por Marcos Paulino
Nesta segunda-feira (17), estreia a nova temporada de “Malhação”. Os brasilienses do Raimundos foram os escolhidos para cantar o tema de abertura, “Seu Lugar no Mundo”, uma versão rock de “Meu Lugar”, samba de Arlindo Cruz. A primeira versão da música foi encomendada para um campeonato de skate em Madureira. Para o seriado da TV Globo, a banda fez mais algumas mudanças na letra e, segundo o vocalista Digão, o grande desafio foi “fazer samba virar rock, porque o samba é diferente dos outros ritmos”.
Enquanto ganha destaque na televisão, o Raimundos segue com a turnê “20 Anos de Estrada”, com a qual comemora suas duas décadas de labuta. No repertório, 20 hits e algumas músicas do mais recente trabalho, “Cantigas de Garagem”, lançado em 2014 por meio de um crowdfunding. Em 2015, o grupo recebeu (e aprovou) um tributo independente (“Eu Quero é Rock”, com Vanguart, Nevilton, Felipe Cordeiro e mais 12 artistas recriando canções do primeiro álbum) e é um destaque no documentário “Sem Dentes: Banguela Records e a Turma de 94”.
Nestes 20 anos, a banda teve esteve lá no alto e também embaixo, perdeu integrantes e ganhou outros e segue firme na luta, conforme ressaltam Digão e o guitarrista Marquim (o baixista Canisso e o baterista Caio Cunha completam o time) na entrevista abaixo, concedida ao PLUG Music, parceiro do Scream & Yell.
Qual a diferença mais marcante entre o Raimundos de hoje e o de 20 anos atrás?
Digão – A mais marcante é que este Raimundos de hoje continua vivo e botando a casa abaixo!
Nessas duas décadas, qual foi o período mais legal?
Digão – O mais legal pra mim é hoje, continuo fazendo o que gosto com muita energia e fãs maravilhosos.
A saída do Rodolfo culminou com a época mais difícil da banda?
Digão – Rolaram momentos difíceis em todas as formações e graças a Deus tivemos cabeça pra seguir em frente.
Em algum momento, vocês pensaram que a banda acabaria?
Digão – Meu coração nunca permitiu tamanha idiotice…
Como tem sido a renovação do público do Raimundos?
Digão – Essa renovação está a olhos vistos, a cada dia aparecem mais fãs que não fizeram parte do começo da banda e nos têm motivado cada vez mais.
Marquim – Tem sido ótima, fãs que são pais levando os filhos para curtir um hardcore.
A fusão do harcore com o forró, tão característica da banda, ainda rende um bom caldo?
Digão – Velhas e boas receitas não enjoam…
Marquim – Sempre!
Vocês lançaram o álbum mais recente por meio de um crowdfunding. Que lições vocês tiraram dessa experiência?
Digão – Que o nosso maior patrimônio são os nossos fãs.
Marquim – Que o maior patrimônio de uma banda são seus fãs e que devemos zelar por eles.
Como foi montado o repertório desta turnê comemorativa dos 20 anos?
Digão: Através de uma votação aberta na nossa página oficial do Facebook, os fãs escolheram 20 músicas. O resto a gente usou o critério de resgatar algumas que não tocávamos há muito tempo.
Marquim – Os fãs votaram nas músicas que deveríamos tocar. Coincidência ou não, eram as que já tocávamos nos shows.
Por onde passarão os shows?
Digão – Estamos com a agenda lotada por todos os Estados brasileiros, inclusive até no Uruguai já tem data. Estamos num ótimo momento!
Marquim – Por onde nos chamarem, de Santa Maria do Jetibá a Montevidéu.
Depois de tanto tempo, como está o fôlego da banda?
Digão – Fôlego de viagem de 8° série. A alegria de encontrar os companheiros de estrada está maior do que nunca.
Marquim – Fôlego de criança na Disney.
Quais os próximos projetos?
Digão – São vários, mas a surpresa é um fator importante, se eu te contasse teria que te matar depois. [Risos]
– Marcos Paulino é editor do caderno Plug (plugmusic.zip.net), da Gazeta de Limeira.