MARÇO 2022
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Clique no país acima para conhecer seus destaques de março!
BRASIL
por Marcelo Costa / do site Scream & Yell
Março, no Brasil, parece ter durado três meses. Com os números da pandemia diminuindo, os números de vacinados aumentando e a desobrigação do uso de máscaras, muitos eventos receberam público como se estivéssemos vivendo em 2019, dentre eles o Lollapalooza Brasil, primeiro megafestival desde a proliferação do vírus, 24 meses atrás. “Celebrar a vida em 2022 é algo que todos devem fazer em algum momento em que se sintam seguros”, escrevemos em nossa cobertura do festival, e mais de 300 mil pessoas celebraram a música, a vida e o reencontro no Autódromo de Interlagos em São Paulo. A música, novamente, unindo pessoas. E, não à toa, começamos nossa lista de destaques com um projeto especial da Faro chamado… “¡Unan Todo!”.
THE RAULIS & PAHUA – “MAMBA NEGRA”: Como o Brasil não foi incluído no documentário “Rompan Todo”, o produtor e colaborador do Scream & Yell, Leonardo Vinhas, planejou uma iniciativa para reunir a América do Sul através da música: o EP “¡Unan Todo!”. Não é a primeira investida dele e do site nesse território: em 2015 lançamos “Somos Todos Latinos”, com brasileiros cantando canções de países vizinhos. Depois vieram “Caleidoscópio” (2015), com artistas de 11 países celebrando Os Paralamas do Sucesso, “Brasil También Es Latino” (2016), com artistas vizinhos cantando canções brasileiras, “Conexão Latina” (2018), “¡Estamos! – Canções da Quarentena” (2020), “Bajo Un Cielo Uruguayo” (2021) e “Conexão Latina II” (2021). O EP “¡Unan Todo!” (2022), nosso próximo lançamento, é um projeto da Aliança Faro, e une brasileiros com artistas da Colômbia, Argentina, Venezuela, Uruguai e México. O primeiro single junta a banda brasileira The Raulis com a artista mexicana Pahua, e você já pode ouvi-lo abaixo. Mais sobre o projeto você descobre aqui.
BLACK PANTERA – “ASCENSÃO”: Banda crossover de punk rock, metal e thrash, o poderoso trio negro Black Pantera retorna gritando “Fogo nos Racistas”, um dos singles de seu barulhento e estupendo terceiro disco, “Ascensão”, que saiu em março com 12 canções ativistas que criticam o genocida Jair Bolsonaro, o racismo estrutural e a homofobia, entre outros temas. A capa é uma foto de Victor Balde feita em novembro de 2019 que retrata Ana Francisco e Carolina Antônio, duas mulheres de Meconta, Moçambique, segurando facões de mãos dadas e protegendo uma criança. A imagem fez parte da coleção “Lute como uma moçambicana”. Ouça o disco abaixo!
LUIZA BRINA – “A TOADA VEM É PELO VENTO – 10TH DELUXE EDITION”: Em 2011, Luiza Brina lançou seu primeiro disco solo, “A Toada Vem é Pelo Vento”, produzindo mais de 1500 cópias caseiras do álbum – uma cópia, hoje, custa mais de 1000 dólares no Discogs. Para festejar o aniversário de 10 anos do álbum, o selo dobra discos lançou uma versão digital deluxe do álbum, com as 8 faixas originais e mais 11 especiais para o relançamento, com participações de Zé Manoel e o Boi de Maracanã, Ana Frango Elétrico e Castello Branco, além de versões acústicas, violão e voz, e piano. Um belo disco que só melhorou com o tempo.
CLAUDIA MANZO – “RE-VOLTAR”: Artista chilena radicada em Belo Horizonte e cada vez mais próxima de músicos brasileiros, Claudia Manzo colocou nas ruas “Re-Voltar”, seu segundo disco solo, álbum que evidencia novas influências através do uso de bases eletrônicas, mas que dialogam, em plena harmonia, com a sua peculiar sonoridade orgânica e latina, e que conta com colaborações de nomes como Luiza Brina (em “Pequenos Homens”) e a dupla Russo Passapusso e Beto Barreto (da BaianaSystem), que contribuem no single “Água Benta”. No Scream & Yell, ela comentou o disco faixa a faixa! Para ouvir e desejar unir tudo cada vez mais!
