por Marcos Paulino
Lançado em 2013, “Pearl” é o disco de estreia de Rubel, cantor e compositor carioca que vem angariando um séquito fiel de fãs, que lotam seus shows e acompanham cada passo do artista. Hoje, aos 25 anos, ele vem fazendo uma turnê de “despedida” do álbum, já que em 2017 lançará seu segundo projeto, agora com patrocínio da Natura. Será uma boa ajuda, porque o primeiro foi feito de forma totalmente independente e contou com divulgação apenas pela internet e no boca a boca.
Mas o retorno foi bom. “Fiz uma turnê por mais de 15 cidades no Brasil, ouvi muitas histórias incríveis sobre como as músicas afetaram as pessoas, descobri que é possível viver de música, descobri que eu presto pra alguma coisa”, comenta. O videoclipe para a música “Quando Bate Aquela Saudade”, dirigido por ele mesmo, conseguiu quase 4 milhões de visualizações, e ele promete um novo vídeo para logo: “Estamos finalizando o clipe da música “Ben”, do primeiro disco, e pretendo dirigir outros clipes para o próximo disco”, adianta.
Com canções que transitam entre o folk e a MPB, “Pearl” é todo acústico, e foi gravado num home studio em Austin, Texas. À época, Rubel concluía seus estudos de cinema, sua outra paixão. De volta ao Rio, diz, nesta entrevista ao Plug, parceiro do Scream & Yell, que vai continuar apostando na mistura violão/banjo, mas que o segundo disco terá uma pegada hip hop.
Você já foi classificado como “fenômeno”, como “um dos nomes mais promissores da música brasileira”, entre outros adjetivos. Como recebe essas distinções?
É ótimo. Que bom que as pessoas gostaram do meu primeiro disco a ponto de falarem essas coisas.
Seu primeiro disco foi lançado em 2013. Que frutos ele rendeu nesses três anos?
Fiz uma turnê por mais de 15 cidades no Brasil, ouvi muitas histórias incríveis sobre como as músicas afetaram as pessoas, descobri que é possível viver de música, descobri que eu presto pra alguma coisa.
Seu trabalho conseguiu boa quantidade de admiradores pela internet. Esse é realmente o caminho pra quem trabalha de forma independente?
É difícil apontar categoricamente qual é o caminho. Acho que cada um escolhe e trilha o seu. Mas com certeza dá pra ver que é uma tendência nessa geração de músicos que vem surgindo de uns cinco anos pra cá, de gravarem discos com baixo custo, lançarem na internet e serem abraçados pelo público. A internet acaba assumindo o papel do intermediário entre o artista e o público, que antes era ocupado pelas gravadoras e os meios tradicionais de comunicação.
Em “Pearl”, você diz que misturou o violão carioca e o banjo texano. Essa fusão Brasil/EUA continuará valendo para o seu próximo trabalho?
Vai, mas não exatamente com o folk. O próximo disco vai ter muita influência do hip hop norte-americano.
Como está a turnê “Valeu, Pearl”?
Incrível, vamos fazer shows em 13 cidades no total, vários deles esgotados. Vai ser a melhor forma de me despedir desse disco.
Você consegue identificar um perfil dos fãs do seu trabalho, como, por exemplo, a galera que curte Banda do Mar e Filipe Catto?
Majoritariamente, são pessoas mais novas, de 16 a 25 anos, que estão mais atentas para o que vem surgindo de novo na internet. Mas volta e meia descubro que as músicas têm um alcance mais universal, com pessoas de 30, 40, 50, 60 anos.
O segundo disco terá o patrocínio do projeto Natura Musical. Que leque de possibilidades isso abre pra esse projeto?
A Natura já financiou discos muito bons, como o da Elza Soares, do Terno, do Emicida, da Tulipa Ruiz, do Marcelo Jeneci. O edital já conquistou a atenção de muita gente, e acho que pode ajudar a fazer mais pessoas pararem para escutar o disco novo.
Afinal, quando ele chegará ao público?
No primeiro semestre do ano que vem.
Está sobrando tempo pra desenvolver sua outra atividade, de diretor de cinema?
Sim, estamos finalizando o clipe da música “Ben”, do primeiro disco, e pretendo dirigir outros clipes para o próximo disco, e para outros artistas.
– Marcos Paulino é editor do caderno Plug (www.mundoplug.com), da Gazeta de Limeira. A foto que abre o texto é de Jonas Tucci / Divulgação