Guilherme Arantes conta como produziu “Perdidos na Selva”, da Gang 90

Nota do editor: Texto publicado por Guilherme Arantes em seu Facebook oficial e liberado pelo autor para publicação no Scream & Yell. “Perdidos na Selva”, primeiro compacto da Gang 90, produzido por Guilherme Arantes na história que ele conta abaixo, foi lançada como single no segundo semestre de 1981 – o clipe da canção foi apresentado oficialmente no programa Fantástico de 2 de agosto de 1981. Em 1983, a Gang 90 lançou seu primeiro disco cheio, “Essa tal de Gang 90 e as Absurdettes” (desbravado na série “O Livro do Disco“), que conta com uma segunda versão da música, bastante diferente do single original.

 

por Guilherme Arantes

Às vezes me deparo com uma citação da musica “Perdidos na Selva”, e fico espantado com a desinformação generalizada do que é, realmente, aquela joia “cult” do “pop” brasileiro. Já vi muitas publicações na “rede” creditando até mesmo a autoria ao Barão Vermelho, levando a crer que é uma música do genial amigo Roberto Frejat, quando na verdade o Barão regravou magistralmente a canção (no álbum “Puro Êxtase”, de 1998) originalmente gravada pela Gang 90 e Absurdettes (e lançada como compacto em 1981). Mas basta dar um “google” para ver que nem a Gang 90 aparece mais (nos créditos)!

Resolvi então contar as aventuras, o que realmente aconteceu, a sequencia extraordinária que levou a que esse hit inaugural dos Anos 80 se tornasse um clássico fundamental do Brasil Moderno, e qual parte me cabe nessa historia.

Não é pouco.

É na verdade um marco indelével na minha trajetória. Esse momento mágico me abriu todos os caminhos poéticos e comportamentais para que eu desse uma guinada espetacular na carreira: gratidão eterna a uma linda amizade poética que me ensinou a destravar a minha liberdade .

Viva Júlio Barroso, viva o trabalho criativo coletivo, que envolveu mais pessoas do que se possa imaginar. Júlio era um jornalista, DJ, um gerador inesgotável de conteúdo, e pertencia a uma geração de jornalistas e artistas, uma turma muito à frente do seu tempo, amigos que o ajudaram naquele momento de formulação de um movimento: Gang 90 foi, na verdade, um movimento estético. Foi uma curtição de várias pessoas muito criativas, como Okky de Souza, Denise Barroso, Antonio Carlos Miguel, Katy Pinto, Tavinho Paes, Nelson Motta, Leonardo Netto. Eu, na verdade, entrei para resolver a parada, ensaiar a banda, pré-produzir, e principalmente dar acabamento e viabilizar no estúdio: para isso é que eu fui chamado.

E adorei.

Embora eu seja muito grato, e dê total valor à minha arte de tocar instrumento, sou genérica e miseravelmente citado na categoria “músicos que participaram da gravação” (nota do editor: no relançamento da canção em CD na série “Arquivos Warner – Singles – Volume 2” em 2001, Guilherme é creditado como “teclados, arranjo, direção musical e back vocal”).

Ora, isso é mais do que uma mentira, é uma sacanagem inconsciente de pura inveja, a tal “inveja santa” de tantas pessoas que gostariam de ter estado ali, e fazer tudo que fiz…

Eu fiz acontecer.

Esse papel secundário é uma redução vergonhosa, proposital e despeitada da parte de alguns formadores de opinião que se dedicaram a resenhar o pop rock brasileiro, publicando livros sobre esse incrível movimento, e no afã de dar o justíssimo destaque à genialidade seminal do meu parceiro Júlio Barroso, um revolucionário, não por acaso “jornalista” brilhante e colega de redações de toda aquela (ótima) geração da inteligentzia vanguardista do final dos anos 70.

Desde sempre louvarei a realidade, de que Júlio Barroso é o autor, evidentemente, de 70% da letra, autor da ideia libertária da banda, um poeta transformador e “figuraça” obrigatória da cena riquíssima que se projetaria fulminante na abertura da década de 80.

Saboreio e compartilho meu quinhão nessa obra prima, até porque lembrar os detalhes e poder contar essas peripécias é motivo de muita alegria e de orgulho não só pra mim, mas para todos da “banda”, inclusive os posteriores que se agregaram a esse movimento. A Gang 90 é nossa !

E é muito minha também, sempre será.

Em 1979 e 1980 eu havia gravado dois discos sob produção do Liminha, para a Warner do (André) Midani, e a gravadora nos tratava muito diferenciadamente. Midani era um gentleman, um big boss afetivo e muito influente com sua cultura e incomparável “mondanité”… Muito acertadamente hospedando os artistas em Ipanema, na Prudente de Morais, altura da Rua Farme de Amoedo, em pleno Posto 9.

