Três perguntas: Direto do Porto, Baleia Baleia Baleia desembarca no Brasil para shows, “ideias, energia e suor”

entrevista por Marcelo Costa

Os Baleia Baleia Baleia são uma dupla formada por Manuel Molarinho (baixo e voz) e Ricardo Cabral (bateria e voz) na cidade do Porto, em Portugal. A banda surgiu em 2015 a partir de jams informais, debutou em 2018 com um disco de estreia homônimo (mesma época em que conversaram com o Scream & Yell pela primeira vez) e, quatro anos depois, lançaram o segundo álbum, “Suicídio Comercial” (2022). Alicerçados no espírito DIY, o mote é simples: falar de assuntos sérios com leveza, inspirados na inesgotável fonte de ideias absurdas que a realidade contemporânea movimenta.

A primeira vez do Baleia Baleia Baleia no Brasil (numa tour de dar gosto que começa em Salvador, passa por Feira de Santana, chega a São Paulo, visita Itaqua e parte para as Minas Gerais, depois pro Rio e Curitiba antes de voltar a São Paulo) surgiu de uma colaboração com o brasileiro Lucas Monch, que baixou em território tuga, e teve Molarinho e Cabral como músicos de apoio de shows e disco. A amizade agora traz os três para o Brasil em uma turnê alternada, em que dia sim o Baleia Baleia Baleia toca seu som “a meio caminho entre o pop rock sem vergonha e um punk mais vibrante e soalheiro”, e no outro acompanha Monch Monch, o projeto de Lucas.

“Vamos tocar com muitas bandas que admiramos, como os Tangolo Magos e a Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo, estamos à espera de shows muito loucos”, avisa Manuel Molarinho em rápida troca de mensagens no Instagram. Pra quem quer ter uma ideia mais apurada do som do Baleia Baleia Baleia, eles lançaram em 2024 o disco ao vivo “Das Margens Lamacentas da Tuga”, uma ideia amigavelmente roubada do “álbum ao vivo dos Nirvana (‘From The Muddy Banks Of The Wishkah’) e inspirada na versão ao vivo da ‘Aneurysm’ que muda abruptamente de ambiente”, eles revelam. Ouça o disco e faça o possível para ir aos shows (tem shows extras confirmados: os acompanhe no Insta). Baleia Baleia Baleia é fixe!

Como foi montar essa turnê brasileira e qual a expectativa para os shows? O que vocês conhecem dessas cidades?
A turnê aconteceu porque conhecemos o (lucas) monch. Ele veio para Portugal e a Saliva Diva (selo que a gente faz parte) editou o disco e montamos logo uma banda para ele tocar lá. Depois surgiu a ideia de fazermos esta tour. O monch ficou tão grato que montou tudo e tivemos um apoio da GDA em Portugal que nos permitiu cobrir as viagens. Temos andado tão ocupados que ainda não tivemos tempo para criar expectativas, mas como vamos tocar com muitas bandas que admiramos, como os Tangolo Magos e a Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo, estamos à espera de shows muito loucos. O Ricardo nunca tinha vindo ao Brasil e eu só conheci o Rio, noutro contexto em 2012. Vamos aproveitar para conhecer o que der, estamos muito felizes por finalmente ter vindo cá tocar.

Vocês lançaram um disco ao vivo em 2024, certo? Qual a ideia de “Das Margens Lamacentas da Tuga”? Ela representa vocês ao vivo?
Lançamos esse disco para comemorar 2 anos loucos, com mais de 100 concertos desde que lançamos o disco anterior (“Suicídio Comercial” em 2022). O disco representa totalmente a nossa banda ao vivo. Ideias, energia e suor. Tem a particularidade de a mesma música muitas vezes mudar de concerto várias vezes, como que uma viagem pelos nossos últimos dois anos de banda.

Quando vocês conversaram com Pedro Salgado, para o Scream & Yell, em 2018, disseram que o “o objetivo óbvio é tocar e rodar”, que é exatamente o que vocês vão fazer no Brasil. Mas vamos tentar tapar essa lacuna: o que aconteceu com o Baleia Baleia Baleia de 2018 pra cá? E o que há de planos para a frente?
Na realidade de 2018 para cá tem corrido tudo bem de mais. Temos convites para concertos a toda a hora e finalmente vamos ter a nossa tour no Brasil, um sonho que tínhamos desde o primeiro disco. E temos conseguido tocar em festivais já para muito público sem parar de tocar nas casas com o público junto a nós, que é onde nos sentimos como peixe dentro de água. Até ao fim do ano vamos tocar muito e depois vamos parar para gravar o próximo disco que queremos lançar em 2025.

– Marcelo Costa (@screamyell) é editor do Scream & Yell e assina a Calmantes com Champagne.

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