Três Perguntas: VigárioZ Crod Alien

entrevista por Cainan Willy

VigárioZ Crod Alien lançou recentemente seu segundo disco, “Carta Ao Velho Pássaro” (2018), já está disponível em diversas plataformas de streaming (ouça no Spotify). Sucessor de “1” (2016), o registro mostra que a “crod-gang-banda” de Limeira, como gostam de se intitular, está interessada em dar continuidade a sonoridade que os levou a tocar no festival João Rock há dois anos, uma mescla de faixas instrumentais com samples, flows e beats eletrônicos, agora imersos no universo intergaláctico.

A temática básica do disco gira em torno da ufologia e o grupo se mostra encantado por aduções trabalhando essas experiências extraterrenas de forma psicodélica. Caso entre na viagem do conjunto, é importante ressaltar que eles contam com o apoio de um mentor espiritual, que é praticamente um guia turístico do universo, Crod Alien é seu nome, a figura fictícia vive nos esgotos de Limeira e apresenta a rádio novela “Antenna Abduzz”.

Os beats usados no disco vão de Johnny Cash ao carismático Mussum em um piscar de olhos em músicas que dão o recado já no título: “Beat Lunar”, “Crizze do Cramunhão”, “Space Pirates”, “Master Pizza”, e por ai vai. Além de homenagear o mentor espiritual, VigárioZ Crod Alien presta um verdadeiro tributo ao hip-rock noventista, com pitadas de faroeste e outras misturas que tornam o som produzido pela banda uma autentica viagem alucinógena. Abaixo eles respondem a três perguntas.

Vocês parecem fascinados por assuntos extraterrenos, constantemente pude associar as letras e melodias do disco à temática ufológica. Como essa inspiração saiu das galáxias para o disco “Carta Ao Velho Pássaro”?
Vivemos a crença da ‘Busca Espacial’. As repostas estão no céu e no interior de cada um. Você é o universo! Respeitamos e trabalhamos para que o Universo deixe claro suas vontades, deixando as energias correrem ao nosso lado. O que tentamos todos os dias, quando não estamos hibernados em Andromeda. A música é mais uma válvula de escape que precisamos. Quando se tem noção da imensidade do mundo e se questiona a significância de sua própria existência, uma nova porta se abre, e esse sentimento reflete em nossos riffs, beats e vidas.

Além da própria história fictícia, a banda também mostra em suas faixas verdadeiros contos, dentre passeios pela via láctea, encontros espirituais e astrais, podem contar sobre o surgimento do mentor Velho Pássaro e de que maneira seus desejos influenciam o caminho da banda?
Velho Pássaro nos mostrou caminhos que antes nunca havíamos imaginado. Sem ele, certamente estaríamos mais perdidos do que estamos. Velho Pássaro simboliza o ‘Eu’ verdadeiro, selvagem e cru dentro de cada um de nós, mas ele também representa nossas falhas e desejos humanos. Respeitamos o chamado do universo e somos somente mensageiros, vetores, mulas, apenas fazendo o frete que nos foi incumbido, enviando essa mensagem até ele. Há um ‘velho pássaro’ dentro de cada um de nós e o futuro da banda está diretamente relacionado com suas vontades.

No disco vocês trabalham instrumentos (guitarra, baixo e bateria) junto com beats eletrônicos e samples. Como é dar conta de continuar essa experiência nas apresentações ao vivo?
A sonoridade dos Crods reuni toda a parafernália espacial dos Vigarioz, com trio de rock pesado e três MCs alucinados. A banda sobe ao palco com:

*Tião Barracudo na batera;
*Bidu no Bass (sendo esses dois Crods irmãos de sangue);
*Cosmo Curiz com seus 8 tentáculos na guitarra, teclado, slide, formatando PC e jogano Tetriz;
*Cry (irm„o de Cosmo) nos gritos, poemas e gaita;
*Bebeto nas rimas e riscos nos toca-discos; e
*Bugil nas rimas, sample FX e degustais de vinho.

Isso tudo se reproduz de maneira milagrosa e impecável nas apresentações. Sendo que o disco ‘Carta ao Velho Pássaro’ só foi concretizado em matéria física, após o produtor Marcos Nock ver o show dos Vigárioz, que estavam realmente em chamas no palco, e convidar a banda para reproduzir o que havia testemunhado. Assim gravamos o ‘Carta’ no Nock Studio Alive, totalmente ao vivo, orgânico e sincero! Nos shows pode se ver todos os elementos que estão no disco, além de presenciar o ritual crod sinistro que acontece durante as performances, convocando energias distantes e entidades intergalácticas.

– Cainan Willy (www.facebook.com/CainanWily) e editor chefe do site Pacovios.

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