Eu costumava (“morar”) naquelas areias escaldantes (basta ver as fotos da época… kkk… eu paulistão transformado em um quase surfista, invejoso, pois jamais subi numa prancha na vida, só jacaré, o caipirão) indo muito à praia, Ipanema, Arpoador, que lindo aquele Rio de 1980. Encontrar Marina Lima, Dadi da Cor do Som, as Frenéticas Leiloca e Lidoca, e muitos amigos inesquecíveis como Paulette, Lauro Corona, e o meio artístico inteiro. Quem viveu Posto 9, Farme, no final dos anos 70, pode dizer que viveu boa parte desta vida !

E quem é que morava bem ali na Vieira Souto com Farme? Era o Barrosão, querido pai de duas figuras delirantes, o Júlio e a Denise Barroso.

Júlio conheci ali mesmo, na areia, pisando as ondinhas do quebra-mar. Era um cara muito delirante e vulcânico, com ideias mirabolantes que borbotavam em mirabolâncias estratosféricas de sua verve culta que misturava Mallarmé com Kerouac. Isso me lembro que foi assim, de cara, sem ninguém pra me apresentar, fui abordado por ele. E me assustei, talvez eu fosse todo metódico e “certinho”, a primeira impressão diante daquele Júlio Barroso (que eu nem sabia muito bem quem era) foi querer distância. Ele me parecia parecido com outros “doidões” daquele período, um estilo que estava tão na moda, Damião Experiença, Guilherme Lamounier, Serguei, um final de fase do Rock, contracultura era um alicerce, mas eu era mais contido, mais encucado e com sérias críticas ao lado porra-louca e sujismundo dos velhos festivais de rock. Só que Júlio era literalmente um passo além, e me acendeu uma lâmpada.

Não demorou muito para que, no final de 1980, Leonardo Netto ligasse pra São Paulo para me convidar pra fazer a direção musical da Gang 90, que o Nelsinho Motta estava lançando pelo seu selo independente “Hot”, distribuído pela Warner. Leo sempre foi um amigão querido, diretor de Marketing na WEA, e eu era frequentador da sua casa na Rua Santa Leocádia, em Copacabana, então tínhamos muita afinidade, e me senti atraído pela ideia. Me convenceu a topar.

Eu passava por um período de revisão geral da minha estética, os meus discos roqueiros com Liminha na WEA não tinham tido o resultado que se esperava, o pretensioso “Coração Paulista” (1980) havia “flopado” sem sucesso, e eu já estava recebendo cartão azul na WEA: não iriam renovar. Ferrado, eu estava aberto a “experimentar”. Primeiro degrau para o êxito. Paradoxalmente frente ao meu desastre, eu tinha acabado de emplacar “Aprendendo a Jogar” na voz da Elis, um hit espetacular mostrando o caminho da simplicidade, da brincadeira, e estava preparando um repertorio mais pop e mais radiofônico – as FMs estavam explodindo no “dial”, e eu precisava “me virar” pra não desaparecer de cena.

Tendo alugado uma casinha na Rua Caramurú, perto da Estação Casa da Arvore do recém-inaugurado Metrô de SP, eu vivia um novo momento, pois saía de casa de manhã para “trabalhar”… de Metrô, e tudo me parecia novo, com mais liberdade do que em casa (Marietta era bebê, tinha nascido em maio, e eu precisava de “ares” novos). Agora eu tinha um “local de ensaio” que seria precioso para compor um monte de hits como “O Melhor vai Começar”, “Deixa Chover”, “Planeta Agua”, “Pedacinhos”… Só lembro que por causa desses “detalhes”, eu era feliz. Eu estava usando intensivamente um “kit” de instrumentos que foi muito importante pra mim. O piano Yamaha CP 70, combinado com um flanger Mutron, o meu velho Minimoog com câmera de eco Echoplex Maestro, uma mesinha Tapco de 6 canais com reverber de mola embutido (que eu havia comprado de segunda mão de uma banda de SP, o Grupo Fragata do Ronaldo Pascoa), um microfone Shure SM 59 , recém-comprado junto – num abençoado sábado que fui à Leimar na Rua Bandeirantes – com um item que seria decisivo naquele momento para compor os hits: uma bateria eletrônica Electro Harmonix DRM16 , um stompbox precaríssimo, muito “disco”, muito eletrônico, mas que apesar das limitações, me ajudaria a colocar ritmo nas minhas musicas. Eu tinha um par de caixas Lando enormes funcionando como monitores e estava compondo compulsivamente, tentando salvar a minha carreira.

