Por Marcelo Costa
Três gerações que abraçam o folk rock de forma bastante pessoal criando boa música lançam álbuns em momentos bem diferentes da carreira.
“Cardinology”, Ryan Adams and The Cardinals (Universal)
No décimo álbum de uma carreira solo de nove anos, Ryan Adams parece perdido na persona que criou. “Cardinology” é o segundo disco da fase sóbria do compositor e repete clichês sem criar uma graaande canção. Ele interpreta com emoção, escreve as palavras certas, mas o soft rock que abraça não contagia. Ryan pode mais. Há rocks nervosos (“Magick”), countrys rancheiros (“Evergreen”), baladas dilacerantes (“Stop”) e canções a la Coldplay (“Fix It”), mas falta alma. Prolificidade não garante qualidade.
Nota: 6
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– “Follow The Lights”, Ryan Adams & The Cardinals, por Marcelo Costa (aqui)
“Volume One”, She and Him (Music Brokers)
Ela é Zooey Deschanel, cantora e atriz (a irmã de William Miller em “Quase Famosos” e o colírio de “O Guia do Mochileiro das Galáxias”). Ele é M. Ward, músico/produtor respeitado do cenário norte-americano. Juntos eles lançaram um dos discos de indie folk mais fofos de 2008, que traz os singles “Why Do You Let Me Stay Here” e “This Is Not A Test” e as deliciosas covers de “I Should Have Known Better” (Beatles) e “You Really Got a Hold on Me” (Smokey Robinson) num misto de tristeza/delicadeza que vicia e faz sonhar.
Nota: 8
Leia também:
– “Quase Famosos”, de Cameron Crowe, por Marcelo Costa (aqui)
“Trinity Revisited”, Cowboy Junkies (Music Brokers)
Em 1987, os desconhecidos Junkies entraram numa Igreja da Santíssima Trindade, em Toronto, e com apenas um microfone registraram “The Trinity Session”, segundo álbum do grupo, cuja versão calma de “Sweet Jane”, do Velvet, foi hit. Passados 20 anos, eles retornam ao local com o mesmo repertório, uma equipe de TV e Natalie Merchant, Ryan Adams e Vic Chesnutt. O resultado é este belíssimo álbum que ainda traz um caprichado DVD com o show e um documentário sobre as gravações. Até dá vontade de ir à igreja.
Nota: 9
Leia também:
– “One Soul Now”, Cowboy Junkies, por Marcelo Costa (aqui)
“Ele é M. Ward, músico respeitado do Broken Social Scene.”
Uhm, não é não.
Apesar de serem ambos geniais (M. Ward e o povo do BSS), ele é cantor americano de folk, carreira solo e tudo mais. Ele já colaborou com várias pessoas (Beth Orton, Cat Power, Bright Eyes), mas nunca fez nada com os canadenses.
O último disco dele, “Hold Time” (2009), é bem bonito, um dos melhores na seara singer/songwritter desse ano.
Valeu pela correção, Livio!
O Cowboys Junkies saiu no Brasil??? Com DVD??? Eh importado, nao?
É nacional sim, Lauria, pelo mesmo selo que lançou o She and Him e outras coisas bacanas.
quase choro com esse do CJ. lindo demais!
Que bom, Marcelo, vc. falar sobre o Cowboy Junkies. Eu sou muito fã, tenho todos os discos (os mais antigos tenho em cd mesmo e até dois vinis: o Trinity e o Black Eyed_Man). Uma banda que lança álbuns clássicos, mesmo que poucos curtam. Mas que tem fãs fiéis como eu! Um abraço.
JW, imagina ver uma gravação dessas ao vivo? Putz, arrepia só de pensar!
Paulo, compartilho a admiração pela banda. Achei o último de estúdio um tiquinho mais fraco que os anteriores, mas esse ao vivo é de emocionar. E esse vinil do Trinity é artigo raro, hein! 🙂 Tamém tenho um!
Grande abraço!
Esse Cowboy Junkies parece ser demais!
Go for it, Tiger! 😀
Cowboy Junkies pra mim já é clássico. meu vinil original do Trinity Sessions embalou algumas madrugadas. quero ver essa nova versão aí.
esse disco do Ryan Adams pra mim merece um 9. empata em segundo com o “Heartbreaker”, só atrás do “Love is hell”…
OLÁ…..MUITO BOM SEUS TEXTOS.PARABÉNS…
PODE PARECER BOBEIRA, MAS UMA CORREÇÃO: O SEGUNDO DISCO DO COWBOY JUNKIES SE CHAMA THE TRINITY SESSION, SEM O S NO FINAL…
ABS…
Valeu, Rodra!