EDITORIAL
Outubro 2001

 Os melhores noventa minutos de nossas vidas 
(Ou o maior rock star de todos os tempos da última semana)


Podem nos chamar de piegas. Tudo bem, eu sei que vocês já chamam. Mas no dia 04 de outubro de 2001, em um quarto de hotel na Rua Funchal, em São Paulo, durante 16h e 17h40, os editores deste maravilhoso zine tiveram a oportunidade de bater um longo papo com Ian McCulloch, vocalista do Echo & The Bunnymen. 

Que nos desculpem as namoradas, ex, pais, mães, avós, melhores amigos, inimigos, mas os melhores momentos que passamos nesse planeta se deram naquele quarto de hotel. Estávamos diante do homem que cantou e compôs algumas das principais músicas de nossas vidas. Foi justamente a paixão por Mr. McCulloch o estopim da amizade entre os editores. Marcelo estava doido atrás do cd do Electrafixion. E em Taubaté, 150 km da capital, somente Alexandre tinha. Se hoje vocês estão lendo e colaborando com esse e-zine, é porque, indiretamente, Ian nos colocou aqui. 

Durante a entrevista exclusiva, Ian falou de futebol, rock, sexo, passado, Morrissey, e até foi vítima de uma cabra-cega (adorou Titãs, odiou Maybees, levou o Strokes de presente, detonou o Manic Street Preachers, abominou o Los Hermanos) e, principalmente, adorou a camisa do Corinthians, como podem ver acima. A matéria completa sairá na próxima edição da gloriosa revista Rock Press e, mais tarde, aqui no S&Y. Foram momentos mágicos, assim como suas canções foram mágicas em todos os momentos de nossas vidas: paixões, alegrias, tristezas e o que for. 

A gente ralou bastante desde que viemos para São Paulo. Passamos momentos de privações, dificuldades e quase pulamos (ou nos jogaram) do barco. Inevitavelmente, viver na cidade mais poluída do país tem suas vantagens. As lojas de cds e livros são sensacionais, os filmes que queremos ver estão sempre acessíveis e as noitadas são sempre divertidas. A cultura pop corre feliz em nossas veias. Por outro lado, São Paulo é a capital da sacanagem, da desonestidade e da filhadaputagem. Sei lá se acontece apenas conosco, ou apenas nessa dura profissão de jornalista, mas são poucos os que podemos chamar de amigos. Ninguém olha no olho, ninguém diz a verdade, ninguém pode te ajudar quando você precisa, ao contrário, na primeira oportunidade que podem, te sacaneiam. Talvez essa seja a vida real e nós sejamos sonhadores demais. Talvez. 

A nossa única certeza nesse momento é que, mesmo com as dificuldades, estamos felizes. Por uma hora e quarenta minutos de uma tarde quente de quinta-feira, estivemos face to face com Ian McCulloch, e ele foi cool, extremamente cool. Que me desculpem todos e que venham os falsos amigos: podemos morrer felizes. 

Marcelo Costa e Alexandre Petillo


Discotecagem
Ian McCulloch discotecou na festa SOUND, no DJ Club. Veja a galeria de fotos e o set list da noitada.


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