Mojo Book 041: “The Black Parede”, do My Chemical Romance, por Márcia Lima

15 anos atrás, Danilo Corci e Ricardo Giassetti decidiram fazer uma pergunta: e se um disco virasse literatura? Nascia a Mojo Books, primeira editora 100% digital do Brasil, que de dezembro de 2006 até dezembro de 2012 explorou de maneira diversificada essa possibilidade, lançando mais de 130 volumes de livros inspirados em discos.

O Scream & Yell tem a honra de republicar os livros da Mojo buscando manter o acervo da editora online (enquanto também estivermos online). Toda segunda, um livro da Mojo novo sobre um disco! O 41° volume da série (conheça os anteriores  estão aqui) tem como inspiração o terceiro álbum de estúdio do My Chemical Romance, “The Black Parad”, recontado por Márcia Lima.

Lançado em 2006, “The Black Parede” defende a ideia de que, quando morremos, a morte vem para nós como a nossa lembrança mais marcante. E a lembrança mais forte do personagem do álbum é a de ser uma criança e seu pai levá-lo a um desfile. Então quando a morte chega para ele, ela chega na forma de um desfile negro. Faça o dowload desse Mojobook em PDF ou leia online aqui.

BAIXE O MOJO BOOK 041 EM PDF AQUI

CAPÍTULO UM

– Tu pode processar a Philip Morris.

Quem disse isso foi o dono do mercadinho. Eu não estava bem certo de como ele sabia da história toda, uma vez que nunca trocamos mais do que duas palavras. Geralmente nossos diálogos eram:

– Um Marlboro vermelho.

– Dois pilas. Algo mais?

– Só. Obrigado.

Eu nunca tirava meus fones de ouvido, então não sei se ele falou mais alguma coisa. De qualquer forma, só ouvi a parte do processo.

– Não faz diferença. Dois pilas, né?

Como sabia a resposta, larguei o dinheiro no balcão, agradeci e fui embora. Precisava pagar a luz, ligar para ospros guris da loja, dar um pulo na biblioteca. E não podia esquecer do hospital. Os exames estavam prontos e, querendo ou não, eu precisava buscá-los. Eu, definitivamente, não queria.

Fones no ouvido, peguei o caminho pela orla. Passei por umas trezentas lotéricas, mas acabei não pagando. A curiosidade sobre os exames dizia que era melhor passar no hospital primeiro. Era um paradoxo, na real. Eu não queria ir até lá. Ou talvez quisesse. Não é fácil ser um bipolar.

BAIXE O MOJO BOOK 041 EM PDF AQUI

Conheça e faça o download dos Mojo Books anteriores

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.