por Leonardo Vinhas
A quinta edição do El Mapa de Todos foi a maior e mais ambiciosa da história do festival: cinco dias (antes eram três), dezoito atrações, quatro locais diferentes para as apresentações. Tudo sem perder de vista a proposta original do evento, que é promover a integração entre países da América Latina pela música, e mantendo o status informal de festival mais “buena onda” entre os muitos eventos bacanas que estão se consolidando no calendário brasileiro de shows.
Os trabalhos foram abertos no dia 11 de novembro, com um sarau elétrico no Bar Ocidente, reunindo os escritores Santiago Nazarian, Claudia Tajes, Katia Suman, Claudio Moreno e Diego Grando, mais o músico colombiano Andrés Correa, para leitura de textos de Jorge Luis Borges, Júlio Cortázar, Mario Vargas Llosa e outros. Embora com pequenas participações musicais de Andrés, o primeiro show propriamente dito aconteceria somente no dia seguinte no histórico Theatro São Pedro, com apresentações do gaúcho Luiz Marenco e do uruguaio Daniel Viglietti.
Marenco despontou como nome de destaque da música nativista gaúcha na década de 90, tornando-se uma referência no gênero. Quem nunca visitou um CTG (Centro de Tradições Gaúchas) certamente teria um choque cultural com as milongas e baladas que ele apresentou junto à sua banda, da qual faz parte o excelente acordeonista – ou gaitista, para os locais – Aluisio Rockembach. O começo lento também não ajudou muito a conquistar “não convertidos”, mas a participação de Thedy Côrrea – em “Querência, Tempo e Ausência” e numa linda versão de “Diga a Ela”, do Nenhum de Nós – e a aceleração em ritmo de baile no final (com o hit local ”Cantador de Campanha” cantado em alto volume pelo público) garantiu a diversão para neófitos e fãs.
Mas a noite era do septuagenário Viglietti, nome maior da canção de protesto uruguaia. Começou “pelo final”, ensaiando com o público o refrão da última canção que tocaria, brincou com diferenças e semelhanças entre “gaúchos” e “gauchos” (sinônimo de “uruguaios”), e, mais importante que tudo, caprichou no repertório, que evidentemente incluiu “Milonga de Andar Lejos”, de onde os organizadores do festival tiraram a impressão “El Mapa de Todos”.
Explicava, em português ou em espanhol, a história de cada canção, própria ou alheia – contou, por exemplo, que incluiu “Mulher Rendeira” na introdução de “Lamarca” em referência aos últimos anos do homenageado, passados no Nordeste. Aliás, é notável como Viglietti consegue cantar sobre personagens revolucionários sem parecer piegas ou anacrônico. Essa lírica e sua mão direita inimitável são os maiores responsáveis pela singularidade de sua música, e uma interpretação delicada de “Tiza y Bastón”, repercutida pela ótima acústica do Theatro São Pedro, serviu como exemplo preciso dessa combinação. Foram uma hora e dez minutos tão agradáveis que poderiam ter se estendido pela madrugada – embora parte do público tivesse saído antes do final, para não perder os últimos ônibus.
Na quinta-feira, dia 13, a chuva que vinha caindo sem parar nos dois dias anteriores não manifestou nenhuma intenção de aparecer, como que preparando o clima para o “Baile Tropical” – nome dado à primeira noite do festival a acontecer no Opinião, casa das edições anteriores. Os Skrotes, de Florianópolis, deram a largada com seu rock pesado cheio de nuances dub, passagens jazz, quebras imprevisíveis, muitos graves e bom humor (o que é a citação de “Run to The Hills” senão uma bela brincadeira?). O encerramento, “Stevie Hot” (uma rendição de “Higher Ground” cheia de fúria e efeitos com alguns cacos da própria banda), foi o ponto de exclamação em um show surpreendente. Pode acreditar que parte do público ficou tão embasbacado que nem sentiu falta de vocal na banda…
Como a integração proposta pelo festival não é apenas de nacionalidades, mas também de estilos, não foi exatamente esquisito que na sequência viessem Molina y Los Cósmicos, que tratam a música folclórica uruguaia com uma ótica inspirada por Calexico e Iron & Wine. O álbum “El Desencanto” foi um dos grandes lançamentos de 2014, por isso a expectativa de quem os conhecia era grande, mas a banda ainda é inexperiente no palco e se atrapalhou com os problemas de som (vozes muito altas, músicos sem retorno no palco), prejudicando bastante as primeiras quatro músicas. Na segunda metade da apresentação, com o som já corrigido, ficaram mais à vontade e puderam entregar o que o público esperava. A partir de “Gallos de Kentucky”, foram criando uma ambiência mais sexy (e as belas figuras do frontman Nicolás Molina e da tecladista e cantora Emma Ralph só contribuíam para tanto), que levou a um crescendo que explodiu em uma empolgante versão de “Cowboy Fora-da-Lei”, na qual contaram com as participações vocais de Santiago Neto (da banda gaúcha Los Misionerotrónicos) e Clarissa Mombelli. Uma ótima metade final para compensar um início decepcionante.
