A primeira conclusão que chego após analisar o produto é: os diretores das grandes gravadoras encontraram o vilão dos altos preços dos CDs: o papel. Sem encarte e sem o invólucro de plástico tradicional parece possível baratear o preço. Como é que eles não tinham pensado nisso antes, não é mesmo? Santa-Inteligência, Batman. E isso, aliado a ferramenta web, que permite que os compradores baixem o encarte em suas próprias casas e o imprimam, acaba soando uma idéia perfeita para se concorrer como a grande sacada do ano no quesito “não conheço nada sobre o meu público”. A primeira fornada do Music Pac traz o álbum “Frank”, estréia de Amy Winehouse (inédita até então no País); “Under The Iron Sea”, do Keane; “From This Moment On”, da Madeleine Peyroux; “PSD”, das Pussycat Dolls; e mais Babado Novo, Ivete Sangalo, Zeca Pagodinho, Jeito Moleque, Planta & Raiz, Sandy & Júnior e Marjorie Estiano, entre outros.
“Qual o problema com o Music Pac?”, você deve estar se perguntando, caro leitor. O problema é que ele se apóia em uma falsa premissa. Selos independentes como a Mondo 77, de São Paulo, colocam os CDs de seus artistas (Ludov, Autoramas) no patamar dos R$ 15. E ambos os lançamentos (“Teletransporte”, dos Autoramas e “Disco Paralelo”, do Ludov) trazem encartes caprichados. Por que uma gravadora independente consegue vender um CD por R$ 15 e uma major precisa diminuir a qualidade de seu produto para colocar o mesmo material na mesmíssima faixa de preço? O CD Music Pac funciona contra o gosto de quem consome música, oferecendo um produto de terceira qualidade por um preço “mais em conta”. Não bastasse a capa e o porta-CD constrangedores, é de se imaginar a qualidade das impressões do material baixado em PDF do site oficial. Quem terá uma boa impressora e papel em casa para imprimir os encartes e cortá-los corretamente?
No fundo, projetos como o CD Zero e o CD Music Pac tentam esconder o óbvio: o CD (como produto de consumo) teve seu preço superfaturado quando surgiu (equiparando-se ao vínil), e com o passar dos anos não acompanhou o avanço tecnológico (que diminiu os custos) nem as mudanças na forma de vender e produzir música, que poderiam ter barateado o produto final. O CD permaneceu caro demais sendo que tudo em sua volta barateou. E com o advento da internet e a distribuição desenfreada de MP3, para comprar um CD, o comprador precisa ter um diferencial que valorize o produto de tal forma que o iniba a ficar apenas com o disco baixado ilegalmente na web. Ele precisa de um material exclusivo, especial, que consiga aliar novidade e bons preços. Naquela mesma coluna de maio, quando perguntados do preço ideal de um CD, leitores se manifestavam comentando que este preço seria entre $18 e $20. Ou seja, o público quer comprar CDs originais, mas quer fazer isso pagando um preço justo, sem perder qualidade. Mesmo porque, se for para perder qualidade, compra-se em um camelô ao preço de três por R$10.
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O CD brasileiro é o mais caro da América Latina. Comprovei isso freqüentando lojas nas capitais Santiago e Buenos Aires no mês de julho. O Chile se aproxima muito do Brasil no custo final. Um CD de um artista nacional em Santiago, em lojas badaladas como as da rede Feria Del Disco, saí por volta de R$30. A grande diferença são os itens importados, que aparecem nos balcões das lojas por volta dos R$40. Já na Argentina é tudo diferente. CDs produzidos no País são muito mais baratos. Um lançamento por lá, em uma megastore como a Ateneu ou a Musimundo, sai por volta de R$25, porém é muito comum encontrar grandes barbadas, como o especial que a revista Rolling Stone portenha colocou nas bancas: edições de discos clássicos com uma revista comentando o álbum detalhadamente por um preço final de 20 pesos argentinos. Cerca de R$12. Já saíram nesta coleção os primeiros álbuns do Velvet Underground, Doors e Oasis, além de discos fundamentais dos Stones (“Let It Bleed”), The Who (“Tommy”) e outros.
