O Fator Foo Fighters – Uma Crise Submarina
Sob O CEL #8
por Carlos Eduardo Lima
Não se espante com o título estapafúrdio. É uma homenagem sem muito sentido a um filmeco dos anos 70, subproduto do gênero catástrofe/sci-fi, chamado “O Fator Netuno, Uma Crise Submarina”. Nem sei po que me lembrei disso, talvez porque queria batizar esse texto como apenas Fator Foo Fighters, ou ainda, Questão Foo Fighters e a “crise submarina” cairia bem. Não importa muito, a intenção aqui é investigar algo que tem me assustado bastante nesses últimos tempos: a idolatria extrema à banda de Dave Grohl, como se ela fosse um tipo qualquer de representante máximo do rock. Não sei o que é pior: achar isso do Foo ou endeusá-lo mesmo assim, sem mais nem por quê.
Você já deve saber que o festival itinerante Lollapalooza vai ter uma versão brasileira, a se realizar nos dias 7 e 8 de abril de 2012. Até aí, tudo bem. O headliner do primeiro dia é o Foo Fighters, aguardado ansiosamente, como se fosse a volta do Messias. Não será a primeira vez da banda no País, Grohl e sua gang já estiveram aqui em 2001, por ocasião do Rock In Rio III. Entre aquele show e o ano que vem, o Foo Fighters lançou quatro discos de inéditas, um trabalho acústico e uma coletânea. Também soltou um documentário retrospectivo interessante. Só que, a exemplo do que era em 1995/96, o Foo sempre foi um grupo coadjuvante, mediano, menos importante que outros. Será que o mundo de hoje vê a banda de Grohl como uma espécie de ícone, acima do bem e do mal?
Se isso é verdade, o que parece ser, de fato, há vários processos empobrecedores em curso, responsáveis, num futuro a curto prazo, pela imbecilização completa das pessoas com poder para fazer a diferença no mundo. E quem são elas? Eu e você, que está lendo essa coluna. Se não houver uma guerra mundial entre famintos e abastados, as pessoas das classes médias, com acesso à informação e a um mínimo de qualidade de vida, deverão ser as únicas capazes de coletar algum conjunto de dados capazes de tornar as coisas mais justas por aí. Mas, você dirá, esse cara está viajando, é apenas uma banda de rock, é o Foo Fighters, oras. Sim, é uma banda de rock, mas são as pequenas – e as grandes, claro – frações que mostram o quanto a estrutura está corroída, carcomida. Como escreveu Ana Maria Bahiana certa vez, “será que mais uma geração caiu nas garras da arteriosclerose do “classic rock”?”
Senão, vejamos: o Foo Fighters tem uma carreira respeitável, já com sete discos de inéditas, em 16 anos de existência. Uma média interessante de pouco mais de um disco a cada dois anos, todos bem produzidos, bem tocados, com clipes fazendo sucesso aqui e ali. De todos os trabalhos da banda, não tenho medo de dizer que os dois primeiros discos são os melhores de sua carreira. São os únicos com algum risco, algo a ser provado, alguma satisfação a dar. E são os mais pesados e desordenados. “Foo Fighters” (1995) e “The Colour And The Shape” (1997) flagram a banda com disposição para encontrar seu lugar ao sol, com garra e urgência.
Há canções legais como “Big Me” ou “Floaty” (do primeiro) e “Monkey Wrench”, “My Hero” e o hit “Everlong” (do segundo), que se inserem entre o melhor da verve grohliana. Power pop, punk de arestas aparadas e um senso interessante de melodia. Não parecia em nada com o Nirvana, banda anterior de Dave (apesar do marketing da época vende-los como “uma nova banda que você já amava”). A partir de “There’s Nothing Left To Loose” de 1999, tudo começa a entrar num padrão controlado, asséptico, confortável. Dave Grohl tem uma banda confortável sob todos os aspectos. Ele é o “mastermind”, o rei da cocada preta, o dono da bola, balança a pança e comanda a massa em todos os níveis. Se a bateria de Taylor Hawkins não o agrada, ele vai e refaz tudo. Se há vontade de gravar tudo analogicamente em sua garagem com a produção de Butch Vig, há grana suficiente para bancar a empreitada. “Wasting Light”, seu último álbum, é pesado e dinâmico. Lembra o segundo disco, lembra que a banda supostamente faz rock mesmo, não há como negar. Também há a habitual sustentação visual, com clipes interessantes, cheios de referências pop dos anos 90. Afinal de contas, e é aí que mora o perigo, o Foo é uma banda dos anos 90.
Como tudo que é dos anos 90, o Foo é uma dedicada reciclagem de elementos estéticos. Só que a década marcou o início de uma nova lógica, a da descartabilidade artística aliada à monetarização da arte, ambas em níveis nunca vistos na história. Tudo passou a ser indexado apenas pela lucrabilidade que poderia trazer, pelos cifrões que poderia significar. Essa noção se amoldou a quase todos os aspectos da nossa vida, principalmente na percepção que temos do mundo e do juízo sobre o que vale realmente a pena na vida. Algo que não pode correr riscos, não pode comportar qualquer tipo de variável, incógnita ou a mínima imprevisibilidade.
Talvez o último grande momento da música da década de 1990, no que diz respeito à vulnerabilidade das pessoas diante disso tenha sido “OK Computer”, do Radiohead. Ali vinha uma espécie de diário de bordo da distopia (o contrário de utopia, só pra constar) a respeito do mundo, de como as coisas pareciam cinzentas diante do falso colorido e do remelexo vazio dos clipes e discos de rappers cafetões ou da rasteira invocação rocker de bandas como Killers ou Arctic Monkeys, sem eira nem beira num mundo que deixou de ouvir rock. Nem sou muito fã do “OK Computer” e acho pra lá de suspeita a babação de ovo em torno do disco, mas é impossível não ver seu aspecto textual, que é, numa moldura quase progressiva, cantar o não-amanhã, a não-mudança do mundo. Não por coincidência, vivia-se à época (1997), a idéia do “fim da história”, diante das quedas dos regimes socialistas e da guerra na Bósnia. De fato, o neoliberalismo venceu, engessou todas as possibilidades de troco por parte de todos nós.
O rock reflete isso, claro. Veio uma geração bunda molíssima, capitaneada pelos Strokes e seus clones, numa raia em que um revisionista assumido, Jack White, corria por fora, regurgitando clichês dos anos 70 sistematicamente. Afinal de contas, para que se trancar no quarto porque você não pode carcar a menininha da escola? Ora, monta uma banda de axé, cumbia, country, pagode, FICA RICO, e todas elas vão cair aos seus pés. Rock? Ora, rock com letras que falam algo, que têm mensagem, isso é coisa de… velho. Sendo assim, restou ao Foo uma confortável (olha o termo aí de novo) posição de representante de um inofensivo tipo de rock de um tempo que não mais existia, dentro de um contexto de passado recente. Com essa legitimidade temporal, senso comercial e estético apurados, Dave Grohl moldou a carreira de sua banda ao sabor previsível do vento e, talvez antevendo uma onda nostálgica pelos anos 90, soltou um disco com cara de 1997 em pleno 2011. Se levarmos em conta que a idade do ouvinte de Foo Fighters varia entre 20 e 40 anos, lançar algo como “Wasting Light”, cheio de “veracidade”, com participação de Bob Mould, retorno de Pat Smear (ausente desde…1997), produção “grunge” de Butch Vig (que já se adianta para reunir sua “banda pós-Nirvana”, o Garbage), é uma belíssima jogada para velhos e novos fãs, movidos pela lembrança de tempos melhores para o rock ou memória afetiva de quando não precisavam se preocupar com as agruras da vida adulta.
O que sempre aflige é que as pessoas vão, cada vez mais, ignorando a existência de bandas de outros tempos, que tiveram responsabilidade por mudanças nas mentes de seus ouvintes, que compuseram músicas com a intenção declarada de transformar alguma coisa. Dave Grohl teve chance de ouvir gente boa como Who, Led Zeppelin, Beatles, Sex Pistols, Replacements, Big Star, Cars, Cheap Trick, só pra citar a amplitude que o espectro de influências de uma formação como o Foo Fighters pode comportar. O que é inegável é que o melhor momento de Grohl, bom baterista, em toda a década de 00 aconteceu quando ele deu um tempo no Foo e foi tocar com o Queens Of The Stone Age. Ali tudo pareceu meio improvisado, com genuína vontade de fazer algo novo e legal (“Songs For The Deaf” ficou em quarto na lista dos 20 melhores álbuns dos anos 00 deste site – lista que não tinha nenhum Foo Fighters. Diz muito). Não espanta que “Wasting Light” tenha sido indicado para receber SEIS prêmios Grammy. Já faz um bom tempo que ganhar um Grammy é receber um carimbo de coadunação com o estabilishment. Aliás, bandas de rock nunca deveriam receber prêmios por qualquer coisa. Certo?
CEL é Carlos Eduardo Lima (siga @celeolimite), historiador, jornalista e fã de música. Conhece Marcelo Costa por carta desde o fim dos anos 90, quando o Scream & Yell era um fanzine escrito por ele e amigos, lá em sua natal Taubaté. Já escreveu no S&Y por um bom tempo, em idas e vindas. Hoje tem certeza de que o mundo como o conhecíamos acabou lá por volta de 1994/95 mas não está conformado com isso.
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Leia também:
– “Wasting Light”, Foo Fighters: muito barulho por tudo, por Tomaz de Alvarenga (aqui)
– “In Your Honor” é um CD roqueiro, diferente, variado e divertido, por Renato Beolchi (aqui)
– “Live in Brighton?, Foo Fighters: Ao vivo eles ainda dão um caldo, por Marcelo Costa (aqui)
– “Is This It”, dos Strokes, é realmente importante?, por William Alves (aqui)
– Belas Canções Sob o Céu da Califórnia, por Ana Maria Bahiana (aqui)
– “Ok Computer”, do Radiohead, um disco fundamental, por Tiago Agostini (aqui)
– “Songs For The Deaf”, Queens of The Stone Age, trilha do inferno, por Marcelo Costa (aqui)
– Foo Fighters no Rock in Rio 3: impossível ouvir as guitarras, por Marcelo Costa (aqui)
– Votação: 68 convidados escolhem os 20 melhores álbuns dos anos 00. Confira a lista (aqui)
Honestamente, não vi sentido nesse texto.
Belo texto. Parabéns!
Vale lembrar também um disco muito bom, o auto-entitulado Killing Joke (2001), com Ghrol na bateria. Ele deu uma roupagem nova a uma banda antiga, somente com o seu jeito de tocar bateria, e isso foi bem legal!
Abraço de Taubaté!
Sempre achei o Foo Fighters uma banda super valorizada. Na real , é uma banda bem mediana. E que apela nos shows para o quanto mais alto e barulhento melhor , para esconder a qualidade das musicas.
Genial.
