entrevista por Luiz Mazetto
Mais conhecido como fundador e baixista/vocalista do X, uma das principais bandas punks dos EUA e que continua firme e forte até hoje, John Doe possui um currículo bastante extenso no mundo das artes. A lista inclui ainda bandas como The Knitters e The Flesh Eaters, outro nome essencial da cena de Los Angeles no início dos anos 1980, uma prolífica carreira no cinema, incluindo títulos como “Matador de Aluguel” (1989), “A Fera do Rock” (1989) e “Boogie Nights” (1997), e a coautoria, em parceria com Tom DeSavia, de dois ótimos livros sobre a cena punk de Los Angeles, “Under the Big Black Sun” (2016) e “More Fun in the New World” (2019).
Não bastasse tudo isso, John possui uma extensa e sólida carreira solo iniciada em 1990 e que já conta com mais de uma dezena de álbuns, incluindo também faixas para trilhas de filmes e parcerias com nomes como Eddie Vedder (Pearl Jam), Corin Tucker (Sleater Kinney), e Dave Grohl (Nirvana, Foo Fighters). O capítulo mais recente de sua jornada solo chegou oficialmente no último dia 20 de maio na forma de “Fables in a Foreign Land” (Fat Possum Records). Com um som calcado principalmente no folk/country, o álbum funciona basicamente como uma continuação do antecessor “The Westerner” (2016) e traz o músico em uma viagem pelos EUA da era pré-industrial.
Na entrevista abaixo, John fala sobre a temática por trás do disco e os paralelos que podem ser traçados com o mundo atual e o contexto imposto pela pandemia, explica sobre o impacto do céu do Texas para a criação do álbum, revela qual música mudou a sua vida, compartilha quais os seus novos artistas favoritos e, como um bom fã de futebol, divide suas expectativas sobre a Copa do Mundo, que acontece entre novembro e dezembro no Catar. Leia abaixo!
No release para a imprensa, você diz que as músicas se passam nos anos 1890s, “com muito dormir no chão, muita fome, muito isolamento”. Mas você também faz uma conexão com os tempos atuais, especialmente com a pandemia, afirmando que tudo isso se encaixa no que aconteceu nos últimos anos com a Covid. Você diz que “perceber que à medida que partes da sua vida começam a ser retiradas, o que é importante e pelo o que você vive tornam-se proeminentes”. Por isso, eu gostaria de saber se isso aconteceu com você nesses últimos anos? Você reavaliou as suas prioridades e o que é importante na sua vida, por exemplo?
Sim, e não foi algo calculado, obviamente. Por que quem sabia que a pandemia aconteceria? Mas sempre fui fascinado com essa época, porque foi no limiar da industrialização, da imigração do campo para as cidades, o mundo tornou-se menos agrário, os fazendeiros e trabalhadores do campo foram trabalhar em fábricas depois disso. Mas foi um pouco de coincidência, porque eu estava trabalhando nessas coisas e percebi depois que havia algum tipo de conexão. E fiquei incrivelmente grato por ter uma casa, por não estar vivendo na rua; por ter algumas economias e segurança, também acabei fazendo alguns shows virtuais. Fui muito sortudo de poder fazer algo no período em que não estávamos em turnê, e os outros dois integrantes da banda também estavam em casa. Nós desenvolvemos um som, o gravamos e foi meio que uma conquista em meio a tantas adversidades.
Você começou a criar o conceito e a escrever para o disco antes da pandemia, certo? Algo como um ano antes da pandemia, pelo menos, foi isso?
É, pelo menos isso. Eu tinha a ideia de fazer um trio folk há cinco ou seis anos, mas realmente nunca conseguia encontrar as pessoas certas. E então apenas nos desenvolvemos à medida que nos juntávamos para ensaiar – eu trazia uma música nova ou tocávamos músicas antigas de country/western.
No seu disco anterior, “The Westerner” (2016), você teve alguns convidados incríveis no disco e agora isso acontece mais uma vez, já que o novo álbum conta com participações de nomes como Shirley Manson (Garbage), Exene (X) e Terry e Louie (Los Lobos). Mas, pelo que entendi – e pude escutar, dessa vez há uma diferença, já que os convidados trabalharam com você apenas no processo de composição das músicas, não colocando as suas vozes nas canções, como foi o caso da Cat Power e Debbie Harry (Blondie) no antecessor. Foi isso mesmo? E por que essa escolha, teve algo a ver com as dificuldades impostas pela Covid-19 de poder estar com as pessoas no mesmo local?
Não, não foi por causa da Covid. Queria que o disco fosse o mais “escasso”, mais econômico possível, com o menor número de instrumentos. Nós basicamente gravamos o álbum ao vivo porque estávamos muito próximos um do outro na sala de gravação, então havia muitos “vazamentos” entre os microfones. Isso foi aterrorizante (risos). Mas no fim das contas conseguimos o som que queríamos. A Shirley Manson e a Exene co-escreveram “Destroying Angels” (Nota: A música também foi gravada pelo Garbage com participações de Exene e John), o Terry Allen ajudou a escrever “Never Coming Back” e o Louie Pérez, do Los Lobos, trabalhou em “El Romance-0”, ele escreveu os versos em espanhol da música.
Aliás, ia perguntar isso por conta da música (“El Romance-0”): você já falava espanhol antes? Ou passou a ter mais contato depois que se mudou para o Texas?