Uma diferença em relação ao resto do mundo que se faz notar no modo das gravadoras brasileiras venderem música é a maneira com que os lançamentos são tratados no Brasil. Na gringa, um lançamento chega às lojas com um preço menor, especial, pois as gravadoras tentam fisgar seu público nas primeiras semanas com o disco nas lojas. Após um tempo, o preço do CD volta ao seu patamar normal. No Brasil, apenas a megastore Fnac trabalha desta forma (seguindo a matriz francesa), apresentando como preços verdes os lançamentos, que chegam a ficar 20% mais baratos nas primeiras semanas. O resto do mercado faz o usual: encarece o produto logo no lançamento, para colocá-lo em promoção meses depois. Os dois discos que Marisa Monte lançou no ano passado chegaram às lojas com preço em torno de R$35. No começo deste ano já podiam ser encontrados por volta de R$20 em boas lojas. Agora não estranhe se você esbarrar com o produto custando R$15 por ai. Infelizmente, é o jeito de trabalhar de nossas gravadoras.
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A voz do leitor: vinte comentários dos leitores sobre a coluna E o preço dos CDs começa a cair…, de 25 de maio deste ano. A pergunta era: você ainda compra CDs? Qual o preço que você consideraria justo pagar por um CD? Se o CD fosse mais barato, você compraria? O MP3 veio para ficar?
“Sim eu ainda compro CDs. Considero de R$ 20 a R$ 23 o preço justo para se pagar. Edições especiais com DVD, R$ 34, R$ 35. O MP3 veio para ficar sim mas não para eliminar o CD… eu espero!”
Fernando
“Não compro, baixo. Mesmo que o preço caísse, ainda assim não compraria. Pelo menos no momento, onde sou estudante universitária e estagio sem-remuneração. O dinheiro que eu consigo gasto em livros.
Annelisse
“Só compro CD’s de bandas independentes do Brasil, porque o preço normalmente não passa dos R$15, e mais para dar uma força para as bandas.”
André
“Não compro mais CD’s, e quando os compro, pago no máximo R$28, que pra mim seria um preço justo a ser pago. Um preço mais acessível seria na faixa de R$20 e R$28. Se o CD fosse mais barato, eu compraria, quem não gostaria de ajudar o seu artista favorito? Mas na atual conjuntura prefiro ficar em casa ouvindo mp3, fazendo dowload… Isso está longe de terminar…”
Wiliam
“Compro CD, sim, mas bem menos que antes. Ao mesmo tempo, aumentou a freqüência com que baixo músicas da internet e com que troco MP3’s com meus amigos. Na verdade, caro Marcelo, não importa mesmo o formato físico da música, mas o que ela proporciona ao sujeito que busca arte ou diversão. O MP3 parece ser o próximo formato da música (dá-lhe Cansei de Ser Sexy, Gnarls Barkley e coisas parecidas). Esse tem sido o tempo mais aberto para a música, acredito, e a frase da Madonna, retomada pelo Alexandre Matias naquela profética matéria da BIZZ (“Antes era o MP3, agora é a revolução”) resume tudo isso o que está acontecendo: music makes te people come together.”
Carlos Henrique
“Sempre fui fã de CD, do objeto CD, mas hoje em dia é impossível comprar todos os álbuns dos músicos que eu gosto. Pense bem: eu baixo de 2 a 5 discos por dia na net e muita coisa é boa, dá vontade de comprar. Agora me diz quanto eu precisaria receber de salário para satisfazer essa minha vontade (necessidade)? Te garanto que meus modestos R$ 1200 por mês (sem churumelas, sou privilegiado por ter um salário) não dão nem pra 1% do que queria. O preço é absurdo, é fato, é real, é visível demais, além da conta.
André Pires
“Eu ainda compro CDs sim, sou meio viciado pelo negócio da arte envolta e tal, só não compro mais porque não tem muita edição nacional e importo pouco hoje (se bem que o dólar tá começando a ajudar). A época que mais comprei CDs foi entre 92 e 98/99, acho que comprava uns 10,12 por mês, hoje devo comprar uns 4 ou 5… Tenho uma coleção de uns 800 discos só de pop, soul e rock…por ai, fora os de MPB… Acho que o disco por R$15 a R$22 estaria de bom tamanho…e meu velho, vai ser difícil tirar o MP3 do nosso mundo agora, essa eu pago pra ver….”