“Não importa muito, a intenção aqui é investigar algo que tem me assustado bastante nesses últimos tempos: a idolatria extrema à banda de Dave Grohl, como se ela fosse um tipo qualquer de representante máximo do rock. Não sei o que é pior: achar isso do Foo ou endeusá-lo mesmo assim, sem mais nem por quê.”
Gosto do Foo Fighters e é uma banda de bons hits mesmo, tanto que vou no show. Vou pelas músicas antigas e pelo que já significou pra mim.
Mas concordo totalmente com o texto. É o que eu sempre digo: Se uma banda quiser fãs, tenha bons hits, mas pra entrar pra história e fazer algo grande, ela precisa de trabalhos concisos… gerar grandes discos. Isso, o Foo Fighters nunca fez.
Foo Fighters > Esse texto
Gênio.
O fator do Foo Fighters ser tão relevante em 2011 fazendo o mesmo que 1997 é pq não há atualmente nada relevante em 2011 para ser igualado a eles.
A mesma coisa pode ser dita sobre AC/DC, Motorhead, Iron Maiden.
Enfim, não exitem icones de rock da década 00.
Strokes, Franz Ferdinand e QOTSA tentaram mas não conseguiram.
Acho que um bom próximo tópico pra o CEL discutir seria o motivo pelo qual essas pessoas que “vão, cada vez mais, ignorando a existência de bandas de outros tempos, que tiveram responsabilidade por mudanças nas mentes de seus ouvintes, que compuseram músicas com a intenção declarada de transformar alguma coisa” estão exatamente ignorando tudo isso?
É porque é “coisa de velho”? O que está acontecendo para a música “dessas épocas” perder tanto valor assim? Se é o que praticamente todo mundo “regurgita” atualmente, então porque elas estão perdidas no marasmo dos tempos antigos?
Ou eu estou sendo intrometida demais? hahaha
mimimi o rock não transforma mais nada mimimi estabilishment mimimi… cara, não aguento mais este papo. marketing? claro. aproveitar a nostalgia alheia? bela jogada do grohl. banda mediana? 7,5 no máximo. o problema é que volta e meia esquecem que o rock é, antes de tudo, sobre diversão, fazer/escutar o que der na telha, asséptico ou não – praticamente uma thelema do pop. o foo fighters passa loooonge de ser a melhor banda do mundo, mas chutaria sem muito medo que talvez seja a maior. se idolatram dave e cia pq eles são legais, tocam músicas divertidas e tem videoclipes maneiros, qual é o problema? sério… lidem com isso ou construam uma máquina do tempo
Exatamente isso, Gustavo!
A coisa é simples (ou deveria ser), ninguém os compara com o primeiro escalão.
It’s all about rock and roll!
Não há qualquer problema nisso, Gustavo. O medo é que não reste mais nada para quem se interessa pelo rock em 2011, a não ser, achar divertido e esperto um show de uma banda como o Foo Fighters.
Jéssica, obrigado pelos comentários, claro que não está sendo intrometida. A maior ironia da produção “rock” dos anos 00 e 10 é a chupação descerebrada de sonoridades de outras épocas, especificamente os anos 80. E a aura de que tudo isso é novo. Veja o Strokes, por exemplo.
A verdade é que Foo Fighters tem 2 músicas e meias que são boas. Foo Fighters é My Hero. Dói dizer isso pra muita gente pois a o Dave Grohl é uma cara tão legal. Ele fica tão bem no palco. Mas o Foo Fighters não é uma banda artisticamente grande.
Finalmente alguém colocou os pingos nos is ao se referir ao Foo Fighters. Concordo com tudo que está escrito aí.
E acho que há muitas bandas de rock atuais que fazem valer o gênero: me refiro a TV On the Radio, Arcade Fire e até mesmo o chato Radiohead, que pelo menos se dá ao trabalho de se reinventar a cada disco lançado.
Abraço!
concordo com o exagero do tom do texto. não vejo o porquê de tanto alarde “””histórico””” com a idolatria da banda. qual o problema? deixa a galera amar, se matar pra ir no show, pagar o quanto for pra vê-los ao vivo, achar os discos bons… pra mim sempre foi assim: não quer, não ouve. não quer, não vai. não quer, não compra.
Heloísa, alguém precisa desafinar no coro, certo? Do contrário, a gente vai de mal a pior. Nada contra o Foo, enquanto eu escrevia o texto, ouvia o The Colour And The Shape… 🙂
Acho mesmo que a discussão sobre rock vai muito além do “não quer, não ouve, não compra, não lê, não pensa”.
CEL, sempre haverá gente fazendo música interessante. Cara, eu sou meio burro, mas o texto dá a entender
Olha, pelo contrário. Há muita música interessante sendo feita e mesmo no segmento rock, com o Black Keys, por exemplo, mas, não se engane: um dia a música interessante pode deixar de existir. O questionamento do texto não taxa as pessoas que gostam de Foo de burras ou vítimas das engrenagens históricas, apenas questiona o porquê da banda do Grolha ter assumido esses ares definitivos hoje em dia. Vejam, eu mesmo tenho todos os discos do FF em casa…
Meus favoritos 2011: SENSORY OVERDRIVE- MICHAEL MONROE & HARD TIMES AND NURSERY RHYMES-SOCIAL DISTORTION… comprei meu ingresso para ver JOAN JETT AND THE BLACKHEARTS!!!!
Dave Grohl como baterista é gênio. Como líder de banda, vocalista, letrista, guitarrista, não passa de ano nem com a recuperação. Fraco demais, ele e sua banda, e como já disseram, toda essa importância do FF só demonstra a fraqueza do rock mainstream que é feito hoje em dia. As músicas do FF são todas clichês entremeados por gritos de um vocalista que nem tem voz pra gritar como ele pretende.
Concordo que o Foo Fighters é meia boca, que o Strokes é bem molenga e etc, mas o texto não diz absolutamente nada. O CEL afirma que o Foo Fighters é mais ou menos porque é mais ou menos. Cita a Ana Maria Bahiana ironizando o classic rock e empilha Who, Led Zeppelin e Beatles ao final do texto.
Provocação por provocação, eu já tenho as letras do Ray Davies.
William, você sabe que Who, Led Zeppelin e Beatles são mais que classic rock, certo? Fiquei na dúvida.
O argumento do Grammy se aplica ao Arcade Fire?
No mais, bom texto.
[o comentário foi cortado :)]
CEL, sempre haverá gente fazendo música interessante. Cara, eu sou meio burro, mas o texto dá a entender que é uma questão de vida ou morte, que isso é um sinal que o rock n’ roll pode minguar até morrer.
Mac, “classic rock” é uma alcunha tão fléxivel, genérica e abrangente que se torna até impossível discutir as “expansões” disso. Mas acho que você concorda que Who, Led e Beatles entram nessa barca. Até por uma questão de tradução.
Repito: além da citação, o texto ainda aponta o perigo (!) de o Foo Fighters ser uma banda dos anos 90. Para logo no final do texto, resguardar claramente o saudosismo com “O que sempre aflige é que as pessoas vão, cada vez mais, ignorando a existência de bandas de outros tempos…”.
Ou seja: a ideia é boa, mas o argumento venceu o autor.
CEL, então o que você acha que falta em uma banda como o foo fighters? mais, o que falta no rock?
Puta, me deu vontade de ouvir Foo Fighters..falou!
Discordo, William. Na posição do texto (e da frase da Ana Maria Bahiana – de outro texto linkado no final deste que explora ainda mais o termo), “classic rock” é algo que não desafia o ouvinte, de fácil digestão, e não acho Who, Led e Beatles de fácil digestão – ou a persona consumível deles pode até ser, mas você e eu sabemos que eles são muito mais que isso. Neste ponto, o Foo Fighters nunca desafiou o ouvinte. Se tem ou não que desafiar são outros quinhentos, mas é bem claro que eles caminham na zona de conforto do rock and roll.
concordo. nunca consegui escutar foo fighters. é estranho, talvez coisa de velho mesmo, mas eu não vou me enfiar numa máquina do tempo pq a criançada acha mais legal é tomar SOMA (nome legal, né) e ficar pulando. o rock se reinventa sempre, mas tá difícil ouvir almas por aí. bandas como strokes e white stripes são mesmo bastante pop disfarçado. nada que se possa escutar nem pra aliviar, nem pra admirar. ai, dave e cia são legais, é de dar sono. MESMO!
Como o próprio texto cita: “esse cara está viajando, é apenas uma banda de rock, é o Foo Fighters”.
Acho que o maior dano que o rock sofreu ao longo do tempo é ser encarado apenas como diversão. Ele significou diversão num tempo em que o mundo emergia de uma guerra que atingiu todos os cantos do planeta. Claro que hoje, 2011, se divertir faz parte da cartilha moldada pelos publicitários. Você TEM que se divertir e pode ouvir qualquer coisa como trilha sonora. O rock significou diversão, mudou as mentes das pessoas quando nada havia para cumprir essa função. Nesse ponto, é um viés histórico sim. Sobre identificá-lo como uma banda dos anos 90, pra quem falou aí em cima, a idéia é relacionar a época com a mudança que se instaurou na visão artística por parte tanto dos criadores como consumidores.
Leiam com mais atenção, gente.
Ah, Heloisa, no rock de hoje falta…rock.
Li no Twitter que o Foo Fighters é uma “loucura injustificada”. Gente, acho que vocês estão vendo coisa onde não tem.
O Dave Grohl participou da mais importante banda dos anos 90, é um músico ímpar, fundou outra grande banda, que fez um grande disco de rock’n roll (na minha opinião o Wasting Light é o melhor disco deles desde o Colour and The Shape). Acabou.
O Foo Fighters não é e nunca foi para “desafiar o ouvite”, o Foo Fighters é uma banda de estádio, de hits, para tomar cerveja e curtir com os amigos. E isso É OK. Não está claro?
Foo Fighters não é o Belle & Sebastian.
Sou fã de Foo Fighters e concordo quase que integralmente com o texto (ali onde está Cheap Thrills é Cheap Trick, né? Só estou comentando, não há maldade aqui). Acredito que não há muito o que fazer em relação ao rumo que a música está tomando. Esqueçam a arte. O que temos hoje em dia é entretenimento. E há entretenimentos de diversos tipos. Lógico que o entretenimento que é oferecido para a massa é, em sua esmagadora maioria, puro lixo para algumas pessoas que fazem parte de um grupo reduzido de fãs de cultura pop (leitores deste site, por exemplo). Resta a estas pessoas (eu, inclusive) usufruir das opções que o mundo moderno nos oferece para poder pagar pelo entretenimento que mais nos agrada. Foo Fighters não é e nunca será o melhor tipo de entretenimento que existe, mas me agrada. E isso basta.
Talvez o último grande momento da música da década de 1990, (…) tenha sido “OK Computer”, do Radiohead. — PAREI DE LER AÍ
Taí um negócio que eu NUNCA tinha lido antes, só que ao contrário.
E outra: “Vulnerabilidade”, “Descartabilidade”, vocês contrataram o TITE como colaborador?