Um Opinião já entupido (mas com mezanino fechado) dançava sem parar ao som da discotecagem de eletrocumbia, não deixando dúvidas de que o público tinha comparecido majoritariamente para ver o Bomba Estéreo. Como os colombianos tinham que estar no aeroporto às 4h da manhã, a organização foi obrigada a reescalá-los para o meio da noite – inicialmente, seriam os headliners. De qualquer forma, foi este o papel que desempenharam: ao vivo, o Bomba é impressionante, uma espécie de celebração xamânica em ritmo de cumbia eletrônica, em que a voz monocórdica da saltitante Li Saumet reforça a hipnose dos arranjos psicodélicos e do “espiritualismo hedonista” (ou algo assim) das letras.
O forte aparato de luzes deixa a banda praticamente invisível. É como se a música fosse mais importante do que quem a faz. Os poucos momentos em que o palco fica mais visível são para reforçar a intenção da canção, e não para atrair atenção para os músicos. É tudo estudado e nem sempre espontâneo, mas nem por isso menos sincero ou potente.
A estendida no tempo previsto (1h20 em vez de uma hora) e o atraso na troca de palco fizeram com que a Coutto Orchestra, de Aracaju (SE), entrasse no palco bem depois da 1h (estava prevista para 0h20). O que evitou a dispersão do público foi a competência do DJ Maurício Cunha – se alguém ainda pensa que ser DJ é apenas dar o play em canções pré-selecionadas, recomenda-se testemunhar Cunha em ação. E a Coutto soube pegar a deixa e dar seguimento ao clima dançante com seu bailão nordestino em versão high-tech. A presença de palco de Alisson Couto – que chegou a puxar um “trenzinho” no meio do público durante a cover de “Pagode Russo”, de Luiz Gonzaga – compensa o caráter algo repetitivo das canções, e a festa não perde em intensidade, mesmo com público cerca de 20% menor que no Bomba Estéreo.
Infelizmente o mesmo não aconteceu no show dos Buenos Muchachos. Programados para tocar como terceira atração da noite, foram terrivelmente prejudicados com a troca imposta pela necessidade do Bomba Estéreo. O pós-punk tardio e sombrio dos uruguaios já destoava do “Baile Tropical” por si só, mas após a orgia dançante que foram Bomba, Mauricio Cunha e Coutto, ficaram ainda mais inadequados. A hora tardia só piorou a situação. Nas duas últimas músicas, pouco mais de dez pessoas permaneciam na casa. Ainda que a sonoridade dos Buenos Muchachos esteja aquém de suas pretensões, eles não mereciam passar por isso.