Adriano Melo
“Sempre fui consumidor de música e tenho CDs esparramados pela minha casa toda. E sabe como eu os ouço ultimamente? Tudo em MP3. Converti tudo. Resumo, entendo quem goste do CD como objeto, eu também gosto, mas o principal eu tenho, no carro, no Ipod, etc. E realmente dou gargalhadas por dentro quando penso nas gravadoras, me sinto vingado. Quanto ralei pra conseguir aquele álbum que nunca lançavam por aqui. Agora leio sobre, faço o download e ouço. Simples. Chega de preços absurdos pagos por CDs importados e por nacionais também. Acho que o lance dos artistas agora são os shows, não vai ser de outro jeito. E acho legal porque é mais democrático. Não me esqueço do comentário de um cara numa revista, isto nos anos noventa, que morava em algum fim de mundo do Brasil e que dizia que gostaria muito de ouvir Radiohead, que todo mundo falava, mas que ele não tinha acesso. Tenho certeza que ele hoje ouve Strokes.
Ronaldo Pires
“Há anos eu não comprava CD. Outro dia rolou uma promoção no Submarino e comprei 2 dos Libertines, cada uma a R$6,99. Não pago mais de 12 reais por um CD original.
Bel Furtado
“Acho justo um valor em torno de R$10 e R$15. Concordo plenamente a respeito do CD zero… Não faz nenhum sentido. Sou a favor da pirataria mesmo… São 50 anos de orgia em nossos rabinhos miseráveis. É a hora da vingança”
Márcio Guariba
“Para quem comprava 4 ou 5 CDs por mês há dois anos e hoje compra 1 a cada dois ou três meses e se for um %!@$&@#lançamento legal, tipo o último do Arcade Fire. No meu caso a culpa é do alto preço dos CDs, a facilidade do MP3 e a miopia das majors que deixam de lançar muita coisa boa em nosso mercado Convenhamos, R$15 a R$20 é preço mais do que justo por um CD, dependendo do artista e claro de quanto custa para uma gravadora promovê-lo. Ótimo tema e assino embaixo seu ponto de vista.
Max Pinez
“Quando morei em outros países e tinha dinheiro no bolso, comprava uma média de três CD’s por semana. Hoje, no Brasil, com a renda que tenho, não consigo comprar três CD’s nem em um mês! Acho que R$15 seria um preço justo por um lançamento. Se os preços baixassem, eu certamente compraria os CD’s. Acredito até que poderia pensar em tomar menos nos botecos e voltar a freqüentar as lojas de discos. ;o)”
Fabio Shiraga
“CD’s são uma paixão, pra mim vão além do conteúdo musical. Adoro o simples (mas às vezes muito difícil) ato de rasgar o plástico protetor, correr na ficha técnica pra olhar de quem é o projeto gráfico, enfim: pra mim é insubstituível, ainda. Até pouco tempo me recusava a baixar qualquer música ou disco, mas mudei e hoje baixo e se gostar muito compro o CD. Ainda acho mais seguro, pois não tenho hábito de fazer back-ups das músicas que baixo. Além de tudo é um hobby, gosto de organizá-los por rodem alfabética (cada vez mais necessária a medida que vai aumentando sua coleção que já passa de 2000, no meu caso). Quanto ao preço, acho que essa baixa nos valores vai dar uma sobrevida ao CD, pois não vejo queda no movimento das lojas (Fnac, Cultura) nos departamentos de música e vejo esse valor entre R$20 e R$25 como mais que justo. Resumindo: compro e continuarei comprando, adoro!”