Você tinha comentado antes ser ler o texto todo então, Felipe? Isso explica muito.
Mac, eu não discordo da sua opinião sobre o Foo Fighters. Também acho um negócio bem conduzido no GPS, se me perguntar. Minhas observações são sobre o texto.
(Ah, também não acho que rock seja sinônimo de desafio. Vale um texto completo depois)
Pois bem, é aí que está a grande arapuca do negócio. A Bahiana se refere à “arteriosclerose do ‘classic rock'”, se referindo aos fãs que se emputecem quando a banda muda o curso. Acho que essa é a principal angústia dele quanto à banda (desmobilização). O texto delimita o Foo Fighters em três estágios:
1º) Roqueiros desvairados e cheios de raça; faca nos dentes (“Foo Fighters” e “The Colour And The Shape”;
2º) Roqueiros relaxados; rock de lounge (Tudo que vem depois dos dois primeiros e antes do “Wasting Light) ;
3º) Roqueiros desvairados revival (“Wasting Light”).
Bundamolismos à parte, a primeira transição já sepulta a integração entre esse texto e a Bahiana. Me lembra, inclusive, aqueles apupos que o Metallica levou quando trocou o Heavy Metal pelo Southern Rock (“Load”).
O Foo Fighters mudou, não necessariamente para o que o CEL gosta. Acho que a música que mais caracteriza a primeira leva é “I’ll Stick Around” (foda). E a que representa a segunda é “Best of You” (tenebrosa).
O nome moral desse texto é “Uma Crise Submarina ou ‘Por que tudo isso já foi mais lindo'”.
P.S.: Caralho, tem um texto meu ali nos relacionados! Que nostalgia. 😀
Claro que não Mac, eu li o texto todo sim. E eu nem discordo completamente dele, mas a discussão toda (Foo Fighters supervalorizado) é mais velha que andar pra trás.
E os argumentos ruinzinhos, vai.
Cara, as bandas que todos idolatram como “deuses”, que são aquela dos anos 60, e até algumas dos 70, não tocavam por motivos nobres, não tinham a intenção de mudar uma geração; isso foi construído por produtores bastante habilidosos e muito bem pagos, que viram naqueles caras a possibilidade de faturar uma grana alta. Obviamente, a época era muito mais propícia a isso, posi se viviam revoluções políticas, e a música acabou sendo uma das válvulas de escape de uma juventude oprimida. Acho que não foi feliz na construção desse teu texto.
William, curti esse alongamento do comentário. Pessoalmente, espero mais do que música por música, mas tem coisas pra se divertir sem culpa, tem coisas pra se pensar. O “desafio” interessa bastante para mim, e quando você escreve que não acha que rock seja sinônimo de desafio, encontramos talvez o ponto de discordância, e, sim, um assunto bom pra pensar.
Felipe, parei na ironia então :))) No entanto, não lembro de discussões acerca da supervalorização do Foo Fighters. O estágio que eles se encontram hoje me lembra o do Kings of Leon, por exemplo (sem comparação de qualidade: Foo é beeem melhor, mas ainda assim…). E gera questionamentos como esse do CEL. Acho bem válido discutir esse cenário.
Quando eu terminei de ler o texto me veio a seguinte cena à mente:
Dave Ghrol sentado no banco dos réus, o promotor olhando para ele enfurecido começa a bradar:
“Sr. Ghrol, o senhor está sendo acusado de fazer um rock básico e direto, inofensivo, sem grandes pretensões artísticas e está lucrando muito com isso. O que o senhor tem a dizer em sua defesa?”
O Ghrol, tadinho, faz aquela cara dele de pobre coitado, dá de ombros e responde:
“Mas eu nunca disse que queria ser mais do que isso, é o que eu gosto e é o que eu sei fazer de melhor. Me desculpe, mas, se você não gosta e quer ouvir algo mais pretensioso, pq não escuta o novo do Wilco, dizem que está muito bom, né?”
Ou seja, quem está sendo acusado no texto? O Ghrol ou seus fãs? Pq escrever um texto criticando uma suposta falta de pretensão artística que nunca foi ambicionada pelo próprio é meio despropositado. O Ghrol entrega o que promete. Ponto.
Quanto às referências o próprio texto deixa tudo muito claro. O Ghrol respeita seus ídolos, cita eles em entrevistas pros fãs mais jovens conhecerem, se envolve em vários projetos legais como uma fuga de suas próprias limitações.
O que acabou ficando inofensivo no fim das contas foi o próprio texto. Porque fazer tais críticas e assumir que tem todos os discos da banda nos comentários descredita-o totalmente. Me lembrou um episódio de Friends em que Phoebe perde o respeito por Ross pq este mudou de opinião muito fácil após ser pressionado por ela.
A culpa é das gerações que só querem ganhar dinheiro e competir na profissão.
Não é o rock que muda o mundo. É o mundo que muda o rock
Gente, vocês não estão entendendo que o texto é um questionamento que extrapola a qualidade da obra mas a atrela a um momento histórico em que a visão das coisas mudou sensivelmente? O fato de ter os discos do FF me insere no grupo de ouvintes da banda, oras. Eu achei os dois primeiros discos legais lá nos anos 90, quando eu tinha vinte e poucos anos. Minha valoração deles é bem diferente da que tenho hoje, apesar de preferir ver um show do FF do que uma apresentação de, vejamos, Counting Crows, só pra ficar no âmbito “bandas dos anos 90”. Detalhe: ter os discos equivale a ter as músicas no computador etc.
O Orlando está certo com seu comentário de duas linhas: “Não é o rock que muda o mundo. É o mundo que muda o rock”. Talvez o texto tenha uma aura saudosista que prejudica a compreensão por quem começou a ouvir rock com o Nirvana ou com o próprio Foo.
Tudo o que o CEL disse nesse texto é verdade.
Uma triste verdade.
E tenho a impressão de que os fãs xiitas do Foo Fighters logo se associarão ao clube dos fãs chatos do The Doors, do Pink Floyd ou do Led Zeppelin.
Com um agravante: ao menos essas três bandas não escondiam suas intenções megalômanas sob uma aparência de autenticidade premeditada. Eram metidas, e pronto.
Por isso eu entendia, embora continue desgostando, aqueles fãs intragáveis que tratam esses conjuntos como se fossem deuses.
Só não entendia qual era a dos fãs do FF. O texto do CEL ajudou a esclarecer essa questão.
E por favor, se é para contestar o CEL, não usem argumentos chulos do tipo “deixa a galera amar, se matar pra ir no show, pagar o quanto for pra vê-los ao vivo, achar os discos bons”.
Caso contrário, não haveria razão de ser para a crítica. Nem mesmo haveria motivos para conversar sobre música, pois ninguém poderia criticar um artista unicamente porque há quem goste do seu trabalho.
Infelizmente não podemos mais ir a um show dos Beatles, The Who ou Led Zeppelin. Eles também já não tem como produzir álbuns novos. (E se todos estivessem vivos e ativos o material atual deles teria o mesmo valor? Creio que não.) Portanto, sim, nos exaltamos quando o Foo Fighters lança um disco “pesado e dinâmico”, que “lembra que a banda supostamente faz rock mesmo”. Mas isso não significa que os consideramos o que há de melhor desde que o rock surgiu, mas uma das melhores opções que temos em atividade.
E só queria registrar que a discussão “diversão” x “conteúdo” na música (na arte, na verdade) é gigantesca e requer mais que umas linhas por aqui, mas talvez a capacidade de gerar “mudanças nas mentes de seus ouvintes” tenha mais a ver com a época que está sendo vivida e com a geração que a está vivendo do que com as bandas (artistas) propriamente ditos. E se for assim, talvez a parcela da população que consome arte esteja vivendo uma época mais “fácil” do que a vivida em outros tempos e, por consequência, acabe sendo mais bunda mole.
Respeito sua opinião e sua incredulidade para com fiéis seguidores, providos ou não de alguma atividade intelectual, do Foo Fighters. Mas esse texto me pareceu um desabafo de alguém que não gosta da banda e se recusa a aceitar que alguém goste tanto deles e das suas músicas. também não sou fã, aliás acho bem mahomeno o som deles, mas também não sou nem um pouco fã de Kiss e existem milhões que idolatram esses caras. Que que vai se fazer? Gosto é gosto, desde que não prejudique o outro tudo bem. E viva a diferença.
Concordo com o texto. O Foo Fighters realmente tem bons hits, mas calma lá gente. Vale ver o show? Vale. Também peço para as moças se derretarem a sensualidade do dave e mostras as peitolas, mas vamos com calma, mais uma vez.
Rock não precisa de prêmio mesmo e nem de salvadores. Acho que é fácil ver o tamanho de um Led Zepelin ou um Pistols depois de 30 anos ou mais. O mesmo vale para o Strokes e suas trupe 00. É cedo demais para avaliar a profundidade dessas bandas. Até do Foo Fighters e seus 16 anos.
Eu sei, foi foda aceitar que o rock é um produtão de prateleira. Mas é isso ai, só um tipo de evento pop com outra roupagem. Acho que as bandas 00 assumiram isso.
Bora tomar cerveja e mostrar as peitolas. E novo do Wilco?Tá bom?
Não sei se já falaram isso aqui, mas acho que o autor do texto não criticou o ato em si de gostar ou não de Foo Fighters, mas o porquê de uma banda que antes era tão “mediana” em questão de gosto entre as pessoas (digo no sentido de MUITA GENTE gostar, mas apenas gostar, curtir mesmo) passar a ser o que estamos vendo hoje, quase um ícone do rock mundial, a mais querida, top dos tops e etc. Ou seja, o que que está faltando hoje pro Foo Fighters despertar o interesse das pessoas?
Eu compartilho a ideia de alguns que já falaram aqui, eu não acho o Foo Fighters UMA EXCELENTE BANDA, MELHOR DOS MELHORES, grande ícone, divisor de águas e os deuses do palco, pelo contrário, o que eu mais gosto na banda é que ela tem uma simplicidade única. Poucas foram as bandas que me despertaram tanto interesse com um som tão simples e, ao mesmo tempo, empolgante. Tanto é que eu nunca tinha conseguido imaginar um fã (FÃ MESMO) de Foo Fighters. Não entrava na minha cabeça uma banda tão simples ser tão endeusada assim.
Enfim, não é questão de questionar se a banda merece ou não merece ser tão idolatrada quanto é hoje. Isso é o de menos. O interessenate seria entender as razões que fizeram essa banda ser assim, já que deve existir todo um background, envolvendo carências, mudanças e tendências que fizeram a banda estar nesse patamar. E todas as características que envolvem esse background pode nos dizer muita coisa, como foi ressaltado no texto em relação à tendência Strokes.
