dupla, surge sonoramente oriental. Jarvis Cocker encanta em “One Hell of a Party”, Neil Hannon esbanja charme em “Somewhere Between Waking and Sleeping”, mas o destaque é “Photograph”, uma caixinha de bailarinas sonhadoras.

Nota: 8
Preço em média: R$ 35 (nacional)

Coal, Devastations (Brassland)
O trio australiano Devastations lançou os dois primeiros CDs por selos minúsculos, o que fez com que este “Coal” (o segundo) surgisse apenas em um décimo das listas de melhores de 2006 das que deveria ter aparecido. Apadrinhados por Alexander Hacke, do Einsturzende Neubauten, e com o sangue de Nick Cave, Leonard Cohen e Tindersticks correndo nas veias, o Devastations é a surpresa mais bem guardada do pop. Enquanto o novo “Yes U” (Beggars Banquet) não chega às lojas, vá atrás de “Coal”. E vicie.

Nota: 9,5
Preço em média: R$ 45 (importado)

Bluefinger, Black Francis (Cooking Vinil)
Frank Black nunca vai alcançar o nível do Pixies, mas já parece um Woody Allen do rock: os discos novos não são tão bons quanto ele já foi, mas são bem melhores do que se ouve por ai. “Bluefinger”, porém, surge como o “Match Point” do roqueiro. Black voltou a gritar, as guitarras soam cortantes, e o vocal de Violet Clark, atual esposa de Black, são a cerejinha no bolo psicótico de barulho. Num disco de ótimos rocks e blues, se destacam a chicletuda “Lolita” e a popzinha “She Took All the Money”.

Nota: 8
Preço em média: R$ 50 (importado)

9 thoughts on “Air, Devastations e Black Francis

  1. Não conheço as outras duas bandas, mas Frank Black é um dos meus gênios do rock.

    Putz, mais um disco do cara, prolífico é apelido, num intervalo de um ano, ele sai do blues/folk/rock de Fast Man/Raider Man (pra mim, um discaço, um dos melhores dele) e realça um “retrocesso” as origens de seu som demende, berrado, simples, uivante, inteligente e cortante, em algumas faixas. Pois a maioria ainda é o Frank Black de “Dog In the Sad”, nao que seja ruim.
    Aliás, duas ou três faixas até podem se passar, como filhotes das músicas do Pixies. Quardada as devidas proporções.
    Num contexto geral, é um disco bem agradável de se ouvir, acima da média doq é lançado atualmente, e deixa a sensação que Mr. Frank Black é um cara acima de tudo, convicto com o que quer de seu som, levando sua carreira solo com muita dignidade e coesão, com pequenos tropeços aqui e acolá, mas que num geral, o saldo é bem positivo. Mesmo sem toda a genialidade do Pixies. Banda fundamental e atemporal na história da música.

  2. “woody allen do rock”!!! hahaha podes crer..

    e qual seria o “manhattan” dos pixies, marcelo?.. =)

  3. fala, marcelo!

    cara, no ano passado te enviei um cd com o coal, do devastation – acho ele simplesmente espetacular, provavelmente um dos meus discos da década; é, realmente, viciante…! pra me fazer feliz precisa bem pouquinho, uma dieta ‘a base de devastations e the national já tá ok!
    Abraços desde porto alegre! rodrigo.

    ps: parabéns pelo novo espaco!!

  4. É notável a contribuição de Frank Black/ Black Francis no cenário atual. E nem é hora de cobrar uma redenção de sua parte ou exigi-lo como salvador, como já o tivemos.
    Além de Bluefinger, sua obra foi revisitada em uma coletânea, 93-04, e, sem interesse mercadológico, ainda lançou um single em vinil, para essa coletânea. Agora, lança mais um single por itunes (com versões para The Good, the Bad and the Queen, Roxy Musi e Tom Waits, e anda fazendo a maior zoeira com Rockefeller Skank (Fatboly Slim) em seus shows. É só conferir em seu blog blackolero.blogsport.
    Valeu, é sempre bom ver nosso ídolo estampado, nem que seja por uma lasquinha, nos meios de comunicação, pois mesmo não sendo novidade pra gente, a moçada que não conhece, ou nunca teve acesso, mantém um primeiro contato com a obra.
    Abraço.

  5. Ouvi muito Pixies nos anos 90 (e acho que tenho todos os albuns), mas ainda não ouvi nenhum álbum do Black Francis.
    Quanto ao Air, desde 10,000 Hertz Legend tenho comprado tudo deles. Esse último, melhor que o anterior, comprei importado por US$ 16, incluindo o frete. Vai a dica da loja: http://www.deepdiscount.com

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