por Marcelo Costa
Cervejaria independente criativa e badalada fundada em 2005 nas terras da Rainha, a Thornbridge, de Derbyshire, no Reino Unido, vem conquistando cada vez mais admiradores ao buscar produzir receitas que equilibram a elegância do estilo cervejeiro britânico com o muitas vezes exagerado modelo cervejeiro dos Estados Unidos. No começo, a Thornbridge só trabalhava com Cask Ales (uma febre no Reino Unido), mas em 2009, a cervejaria inaugurou em Bakewell sua linha de envase e começou a exportar – hoje para mais de 40 países. Nesse período, a Thornbridge acumulou mais e 350 premiações nacionais e internacionais.
Trazida ao Brasil pela importadora curitibana Suds Insanity, a Thornbridge desembarca com 16 rótulos personais: são quatro IPAs (o sucesso da casa, Jaipur, mais a AM-PM Session IPA, a Halycon Imperial IPA e a Huck Double IPA), uma witbier deliciosa com pétalas de rosas (Raindrops on Roses), uma Coldbrew Coffee Porter (Fika), uma Red Ale (Tonttu), duas Sours (Tart e Mr. Smith Gose To…, a segunda com melancia), uma Russian Imperial Stout (Saint Petersburg), uma Chocolate Porter (Cocoa Wonderland) e cinco variações de Pale Ale (Chiron APA, Kipling South Pacific Pale Ale – com lúpulo Nelson Sauvin, Wild Swan, The Wednesday e Bang Saray, uma Thai Pale Ale com adição de capim-limão e folhas de limao Kaffir.
Neste rápido bate papo realizado no lançamento da linha Thornbridge no Brasil, no Empório Alto de Pinheiros, em São Paulo, Ricardo Magno Quadros, da Suds, conta o que o impressionou a ponto de querer trazer estas cervejas britânicas para o Brasil, lista suas três favoritas entre as 16 e já adianta novidades: para quem sentiu falta da Braccia na lista, não se preocupe, pois ela já está separada para a Suds, que deve traze-la no segundo semestre. Responsável também pela importação da sueca Nils Oscar, Ricardo já adianta que a Suds está apalavrada com uma cervejaria de Seattle. Vem mais coisa boa por ai! Confira aqui tudo o que veio.
Como vocês chegaram na Thornbridge e como foi o processo de traze-los para o Brasil?
Dentre mais de 60 fábricas e cervejarias que visitamos ‘in loco’, a Thornbridge nos chamou a atenção justamente por ter uma pegada diferente, um padrão de produção de cervejas que é difícil encontrar no Brasil. Ela não é uma escola inglesa pura, porque ela mistura muito da escola inglesa tradicional com a escola nova norte-americana. Esse diferencial nos chamou a atenção, o dom da Thornbridge conseguir um equilíbrio entre estas duas escolas. Paralelamente, nós vimos uma lacuna no mercado, pois nenhuma empresa no Brasil tinha cervejas como essas da Thornbridge, e então decidimos traze-la para o Brasil. Estamos trazendo 16 de uma vez porque cada rótulo tem a sua peculiaridade. Por exemplo, a Raindrops on Roses é uma witbier com pétalas de rosas, que oferece um bouquet diferenciado. Já outros rótulos trazem especiarias e, além destes, trouxemos as tradicionais, com os aromas de café na Stout (Cocoa Wonderland) ou mesmo as IPAs mais lupuladas (Huck, Halycan e Jaipur).
Pessoalmente, gostei muito da St. Petersburg, uma Russian Imperial Stout com lúpulo Sorachi Ace bastante presente, da Raindrops on Roses e da Fika, que uma Coldbrew Coffee Stout. Cada um terá suas favoritas, e eu queria saber as suas. Quais você mais gostou dessas 16?
Isso, obviamente cada pessoa tem seu gosto e irá escolher cada uma de acordo com a sua preferencia. Mas eu chamo a atenção, em especial, para uma cerveja que se destacou, que é a Mr. Smith Gose To, que recebe adição de extrato de melancia e é algo que não encontra por aqui. É uma cerveja interessante porque ela não tem aquele azedo tradicional intenso de uma Gose, ainda que mantenha as características de uma Sour, e traz a doçura da melancia, o que pode funcionar muito bem como uma Gose de entrada para quem está começando, iniciando (nesse território de cervejas artesanais). Outro destaque para mim é a Raindrops on Roses, que tem adição de pétalas de rosas: se você pegar o bouquet dessa Witbier, você não encontra nada parecido com ele no Brasil. Nenhuma cervejaria tem! E é um equilíbrio muito bom que sai do tradicional coentro com laranja das wits. Para fechar (um Top 3) eu destacaria a Fika, que é uma Stout com café, porque ela utiliza o processo de coldbrew na fabricação, outro diferencial difícil de se encontrar no Brasil
A Suds Insanity começou seu trabalho de importação de maneira excelente, que foi trazendo as cervejas da sueca Nils Oscar para o Brasil, uma parceria que ainda continua, e agora vocês nos surpreendem novamente com a Thornbridge. O que vem por ai?
Temos muitas novidades, inclusive sazonais da Thornbridge que não vieram desta primeira vez, mas já estão na nossa lista. Por exemplo, a Thornbridge Braccia, que é a cerveja que todo mundo quer tomar, nota 100 no Ratebeer, já está reservada para nós no Brasil e acredito que a teremos no segundo semestre. Fora isso, estamos vivendo um momento diferente, uma situação nova que a gente ainda não tinha passado, porque começamos com uma sueca tradicional, a Nils Oscar, e agora estamos trazendo a Thornbridge, que equilibra escola norte-americana e escola inglesa: a próxima, nossa terceira, é uma escola bem clássica, de lúpulo, uma cervejaria de Seattle, nos Estados Unidos, que já está apalavrada com a gente. Quem gosta de explosão de explosão de lúpulo que se prepare. Vou deixar no suspense (risos).
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