Ei Orlando, a culpa é nossa também. Eu penso que qualquer geração que passa enquanto estamos vivos é a nossa. E eu confesso que poderia ter feito muita coisa pra pelo menos tentar mudar um cenário que não me agradava, ou que não me parecia ter os valores mais nobres, baseado nos meus valores claro, e não fiz. Poderia ter gritado mais, ter protestado mais ou até ensinado alguma coisa a outras pessoas, mas não o fiz. Portanto se esse cenário que ai está não me agrada, ou faço alguma coisa pra mudá-lo ou aceito. Agora ficar apontando culpados é como varrer a sujeira pra debaixo do tapete, só esconde por fora, mas por dentro a culpa corroe.
sua ideia parece um e-mail corporativo apolítico. primeiro xinga pra depois assoprar.
foo fighters eh bom e apesar da super estima, contra fatos não existem argumentos.
2001 já passou e essa postura de o que faz sucesso num presta devia ter ficado por lá.
Eu nao concordo muito com o texto, talvez por eu ser fa de foo fighters a alguns anos.
Ja é bem comum quando bandas aparecem por aqui uma especie de endeusamento. Quando o u2 aparece por aqui por exemplo, surgem fãs, adoradores, praticamente dicipulos de Bono vox. Eu me pergunto se o u2 lançou algo de relevante nos ultimos anos. O u2 foi só um exemplo que eu dei pra mostrar a onda que chega antes das bandas aqui no Brasil que eleva as bandas a um nivel superior ao que elas realmente estejam.
Musicalmente falando, considero o Foo fighters na melhor fase, assim como o wasting light o melhor cd, mas sei que isso tambem é só uma questão de opnião.
Envolver o Queens of the stone age, eu acho que foi um ponto errado pois esta comparando uma banda onde o dave grohl é só o baterista com uma banda que ele lidera, canta, toca e compõe.
“O que sempre aflige é que as pessoas vão, cada vez mais, ignorando a existência de bandas de outros tempos, que tiveram responsabilidade por mudanças nas mentes de seus ouvintes, que compuseram músicas com a intenção declarada de transformar alguma coisa. Dave Grohl teve chance de ouvir gente boa como Who, Led Zeppelin, Beatles, Sex Pistols, Replacements, Big Star, Cars, Cheap Trick.”
Cara, Replacements, Big Star, Cars e Cheap Trick tinham a intenção declarada de trasnformar alguma coisa? kkkkkkkkkk Menas, vai!
Acho que o texto não é uma crítica ao Grohl. O Grohl não é o culpado. Só é um sintoma. Mas acho que isso teremos sempre e nem todos vão notar. O verniz histórico impede que a gente note mas, por exemplo, lá no começo o Beatles tinha uma pegada muito jovenzinha com um monte de menininha gritando de forma histérica. Hoje em dia eu vejo isso sendo causado por… Justin Bieber.
Então, por mais que eu ache a reclamação com alguma procedência, eu preciso refletir muito pra concluir se ela realmente vale a pena.
Reck, isso é o marketing dos caras: transformar uma crise da meia idade em gravar um cd na garagem de casa, clipes de peruca, tiozão rockeiro gente fina etcetcetc. De tanta forma escrota que eu já vi tentar para fazer sucesso, não poderia achar uma melhor que a do FF.
Para mim a idéia do texto tá errada, FF tem uma baita legião de fãs ou ouvintes ocasionais, dos que escutam Led, dos que escutam Motorhead, dos que escutam Pitty, dos que escutam tudo isso, dos que só escutam FF. Na esfera que tá o som dos caras, tá aberto pra qualquer camarada, aconteceu e vai acontecer de Restart a Michael Jackson.
Num vem querer comparar comparar Black Keys, Wilco, TV on the radio com FF porque a comparação é extremamente esdrúxula.
Sex pistols eh uma merda sob qualquer perspectiva, faz muito bem para as pessoas não ouvirem mesmo.
Idolatria estéril é um saco mesmo. O dave Grohl tem muitos trabalhos importantes no últimos anos. Fez o Probot, tocou com o QOTSA, Garbage, Ringo, Killing Joke,Them Crooked Vultures etc. Foi baterista do Nirvana, tocou no Scream, blablablá, isso não é irrelevante, mesmo.
O problema é que os últimos discos andam muito sem graça e não dá para falar isso pra metade das pessoas que comentaram acima pois você vira o demo ao criticar até um peido do Dave Groh.
“Wasting Light” é um álbum ok, apenas isso.
Ainda gosto do grupo mas realmente não anda me empolgando mais.
Concordo em parte com o texto, e tbem quando o CEL fala num dos comentários que “alguém precisa desafinar no coro, certo?” Mas a verdade é que, apesar da banda caminhar em uma zona de conforto no rock, o que eu não discordo, alguém no Rock precisa assumir o papel de protagonista, de artista que toca para milhões, que ultrapassa as fronteiras do seu público, que é conhecido mundialmente até por quem não sabe nada de Rock. É inegável que a o FF faz isso, e bem. Isso pode até levar alguém de fora do Rock a se interessar pelo estilo, e buscar coisas mais, digamos, “inquietantes”. Mas unir essa inquietação artística com sucesso de massa e idolatria…é uma coisa que eu não vejo acontecendo hj.
É fato que, neste 2011, o Foo Fighters foi supervalorizado, sim. Mas há motivos, não é? “Wasting Light”, como já disse por aqui, é um dos melhores álbuns do ano – alguém duvida ou discorda disso? – e os show dos Foos estão num ponto em que não são nada menos que sensacionais. Assisti ao encerramento do Lollapallooza em Chicago pela web e a apresentação foi absolutamente destruidora (outra opinião unânime, até onde vi e li). Por isso todo o hype – justificado, a meu ver. Passamos a década passada toda idolatrando uma moçada roqueira mais nova – como Strokes, Franz, Killers, White Stripes – mas é fato que o 2011 deles foi nulo ou bem inferior em termos de qualidade artística (ou alguém aí curtiu deveras o “Angles”? eu comprei e me arrependi. E na mesma década passada o FF estava na “segunda divisão”, vocês lembram). E acho que vocês deviam dar uma chance ao “One by One” (2002), que eu considero excelente ( = “All my life”, “low”, “halo”, “lonely as you”, “times like these” w/ others). Além do mais, Grohl só quer fazer boas musicas pra gente sussurrar baixinho no ouvido da mina ou gritar junto na plateia. Precisa de mais? Que rock é esse que vocês tão procurando?
?”Rock? Ora, rock com letras que falam algo, que têm mensagem, isso é coisa de… velho.” / “O que sempre aflige é que as pessoas vão, cada vez mais, ignorando a existência de bandas de outros tempos, que tiveram responsabilidade por mudanças nas mentes de seus ouvintes, que compuseram músicas com a intenção declarada de transformar alguma coisa. Dave Grohl teve chance de ouvir gente boa como Who, Led Zeppelin, Beatles, Sex Pistols, Replacements, Big Star, Cars, Cheap Trick” / “ganhar um Grammy é receber um carimbo de coadunação com o estabilishment. Aliás, bandas de rock nunca deveriam receber prêmios por qualquer coisa. Certo?”
Teimam em colocar uma carga revolucionária, de mudança de conceitos e correntes do-contra no rock, semperceber que isso, em pleno século XXI é estar na correnteza. Nunca se formaram tantos rebeldes sem causa, provenientes do resto dos anos 70,80, 90. Querem que o rock largue essa essência revolucionária de fato e abrace a rebeldia-sem-causa de hoje? Se sim, então pra que citar as bandas que Dave escutou? Se não, pra que dizer que o rock não merece levar prêmios? Estamos num outro século e o problema está na cabeça pré-histórica dessa galera que acha que esse novo século ainda tá pra estourar. Somos um bando de acomodados, que merda. Fazer o que?
Acho que ele colocou toda uma revolta em cima da banda errada, o FF nunca disse que queria mudar as pessoas e eu sou fã mesmo, por ser uma música que escuto pra me entreter. Quem é que escuta FF pra se contextualizar? Nem na década de 90 isso aconteceu.
Não deu. Boa tentativa, bem escrita e tal, mas não deu, o argumento não convence. Já saiu perdendo aqui:
“Jack White, corria por fora, regurgitando clichês dos anos 70 sistematicamente”.
Agora, tem muito neguinho aí dizendo…”falou bem o que eu pensava” e etc…mas que até ontem faziam coro aos que dizem que chamam o Dave Grohl de “o cara mais legal do rock”. Isso sim é um status rídiculo.
Alô, Flávia! Calma. Tudo bem? A crítica é sobre o endeusamento do FF, com base no que o rock significou há tempos, ok? Não está sendo cobrado do FF uma postura revolucionária, sabemos que ele não apita nessa tribo. O que está sendo questionado é como o rock se transformou a ponto de muitas pessoas verem numa banda mediana e “feita para entreter”, como o FF, seu representante máximo. Tá claro?
Nâo há nada contra as pessoas que não querem se contextualizar pelo FF, apesar de endeusá-los exacerbadamente – como vem ocorrendo – significar uma contextualização “sem querer” numa parcela específica de pessoas, ok? É isso.
Eu acho que esse texto surtiria mais efeito se fosse “O Fator Coldplay”. rsrs
E eu até gosto da banda, mas faria mais sentido pela pretensão e megalomania do Chris Martin.
Rubens, do Coldplay o CEL escreveu a resenha para a revista Rolling Stone, que também pode ser lida online aqui: http://rollingstone.com.br/guia/cd/mylo-xyloto/
Abs
Alguém no Twitter postou que esse texto serviria pro Pearl jam tb. Eu vou mais além: esse texto serve para qualquer banda mainstream surgida dos anos 80 para cá. Escolha a sua preferida, faça as alterações cabíveis e divirta-se. Pearl jam, Red Hot, Oasis, U2, Coldplay. Concordo com quem disse que este é apenas um momento para o Foo Fighters por causa do álbum novo, do documentário e do show ano que vem. O Pearl jam tb causou um barulho danado por causa dos shows este ano. Faz parte. Agora, o que eu não entendi do CEL é o seguinte: essas bandas não são dignas que ocuparem o lugar em que estão hj? Essas bandas não são dignas de lamberem a bota das clássicas? Ou existem bandas atuais que mereceriam mais destaque na mídia do que essas mas que tb não honram as clássicas? Ou todas as questões anteriores?
Não, Rubens, as bandas são dignas sim. Essa atribuição de valor exagerado pode ser um sintoma de uma nova dimensão de nostalgia. Infelizmente a premissa está certa, esse texto pode valer para quase todas as bandas que surgiram até a década de 1990 e que estão em atividade hoje.
Mac, o CEL acabou com a banda na resenha, rsrs. Rindo muito aqui. E olha que eu sou simpatizante dos coxinhas. Mas aprendi a não levar críticas tão a sério desde que percebi que vai muito da opinião e experiência do autor ali.
Esqueceram de avisar ao autor do texto que nem toda banda, nem todo disco, precisa ser revolucionário. Fato. Dito isso, podemos dizer que o Foo Fighters não tem culpa se muita gente baba ovo de uma forma desproporcional ao som da banda, que concordo com o autor, é bem mequetre. A fórmula é sempre a mesma. Mas, a gente não precisa ouvir se não qusier, não é verdade?