A noite de sexta-feira, novamente no Opinião, começou com um atraso de quarenta minutos. Ainda assim, uma série de outros compromissos ligados ao festival (participação em debates, entrevistas com bandas) complicou meu cronograma e por isso perdi a maior parte do show do La Cumbia Negra, banda montada por Gabriel Guedes (ex-Pata de Elefante) após este ter se maravilhado em um show da banda peruana Bareto. A banda – formada por gente do naipe de Guedes, Guri Assis Brasil (guitarra), o já citado DJ Mauricio Cunha e o famigerado Carlos Eduardo Miranda na percussão, entre outros – vai fundo na chicha, a cumbia peruana, mais “enguitarrada” e psicodélica que as encarnações colombianas e argentinas do gênero. O pouco que vi foi o suficiente para ter me deixado dolorido pela perda. Imagine que o Bareto fizesse uma jam com o Pata de Elefante… O projeto é assumidamente um encontro entre amigos, sem a pretensão de ser “trabalho”, por isso talvez você não os encontre facilmente nos palcos. Se encontrar, sacrifique qualquer compromisso para assisti-los.
Já o pernambucano Juvenil Silva promete mais que entrega. O rapaz se esforça por honrar a assumida influência de Raul Seixas, mas, como seu próprio nome sugere, ainda falta muita maturidade. A habilidade na guitarra não encontra par com sua vozl, e ainda há momentos em que o rapaz se atrapalha ao tocar e cantar, principalmente quando a música exige mais. Deve ser levado em conta, porém, que sua carreira ainda não somam dois anos. O tempo e a estrada podem fazer dele um nome bem interessante mais para frente. Por enquanto, é uma boa banda com boas ideias, mas muito verde. Há de se ressaltar, porém, sua esperteza ao convidar Wander Wildner para dividir o palco com ele em uma excelente versão de “Eu Não Consigo Ser Alegre o Tempo Inteiro”, que começou Jovem Guarda e terminou num frevocore.
Segurança não faltou a Andrés Correa. O cantor e compositor colombiano é apaixonado pelo formato pop mais clássico e bem executado, à la Fito Paez. Simpático e visivelmente feliz com a ideia de estar tocando no Brasil, cativou parte do público com seu alto astral e alienou outra parte por insistir na ala mais introspectiva de seu repertório. Realmente, teria sido um show mais adequado a um teatro; no Opinião, ele poderia ter privilegiado canções com mais balanço. Porém, Andrés é um compositor engenhoso e sensível, dono de uma voz digna da grande tradição vocal de seu país natal, e o trio que o acompanha é absurdamente capaz. Ian Ramil apareceu tímido e desajambrado para dividir os vocais em uma canção, mas o maior aceno ao Brasil veio na bossa ”Medias Nuevas”, que fechou um ótimo, ainda que deslocado, show.
Depois de uma complicada troca de equipamento, uma irritada Camila Moreno subiu ao palco para recolocar, com muito peso, o Opinião em trilhos roqueiros. Por seu pequeno tamanho e por suas letras fortes, é tentador chamá-la de “PJ Harvey chilena”, mas é injusto: o espectro musical de Camila é mais restrito que o de Polly Jean, mas muito eficiente em seus climas que transitam num espaço entre o pós-punk mais denso e percussivo e um rock de inspiração industrial, quase dissonante. A moça é uma rara artista a merecer o rótulo de “alternativa”, pois sua música é realmente desafiadora. E a excelente resposta do público ajudou a moça a ficar mais calminha, tanto que depois do show ela ficou pessoalmente vendendo vinis em meio à “gente comum”. Só não digo “melhor show da noite” porque, caramba, ainda me dói ter perdido o Cumbia Negra…
O fato é que, depois de um show tão bom e com a “torcida” a favor, estava fácil para o mundo livre s/a fazer uma apresentação consagradora. Afinal, iriam tocar na íntegra seu álbum de estreia, o elogiado “Samba Esquema Noise”, em aniversário de 20 anos de lançamento. Já eram quase 3h quando Zeroquatro subiu ao palco… para começar brochado, dizendo que “vinte anos atrás a gente lançou uma experiência que pouca gente ouviu até hoje”. O tom ressentido e desanimado parece ter contaminado os arranjos, de modo que a primeira canção, “Manguebit”, viesse totalmente modificada, embalada por um riff decalcado de “London Calling”. O problema é que o resultado não honrou nem o Clash nem o próprio mundo livre. Depois de algumas canções, que incluíram uma anêmica desconstrução de “Homero, o Junkie”, decidi que não queria ver um dos discos que mais escutei em minha adolescência ser maltratado por seu próprio compositor. Até porque o dia seguinte começaria cedo, e prometia coisa bem melhor…