De grana, eu estava arruinado. Sem sucesso e sem shows, tive inclusive que vender uma bateria Ludwig azulzinha, que eu tinha ali guardada, mas não tinha banda para usar, e acabei a vendendo para o Eduardo Lemos da Transassom por 2.000 dólares para pagar os aluguéis atrasados de minha casa na Rua Juaracê, Vila Mariana, aluguéis que estavam vencidos há 4 meses e eu estava sendo despejado, com a Marcia e a Marietta…

Mal eu sabia: aquela bateria, 3 meses depois, com o estouro de “Deixa Chover”, eu alugaria pelos mesmos 2.000 POR SHOW!!! É a vida! Eu jamais poderia imaginar que eu estava a 3 meses de me tornar o numero 1 no Brasil…

Então nesse meio tempo resolvi aceitar a empreitada de dirigir a Gang 90.

De cara, com a letra do Júlio Barroso na mão, fui dedilhando uma levada com a bateria eletrônica e o Piano CP 70 com seus graves poderosos, bem à la Billy Joel, com um riff que remetia ao “Coração Paulista” que eu tinha lançado no primeiro semestre de 80, só que a batida, com a DRM16, estava na onda da Rita Lee com Roberto, de “Chega Mais”, de “Corre, Corre, Corre”. Eu estava no caminho certo, porque estava divertido. Eu era muito resistente ao “bumbo reto” da onda “DISCO” que dominava a cena mundial, e, claro, a cena brasileira. Isso já havia rendido, no passado, muitos debates com o meu produtor e diretor artístico Liminha, nas nossas sessões de estúdio recentes, e eu tinha uma “vergonha” da batida reta – teimoso, fazia o meu próprio processo de composição ficar engessado no preconceito. Com a chegada da stompbox rítmica, porém, eu agora ficava me deliciando em ter aquele “drive” rítmico nas mãos, com as teclas mais graves do CP70 fazendo linhas de baixos em oitavas, na verdade eu estava me reinventando, oxigenando meu som.

“Perdidos na Selva” seria uma OPORTUNIDADE DE MERGULHAR SEM NENHUM PUDOR NAQUELA BATIDA, porque não seria um produto do Guilherme Arantes para o Guilherme Arantes, era uma experiência especialmente encomendada para uma banda “fabricada”, e o descompromisso era total. Deitei e rolei propondo aquele “drive Disco Inferno” modernoso e “comercial”. Sem querer, só de brincadeira, eu estava “inventando o Pop”. Aquela introdução histórica com toques de progressivo no trinado agudo do piano e poderosos acordes heavy metal fazendo o suspense incendiário realmente se tornaria um marco no Pop Rock e fulminava o publico instantaneamente. Lembrava Silvester, lembrava grandes hits de pista. Eu queria impressionar Júlio, a turma do Júlio, o Nelsinho, e toda a “inteligentzia” da crítica musical ali representada, e principalmente a Warner que estava me dispensando, então estava tentando dar o melhor de mim .

O grande problema de “Perdidos na Selva” era a FALTA DE UM REFRÃO. Não existe hit sem refrão. Para resolver logo aquele impasse, compus música e letra do trecho “Eu e minha gata rolando na relva / rolava de tudo / num covil de piratas pirados / perdidos na selva!!!”.

Júlio adorou, Nelsinho e toda a turma aclamou: é hit.

Esse refrão se tornaria o maior sucesso da banda, até hoje. Outros músicos, mais tarde, imprimiram suas competências, suas marcas, como por exemplo o Herman Torres, guitarrista, que fez “Nosso Louco Amor”, que viabilizou a Gang 90 em outro grande sucesso da banda, dois anos depois. E Herman, na História Oficial que é contada, também foi reduzido à categoria de “músicos que participaram”…

Voltando a “Perdidos na Selva”, foram então iniciados os ensaios com aquele bando de malucos: o Júlio, feliz da vida porque agora o sonho virava realidade, e a música tinha agregado agora um refrão explosivo – o aroma do sucesso estava no ar, uma euforia só . Os músicos, excelentes, eram o Gigante Brazil (bateria) um velho amigo das batalhas contraculturais do circuito Bexiga/Morro dos Ingleses, um baterista mortal, tribal, um relógio! Puxa que saudade, como eu adorava o Gigante!! E mais duas novidades pra mim, o Wander Taffo (guitarra) e o Celso Vechione, do Made in Brazil (baixo), músicos que haviam sido escolhidos num critério de “ecletismo” total – a ideia era formarmos uma espécie de “cover” do “Kid Criole and the Coconuts” – essa concepção Júlio trazia na raiz da ideia, era coisa que havia sido concebida ainda em Nova York, em suas temporadas de DJ.

E eu ajudei também a formatar o restante do repertório, todo ele genial, concebido por Júlio. Tinha um pouco de tudo naquele caldeirão. O sopro poético delirante de Júlio entrou como uma aragem, um vento revolucionário no meu espaço criativo particular, e me senti abrigado numa turma nova, uma sensação de completa renovação. Pra mim, algo mais: eu estava brilhando do lado de dentro da imprensa especializada mais moderna, e Júlio adorava as musicas que eu estava fazendo na época, como “Todo Mês de Maio” – era um incentivo importante numa hora crucial.