E eu achava que eu estava sozinho nessa. Não conheço FF a fundo, mas gosto de algumas canções, apesar de nada ter me chamado a atenção. Já vi uns shows na TV, e a postura deles me parecia meio forçada, às vezes. E não suporto esse baterista (não o Dave, o baterista da banda mesmo).
De repente, comecei a ver uma adoração inacreditável à banda, todo mundo passou a amar FF, a melhor banda do mundo, o gênio Dave Grohl. Fiquei “quando foi que eu perdi o bonde?”
Sei que a discussão não é essa, mas, sempre que ouço alguém falando “FF é melhor do que Nirvana”, eu desisto e vou embora.
Pô, Cel, pegou leve com o Foo Fighters.
Os caras não valem uma baqueta do Nirvana.
No mais, concordo com o cerne do texto.
O rock nunca morrerá, mas talvez passe o resto dos tempos em morte cerebral.
Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
KKKKKKKKKK. Eu tô com o Rubens e não abro. As vezes, os comentários são melhores que os textos. Que os foo fighters são só emos mais crescidos deveria ser evidente…
Foo Fighters é uma boa banda e de qualidade, concordo que está longe de ser considerada uma das melhores bandas de rock existente mas na época que vivemos pode ser sim, considerada a melhor banda da atualidade, o pearl jam que podia estar nesse posto, prefere ficar longe da mídia e seus ultimos albuns já mostram uma certa decadência. O Foo Fighters soube se aproximar dessa geração feita de pop e coloridos com um bom rock e com hits que atraem essa moçada, sem dizer que o Dave Grohl é um cara carismático e sabe fazer show!
Acho que o FF é tão idolatrado hoje em dia porque é uma das maiores bandas da atualidade e quase ninguém alcançou esse status. Curto o som deles e vou ao show ano que vem, mas também acho que é uma banda mediana. Sinceramente, nunca achei que eles buscaram ser mais do que isso: uma banda divertida, com muitos hits, que não se importa de ser totalmente moldada pelo Grohl e que passa uma linda imagem de família feliz. Não sei até onde isso é rock’n’roll, mas agrada muita gente.
Acho que a inspiração nunca acaba, assim como tem muita gente boa e que quer trazer alguma mudança, mas a questão é mais sobre se os ouvintes estão realmente dispostos a isso. Não é só o FF que está em uma zona de conforto; os ouvintes também. E é difícil sair dela, não tem como negar!
E eu sempre tive uma opinião muito diferente sobre os álbuns do FF. Acho que os dois últimos – Wasting Light e Echoes, Silence, Patience and Grace – são os melhores. Pelo menos, foi só com eles que consegui ouvir o FF como uma banda que consegue fazer mais que trilha sonora de besteirol americano hahaha
O texto é muito bom, mas os comentarios são melhores ainda! Parabens a todos envolvidos… hahahaha
Acho que o Foo Fighters tem uma música realmente boa (por coincidencia ou não, tambem é um hit: Everlong), pra mim é uma banda feita pela MTV, formada das cinzas de uma outra banda que colocou a emissora no topo por um tempo.
O resto das músicas que viraram hits eu coloco no saco de: é mais importante ter contatos para fazer sucesso (nem digo que é tudo ruim, mas passaria despercebido sem o hype dos contatos). E algumas músicas no saco: são muito ruins, mas eu sou foda (que tambem viraram hits). O terceiro saco são as músicas enchendo linguiça pra acabar um cd.
É uma banda que não fez nenhuma diferença direta na minha vida, a não ser pelo fato de eu gostar de baterias boas e perdeu-se um baterista foda como um vocal mediano… hehehe
ae!
ficou uma idéia simplista demais e contra argumentar tá soando “fan boy”.
prefiro uma linha de mais do mesmo a cada cd (que eu acho que foo fighters está um pouco acima) do que tentar reinventar a roda em cada cd (radiohead)
o titulo do texto poderia mudar para “favor idolatrar as bandas que euxinho acho dignas”.
CEL, essa é a primeira overhype que você vê ou é a primeira que você acha a banda boa mas não pra tanto?
ficou simplista e descambou pro nonsense da opinião de cada um.
no mais, mantenho, FF eh super estimado, mas faz a sua proposta como poucos.
Num acho que por ser idolatrada o Foo Fighters é uma banda “endeusada”, isso é mérito da música que eles fazem, eles conseguiram uma legião de fans em 00 no meio de Beyonces, Justin Biebers e afins; isso tocando um bom rock ‘n roll ( sem rotulações desnecessárias). Eu tenho um gosto musical bem “velho”, sou bastante cético com as coisas lançadas nessas últimas décadas, e eu num considero o Foo FIghters nem um pouco mediano. Nem uma outra banda conseguiu esse tipo reconhecimento nessa década (e num vem fala que strokes conseguiu, se tem uma banda que eu acho endeusada, com certeza é o strokes…), nem uma outra banda lota o Wembley Stadium hoje em dia (tirando os coroas rsrs). Achei o texto desnecessário, deixa os fans curtiram a música, deixa o dave grohl produzir mais 30 álbuns que nem o wasting light, é bem mais honesto que quase tudo sendo lançado por ae…
“Só que, a exemplo do que era em 1995/96, o Foo sempre foi um grupo coadjuvante, mediano, menos importante que outros. Será que o mundo de hoje vê a banda de Grohl como uma espécie de ícone, acima do bem e do mal?”
Os tempos mudam, bandas acabam, umas pioram, outras crescem. Já não é de hoje que o FF deixou de ser coadjuvante. Com o novo disco, então… Ah, antes de mais nada, nunca fui grande fã do Foo Fighters. Sou fã de como Dave Grohl saiu do fundo da classe mais falada do rock dos últimos tempos pra chefiar tudo e dar aula para as outras turmas, buscando parceiros certos, cantando pra caramba, tocando muito, entendendo o mercado como poucos, o que culminou agora com “O” disco de rock do ano. Se não entrou na lista dos melhores, quando o Q.O.T.S.A. entrou, é bem provável que não merecesse. Wasting Light merece estar entre os melhores discos (não só de rock) de 2011? Claro! Por que o resto é fraco? Porque Rated R não está no páreo ou o Led II ou qualquer outro disco grandioso do gênero? Não, necessariamente. Mas tudo isso ajuda e a história da música é mesmo cíclica, não? Agora, se acham que por esse disco ou mesmo por sua respeitável trajetória o Foo Fighters está acima do bem ou do mal, aí é outra história. Ou coisa de fã, o que também é algo normal. A “concorrência” sempre foi saudável – Purple x Led, Beatles x Stones, ou Beatles x Beach Boys, Blur x Oasis etc. Quem faz frente ao Foo Fighters, hoje em dia, tocando rock pra multidões e acertando muito a mão em disco, como Grohl e cia., em Wasting Light? O Muse? Algum outro nome? Bandas que vieram do indie e estão quase sendo enquadradas na marra no chamado rock (ou qualquer coisa!) de arena por falta de outros nomes, como no caso do Arcade Fire? Talvez, por essas e outras, o FF respire mais soberano do que nunca (e do que merecesse). Se for pra transformar o FF em coadjuvante ou algo simplesmente mediano a essa altura dos acontecimentos, os outros é que corram atrás do prejuízo, penso eu. E, se temos problemas com o “rock” feito hoje ou se o rock, em si, está cheio de problemas, acho sinceramente o FF o menor deles.
O FF é um sintoma do problema, ou melhor, o valor que vem sendo atribuido à banda. Há muito mais por trás de um juizo mais mercadológico – como é a regra hoje em dia – e menos estético sobre o que é feito. A banda tem méritos mas, por que não há mais ninguém (supostamente) capaz de fazer o que eles fazem? Será que é por mérito do Grolha? Ou por um cenário caótico, para o qual as pessoas começam a despertar? Há muito mais que ciclos, loopings e vícios nisso.
Eu ouço uma música deles e instantaneamente me vem a impressão de que deveria ouvir Nirvana e não Foo Fighters.
Caro CEL, infelizmente, até o próprio scream&yell, muitas vezes, alimenta expectativas totalmente ilusórias sobre bandas apenas “razoáveis”: me refiro mais especificamente as resenhas do senhor Eduardo Palandi clamando ser o arctic monkeys “salvador do rock” e maior banda do mundo pppfffff. Sinceramente, não sei se trata-se de uma provocação, cara-de-pau, piada ou desvario mesmo…
“O cão gosta do osso porque não conhece o filé mignon”
O FF é um osso macio nessa fase de extinção de filé mignon
Paulo, são textos assinados, e textos assinados dizem mais sobre quem as escreveu do que sobre o próprio veículo que as publica.
O texto do CEL foi bem oportuno,porque levanta um debate que direciona o foco para uma banda que tá lá na moitinha, sem dar muito a cara pra bater, muito limpinha e ‘normal’ demais, embora o som seja até bacana (e o seu frontman tenha construído uma imagem cool,digamos,honesta),mesmo sem o brilho de outros tempos. Só assim o povo deixa bandas mais relevantes artisticamente em paz, como Coldplay, Muse, Radiohead e Interpol.A contextualização histórica foi muito bem sacada.A esterilização global da esquerda,o cinismo pós-moderno e o desdém intelectual para com os conceitos marxistas,aliados ao conformismo neoliberal que preconiza o individualismo guiado pelas práticas consumistas exacerbadas são aspectos que, de certa forma, encontram reflexos materializados também na dinâmica das concepções culturais e artísitcas de nossa contemporaneidade confusa e desprovida das inserções utópicas no pensamento e na ação.
A pergunta que nao quer calar é :
Como uma banda bem mais ou menos vira mainstrean ? Caso de Foo Fighters, ColdPlay e até a tal da Florence and the machine.
Rock é atitude, extrapola o limite da musica, faz historia. E isso é o que tem de menos dessa banda. Nunca me orgulharei e contarei aos meus netos que fui num show do Foo Fighters ou do Coldplay. 🙂
Agora que o Dave Grohl fez coisa boas nao ha como negar, Nirvana e QOTSA sao provas disso.
Antonio Kato, melhor comentário disparado. Acho que é porque eu não entendi porra nenhuma da palavra Interpol em diante…hehehe
Tem uma versão acústica de Everlong que, ao final, o Dave fala que não gostou muito da versão e fala: “I just wanna rock!” Acho que é isso.
O texto é legal e os comentarios interessantes. Mas antes de falar de contexto, conceito marketing atitude etc… tem que falar de musica: nenhuma banda pode ser boa se nao tive um bom compositor, o que o dave grohl com certeza nao é.