Victor Rocha
“Eu continuo comprando CDs, mas procuro promoções, fretes grátis e alguma outra vantagem que as lojas oferecem. Como a maioria dos comentários, acho que um preço justo para lançamento seria no máximo R$20. Agora passa pra moçada os site das lojas pra comprar CDs importados com preço justo e de preferência sem frete, pois aqui no Brasil as lojas de CDs importados chegam ao absurdo de cobrar mais de R$100 por um CD. Quero continuar comprando meus CDs originais e a única opção em muitos casos vai ser importar”
Edivaldo
“Para começar, belíssimo serviço público o seu. Matéria para se fazer pensar. Enfim, acho realmente que o CD está perto do último round, ou até mesmo, do nocaute, pois com a chegada do MP3, a desvalorização do dólar, a globalização para poucos, mas presente, preço altíssimo dos CDs nacionais, a superficialidade, o interesse em consumir rápido e cada vez mais, leva ao falecimento do CD. Eu me considero um lunático por comprar discos, me sinto um “otário” quando entro numa loja de departamento e tiro minhas economias por um disco, porém, sou ainda do tempo de escutar um disco, ler o encarte, ver as fotos, o que cada músico tocou em cada música, enfim, gosto de sentir o disco ou o CD em minhas mãos. Mas reitero, sou um dos poucos. Compro CD por amar a música, as bandas que eu coleciono e acompanho de perto, escutá-lo no sofá enquanto o mundo corre lá fora e, claro, minha condição social que me permite fazer esta escolha. Acho que o consumidor atual, na maioria os jovens, não preza pela estética do disco, em tê-lo em mãos. Acredito na competição ter mais músicas, mais artistas, mais espaço no Ipod, enfim, uma competição de quantidade do que qualidade, uma pena. Claro, existem exceções. Poucas. O CD é caro, na minha modéstia opinião, pois nossa renda econômica não faz jus ao poder de compra de um CD. É um assunto muuuuito complexo. Envolve o bom senso e o lado econômico, que num mundo capitalista, estas duas conjunturas não se associam, não se homogenizam-se. Ainda acho que o barato para mim, pode não ser o barato para o outro, devido a disparidade socioeconômica de nossa sociedade. Acho um tanto subjetivo esta questão, mas acredito no bom senso de baixar os valores dos discos. Bom, a indústria fonográfica nacional esta mesmo perdida, lançar um disco para download, e ainda pago, de uma das bandas mais legais como o Manic Street Preachers, é no mínimo, brincadeira. Mostra a valorização do superficial, do que vende mais, o que dá mais dinheiro. Pensar em quantidade de lucro, pela qualidade insignificante de lucro. A cultura desce, o preço sobe, e a população fica à mercê destes calhordas. Uma vergonha!”
Daniel Moraes
“Continuo comprando, sendo que dos meus artistas preferidos.Uns R$15 é um preço bacana. Se fosse esse preço, com certeza a pirataria acabaria. Mas fazer o que se os empresários só pensam nos seus lucros… Já o MP3 veio pra ficar até que apareça outra tecnologia mais avançada”.
Angélica
“Claro que eu compraria! Lembro de uma vez que eu fui em uma loja e comprei dois CDs do Cake por R$20 cada. Lembro que sempre que eu comprava um CD eu fica horas vendo o encarte, e de quando o encarte vinha magrinho era uma decepção. Lembro do encarte do “Sex Blood Sugar Magic”, era incrível… eu gostava disso tudo. De ter um prensadinho na mão, sorrindo pra mim. Mas fazem seis anos que eu não compro nenhum CD original, apesar de todo aquele velho prazer. Acho que seria justo um CD de R$25. Você pode pagar R$1 pela mídia, R$15 por um pirata com capa feia, mas pagaria R$25, sem dúvida, em um com capa bonita. Pura vaidade, mesmo assim, o faria.”
Rosana
“Muito bacana o texto. Achei bacana ter visto CDs de majors a R$22 nas lojas, como o novo do Kaiser Chiefs, Klaxons e The Fratellis. Pena que acordaram muito tarde para isto. Acho R$20 um preço honesto para um CD. O problema é que a molecada de hoje em dia nunca teve o hábito de comprar discos como nós, tiozões. Agora a estratégia certa para as gravadoras no Brasil é ir retirando o time de campo aos poucos e investir num plano B para ganhar uma graninha com a música digital.”
Dexter
“Eu só compro CD original. Antes de comprar, pesquiso em várias lojas virtuais e acabo achando muita coisa boa a preços incríveis, como por exemplo o segundo CD do Franz Ferdinand, que vem com o DVD, por R$4,90, isso mesmo R$4,90. Dá pra achar muita coisa boa nos sites. Mas eu nunca compro lançamento, sempre espero o preço baixar.”
Alessandro
“Concordo com a sua coluna em número, gênero e grau. Creio que o preço mais justo para um CD de áudio não deveria passar dos R$15, R$18. Tá bom demais…. Já não me lembro mais quando foi a última vez que comprei um CD original (falando sério).”
Sergio
“Eu não compro CD com muita freqüência, mas ainda compro. Preço justo para um CD é no máximo R$20. Eu comprei recentemente o CD da trilha sonora do filme “Velozes e Furiosos em Tóquio”. Paguei R$18 em uma loja on-line com frete incluso, e achei o preço justo. Mas acredito que o CD não vai sumir de uma hora pra outra. A população brasileira não tem dinheiro pra comprar MP3/MP4. São muito caros para o padrão de vida do brasileiro. Então nem todo mundo consome música on-line porque muitos nem tem micro em casa. O MP3 piorou pra armazenar suas músicas. O que está crescendo mesmo são os CD’s piratas vendidos pelas barriquinhas espalhados em cada esquina do Brasil.”
