por Bruno Capelas
“Traz a carta que está escrito: tradição é agora, agora, agora” é mais do que um verso dos portugueses Diabo na Cruz. É uma profissão de fé. Se para muitos nomes da música popular lusitana, misturar a canção tradicional ‘tuga’ com o rock e o pop anglófonos é algo conveniente, para a banda liderada por Jorge Cruz é um grande projeto estético.
Formada no final da década passada, a banda tem quatro discos de estúdio (além de três EPs e um disco ao vivo) até aqui – ao longo de todos eles, não é difícil perceber o som do vira ou das marchas tradicionais mesclados a riffs de guitarra que não fariam feio num disco do Queens of the Stone Age ou do Foo Fighters. É música de rua, música para pegar a estrada ou simplesmente sair dançando por aí, num “bailarico”.
Neste programa do Roque da Casa, Bruno Capelas apresenta porque vale a pena ouvir o Diabo na Cruz – seja pela energia pop de canções como “Ganhar o Dia” e “Vida de Estrada”, pela ginga de “Os Loucos Estão Certos” ou a beleza de “Balada”, o mais perto que a canção lusófona já chegou de “Father and Son”, de Cat Stevens. Além disso, há a canção que dá nome ao programa, um manifesto millenial – escrito por um senhor que já carrega alguns cabelos brancos na cabeça, Jorge Cruz.
Ouça abaixo o programa, nos players Spotify e Deezer:
BLOCO 1
DIABO NA CRUZ – “Os Loucos Estão Certos” (do álbum “Virou”, de 2009)
DIABO NA CRUZ – “Ganhar o Dia” (do álbum “Diabo na Cruz”, de 2013)
DIABO NA CRUZ – “Vida de Estrada” (do álbum “Diabo na Cruz”, de 2014)
(no BG: DIABO NA CRUZ – “Luzia” (do álbum “Roque Popular”, de 2012))
BLOCO 2
DIABO NA CRUZ – “Roque da Casa” (do álbum “Lebre”, de 2018)
DIABO NA CRUZ – “Terra Ardida” (do álbum “Lebre”, de 2018)
DIABO NA CRUZ – “Balada” (do álbum “Lebre”, de 2018)
(no BG: DIABO NA CRUZ – “Malhão 3.0” (do álbum “Lebre”, de 2018))
Embed do Spotify:
Embed da Deezer:
– Bruno Capelas (@noacapelas) é jornalista do Estadão. Colabora com o Scream & Yell desde 2010.
– Roque da Casa: Ouça os programas 1 (com Antonio Variações) e 2 (com Deolinda) aqui
– Roque da Casa: Linda Martini transita entre o pós-punk e o post-rock, com pitadas de hardcore