Sejamos pragmáticos…Queremos uma banda genial e popular que salve o rock n roll mesmo…Entre nas paradas e dispute com os “fucking fashions” e depois de um tempo seja lembrada pra sempre…Como o Nirvana fez….Se o lance do Grammy serve pro Foo Fighters, serve pro Arcade Fire tambem…E como foi citado o Radiohead…Uma verdade precisa ser dita : Thom Yorke e gangue nunca fizeram uma música melhor do que “I’ll Stick Around” , “Good Grief” ou “Monkeywrench” se é de rock n roll que estamos falando…
Pegue qualquer banda “relevante” ainda em atividade e diga o que eles fizeram de diferente nos últimos anos. O AC/DC (minha banda preferida) não lança nada de novo desde Back in Black (1980). Os Rolling Stones vivem até hoje de Start me Up. O Metallica ainda vive de seus discos até o Black Album, tentou lançar o disco diferente com Lou Reed e só foi criticado. O Black Sabbath está anunciando a sua volta e prometendo um disco de inéditas, alguém espera um disco com Paranoid? É só ver o que a dupla Ozzy/Iommy tem produzido nos últimos 20 anos pra termos certeza que nada novo vem ai.Quer rock de verdade? Quer coisas novas? Influências das mais variadas? Chafurde em baixo das pedras, nas cenas locais, bandas independentes com muita paixão, pouco dinheiro e nenhum contrato. As melhores bandas e os melhores artistas permanecem no anonimato, seja no rock, no blues, ou mesmo na mpb.
É preciso levar em conta algumas coisas:
– “Wasting Light” é simplesmente o melhor álbum do Foo Fighters desde o “The Colour And The Shape” (Embora eu goste do “There’s Nothing…”, acho ele inferior ao “Wasting” também), e um dos melhores de rock do ano. Isso é inegável.
– O que acaba reforçando essa elevação do Foo Fighters a ícone, como o autor do texto diz, é essa imagem “cool” que o Dave Ghrol vem cultivando há anos, e muitas pessoas acabam levando isso em conta (Mais até do que deveriam).
– Sinceramente, não vejo muitas bandas a altura deles hoje. Acho que isso mostra que o problema maior é do cenário da música atual, que não tem o que se possam chamar de “grandes bandas” (Não que muitas não tenham qualidade, mas não podem ser denominadas assim por inúmeros fatores).
É como o Maneirista falou: O que basicamente falta é um Nirvana nessa geração atual. Uma banda que surga e consiga realmente ser relevante e estabelecer seu legado para as gerações futuras. Caso o contrário, vamos continuar vendo bandas como o Foo Fighters, o Pearl Jam e RHCP sendo tratadas como “atuais” e idolatradas exageradamente (Nada contra as mesmas).
Paranoid Android????????
Belo texto como sempre, concordando ou não, você continua um craque.
Mais um texto de um tiozinho que deve estar chorando o fim do Sonic Youth.
Bom… o que precisa ser dito é o seguinte. Vivemos tempos sombrios, meu amigo. Será que você já saiu do seu sebo predileto para passear por alguma grande cidade brasileira? Será que você já percebeu o tipo de música que é realmente popular no Brasil?
Para que ficar aqui descendo o pau numa banda que – se não brilhante – é honesta, dona de músicas incríveis e capitaneada por um cara tão bacana como Dave Ghrol? Fala baixo, CEL! Deixa o povo gostar do Foo Fighters, pelo amor de Deus!
O mesmo vale pros citados Killers e Actic Monkeys.
Que dilema vivemos nesse País, não? De um lado a ignorância de um povo sem cultura / curiosidade / ambição. Do outro, jornalistas musicais punhetando bandas que ninguém quer ouvir.
Viva quem está na turma do meio! E que ela cresça cada dia mais! Foo Fighters, Killers, Arctic Monkeys, Strokes, White Stripes, Coldplay e outros fazem música para se dançar. Cantar junto. Pular. Assoviar.
E com MUITO mais capacidade de mudar o mundo do que a punhetação hipster ou a obsessão saudosista desses adolescentes tardios!
beijos.
“Há muito mais por trás de um juizo mais mercadológico – como é a regra hoje em dia – e menos estético sobre o que é feito.”
Oi, CEL. Não acho isso, com relação ao FF. A banda chegou ao novo disco num caminho que acho esteticamente o mais natural possível, desdobramento da parceria mais constante de Ghrol com Homme, entre outras. Mas Ghrol sabe transformar stoner rock ou rock alternativo em algo maior. Acho que o fator mercadológico vem a reboque. O cara é “O” cara pela experiência adquirida. Não porque ele nasceu foda e pronto.
“A banda tem méritos mas, por que não há mais ninguém (supostamente) capaz de fazer o que eles fazem? Será que é por mérito do Grolha?”
Em grande parte, sim, e é o que disse acima, quantos músicos viveram o que esse cara experimentou em termos de música pop, mercado, sucesso, nas últimas 2 décadas? E nada foi da noite pro dia. O FF nasceu coadjuvante como vc bem colocou, mas hj em dia não é. E isso levou tempo. E ele errou como tantos outros pelo caminho.
“Ou por um cenário caótico, para o qual as pessoas começam a despertar? Há muito mais que ciclos, loopings e vícios nisso.”
Concordo com vc e como disse no meu post anterior, isso ajuda, mas não dá pra cobrar do FF pela deficiência dos outros. E é só uma banda como o FF chegar ao patamar que chegou pra começar a “incomodar” um bocado de gente. Daí vem indicação ao Grammy e novas lenhadas. O disco não foi formatado para ganhar Grammy. Não acredito nisso, no caso do FF. Pra ter alcance de massa, sim. Mas, o Ghrol já começou querendo ser ator principal e não escondeu isso de ninguém! Deixou a bateria, pra cantar e tocar guitarra à frente de uma banda pop, depois de ter feito parte de um mega fenômeno como o Nirvana. É músico acima da média, toca pra caramba, é um front man nato (embora tenha começado nos fundos) e ainda se transformou em hit maker. É muita coisa, não? Falta muito um cara carismático como ele num Kings of Leon e essa é uma banda que se enquandra melhor em tudo o que vc disse sobre o FF. Essa é a coadjuvante que ganhou papel principal e destaque exagerado, sem nem ter pega de banda de rock, ao vivo. Afora inúmeras outras deficiências.
“Aliás, bandas de rock nunca deveriam receber prêmios por qualquer coisa. Certo?” Não que eu discorde, completamente, mas qual o problema nisso também? O que fazer, então, com o Rock ‘n roll Hall of Fame e quem já está lá? Nada daquilo, então, deve merecer mais o rótulo de rock? Só bandas como o Fugazi?
“Viva quem está na turma do meio! E que ela cresça cada dia mais! Foo Fighters, Killers, Arctic Monkeys, Strokes, White Stripes, Coldplay e outros fazem música para se dançar. Cantar junto. Pular. Assoviar. ” UUUUUIIIIIII. Mas assim até parece o xou da xuxa. KKKKKKKKKKK.
Cara, vai chorar o fim do Sonic Youth no canto escuro do seu quarto e deixa o povo gostar do que quiser.
Enfim alguém que não baba ovo para esta banda inofensiva e tão bunda mole quanto a leva “new rock n roll” a lá Strokes ou Franz Ferdnand. Falta tudo no FF: pegadas, musicas com catch de verdade, letras melhores e com mais impacto e, principalmente, peso.
Rock? Nem f… FF é, no máximo, pop rock, bandinha para quem não tem sensibilidade para algo de fato pesado e com qualidades inquestionáveis, daquelas “na cara”. O máximo que escuto dos fãs de Dave e cia é “eu gosto”, “a banda é legal”. Neguinho nem sabe argumentar.
Virou moda agora, pra se falar bem de artistas meia boca compara-se ele com artistas que o senso comum consome.
Que argumento mais babaca!
Ora, vamos puxar o nível pra cima e não pra baixo.
PS: Caralho, esse post rendeu, hein Cel?!
Olha, ainda vou mais longe: acho que o Grolha é um compositor pra lá de mediano. Acerta o alvo de vez em quando, mas é raro.
O Ac/Dc faz quase a mesma coisa que o Foo Fighters faz hoje a uns 30 anos e 98% da população do planeta terra não reclama, alias acha genial. Rock é diversão, cutucar onça com vara curta e todas essas coisas, mas chega uma hora que idolatria demasiada enche o saco…. me lembro de 97 com o Ok Computer, mesmo adorando o disco, era sacal a babação de ovo coletiva.
É bom lembrar que a indústria cultural já se habituou a absorver as trangressões mediadas pelos produtos artísitcos e devolver a contestação e o incômodo como mercadoria.
Nota do editor: Antonio, nos desculpe por deixar passar um comentário grosseiro. A ideia é manter a discussão em bom nível. Abraços
Ufa, em 2001 meu filho mais velho tinha 11 anos e era amarrado em nirvana. queria ver foo fighters e eu REM. hoje ele é capaz de gostar mais do REM do que dos Fighters.,.na boa, bandas que as músicas são quase indistinguiveis entre si…
concordo e muito com o CEL…
Tiago, é temerário comparar AC/DC com FF. Em todos os sentidos.
Gostei do texto, acho positiva a discussão, sou sempre a favor de textos e de pessoas com opiniões contrárias ao senso comum. Sou fã do FF antes de qq coisa mas acho extremamente relativo e pessoal essa questão da supervalorização da banda. Existem bandas maravilhosas (para mim pelo menos) que são subestimadas e outras que nem gosto tanto elevadas aos céus pela maioria (Radiohead). Nunca achei o FF a melhor banda do universo e nem a pior tbm, talvez o Dave Grohl tenha entendido muito bem o papel dele e do FF no cenário musical e soube explorar isso da melhor maneira possível. Vivemos uma carência de grandes bandas enorme, sabe aquelas bandas que transcendem o próprio estilo e tem um alcance fora do comum, que não habitam apenas um nicho, então na minha opinião a última banda assim foi o Nirvana que foi um furacão em todos os sentidos. A maioria das super bandas que estão na ativa tem mais de 20 anos de carreira, e não estão mais no auge há algum tempo pelo menos, hoje é tudo muito descartável, reflexo da nossa sociedade e tbm por falta de talento mesmo. Outro fator que ajuda os FF na minha opinião é o fato do Dave Grohl ter tocado no Nirvana e o seu grande carisma, o cara transita por todos os meios, do hardcore ao mainstream com desenvoltura isso de certa forma, fora as músicas do FF é claro, criaram uma aura em torno da banda que os leva ao status que estão hoje. Fora que são uma das poucas bandas de guitarra do mainstream atual.
Realmente, o AC/DC tem a força de um trovão. Já o FF é um arco íris.
Santo Deus, um riff do Angus Young vale toda a discografia da banda de David Grohl.
