Download: Jotadablio lança “Toda Forma de Adeus”, uma jornada de despedidas. Ouça e baixe gratuitamente

Toda Forma de Adeus” é um álbum contraditório: celebra as despedidas, ao mesmo tempo que introduz um novo nome no cenário musical brasileiro. Jotadablio é o projeto do jornalista, compositor e músico Jorge Wagner que agora ganha forma com o aguardado primeiro disco após uma sequência de singles ao longo dos últimos dois anos.

O disco serve como o primeiro capítulo em uma vivência musical já extensa. Nascido em Paracambi (RJ), Jorge organizou tributos de sucesso na internet na década passada: Raça Negra (“Jeito Felindie”, 2012) e Belchior (“Ainda Somos os Mesmos”, 2014), que reuniram, dentre outros, artistas como Letrux e Lucas Vasconcellos (então integrantes do duo Letuce), The Baggios e mais.

Agora explorando seu lado de compositor e intérprete, Jotadablio debuta já experiente. O álbum “Toda Forma de Adeus” mostra um repertório amadurecido por anos de composição despretensiosa. Musicalmente, Jotadablio busca influências na música alternativa americana, incluindo artistas como David Bazan e Bon Iver, mas também incorpora elementos da MPB dos anos 70 e bandas independentes como Transmissor e Harmada.

Em seu disco de estreia, Jotadablio convida a uma jornada através de composições que exploram temas de fins de ciclos, amadurecimento e mortalidade. Com uma grande bagagem de canções compostas nos últimos anos, o artista faz de “Toda Forma de Adeus” uma declaração de sua maturidade artística. O disco já está disponível em todas as principais plataformas de música e pode ser baixado gratuitamente via Mediafire. Ouça o álbum abaixo e leia, na sequencia, um faixa a faixa especial feito para o Scream & Yell.

01) Mesmo de Longe: Feita provavelmente em 2005, surgiu como exercício de escrita, inspirada nas letras do Beto Cupertino, da Violins. A ideia era compor uma balada de melodia grudenta o suficiente para disfarçar as declarações questionáveis do personagem. A imagem do “roxo escondido sob a maquiagem” foi referência direta dos versos “I thought it was cute / For you to kiss / My purple black eye / Even though I caught it from you”, trecho de “At Least That’s What You Said”, do Wilco. O arranjo faz uma discreta referência a um trecho de “Kiss Me”, do Sixpence None the Richer, e o último verso, “no fim de tudo sinto seu olhar” foi retirado de uma composição ainda mais antiga em parceria com Julio Verne (coautor de “Livro na Estante”).

02) Livro na Estante: Um “country indie suburbano” cinemático. Uma fotografia perdida dentro de um livro, encontrada anos depois, serve de estopim para um resgate de memórias, rancores e dúvidas. O arranjo foi inspirado em “Calling Cards” da Neko Case, e a letra foi a única a contar com três compositores – a colaboração do amigo paracambiense Julio foi essencial para o fechamento da narrativa.

03) Estrelas Encobertas: Um apanhado de declarações otimistas que alguém extremamente pessimista poderia se esforçar para fazer. É a mais antiga das composições selecionadas (maio de 2005), antes que eu tivesse feito meu 21º aniversário. Brinca com a dualidade otimismo/pessimismo, esperança/descrença, ânimo/cansaço. O arranjo brinca com espaços vazios antes do refrão mais cheio e encerra com um pouco de ruído, cortesia da participação do jornalista Marco Antonio Barbosa, aka Bart, aka Borealis (que também lançou um disco recente).