Jussara
“Realmente o preço dos CDs é um absurdo. Acho que no máximo R$15 seria bem pago. Eu pagaria numa boa. È por isso que a pirataria não vai acabar tão cedo. A tendência é sempre subir e o salário medíocre do brasileiro mal dá pra comer, vestir e viver, quanto mais pra CD original.”
Marcello Simões
marcelo, meu velho, posso estar cuspindo pra cima, mas tenho que concordar com as gravadoras. o mp3 está matando o disco como conceito, porque pouca gente baixa o disco todo. ainda bem que existem blogs como o rockarmy e o partofthequeue que disponibilizam o album todo, ao contrario dos emule da vida, onde é mais fácil encontrar essa ou aquela música.
mas sou ambíguo no quesito comprar/baixar, pois minhas aquisições recentes foram de mp3 que eu ouvi e gostei. mas acho que sou ponto fora da curva. nem todo mundo compra o cd porque gostou dessa ou daquela música. mesmo porque tem artista que não sai dessa ou daquela música.
Caro Marcelo,
A falta de visão e até de competencia das grandes gravadoras,chega a ser engraçado.
Todos sabem desses problemas,mas fingem não ve-los.
Essas ideias geniais,com todo respeito,só me fazem acreditar,que eles não querem encarar o problema de frente.Sinceramente não acredito em grandes mudanças aqui no Brasil.Os maiores vendedores de cds,são artistas populares,cujos compradores,se dão por satisfeitos em comprar o disco pirata por 1 real.Acho que as gravadoras independentes,tem muito mais capacidade de trabalhar com o mercado atual,tipo a Monstro e a propria Volume 1,porque sabem exatamente o publico com que trabalham e a realidade do pais.Parabéns pelo novo espaço.
é uma grande palhaçada das grandes gravadoras, afinal a biscoito fino por exemplo que apesar de não ser independente, consegue vender cds duplos de artistas de peso como chico buarque, maria bethânia, tom jobim, por menos de 40 reais, porque uma gravadora com excesso de orçamento não consegue o mesmo?
Mais uma vez parabéns pelo texto Marcelo !! Abrax !! E eu continuo comprando meus discos hehe.
No meu ponto de vista, não houve um planejamento estratégico das gravadoras, em pensar mais lá na frente. Ou, propositalmente, a ganância em lucrar, cegou o bom senso dos donos das grandes gravadoras.
Como vc disse, para comprar um disco pobre esteticamente, minguado e feito às pressas, prefiro pagar 10 mangos, em 3 “piratão” do mesmo naipe do “camuflado” CD “original” das majors. Lamentável.
Imagina, independentemente de gostar ou nao da banda, se os CDs de estúdio do Pearl Jam, fossem lançados, desta maneira,qual fã da banda compraria este disco sugerido pelas majors? Digo isso, pois a banda sempre priorizou em detrimento da música, um encarte emcorpado, diferenciado e que atraem os seus fãs, acima de tudo, a comprarem os seus discos. POis além da boa música, existe um belo encarte. Eu q nao compraria um disco meia-boca de uam banda que eu curto. Um desrespeito a mim e ao artista.
Um dia desses fui comprar o “Era Vulgaris”, QOTSA, na Fnac, e me deparei com o selo verde de 20%, o disco custara 20 reais, um ótimo preço, em detrimento da boa música. Comprei. O mais curioso, que ao lado do disco do QOTSA, tinhamos o novo do White Stripes por 40 reias. (Como pode? Duas bandas em voga, atualmente, com preços tão oscilantes, entre si. Instigante). E mais ainda curioso, q os discos do Stripes pareciam intactos na loja, já os do QOTSA, só existia mais um, fora oq eu tinha comprado. Isto quer dizer, a maioria ainda compra discos, porém, com preço justo.
Como andam as coisas, daqui a pouco a maioria comprará só disco importado. e as gravadoras nacionais vão chupar o dedo mais uma vez. Pois em pagar 40$ em um disco nacional, eu prefiro botar mais cinco conto, e comprar por 45$ o importado. Que vem com encarte melhor, faixas bônus, qualidade na gravação, faixas interativas, etc.