Cometendo essa blasfêmia vc não vai entrar no inferno, Tiago. hehheh
O CEL disse que o q falta no rock atual é rock. Entramos num dilema : rock seria o q o AC/DC faz ou o q o Radiohead faz ? Ou nenhum dos dois? Ou um meio termo? O problema eu acho é q estamos num momento fast food. Aquela música daquela banda é legal. Aquele clipe é legal e vamos pra próxima música e pro clipe seguinte. Quando o Nevermind foi lançado ninguém esperava nada e simplesmente aconteceu. No sentido das paradas de sucesso eu também estou esperando. Enquanto isso vou ouvindo Walverdes e Foo Fighters (se o negócio é Rock n Roll), Jair Naves e Teenage Fanclub (se o negócio são grandes pop songs)..Agora se o lance é cultura pop, influência, originalidade, profundidade e outras coisas, deixo pros criticos especializados. E deixo a questão : Qual é a melhor e a maior banda de rock do mundo em todos os quesitos hoje? Minha opinião : Foo Fighters…hehehehehehe
…’No sentido das paradas de sucesso eu também não espero nada’…Considerem isso…Let’s Rock Dudes!!!
Realmente existe um endeusamento com o Foo Fighters, o que considero até natural, pois independente do argumento (com o qual concordo) de que a banda não desafia, ela preenche uma lacuna importante que é ser uma banda de rock do mainstream, uma banda que tenha um pé na tradição e outro nas massas. Acho que o Foo Fighters tem sua importância por ocupar aquele vazio entre as viúvas do grunge e aquela juventude dos anos 90 que quando começou a buscar bandas atuais deu de cara com Korn, Limp Bizkit e percebeu o quão vazio era essa onda (felizmente passageira) do New Metal.
De forma geral, acho importante que exista o Radiohead desafiando o padrão estabelecido, mas também que exista o Foo Fighters fazendo um rock mais “solto”, mais “celebração”. Preocupante seria se existisse apenas um desses lados.
Obs: Ótimo ver um texto passando dos 100 comentários por aqui. Discussão bacana e com pouca trollagem.
Um pouco atrasada, mas vai:
Olha, não sei se estou falando besteira, mas alguém lembra de gostar/ouvir/idolatrar e comentar tanto sobre o Foo Fighters, tipo, ano passado? Então eles só são “a maior banda de rock do mundo” hoje por conta do Wasting Light, que – ironicamente – é um disco, como já disseram aqui mais cedo, “revival” de um disco da própria banda, sendo que de 1997?
Engraçado é que quando eles estavam “parados” no “Echoes, Silence, Patience & Grace”, eles não eram mais nada que só ‘uma banda legal, um rock divertido’. E agora são “a maior banda de rock do mundo”… É, tio, até o rock pode ser mainstream.
Só existem 3 bandas de rock n roll piores do que o Foo Fighters…Arcade Fire, Radiohead e Wilco…O resto é melhor…Inclusive o Coldplay e o AC/DC…Inclusive tenho uma teoria…Dave Grohl entrou no Nirvana compôs o Nevermind…Aconteceu o que aconteceu e o Kurt retomou as redeas e compôs o In Utero…Não chegou nem perto, ficou com vergonha e se matou…Banda de rock não tem que ganhar nada…Muito menos lugar de destaque entre os melhores dos anos 00, o mais ”fraco” e menos significativo até aqui…
PS : O Echoes, Silence, Patience & Grace é o 2º melhor album do Foo Fighters…So perde pro primeiro…Wasting Light é o 4º…Perde pro Colour and the Shape em 3º…O primeiro é disparado o melhor…Porque?…Talvez pq Dave Grohl fez tudo né…
Maneirista… O piadista….
Qual a outra maior banda do mundo senão o Foo Fighters, digo em todos os aspectos, eles são rocks. Strokes se tornou uma das maiors bandas no começo dos anos 2000 sem fazer nada que fosse diferente. O que fez o Nirvana virar a maior banda do mundo nos anos 90? já que tinha lançado um disco que ninguem conhecia, nem conhece direito ainda hoje o Bleach? Wastin Light é bom, na minha opinião, pois deixa de lado algumas frescuras, o que fez a banda ser o que é hoje foi sim o cd, e talvez as jogadas deles. Coloquem outra banda no topo ainda vou preferir o FF. ou o Cage the Elephant hehehehehe.
gostei do texto, mas concordo com o reply do gustavo, um dos primeiros…
por sinal o Pat foi efetivado no Wasting Light, mas tá com a banda desde 2006…
Muito boa sacada, concordo. Coisa semelhante acontece com o Coldplay.
Legal, Cel. Este seu texto está simplesmente demais. Admirável! Exemplar!
É polêmico, provocador e instigante. É pessoal, infundado e questionável.
É tolo e razoável. É inconsequente e considerável.
Mas por algum motivo que desconheço, um leitor aqui (provavelmente com palavras de outrem) definiu tuas palavras perfeitamente …
Diz o William no coment 24: “a ideia é boa, mas o argumento venceu o autor”. Perfeito!
O que houve, Cel? Como criaste texto tão frouxo a partir de premissa tão boa?
Seria, talvez, o mesmo motivo que o fez citar e se alongar, de forma gratuita e desnecessária, o Radiohead e Ok Computer? Mesmo não sendo você, evidentemente, grande entusiasta do disco em questão…
Mas andiamo… Avanti…
Pra mim, o FF (endossando muito do que já foi dito pelos leitores do SY), é uma banda que, criteriosamente, resume-se ao seguinte:
– possui dois discos (os dois primeiros) legais e empolgantes.
Não são clássicos, pois irregulares; são, porém, dignos de atenção e respeito.
Cada um possui 2 ou 3 canções com melodias admiráveis e que se tornaram, individualmente, clássicos do pop/rock.
– embora haja boas canções e até um ou outro destaque nos discos posteriores, pouco sobressai-se. Poucas canções têm méritos para entrar numa coletânea (best of) da banda. Coletânea improvável, mas que aconteceu – e que contou com ótimas músicas que integraram estes discos dos FF.
– Quanto ao Wasting Light, é o seguinte: mesmo sem prováveis hits, é o melhor disco da banda desde The Colour and the Shape. Isso, no todo. Embora não haja no álbum sequer uma melodia ou fúria memorável – ao menos nada que remotamente lembre, por exemplo, o Them Crooked Vultures -, a banda demonstrou energia e pegada.
O resto não existe…
Ei, porque não fazemos um abaixo assinado pedindo: “Hey Dave Grohl, pq vc não sai da sua zona de conforto e muda o mundo??? Por favor, faça isso!” O Scream Yell virou o novo Abacaxi Atômico, um site que parece que todo mundo tem 95 anos e está ranziza. Agora todo mundo só lamenta pq está tudo uma merda. O Foo Fighters uma excelente banda de Rock, sem maiores pretensões. Nunca vi letras existenciais ou poesia, acho não é esse o objetivo. É Rock, simples e direto, e há de se convir que hoje em dia isso esta escasso. Aonde está escrito que uma banda tem obrigação de fazer algo “salvador’, como vocês “criticos” malas dizem? E aonde está escrito que você não pode gostar muito de Rock clássico?
Me fez lembrar do cara que escreveu o texto “o rock nacional devia morrer”, que disse que a salvação da música poderia estar em coisas como o Montage, ou no Tecnobrega. Vocês realmente acreditam nisso???? Deve ser por isso que está tudo uma merda. E por favor, não há nada errado com o Rock Clássico, acho que você anda ouvindo muito Chico Buarque!
Certo, mas, quem está pintando o Foo Fighters (ou ainda o próprio Dave Grohl como o salvador do Rock ou o que quer que seja?). Culpar uma banda por estar em uma suposta zona de conforto ou o que quer que seja é no mínimo piada, pra começar está sendo dado um peso maior do que deveria a uma “simples” banda. Se a geração está perdida ou não, é no mínimo injusto colocar a culpa em uma Banda como o Foo Fighters. Se esta década (ou a passada) está recheada de “clones dos Strokes” (que inclusive na época, foram ovacionados e considerados a salvação da lavoura) não sei onde está a culpa do Sr Grohl nisso!! Pra finalizar, um cara que é respeitado por caras como o Page, Townshend e mais uma meia dúzia de caras neste calibre, merece no mínimo também o meu respeito.
Ah, e já tinha me esquecido, você não gosta de Foo Fighters, não acha o Ok Computer bom, cacete, você gosta do que então???
Os comentários do Fabrizzio, do Amaury e do Thiago me fizeram sentir saudades dos meus 22, 23 anos, quando tudo parecia mais perto e mais fácil. Mas, estranho, mesmo com essa idade eu seria capaz de entender que a crítica feita aqui é mais sobre o público e menos sobre a banda. Pra tal crítica ser feita, é preciso também falar da banda. Se o Grolha vai ou não salvar o mundo, assistiremos nos próximos episódios, apesar de achar que ele está pouco se f… pras cousas. E sobre não gostar de FF e do OK Computer, segundo o Thiago, caramba, parece que não há salvação para o infeliz que pensa assim, né? Putz, como é possível alguém NÃO gostar do FF e do OK e ainda levar a música mais ou menos a sério???
É, como dizia o Kurt Cobain, “não tá fácil pra ninguém”.
Cel, vc esqueceu de citar a sua sobrinha Jéssica. rsrsrs
Quem é a minha sobrinha Jéssica?
A Jéssica aí de cima que te chamou de tio.
Pensei que fosse da família. rsrsrs
Abraço.
Gosto, cada tem o seu, o do autor do texto (fraquinho) acima, por exemplo é uma eme.
Achei o texto legal…Mas não concordo que o Foo Fighters seja mediano ou secundário…Todas as bandas que surgiram desde 2000 são medianas ( Strokes, White Stripes, Arcade Fire, etc )…O nivel baixou bastante e esse é o maior problema…Mas sempre que quiserem ouvir um belo disco de rock, sugito ouvirem qualquer um do Foo Fighters…Salvar o rock é coisa da industria e do sistema…Se bem que precisamos de uma banda de rock de verdade no mainstream brasileiro…
Jesus Cristo, ninguém sabe interpretar um texto?
Discordo de algumas coisas pontuais, mas é uma boa discussão, pena que as pessoas não sabem discutir…
Bem, deixe pra lá, cheguei atrasado.
Genial o texto. ao meu ver os fatores que levaram o
FF sair da segunda divisao do roque sao, em ordem:
– a historia de gladiador do dave grohl, que foi do ceu ao inferno e voltou
– o networking eficiente do dave, contribuindo com gente normalmente bem vista no mundo da musica, tai mike patton e jack white pra comprovar
– musicas bacaninhas, com “atitude roqueira” e clipes engracadinhos pra pegar o juvenil sentado na poltrona
– falta de bandas que facam esse basico de maneira eficiente, com todo esse background musical e financeiro
Finalmente alguém teve coragem de analisar o Foo Fighters dessa maneira. O fato de haver veneradores do FF não significa que estamos vivendo uma crise musical. Ao contrário, estamos em uma era rica e plural. Agora, o Lucio Ribeiro dizer que os caras são a maior banda do mundo, sei lá, cada louco com a sua mania. abraço,
Foo Fighters e Coldplay: Farofagem de marca maior.
Alguém avisa que não pelo grammy, mas o rock já é maistream desde os anos 80 da forma como o conhecemos hoje e anos 80 de Judas Priest a Metallica já foram indicados a Grammy.Texto excelente e um recado : TV ON THE RADIO>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>Foo Fighters
Muito bom o texto, discordo em alguns pontos, mas me abriu os olhos para a minha empolgação repentina com o Foo Fighters.
