Três bandas novas para ficar de olho

por Flavia Denise

As boas surpresas do ano de 2014 não param de aparecer. Já faz um bom tempo que está quase impossível acompanhar as mil e uma novidades que brotam dos mais variados cenários da música, mas é importante saber que o efeito disso resulta em um frescor constante de um espaço que necessita de inovação. Selecionamos três bandas abaixo que se destacam em meio ao oceano de lançamentos despejados na internet todos os dias. Do noise ao soul aqui estão alguns grupos que merecem atenção do público fã de boa música.

Royal Blood
A expressão “um soco no estômago” cai com uma luva para o Royal Blood. Soando como um casamento entre o The White Stripes e o Queens Of The Stone Age, o duo britânico impressiona não somente pelo som explosivo, mas pela química que proporciona um diálogo furioso entre a bateria de Ben Thatcher e o baixo abusado de Mike Kerr, que parecem dar uma nova roupagem ao rock alternativo. A atmosfera que se cria é de absoluta desordem, mas não entenda mal: a desordem sonora do Royal Blood promete uma experiência única ao espectador que se permite adentrar no nada tímido ambiente criado por estes dois. A banda vem desempenhando grandes shows de aberturas para o Arctic Monkeys, e, ainda este ano, acompanhará o Pixies em sua turnê pela América do Norte. Em março, o duo lançou um elogiado EP, “Out Of The Black”, e o debut, “Royal Blood”, com 10 canções e lançamento marcado para a semana que vem (25/08) já está rodando pela web.

Jungle
Quando dois caras decidem que vão criar a perfeita conexão entre música e arte, e isso aparentemente dá certo, você precisa prestar atenção. Os amigos de infância Tom McFarland e Joshua Lloyd-Watson trazem a tona um projeto fantástico que mixa pegadas do hip-hop a um soul moderno, quase como se Marvin Gaye tivesse nascido em meio a explosão do rap oitentista. Esse é o Jungle. Tratado como dupla e às vezes como coletivo, o Jungle se fixa em criar um conceito de pura diversão. Com clipes bem produzidos e cheios de coreografias, o trabalho chama atenção por apresentar um tipo de contemplação com a pista de dança. Nada de timidez, o Jungle sugere a criação de uma total intimidade entre você e a sua particular pista de dança. Evitando formalidades que só criam barreiras, o ouvinte é o convidado de honra para se esbaldar na incrível atmosfera do classudo álbum de estreia do coletivo, “Jungle” lançado em julho pela respeitada XL Recordings.

Special Explosion
Às vezes soando como um Built to Spill e em outras como um Death Cab For Cutie, o Special Explosion não somente agrada porque parece ter sido originado decorrente da sonoridade destas duas bandas, mas sim porque mistura gêneros variados, como o emo, o dream rock e o shoegaze, criando uma essência peculiar que funciona muito bem. Eles não são totalmente novatos (desde 2012 aparecem em “hot lists” da nova cena de Seattle), mas o memorável EP “The Art of Mothering”, lançando em fevereiro pela Topshell Records, de Boston, parece trazer um algo a mais, aquela indescritível sensação agradável aos ouvidos que surge em meio a notas suaves. O atualmente quinteto mostra potencial pelo fator emocional, desenvolvendo em diversos momentos a capacidade de criar em seu percurso um grand finale para suas canções. A tal explosão se concretiza e não passa de maneira alguma despercebida.

– Flávia Denise (https://www.facebook.com/flavsdenise) é estudante de jornalismo e colabora com os sites Pulsa Nova Música e You! Me! Dancing!

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