Sob o azul muito particular da primavera porto-alegrense, que coroava um sábado belíssimo, o público que se dirigia à Casa de Cultura Mário Quintana já encontrava intenso movimento de pedestres na região, graças à tradicional Feira do Livro, que acontece anualmente na Praça da Alfândega. Os bares na rua da Praia (é rua dos Andradas, na verdade, mas ninguém a chama assim) ofereciam refúgio do calor e combustível para quem quisesse chegar ao mais famoso espaço cultural da capital gaúcha. E era lá (mais especificamente no Teatro Bruno Kiefer), pontualmente às 16h, que Jêf subia ao palco para dar início ao melhor dia do festival, que teve entrada franca – outra prova da ousadia desta edição do El Mapa. O rapaz de Três Coroas (cidade próxima à Canela) faz o tipo de música que você adoraria que sua filha adolescente ouvisse, só para você mesmo poder admirar em segredo. É um rock moleque – tão moleque que eram muitos os adolescentes em meio ao teatro lotado –, cheio de boas referências, com letras simples e melodias redondas. Em disco não encanta muito, mas ao vivo tem aquela energia de deixar o espectador com um sorrisão sem que ele se dê conta disso. Dá até para esquecer que a banda adota aquele ridículo visual de terninhos.
O espírito juvenil continuou com o Bob Shut, também oriundos do interior gaúcho – no caso, de Caxias do Sul. Embora se definam como “folk montanhês”, fazem é indie pop mesmo. Só que, garotos do interior que são, foram influenciados tanto por Nada Surf como pelo que tocava em rádios locais, de Men At Work a canções de caminhoneiros, o que deixa tudo mais solto, mais sincero – e menos “quero ser gringo”. Conquistam pela convicção com que executam seus rocks simples de refrões desavergonhados (“Eita Velho Sentimento” é um achado). E como ainda são iniciantes, são beneficiados pela própria inocência. Mas claro, uma hora terão que dar passos à frente. Por ora – e naquele momento específico – funcionam muito bem.
Caxias do Sul cedeu outro nome ao festival: o Projeto Ccoma, duo formado por Swami Sagara (percussão e programações) e Roberto Scopel (trumpete e outros instrumentos de sopro). Definem-se como “jazz instrumental contemporâneo”, e se você lembrar que jazz era inicialmente sinônimo de música suja, sacana e bonita, sem fronteiras culturais e pronta para fazer as pessoas dançarem, a definição é justa. Porque foi isso que o Ccoma fez. Sagara vez por outra tomava o microfone para criticar o preconceito desavergonhado que tomou conta das redes sociais, soltando frases como “se não é para morar no país onde nasceu Luiz Gonzaga, qual é a graça?”. O Ccoma só não gerou pandemônio dançante maior que o do Bomba Estéreo porque a estrutura física do Teatro Bruno Kiefer não permite. Mas teve gente com os olhos marejados quando o quarteto senegalense Tam Tam África subiu ao palco para se juntar aos caxienses em duas músicas. Me falta repertório cultural e verve literária para detalhar o momento com precisão, mas, repito, o Ccoma faz jazz – não no sentido tradicional e reverente da expressão, mas no sentido mais puro e comovente. E o Tam Tam África não fica atrás. Showzaço.
Suados (o ar-condicionado não funcionava) e beatificados, eu e outros companheiros de festival aproveitamos a troca de equipamento para nos reabastecermos e reidratarmos, e topamos com o único problema relevante do dia: o único bar do sétimo andar, o Café Santo de Casa, tem fila de espera e… cobra entrada (preço para ver o “pôr-do-sol mais lindo do mundo”, como insistem os locais?). A outra opção é descer até o térreo e encarar o Café dos Cataventos ou o disputado boteco da frente, o que toma bastante tempo também. Movimentada como estava a região, qualquer escolha implicava em significativa perda de tempo.