DULCE QUENTAL – “SOB O SIGNO DO AMOR”: Dulce Quental é uma artista que ficou bastante conhecida na explosão do rock brasileiro dos anos 1980, e que, entre idas e vindas, se distanciou do mercado. Agora, com “Sob o Signo do Amor”, seu sexto disco solo, e um dos melhores de sua carreira, ela quer se reconectar com um público novo. O álbum, produzido pelos irmãos Jonas Sá e Pedro Sá (o segundo, colaborador de Caetano Veloso), é um disco de enamoramento e resistência, “uma conversa ao pé do ouvido, sussuradinho, sabe”, comentou aqui, dizendo aqui que “é um disco de guitarra e voz na frente, com a bateria pequenininha e os barulhinhos de MPC, lá atrás”. Recomendamos muito.
BRUNO MORAIS – “PODER SUPREMO”: 13 anos após seu dançante e bonito segundo disco, “A Vontade Superstar” (2009), Bruno Morais está de volta com “Poder Supremo”, álbum que é “um convite à imersão, à dança e ao rito, ao mesmo tempo em que é um chamado à necessidade de sonharmos e desenharmos futuros melhores”. Bruno continua combinando amor e dança com uma brasilidade singular e uma turma de colaboradores especialíssima (Bixiga 70, Juçara Marçal e Thiago França da banda Metá Metá, Anelis Assumpção, Roberto Barreto, guitarrista e um dos cérebros do BaianaSystem, entre outros) num resultado que irá fazer você chacoalhar o corpo todo.
BANANA SCRAIT – “ELETRO BOSSA NOVA”: Andrea Agda e Daniel Arruda formaram o Banana Scrait em Fortaleza na primeira metade dos anos 90 fieis ao estilo indie rock guitarreiro da época. Em 2015, porém, o duo surpreendeu com dois belos lançamentos, um deles, o brilhante EP “Giostra”, em homenagem ao maestro Alberto Nepomuceno (1864/1920). Agora eles estão de volta com “Eletro Bossa Nova”, reimaginando clássicos da música brasileira (Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Baden Powell) com um viés moderno, alcançando um resultado arrebatador.
TERNO REI – “GÊMEOS”: Lançado em 2019, “Violeta”, terceiro disco da Terno Rei, expandiu o alcance da banda e conquistou uma nova leva de fãs, o que fez com que as expectativas e a ansiedade em torno do novo disco se tornassem inevitáveis. O recém-lançado “Gêmeos” mostra que a banda não se intimidou com a responsabilidade acrescentando novas camadas ao seu som e mostrando um fôlego renovado combinando o tempero clássico do quarteto – melancolia, guitarras quase lânguidas e uma concisão nas canções – com uma pegada mais pop. Conversamos com eles!
LUNETA MÁGICA – “NO PAIZ DAS AMAZONAS”: Protagonista da cena musical do Amazonas, a banda experimental alternativa Luneta Mágica inspirou-se em um dos primeiros documentários sobre a Amazonia, “No Paiz das Amazonas”, dirigido por Silvino Santos e Agesilau Araújo em 1922, para fazer uma interessante conexão entre rock psicodélico, indie rock e ritmos brasileiros. Lançado em março, o álbum “No Paiz das Amazonas”, já rendeu diversos elogios ao quinteto e uma live session, que você assiste abaixo!
EDGAR – “ULTRAVIOLETA”: Um dos tesouros ainda pouco ouvidos da cena musical brasileira (mesmo tendo aberto um dos palcos do Lollapalooza Brasil 2022), a música do rapper paulista Edgar continua gerando pérolas como “Bíblia, Boi e Bala”, faixa poderosa que resume as bancadas do mau no poder legislativo brasileiro. O single faz parte do EP “Ultravioleta”, que também recomenda a audição da faixa “Fake News”, resumida assim por Edgar: “Nessa música falo que a gente tem que arrancar a cabeça do político corrupto e colocar em cima de um púlpito”. Letrista afiado, Edgar é um dos melhores cronistas da música brasileira na atualidade.