Durante a primeira noite da 19ª edição Goiânia Noise Festival, realizado entre os dias 6 e 8 de dezembro no Martim Cererê, uma banda nova reuniu um bom público apostando em um som que fugia do estilo praticado por boa parte das bandas do festival: o Shotgun Wives. O sexteto goiano, que mal completou um ano de idade, passeia com propriedade pelo folk e country, arrancando aplausos em uma apresentação que surpreendeu o público presente.
Com apenas um EP, “Hail to the Lizard King”, e um single, “Salt”, ambos disponíveis gratuitamente no Bandcamp da banda (http://shotgunwives.bandcamp.com/), o Shotgun Wives recheia os shows com versões improváveis de cançãos dos Beatles e do Motörhead. “A ideia era chocar mesmo”, conta Dan Mascarenhas (violão e voz). “Gostamos de colocar um timbre inesperado nas canções”, completa o baixista Pedro Falcão.
Abaixo, três perguntas para a banda logo após o show no Goiânia Noise:
O último grupo folk/country que vi surgir em Goiânia foi o The Ugly, há quase dez anos. Como é fazer este estilo em uma cidade conhecida pelo sertanejo e o stoner rock?
Dan: A gente sempre escuta muito folk, sem pensar no impacto que isso fosse resultar. Simplesmente quisemos gravar um som e colocar na internet para ver no que dava…
Pedro: Sempre curtimos folk, sempre quis ver alguma banda na cidade fazendo este som e nos perguntamos: Por que não nós mesmos? Nos juntamos e começamos a tocar músicas que gostávamos, gravamos um EP virtual e lançamos sem muita pretensão. Quando percebemos, já tinha muita gente indo aos shows.
Como surgiu a ideia para as covers? Imaginaria que tocariam Dylan, Travis, Cash, até mesmo Coldplay. Mas vocês desconstruíram “I Saw Her Standing There”, dos Beatles, e muita gente ficou boquiaberta com a versão de “Ace of Spades”, do Motörhead.
Dan: Sobre a cover do Motörhead, a ideia era essa mesmo: chocar todo mundo. Gostamos de ser estranhos (risos).
Pedro: Gostamos de colocar um timbre inesperado nas canções, um elemento diferente em cada uma delas, e no show isso não seria diferente. Beatles sempre foi uma grande influência, talvez não tão direta quanto Modest Mouse, Dylan e Cash, mas é algo que fez e faz parte da nossa vida.
Dan: Na verdade, há algum tempo fomos convidados para tocar em um programa chamado “Beatlemania”. Chamaram a gente, e o grupo oficialmente nem existia ainda. Nos reunimos, escolhemos a música e fomos lá tocar.
Pergunta: Como é ter um sósia de Johnny Depp na banda (risos)? E quais os próximos planos do grupo?
Pedro (sobre Esdras, o guitarrista): Gastamos uma grana pra deixá-lo assim, plásticas, apliques. Achamos ele no lixo e aprimoramos (risos).
Esdras: Na verdade o visual é homenagem ao cantor country Roy Rogers, grande influência minha.
Pedro: Quanto ao futuro, estamos começando a gravar um álbum (cheio), que deve ficar pronto em março de 2014. Pretendemos lançá-lo fisicamente e então tocar o máximo possível por aí.
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Baixei há pouco e tô ouvindo direto. Aprendam com os caras, Mumford & Sons!