No começo de novembro, os paulistas do ATR – Aeromoças e Tenistas Russas fizeram a sua estreia em terras colombianas num dos melhores cenários, se apresentando na programação da convenção anual Circulart, um dos principais encontros do mercado da música da América Latina, que acontece em Medellín. Além da Feira, o grupo conseguiu agendar outras duas datas na cidade.
Em cinco dias de atividades, bandas latinoamericanas, norte-americanas, europeias e asiáticas tocaram na feira Circulart e, assim como na SIM São Paulo, em vários locais da cidade. Outra frente do evento é dedicada à conferência, na qual profissionais da Música de todo o mundo participam de rodadas de negócio, palestras e outros formatos de intercâmbio de conhecimento sobre o mercado. Ao final do evento, o vídeo oficial do Circulart surgiu embalado por “Kilimanjaro” (assista aqui).
O ATR apresentou músicas do recém-lançado compacto “MIDI” e dos discos “Positrônico” (2015) e “A Experiência de Jaque Villanova” (2013). Formado por Gustavo Palma (sintetizadores), Eduardo Porto (bateria), Juliano Parreira (baixo e synthbass) e Gustavo Koshikumo (guitarra e sintetizadores), o quarteto também tocou “Quebec”, que teve uma versão gravada em Barcelona, durante a primeira turnê da banda pela Europa. Abaixo, eles contam, especialmente para o Scream & Yell, o que mais chamou a atenção no Circulart. Confira!
por ATR – Aeromoças e Tenistas Russas
Pela primeira vez embarcamos rumo à Colômbia. Foi nossa segunda viagem internacional do ano para uma feira da música. No primeiro semestre participamos do gigante Primavera Sound, em Barcelona, na Espanha, o que também nos motivou a buscar outros eventos, como o Circulart, em Medellín. Ali estão reunidos muitos artistas e produtores, sendo considerada uma das maiores feiras da América Latina.
Fomos selecionados junto de outras três atrações brasileiras para os superconcorridos showcases da feira. Com isso, nossa agência, a Let’s GIG, correu para buscar mais datas na cidade. E foi o que aconteceu: três shows em Medellín em três dias: um numa ocupação cultural que se chama Plazarte Cultura Independiente, onde também ficamos hospedados; outra no Circulart, para produtores curiosos com os quais estabelecemos contato nos dias anteriores ao show, e a terceira no Victoria Regia, uma casa de shows muito bem estruturada, com bandas que também vieram de outros países para a feira.
Foram poucos dias e, por isso, acabamos dividindo entre estabelecer mais conexões e conhecer novas propostas e ideias, em uma imersão na Feira, e os nossos shows. Isso nos deu a oportunidade de ver várias apresentações interessantíssimas que estão rolando por aí. Como destaques entre os nomes latino-americanos, escolhemos:
MISS GARRISON (Chile)
Logo no primeiro dia foi possível conhecê-la no showcase que acontecia no La Pascasia, onde tocaríamos depois. Nos identificamos muito por ser um som eletrônico e com instrumentos semelhantes aos nossos – como a SPD-SX –, sintetizadores e bases. Além destes, a vocalista toca percussão e bateria.
AGARRATE CATALINA (Uruguai)
Uma banda/teatro, não há uma classificação exata, que traz o folclore do carnaval uruguaio em uma performance musical cênica irreverente, com figurino impressionante e mensagens políticas muito claras. Pelo menos 10 pessoas estavam no palco e, ao final do show, conseguiram levar quase toda plateia para fora do teatro e continuar tocando.
CAROLINA CAMACHO (República Dominicana)
Cantora, dançarina, performer, produtora e disparadora de bases. Carolina Camacho estava apenas participando do Circulart, não foi selecionada para o showcase, mas tivemos a sorte de assistir seu show na ocupação onde estávamos hospedados. Ela, sozinha, conseguiu hipnotizar geral com suas voz, dança e música. Por tudo, vale a citação nessa lista, para conhecer melhor.
BABALU QUINTETO (Colômbia)
Foi um dos primeiros shows que assistimos todos da banda juntos. Um quinteto impecável, com arranjos espetaculares de cordas e vocais. Vale ressaltar que o grupo estava indicado ao Grammy Latino.
LA BOMBA DEL TIEMPO (Argentina)
Uma das bandas mais esperadas dentro do Circulart. Todos os dias escutamos alguém falando sobre e relembrando dia e horário da apresentação. Realmente impressionantes os arranjos de percussão e o bom gosto para os ritmos.
NEGROS DE HARVAR (Chile)
Não assistimos na programação do Circulart, mas dividimos o palco na noite do Victoria Regia. A banda traz muito suíngue e groove, com metais e uma execução muito animada com ritmos latinos. Disseram que logo vêm ao Brasil de novo.
Menção honrosa:
Não poderíamos deixar de citar as bandas brasileiras que estiveram com a gente. Renata Rosa (Recife) trouxe delicadeza com pequenos gestos, além de uma banda espetacular, surpreendendo muitas pessoas. Xênia França foi maravilhosa com as músicas de seu disco-solo, também com uma formação de excelentes músicos. Na entrada ao teatro, uma luz focada em um globo giratório deixava o ambiente ainda mais imersivo e espacial. Deu tempo apenas de ver do palco a apresentação da francisco, el hombre e dar um beijo no fim; estávamos correndo para o próximo show enquanto eles começavam a tocar. Mas amamos <3
Saiba mais sobre o Aeromoças e Tenistas Russas no site oficial da banda: http://atr.art.br/. A foto que abre o texto é de Luz Vermelha / Divulgação