Na minha opiniao, tudo isso, é um grande labirinto sem saída. E quem perde somos nós e a boa música.
A discrepância de valores entre lançamento/ catálogo é ainda mais gritante nas prateleiras de DVDs. Não acho que os CDs venham com descontos muito gritantes, não.
Agora, um fato que acho absurdo, e de certa forma você não tocou em sua coluna, é o preço elevadíssimo de certos CDs em catálogo há anos e anos. Quem, por exemplo, quiser ter a discografia dos Beatles completa, vai ter que trabalhar muito pra pagar quase R$40 por disquinho…
Caraca, o texto é tão bom que é até difícil de comentar… mas realmente acredito que as gravadoras não “pensem” em música, no conceito que ela envolve para o seu público consumidor. O raciocínio das majors parece não diferenciar quem procura um álbum do que quer pagar mais barato por um sabão em pó.
olá marcelo, muito boa a materia, a iniciativa. mas acredito que o principal ponto não foi lembrado: o prazo de validade! os meus 1os cds oficiais (1990) o aluminio já está descolando, mp3 está em um hd que pode apagar sem motivo aparente então todos nós viveriamos de backups. a única mídia que dura por tempo indeterminado é ainda o vinil. bem guardado, com limpeza periódica, é a unica forma da música ser eterna, passar de geração para geração.
mas ainda compro cds. apenas procuro por melhores preços, no máximo $20. mp3? não uso drogas digitais em busca de prazer. mas entendo que um moleque não compre cds. obrigado pelo espaço.
Bom texto meu caro…o chato dessas medidas é que nao resolvem o problema, so aliviam e mascaram…
🙂
Boa matéria, realmente concordo com suas conclusões sobre os “tais” CD Zero e e outro. Bandas nacionais em selos alternativos vendem cds com qualidade ótima e encartes, etc, etc a R$15. Agora pergunto Porque as grandes gravadoras não podem fazer o mesmo? Óbvio…exploração financeira dos bilionários donos de gravadoras. Eles não aceitam diminuir o lucro para poder brigar de igual para igual com as outras opções de distribuição de música (internet, pirata, etc, etc.).
Como uma pessoa já disse aqui “fizeram orgia em nossos rabinhos, agora é nossa revanche”. Eu adoraria comprar no minimo 1 cd original por semana, mas eu iria gastar no minimo R$200,00 para os artistas que eu gosto e isso se torna inviavel no pais que vivemos. Eu pago R$80,00 de acesso a banda larga e baixo o que eu quiser e garanto que dá muito mais do que miseros 4 cds.
Se 1 dia popularizarem os preços de cds, volto a comprar.
Abraços.
Qual o propósito de comprar um cd, se não for pelo encarte? Um cd só com as músicas qualquer um faz: pode comprar as músicas online e ainda põe o cd em uma caixa decente.
enquanto baixo, (quase) todos os dias, um álbum novo, apenas espero pelo dia em que finalmente a primeira grande gravadora irá começar a tratar os cds como coisa de colecionador, com arte supertrabalhada e caixinhas maravilhosas, disponibilizando as músicas para download em seus próprios sites e lucrando com publicidade.
Já li em uma publicação especializada que, na época (há uns 5 anos atrás, no máximo), um CD custava para as gravadoras, já contabilizados todos os gastos referentes a produção, como caixa e encarte, 3R$. Sim, é isso mesmo,
3 R$. Dúvido até a unha do meu dedão que este custo tenha aumentado (se é que não diminuiu). Um preço justo a ser pago num CD, na minha opinião, seria 20R$ (estourando). Isto já garantiria um lucro de, aproximadamente, 666% no produto ( é só fazer a conta). Não é possível que algum desses executivos, gerentes de marketing, ou o raio que o parta não saquem que trata-se de uma margem inadmissível. Ninguém é palhaço (muito menos palhaço rico) p/ ficar gastando isso num produto. Eu não gosto de MP3, mas sou obrigado a usar quando quero conhecer alguma banda (o que quase sempre me leva a adquirir discos das mesmas, caso eu tenha sorte e ache por um bom preço…). A verdade é que as pessoas que administram essas corporações não entendem e sequer gostam de música. Bastava abaixar o preço dos cd´s que tenho certeza que as vendas aumentariam, coexistindo com o MP3. Conheço muita gente que não é adepta destas novas tecnologias para opuvir música. bastava um pouco de bom senso.