04) Cicatriz: Surgiu como um instrumental incompleto de Pedro Louro em 2015, que tinha algo de Death Cab for Cutie. Eu estava em uma viagem na Patagônia quando recebi o arquivo, que ouvia ininterruptamente. Um primeiro intuitivo “me diz, ce tá a fim” (roubado do Violins) virou “o que você me diz?” e desenrolou outra narrativa nos moldes de “Mesmo de Longe”, mas em outro momento de um relacionamento. A promessa, com todas as letras, é a de que nenhum sofrimento irá surpreender depois do que ele pode ser capaz de fazer. O arranjo gravado deve muito às referências pessoais do produtor Manoel Magalhães, com as guitarras vindas diretas de algum lugar do britpop. Para trazer beleza à atmosfera pesada, contamos com a participação de Vivian Benford nos vocais (outra filiada ao Selo Scream & Yell).

05) Sobre Pertencer: Outro presente do Pedro Louro, que tinha uma introdução e os versos “como é bom estar em casa / casa nem sempre é lugar”. Fiz o restante, sempre pensando em algo que remetesse estruturalmente a algo da Band of Horses.

06) Cartão de Embarque: A ideia clichê da estação de trem como ponto de partida para uma vida nova; clichê por clichê, optamos por arranjá-la em cima de um trainbeat, incluir um banjo (cortesia de Thiago Sá) e a guitarra folk de Sergio Luz, aka Jimi Light.

07) Colecionando Rins: Essa surgiu como um micropoema publicado em 2011 ou 2012, quando as pessoas ainda escreviam no Facebook. Alguns anos depois, o André incluiu e reorganizou alguns versos, surgindo assim nossa primeira parceria (uma das três registradas neste disco). É um apelo safado sobre tentar conquistar alguém, mas não se importar muito com o resultado. Apesar da influência de Beto Cupertino e Violins em alguns momentos do disco, a metáfora sobre “colecionar rins” não tem relação com a banda, mas com o single do Ira! de 2001, “Entre Seus Rins”.

08) O que espero: Uma reflexão existencialista superficial sobre amadurecimento, frustrações e mortalidade. Sendo a composição mais recente a entrar, a letra foi feita algum tempo após um infarto (não fatal) do meu pai e na estranha sensação que era acompanhar as notícias de sua internação enquanto via as atualizações do André com o seu filho recém-nascido. Apesar de contar com o verso “se eu disser aos poucos toda forma de adeus”, um disco com esse nome foi pensado pela primeira vez em 2012.

09) De volta, outra vez: A primeira versão dessa letra surgiu a pedido de um amigo para um instrumental deles; escrevi, fiz uma melodia um tanto mais complicada, mas a banda acabou antes que a música fosse concluída. Anos depois, já no início do processo de gravação do disco, refiz a melodia, revi e ampliei a letra. Gosto bastante da metáfora de alguém cedendo e voltando para um antigo relacionamento como um soldado que volta para a casa depois de uma guerra. No arranjo cheio de camadas, há algumas referências marciais, além de um pequeno coro e uma discreta citação de Skinny Love, do Bon Iver – ambas feitas pelo Manoel Magalhães.

Ficha técnica:
Gravado entre 2019 e 2023 no Estúdio 8-bics, no Jardim Botânico
Produzido por Manoel Magalhães
Todos os arranjos por Jorge Wagner e Manoel Magalhães
Instrumentos e programações por Manoel Magalhães
Participações:
Marco Antônio “Bart” Barbosa – guitarra em “Estrelas Encobertas”
Vivian Benford – voz em “Cicatriz”
Thiago Sá e Jimi Light – respectivamente banjo e guitarra em “Cartão de Embarque”

O Scream & Yell já havia lançado anteriormente álbuns de Antonio Novaes, Giancarlo Rufatto, Leonardo Marques, Marcelo Perdido, Natália Matos, Transmissor, Os Lacraus e Walverdes. E, de material próprio, mais de quatro  dezenas de discos foram lançados pelo Selo Scream & Yell. Tudo disponível abaixo.