Assim, perdi as três primeiras do brasiliense Beto Só, que veio acompanhado do Phonopop e do violoncelista Ataíde Mattos para apresentar pela primeira vez seu novo disco “Pra Toda Superquadra Ouvir”, ainda não lançado. O álbum é composto de canções pinçadas da geração de bandas “pós-internet”, ou seja, o pessoal que apareceu de 2000 para frente. Beto é um cantor acima da média brasileira (vozes masculinas parecem não se preocupar muito com afinação por aqui, independente do gênero musical), e sua interpretação ajuda a apreciar melhor canções como “Enquanto Uns Dormem”, dos Los Porongas, e “Com Sabor de Choque Elétrico”, do Volver (executada no show com a participação de Frank Jorge). A camiseta do Big Star do baixista parecia quase uma declaração de princípios, e o violoncelo era essencial para ressaltar a singularidade dos arranjos. Chega a dar aperto no coração pensar que esse show provavelmente passará por poucos palcos brasileiros.
Só que nem deu tempo de ficar triste: o Bestia Bebé não tardou a se posicionar e já começar com “Omar”. Se você me pedir uma definição sobre a banda, eu vou dizer que é “sem frescura”. Se você insistir querendo detalhes, eu vou pedir pra você calar a boca porque tá uma puta sonzeira no palco, cacete. Incrível como uns moleques que não falam mais que duas frases com o público (no caso, “gracías” e “una canción más”) e se apresentam com roupas de quem tá indo para a rua lavar o carro do pai podem fazer um show tão poderoso. A equação é simples: sensibilidade pop + despretensão + zero vontade de copiar outros artistas. Adicione o talento de Tom Quintans como compositor, letrista e arranjador e pronto, você tem tudo o que precisa para pogar mesmo sentado na cadeira. A se lamentar, só a impossibilidade de dar vários stage dives durante a dupla final, “Lo Quiero Mucho a Ese Muchacho” e “Luchador de Boedo”.
Podia ter acabado ali, mas ainda tinha Boogarins. E embora a música deles não me fale ao coração, reconheço que o show deles é excelente: pesado, psicodélico e com soluções musicais imprevisíveis. Música não é competição, claro, mas é tentador apontar que eles são capazes de fazer em quatro minutos o que o Mars Volta faz, com menos qualidade, em 20. Os mais de 100 shows que fizeram desde o lançamento de “As Plantas que Curam” (2013) lhes dão confiança para ter presença de palco de veteranos, e se Fernando Almeida não é um grande vocalista, ao menos sabe fazer sua voz se encaixar bem na sonoridade da banda, tornando-se quase um instrumento em vez de um veículo de palavras. Só pesaram um pouco a mão no final, tão “viajandão” que requeria aditivos para a devida apreciação. Mas isso nem de longe comprometeu um show consagrador, para a banda e para o festival.
A edição de 2014 do El Mapa de Todos entregou mais do que prometeu. Mesmo com problemas a ser ajustados nas edições vindouras (o controle de tempo no Opinião sendo a principal delas), conseguiu integrar diferentes nacionalidades no palco e na plateia, levar música independente a diferentes espaços da cidade, e conciliar as mais diversas propostas criativas, tudo isso para um público maior que nos anos anteriores – e ainda por cima, com uma data, de seis shows, totalmente gratuita. O festival já está inserido no calendário.
– Leonardo Vinhas (@leovinhas) assina a seção Conexão Latina (aqui) no Scream & Yell. Todas as fotos são de divulgação do Festival El Mapa de Todos. Veja galeria completa.
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Sempre acho coerente as resenhas do site e gosto muito do texto do escritos, mas achei que o show do Jéf, o rapaz de Três Coroas, foi super animado e não sou adolescente, nem o público que estava presente. Não vejo isso como ofensa, de forma alguma, mas uma forma de subestimar um grande trabalho que tá na roda há algum tempo e ganhando séria notoriedade na cena da música gaúcha. Uma pena a resenha tratar o show super legal dele com “diminuitivos”. Acredito que o Jéf levou ao El Mapa, uma alegria bela e com músicos que tocavam por exemplo, muito melhor que a banda que tocou depois. Quem entende de música e qualidade de show, percebeu isso também. Abraço!