Já li em uma publicação especializada, há uns cinco anos atrás, no máximo, que um CD custava em média para uma gravadora, já contabilizado todo tipo de gasto (inclusive porcentagem referente ao artista), 3R$. Sim, 3R$. Acredito que nestes últimos anos esta cifra não tenha sofrido aumento significativo (se é que não diminuiu). Supondo que o preço médio de um CD nacional seja hoje de 25R$, o lucro gerado pela venda de um exemplar é de aproximadamente 733% (é só fazer a conta)!!!! Alguém por caso conhece algum tipo de empresa que trabalhe com essa margem? Se o CD custasse 15R$, ainda assim, seria algo abusivo, mas na minha opinião, aceitável. No meu caso, que gosto de bandas de rock clássico, alguns cd’s só existem na versão importada, o que engorda ainda mais o valor a ser pago. Com essas soluções imediatistas, mal planejadas e pilantras, o CD vai mesmo sumir do mercado ( o que, na minha opinião, é uma pena, já que eu não gosto de ficar ouvindo música pelo computador), e as gravadoras vão falir. Há quase dez anos existe essa briga para capitalizar em cima de downloads, e toda vez, alguém arranja uma maneira nova para burlar (quantos programas diferentes de downloads de arquivos você já teve?). Também não adianta vir com esse papo de que a pirataria prejudica o artista, pois somente artistas com vendas exorbitantes têm lucro significativo com a vendagem de CD’s. Para os pequenos, é mais vantajoso ter sua música distribuída gratuitamente, e levar as pessoas aos shows. Mesmo neste sistema capitalista desenfreado e canibalizador em vigência, existem, teoricamente, regras de mercado, que deveriam ser seguidas. Vender música a este preço é tratar o consumidor e o artista como se fossem palhaços. E palhaços ricos.
Fausto
Acho que o argumento de que manter os preços altos é uma estratégia de mercado para oter lucro me faz rir. As gravadoras não perceberma que estão dando um tiro no próprio pé! A moçada que já nasceu conectada num ipod não vai comprar CD’s caríssimos… a não ser que houvesse um diferencial e a preço acessível. Veja o caso do radiohead que lançou um albúm em forma de pen-drive, todo estilizado, um belo suvenir para os fãs. O preço idela? No máximo 15 para nacionais e 18 para importados. Tem de baixar muito mesmo pra vê se atrai aqueles que pagariam pelo CD mas estão sendo empurrados ao MP3 pelas próprias gravadoras.
Marcelo, ótimo texto sobre os CD MusicPak.
Eu só teria outra visão a acrescentar:
– Eu acho sim uma ótima essa saída music pak, partindo do princípio que existe um público, como eu, que que quer ter simultaneamente:
1) Preço razoável (10 a 12 contos é bem justo!)
2) qualidade “perfeita” de áudio – áudio sem compactação (lossless) ao invés de baixar free ou mesmo comprar faixas em MP3 com perda
3) qualidade da mídia original – que não vá detonar meu leitor de CD ou se desmanchar em 3 anos – já que o CD original tem aquela camada de lacre protetor que os CD-R não têm, diminuindo consideravelmente sua vida útil.
4) Uma capa e contra capa descente, que eu possa colocar meu CD na sala junto com os outros comprados, ao invés de uma capinha impressa vagabunda que vai destoar, e eu vou acabar carregando numa bolsinha plástica mal organizada e mal catalogável.
O 5º item que fecharia com chave de ouro, seria, certamente, um bom encarte com diversas fotos e letras e ficha técnica – e isso não teremos. Entretanto, se lembrarmos que os encartes belíssimos dos LPs já foram por água abaixo com a entrada do CD (sejamos sinceros: quantas vezes vc vai ficar olhando o encarte do ÁLBUM branco num LP contra o encarte original do LP? Ou então, do ‘Acabou Chorare’ dos Novos Baianos?). O que quero dizer é que continua sendo muito legal a gente abrir o CD e ver encartes completos, mas quantas vezes vc vai repetir esse processo no CD? Pouquíssimas! Então o valor do encarte fica muito diminuído, quase que ao fetiche de abrir e estar tudo lá….em suma, se um CD completo com encartes custa 30 e um digipak custa 12, eu guardo esses 18 reais por CD pra comprar livros/songbooks/biografias dos meus artistas preferidos!
Só uma opiniao, claro! J J
Abraços e continue seu bom trabalho de questionamento.
Vitor