por Renan Guerra
“Noise”, Hazes (Musitek)
O gaúcho Hazes já havia se lançado no mercado sob a alcunha de Pe Souza, com o EP “Canvas”, em 2014, onde já explorava uma sonoridade eletro pop. Ao assumir a persona Hazes, o artista leva além sua tentativa de se comunicar com um público mais universal, escolha marcada pelas composições sempre em inglês. “Noise”, apesar do nome, é um EP para a pista de dança, com faixas que seguem a risca a cartilha do eletro pop internacional, característica que pode ser positiva ou negativa para a afirmação da carreira dele. No todo, Hazes não traz nada de surpreendentemente novo, porém assume de cara uma bandeira LGBT, trazendo a temática para suas letras, o que é fundamental para a criação de um espaço pop que se comunique de forma direta com as referências de nicho. Esse posicionamento inicial, aliado ao cuidado estético primoroso, pode levar Hazes a se comunicar de forma certeira com seu público.
Nota: 6 (Baixe no iTunes)
“Cíclica”, Alambradas (Alambradas / Tratore)
Alambradas é a banda-de-uma-mulher-só “que sonhava escrever sobre música e acabou escrevendo músicas que captam a dor e a delícia de amadurecer”. Nicole Patrício, a tal menina, já compunha e gravava em seu quarto, tendo alguns EPs lançados de forma totalmente independente e corajosa. Em “Cíclica” ela reúne algumas dessas faixas, dá nova roupagem, um ar mais polido e mostra que tem fôlego para crescer. Com um olhar delicado sobre o cotidiano, podemos entender o Alambradas como “uma filha mais nova da Vanguarda Paulista meets pós-alguma tag”, pois estão aqui a lírica, a beleza e a simplicidade dos contemporâneos de Nicole. No final das contas, “Cíclica” consegue dosar as influências mais distintas da artista, criando um apanhado coeso e sincero, com possibilidade de tocar os mais diversos ouvidos. Vale uma atenção especial para “Mapa dos Arredores (Ouvi Dizer)”, faixa com um potencial pop radiofônico poderoso!
Nota: 7,5 (Download gratuito no Bandcamp)
“Pedro”, Ombu (Balaclava Records)
Ombu era um trio, com dois bons EPs, que se transformou em um quarteto, quase fundindo-se com sua banda siamesa Raça (Thiago Barros e Lucas Tamashiro formam o elo presente nas duas bandas).O EP “Pedro” prova um amadurecimento da banda, que brinca em seu título com o nome de um fã que constantemente pedia músicas novas. Com a força de seu pós-rock, a Ombu nos leva por seus ritmos de forma coesa, conseguindo impor força e intensidade em meros 12 minutos, criando assim um universo íntimo e particular que nos leva por outras paisagens. Vale atenção especial para a dupla “Sem Mais” e “Sina”, faixas que eram originalmente uma só, e que foram desmembradas de forma sutil, criando dois cenários sonoros poderosos. “Pedro” é uma pedrada que merece ser ouvida!
Nota: 9 (Ouça no Soundcloud)
– Renan Guerra é jornalista e colabora com o sites You! Me! Dancing! e Bate a Fita
Legal, agora temos as notas e uma pequena resenha. Isso ajuda o leitor a priorizar os discos que irá ouvir primeiro. Seria bacana se incluíssem uma tag com os estilo do artista.