Como vocalistas havia a genial holandesa Alice Vermeullen – mais tarde rebatizada artisticamente como Alice Pink Pank, na época ainda “paquera” do Júlio, recém-chegada ao Brasil –, a Denise Barroso, sua irmã, uma pessoa muito querida e afetiva, poetisa, engraçadíssima, casada na época e vivendo com Okky de Souza (meu amigo jornalista e já parceiro de letras, que na época frequentava a minha casa), a Luiza Maria, que era discotecária junto com Júlio Barroso e Dom Pepe nas casas de Nelson Motta, e para completar as “Absurdettes”, a Mae East, Maria Elisa Pinheiro, uma cantora muito criativa e artista de vanguarda, que na época estava namorando o Nelsinho Motta. Nelsinho havia inaugurado num shopping da Av. Faria Lima uma discoteca “cult”, a “Paulicéia Desvairada” e ali a Gang 90 teria seu palco de estreia e de residência, já que Júlio e Luiza comandavam as pickups.

A gravação histórica: devidamente ensaiados os músicos, era uma curtição total, já que a combinação com Gigante Brazil e com a guitarra fulminante de Wander Taffo rendia um “drive” inacreditável com o meu piano. Estava inventado o Pop dos anos 80. Fomos então para o Estúdio na Rua Bocaina 72, o Nosso Estúdio, um point importante da música brasileira, e numa única sessão, uma tarde e uma noite, gravamos, sob o comando do saudoso amigo Marcus Vinicius, o legendário “Vinicão”, as bases, vocais e mixamos “Perdidos na Selva” para ser o lado “A” e “Lilik Lamê”, o Lado “B” do compacto. Claro que, sob todos os aspectos, todos confiavam plenamente no meu taco, eu era o produtor, arranjador, fazendo milagres, com grande alegria, porque afinal era “só” uma brincadeira. “Perdidos na Selva”, uma parceria legítima e inesquecível de Júlio Barroso comigo, teve a minha voz à frente, porque simplesmente ninguém da Gang 90 ou Absurdettes ainda sabia mesmo cantar, exceto, é bem verdade, a Alice, pois era a mais descolada musicalmente, afinada e refinada com suas influências europeias. Mais tarde, ela mostraria seus talentos. Naquela circunstância, alguém teria que tomar a frente e liderar o coro. Na mixagem, Marcus Vinicius exagerou na minha voz e acabou ficando puro Guilherme Arantes com umas notas de Gang 90!!! Além do arranjo, do piano, fiz aqueles chiquérrimos “Minimoogs” ao estilo de Gary Numan (que eu ouvia muito naqueles meses, junto com Warren Zevon, The Cars, David Edmonds e outros…).

Já “Lilik Lamê” teve a voz de Denise, um pouco titubeante, mas tão verdadeira – justamente porque não era cobra-criada, era espontânea, uma música linda de Siouxie and Banshees (“Christine”), canção de John Severin, bem pós-punk , com letra de Júlio com Katy Pinto e A.C. Miguel.

Com a inscrição de “Perdidos na Selva” no Festival MPB Shell-81, eu fui obrigado a escolher uma canção para prosseguir no festival, já que “Planeta Agua” estava inscrita e também foi selecionada. Guto Graça Mello, diretor do Festival, me ligou para resolvermos como ficaria resolvido esse impasse, pra eu não ser desclassificado ao descumprir o regulamento. Ora, para mim, não tinha problema algum abrir mão da parceria com Júlio, para efeito daquela circunstancia do Festival, já que a qutoria, assumida no Copyright da Editora, poderia ser revista mais tarde – Júlio era como um irmão para a gente.

Era como um irmão para todos nós, todos os que conviveram com ele.

De minha parte, sei que foi reciproco.

Não houve tempo (Júlio faleceu precocemente aos 30 anos em Julho de 1984) e nem motivação da minha parte. para modificar os créditos daquele Copyright editorial. Ficaria como um presente para Júlio, por tudo que ele nos deu de inspirações.

Essa é a história verdadeira de “Perdidos na Selva”, que eu gostaria que nunca mais fosse esquecida. E nem reduzida a uma mera “participação de músico” numa ficha técnica de um Compacto Simples transformado em raridade de colecionador.

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One thought on “Guilherme Arantes conta como produziu “Perdidos na Selva”, da Gang 90

  1. Pra mim, junto a Renato Russo, Guilherme Arantes é quem mais soube traduzir angústias da virada adolescência idade adulta em canções eternas. Os quatro primeiros discos dele são um primor. O primeiro e o A Cara e a coragem são dois marcos absolutos

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