CATÁLOGO COMPLETO DO SELO SCREAM & YELL

SY00 – “Canção para OAEOZ“, OAEOZ (2007) com De Inverno Records
SY01 – “O Tempo Vai Me Perdoar”, Terminal Guadalupe (2009)
SY02 – “AoVivo@Asteroid”, Walverdes (2011)
SY03 – “Ao vivo”, André Takeda (2011)
SY04 – “Projeto Visto: Brasil + Portugal” (2013)
SY05 – “EP Record Store Day”, Giancarlo Rufatto (2013)
SY06 – “Ensaio Sobre a Lealdade”, Rosablanca (2013)
SY07 – “Ainda Somos os Mesmos”, um tributo à Belchior (2014)
SY08 – “De Lá Não Ando Só”, Transmissor (2014)
SY09 – “Espelho Retrovisor”, um tributo aos Engenheiros do Hawaii (2014)
SY10 – “Projeto Visto 2: Brasil + Portugal” (2014)
SY11 – “Somos Todos Latinos” (2015)
SY12 – “Mil Tom”, um tributo a Milton Nascimento (2015)
SY13 – “Caleidoscópio”, um tributo aos Paralamas do Sucesso (2015)
SY14 – “Temperança” (2016)
SY15 – “Ainda Há Coração”, um tributo à Alceu Valença
SY16 – “Brasil También Es Latino” (2016)
SY17 – “Faixa Seis” (2017)
SY18 – “Sem Palavras I” (2017)
SY19 – “Dois Lados”, um tributo ao Skank (2017)
SY20 – “As Lembranças São Escolhas”, canções de Dary Jr. (2017)
SY21 – “O Velho Arsenal dos Lacraus”, Os Lacraus (2018)
SY22 – “Um Grito que se Espalha”, um tributo à Walter Franco (2018)
SY23 – “A Comida”, Os Cleggs (2018)
SY24 – “Conexão Latina” (2018)
SY25 – “Omnia”, Borealis (2019)
SY26 – “Sem Palavras II” (2019)
SY27 – “¡Estamos! – Canções da Quarentena” (2020)
SY28 – “Emerge el Zombie – En Vivo”, El Zombie (2020)
SY29 – “Canções de Inverno – Um songbook de Ivan Santos & Martinuci” (2020)
SY30 – “SIEMENSDREAM”, Borealis (2020)
SY31 – “Autoramas & The Tormentos EP”, Autoramas & The Tormentos (2020)
SY32 – “O Ponto Firme”, M.Takara (2021)
SY33 – “Sob a Influencia”, tributo a Tom Bloch (2021)
SY34 – “Pra Toda Superquadra Ouvir”, Beto Só (2021)
SY35 – “Bajo Un Cielo Uruguayo” (2021) com  Little Butterfly Records
SY36 – “REWIND” (2021), Borealis
SY37 – “Pomar” (2021), Vivian Benford
SY38 – “Vizinhos” (2021), Catalina Ávila
SY39 – “Conexão Latina II” (2021), Vários artistas
SY40 – “Unan Todo” (2022), Vários artistas
SY41 – “Morphé” (2023), Rodrigo Stradiotto
SY42 – “Paranoar” (2023), YPU (com Monstro Discos)
SY43 – “NO GOD UP HERE” (2023), Borealis
SY44 – “Extras de “Vou Tirar Você Desse Lugar”, Cidadão Instigado & Plástico Lunar (2024) – Com Allegro Discos
SY45 – “Smoko” (2024), Smoko
SY46 – “Trilhas Sonoras para Corações Solitários” (2024), Hotel Avenida

Discos liberados para download gratuito no Scream & Yell:
01 – “Natália Matos”, Natália Matos (2014)
02 –  “Gito”, Antônio Novaes (2015)
03 – “Curvas, Lados, Linhas Tortas, Sujas e Discretas”, de Leonardo Marques (2015)
04 – “Inverno”, de Marcelo Perdido (2015)
05 – “Primavera Punk”, de Gustavo Kaly e os Hóspedes do Chelsea feat. Frank Jorge (2016)
06 – “Consertos em Geral”, de Manoel Magalhães (2018)
07 – “Toda Forma de Adeus”, Jotadablio (2023)

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