Não conheço esse tal de Jéf, mas já fiquei com preguiça de ouvir depois de ler esse comentário de mãe ai de cima. Como disse o Mac no twiter, #mimimi
Duda, o show não foi tratado com diminutivos. Apenas coloca o universo do Jêf como adolescente, algo que suas letras deixam claro – são primeiras paixões, um apreço juvenil pela vida. Mas isso não é demérito, é apenas um outro lado. Eu mesmo me senti um moleque no show, e isso foi muito bom!
O disco do Jéf é legal, Luiz, vale ouvir (já faz uma cara que tô pra falar dele, mas quem diz que sobra tempo). Recomendo mesmo: https://soundcloud.com/ojef
Porém, o que lamento de uma opinião como essa da Duda é a falta de respeito com a pessoa que escreve porque ele tem uma opinião diferente da dela (vimos muito isso nas eleições, e é um péssimo vício).
O cara fala “eram muitos os adolescentes em meio ao teatro lotado” e a pessoa generaliza. E ela anda faz um clubinho próprio dos que “entende de música e qualidade de show” menosprezando o jornalista e qualquer um que tenha desgostado do show, ou mesmo gostado, como o Leonardo, com as ressalvas dele.
Textos são opiniões, e é triste ver que tem gente que, ao invés de se esforçar para mostrar um outro olhar, construir um outro cenário em torno de um fato presenciado por pessoas distintas, se preocupa mais em diminuir a opinião do outro. E assim o Brasil segue. Paciência.
Ahhh entendi Leo Vinhas, é que lendo o texto deu pra interpretar da outra forma também, hehe. Valeu. 🙂
Mac, eu acho que quando tu dispõe a comentar em um site, tu pode sim colocar tua opinião, no caso eu quis argumentar, pois havia pensado que ele colocava de uma forma o show, não vejo problema nisso. abraço!
É brincadeira, fazer crítica virou um martírio… O público leva como ofensa de morte, e o artista acha que sua obra é intocável. Vide o Cícero, rasgando jornal em show.
Sobre o Jéf: é um show redondinho, bem tocado e fofo, mezzo rock gaúcho, mezzo herdeiro de Los Hermanos. Mas, se você passou dos 20 anos, dificilmente vai se impressionar. E as fãs da banda – foram elas que levantaram o show – não foram capazes de permanecer no teatro para ver as outras atrações.
Ótima resenha, que só peca pela benevolência com o Bob Shut, um rock tão, mas tão derivativo que conseguiu fazer com que metade da plateia saísse no meio do show!
Leo, tu devia ter ficado até o final do Mundo Livre, bicho, melhorou muito! =D
Maneiro foi no showzaço do Bestia Bebé: tu socando o ar em pé ali de baixo e eu fazendo o mermo, mas sentado, lá de cima. hehe Também fiquei bastante impressionado – e emocionado – com o Daniel Viglietti, cara. Senti ali que só aquela noite no lindo Theatro São Pedro con el maestro uruguayo – mermo com tanta coisa boa pra acontecer depois no El Mapa – já valeria por toda a 5a edição do festival. De arrepiar e marejar os olhos. Mas teve muito mais. Lindo. É sempre especial o clima do El Mapa, no geral. Rever Poa, a galera… Música, integración, ‘brodági’ y celebración! =)
Hasta el año que viene, amigo! Abrazo!!
Marcus, muitas pessoas me disseram que o mundo livre melhorou no final, e até acredito. A banda é irregular ao vivo, mas já tive o prazer de vê-los fazendo bons shows (como um no SESC Pompeia em 2012 que foi inesquecível). Mas com pouco tempo para descansar durante o dia, vindo já de três noites de festival, e tendo um dia que começava cedo pela frente, realmente não tive vontade de ficar até às 5 da manhã para ver. O que me disseram foi que melhorou bastante quando terminaram o “Samba Esquema Noise” e passaram ao repertório geral. E convenhamos, se o show foi anunciado como “Samba Esquema Noise na íntegra”, isso tinha que ter sido o filé, não o patezinho chocho do couvert.
No mais, o clima do festival é único mesmo. E informações apuradas nos bastidores prometem um clima ainda mais integrador em 2015…