E me fez lembrar de uma coisa que aconteceu no Tim Festival 2007, mais precisamente no show do Arctic Monkeys (que é sem graça de dar dó): um adolescente, entre tantos histéricos e descontrolados, gritou “pqp é o melhor guitarrista do mundo!!!” ao meu lado. Eu já estava irritada com a massa teenager que quase me esmagou quando tentei ficar ali no meio pra ver o show, depois dessa frase fui pra perto do bar e vi o show sentada.
Enfim, parabéns pelo texto!
Gostei muito do texto e me senti instigado, desafiado, tanto por ele quanto pelo cenário roqueiro que descreve. Me fez me ver por duas perspectivas na história: a do fã e apreciador de rock lá no meio da galera cantando junto com a banda e a do consumidor de rock e defensor de um futuro melhor pro rock, digamos assim, olhando tudo do alto de um balão.
Mas ouso não temer e não me preocupar tanto com essa hecatombe anunciada
Vejo essa coisa toda um pouco como o futebol… vejo o FF como um time que sempre jogou bem na Serie B, não ganhava muito título mas sempre disputava. Com o show de Wembley em 2008, mais por uma motivação fenomenal da sua fiel torcida do que por montar um time impecável, subiu pra Primeira Divisão do rock. Acredito que subira sem muita pretensão, sem almejar o posto de campeão, mas com o ritmo de jogo que estava e o momento favorável, começou a perceber que, se os grandes times mesmo, aqueles cheios de trofeus, estavam desorganizados ou em renovação, mesmo sem jogar o fino da bola daria pra almejar uma vaga na Libertadores, talvez.
Os medalhões foram se demorando a se organizar, arrumar a casa e cuidar do futebol, deixando espaço pra um time sem muita pretensão engatar uma serie de vitórias e se credenciar ao campeonato.
O que vemos hoje é esse time, que pode nao ser o melhor dos últimos anos, pelo menos fazendo certinho seu papel e levando jogo após jogo. E sua torcida fiel, almejando o primeiro grande titulo, rende talvez mais loas do que devia.
O texto, pra mim, não erra no diagnóstico, mas no prognóstico. Fiquem tranquilos, eu diria… O FF não vai virar hegemônico, nem o rock depende só desse time pros campeonatos que virão terem sua beleza. Esse time e sua torcida têm seu mérito, mas mesmo sendo insuficiente pra levar ao panteão dos heróis, também não chega a ser destrutivo nem herege… e, pela lógica, tem o condão de, incomodando assim, estimular que outros, grandes de antes ou novos grandes, também venham a caprichar mais!
Putz, li todo o texto e uns 60 e poucos comentários, e nada mudou minha impressão inicial: a crise de gerações entre o autor do texto e dos fãs do Foo Fighters.
Falar que eles são uma banda mediana é questão de gosto. O Nirvana tinha arranjos medianos. Os Beatles nunca foram virtuoses. Os Ramones fizeram um sucesso tremendo com 3 acordes metralhados freneticamente.
Ou seja: é questão de gosto.
Agora, por que tanto endeusamento dos Foo Fighters? Simples, eles são a banda de rock VIVA que ainda produz ROCK NOVO, sobre coisas NOVAS.
Falar que bandas que trazem mensagens em suas músicas é coisa de velho também é outro erro cabal do texto, os Foo Fighters trazem mensagens em diversas músicas, a questão é (e aí entra a crise geracional com o autor do texto) captar essas mensagens. Ou vai dizer que Learn to Fly não tem mensagem alguma? New way home? Best of you? Times like These? Walk? Pra mim elas significam muito, todas têm algo a ver com minha vida, com coisas que passei.
Acho que o texto diminui muito a banda. Façam um favor, lembrem quando foi a última vez que um disco de rock foi indicado para album do ano no grammy ?
Além disso, as músicas do foo fighters deixam claro que a banda nunca quis ser provocante ou coisa assim, it’s all about rock’n’roll, basta ver a letra de monkey wrench (One last thing before I quit, I never wanted anymore than I could fit into my head)! Só isso. Guitarras, pratos, baixo e gritos.
É uma banda de shows? Sim! É uma banda de alta exposição na mídia? Sim! É uma banda que usa seus clipes para fazer humor? Sim! Mas tem que ser banda de protesto? Não!, ainda assim eles têm clipe de protesto (keep it clean). Têm clipe pesado (best of you). Se o estilo não agrada: paciência.
“Dave Grohl tem uma banda confortável sob todos os aspectos. Ele é o “mastermind”, o rei da cocada preta, o dono da bola, balança a pança e comanda a massa em todos os níveis. Se a bateria de Taylor Hawkins não o agrada, ele vai e refaz tudo. Se há vontade de gravar tudo analogicamente em sua garagem com a produção de Butch Vig, há grana suficiente para bancar a empreitada.”
“O que sempre aflige é que as pessoas vão, cada vez mais, ignorando a existência de bandas de outros tempos, que tiveram responsabilidade por mudanças nas mentes de seus ouvintes, que compuseram músicas com a intenção declarada de transformar alguma coisa.”
Realmente, são ESTES os seus argumentos? Não há absolutamente NADA no texto que sirva para detratar a banda. Consegue elogiar, dizer que fez bons discos, e… nada mais?
Este texto não tem razão de ser. Não consegue nem cumprir com seu objetivo, que seria justificar porque “não se deve” gostar da banda.
Confesso que só consegui captar a essência da crítica feita nesse texto hoje, após ler os “comentários em tempo real” sobre o show do FF no festival…
De uma boa banda de rock dos anos 90, eles foram transformados pelo público no último Ki-suco do deserto.
Muito bem colocado CEL. Entendo-te perfeitamente. Ha! Se o Foo Fighters fossem igualmente proporcional a My Hero. Mas não o é. Foo Fighters é tomar Heineken. E se você considera tomar Heineken algo prestigioso e significativo está tudo errado. Não dá pra dizer o mesmo do Coldplay. O Coldplay nunca se propôs a ser rok’n roll. Nunca disse que fazia rock‘n roll. Chris Martins nunca disse: – Escutem bem isso aqui moleques. Porque isto aqui é rock porraaaaaa! Eles sempre foram meninos nerds de apartamento. E sempre irão cantar músicas sobre a garota de cabelo curto da turma ao lado ser a mais linda do mundo. Você pode lamentar o tamanho e o alcance do Coldplay mas não a direção de seu discurso. E aí é realmente intrigante ver 2h e 45m de comoção e louvação sobre “a banda mais foda”, “do cara mais foda”, “do rock porra”, “da pegada”, “do rock não está morto”, “do rock na veia caralho” – de quem? Do Foo Fighters? Se colocarem qualquer pessoa entendida de cultura pop pra ler a letra de My Walk do Foo Fighters sem saber de quem é autoria dirá que a letra mais Coldplay possível. É uma letra Take That. É uma letra Lady Gaga. E é isso mesmo. É impressionante como o Grohl dorme a noite criticando o Coldplay em um videoclipe onde a letra da música do videolipe diz: ”A million miles away / Your signal in the distance / To whom it may concern/ I think I lost my way / Getting good at starting over / Every time that I return / Learning to walk again / I believe I’ve waited long enough / Where do I begin? / Learning to talk again / Can’t you see I’ve waited long enough / Where do I begin?“. Tu não imagina o Chris Martins ao piano cantando isso em falsete? E a Lady Gaga vestida de espantalho declamando isso ao ex-namorado enquanto chora sangue negro em um videoclipe? Um cara que escuta Coldplay ou Killers pode tomar uma Heineken e achar o máximo. Porque provavelmente ele é um cego. O sonho dele é ter um C30 ele acha que bandido bom e bandido morto. O problema pra você CEL e para um monte de gente é que a embalagem/carcaça/design do Grohl é uma mentira. É enganação. É tudo fake. E isso dói em muita gente. Porque isso não parece certo. Isso não é certo. Isso dá raiva. Porque agente imagina como as coisas deveriam ser. Alguns sabem como as coisas eram. Alguns viveram. Isso toca com a estrutura emocional erguida a base de pauladas dentro do cara em um tempo que ser diferente não era moda. Que usar cabelo comprido e roupas pretas era contraversão. Era um ato político. Coisa de apaixonado. De quem acreditava na parada, de quem queria mudar tudo. Botar tudo a baixo. Hoje é coisa Rebeldes, sim da novela. Olha o que fizeram com a palavra rebelde. Algum gênio no Twitter perguntou se o Dave Grohl não era o Dinho Ouro Preto dos USA. Palmas. Perfeito. Se você quer rock melhor procurar no Rap ou no Funck Carioca.
Não vi mto sentido no texto, vc faz uma critica a uma geração que idolatra uma banda boa numa época sem grandes concorrentes? critica a geração e não a banda… bem em partes concordo com vc, e digo mais, vc nem estaria fazendo este texto se o FF não tivesse virado moda nos últimos anos, mas o motivo disso? foi por competência da própria banda, e não podemos tirar o mérito deles por isso, o maior talento do Foo fighters não é algum exibicionismo singular dentro de um contexto é o feeling e a energia e ainda de quebra ela vem com boas letras que fazem questão de não querer passar muitas mensagens, tem gente que gosta de músicas com temas pessoais e abertos e nada mto direto e apelativo. e ainda temos a imagem do FF que é mto forte.
As pessoas ficam usando aqui músicas da banda como exemplos de sucessos que “estão acima da média da banda”, mas quem é fan da banda sabe que os hits, principalmente estes mencionados não são grande coisa, alias o FF já tinha essas músicas lançadas no final dos anos 90 e não era idolatrada como é hoje, isso pq o trabalho que foi feito ao longo da década de 00 foi honesto, verdadeiro e cativante… e outra na hora que o som tá rolando ninguém da a minima pra esse monte de coisas que vc falou.
CEL, já que ” … a intenção aqui é investigar algo que tem me assustado bastante nesses últimos tempos: a idolatria extrema à banda de Dave Grohl, como se ela fosse um tipo qualquer de representante máximo do rock. Não sei o que é pior: achar isso do Foo ou endeusá-lo mesmo assim, sem mais nem por quê.” vou acrescentar o que notei por aí: também não entendo, na ocasião do anúncio de um show do FF, a babação de ovo de pessoas que deveriam enxergar o quão raso é o FF. Dave é um boa-praça, é, bacana demais, dá uma mão (as duas na baqueta, aliás) no que ele faz melhor para os (bem mais legais) QOTSA e para o Killing Joke e para outros igualmente ou mais bacanas que agora não me vem à mente, eu tentei ouvir FF nos dois primeiros discos e desisti, joguei no lixo, acho o primeiro dos Strokes bacana, mas também não consegui ouvir os outros mais de uma vez. Não há uma melodia assoviável na discografia do FF, tb não sei que diferença isso faria. Abçs.