Não, eu aprendi espanhol no Ensino Médio. Mas eu basicamente aprendi a falar espanhol na Califórnia, porque há muitas pessoas que falam espanhol lá. Então você pode entrar para o programa e fazer parte da comunidade, em vez de ficar pensando algo como as pessoas que falam “Ah, não quero me incomodar em fazer isso”. Muitos dos meus amigos na Califórnia tinham o espanhol como primeiro idioma. O que é muito frustrante quando você vai para a América do Sul, porque é bem próximo, mas na verdade nem tanto assim (risos).
Acabei de mencionar o seu disco anterior, “The Westerner”, que foi lançado há cerca de seis anos, em um mundo completamente diferente, antes do Trump e antes da Covid-19, por exemplo. Mesmo assim, não pude deixar de pensar em como os dois discos me parecem como “irmãos em espírito”, não só pelas influências de americana/folk/country, mas também pelas artes da capa, que parecem conversar entre elas, além dos convidados e desse olhar para o passado e para lugares estranhos e estrangeiros e também a forma de lidar com questões temporais. Por isso, gostaria de saber se você concorda com isso – e saber se isso foi algo planejado?
Com certeza. E penso que o disco novo, “Fables in a Foreign Land”, talvez seja uma versão mais refinada e menos psicodélica porque o Howe Gelb não fez parte desse álbum – o Howe Gelb é um mestre da psicodelia. Eu sempre conto histórias. Acho que contar histórias na música é uma grande tradição. Mesmo no começo do X, no início da banda, nós tínhamos histórias e havia uma época, um lugar, pessoas, com imagens – sempre sou atraído para coisas cinematográficas. E se um ouvinte puder ir para um lugar que você criou, e ter uma experiência lá e meio que deixar a imaginação se soltar nesse lugar, então sinto que fiz o meu trabalho.
Além da sua carreira no cinema, que foi iniciada há mais de 30 anos, se não me engano, você também lançou nos últimos anos dois livros sobre a história do punk de Los Angeles. Você acredita que o processo de criar e escrever para os livros te influenciou de alguma maneira na hora de compor esse novo disco?
Sim, talvez a partir da leitura dos capítulos que eu não escrevi, sabe? Escutar outra pessoa contar uma história que eu conhecia, mas a partir da perspectiva dela. Eu teria de pensar sobre isso, mas acho que você pode estar certo. Porque nesse disco há um início e um fim, mas o meio pode ser vivenciado tanto em primeira pessoa quanto ouvir sobre algo que aconteceu com outra pessoa. Ou você pode apenas ver, ver algo que está acontecendo e então contar essa história. É possível experimentar de três maneiras diferentes.
Há uma música muito bonita no “The Westerner” chamada “Alone in Arizona”, em que você canta “My heart is in California, but I’m alone in Arizona” (“Meu coração está na Califórnia, mas estou sozinho no Arizona”, em tradução livre). Sei que você se mudou recentemente, há alguns anos, da Califórnia para Austin. Por isso, gostaria de saber se o seu coração ainda está na Califórnia ou se você já se sente em casa no Texas?
Eu me sinto em casa no Texas. A minha filha brinca comigo dizendo que talvez sempre existiu um velho texano em mim – não no sentido conversador, mas de espaços amplos e abertos. Na verdade, essa música foi escrita pela Exene (X), e é uma música tão bonita que eu queria fazer a minha própria versão dela.
E você pensa que a cidade de Austin teve algum papel/impacto direto ou te influenciou no processo de composição do novo disco? Sei que vocês estavam se reunindo para tocar um no quintal do outro (integrantes da banda).
Ah, com certeza. Por exemplo, nas “imagens” da música “Down South”, porque o Texas tem um céu que é muito especial. É um céu realmente amplo e vasto, mas então você tem todas essas nuvens brancas que aparecem por volta do meio-dia – especialmente entre a primavera e o outono. É algo do tipo “Puta que pariu”; eu não tinha visto algo assim na Califórnia, pelo menos em nenhum lugar que eu tenha vivido – e há uma esperança nisso. A música é bastante forte, fala sobre dormir no chão e passar fome, mas quando a pessoa que está contando a história acorda, é como “Sim, mas olhe para o céu e para as nuvens, é lindo! Deus, eu espero que algo ruim não aconteça” (risos). Porque, obviamente, a partir de todas as suas outras experiências ele pensa que algo ruim vai acontecer. E eu acho que… estou tentando pensar em que mais (Austin e Texas tiveram influência no disco). Ah, a última faixa do disco, “Where the Songbirds Live”: muitas vezes acordo e há passarinhos cantando, quando ainda está escuro. Então pensei nisso como uma metáfora para encontrar um pouco de segurança, um lugar em que você se sinta feliz de viver, em que você não precisa sofrer tanto.
Nos últimos 30 anos, você lançou algo como uma dúzia de discos solo, passeando por diferentes gêneros e com diferentes parcerias. Como vê o seu corpo de trabalho como artista solo hoje em dia? E você possui um álbum favorito?
Ahh, eu devo ter músicas favoritas nos discos. Acho que os três álbuns que fiz pela Yep Roc Records – “Forever Hasn´t Happened Yet” (2005), “A Year in the Wilderness” (2007), e “Keeper” (2011) – com eles, eu meio que encontrei mais o som em que eu era bom, ou que era mais autêntico. E então isso meio que continuou com o “The Westerner” e esse mais novo “Fables in a Foreign Land”. Mas é difícil, você é influenciado por muitas coisas diferentes. Fui muito influenciado por indie rock e coisas assim, então os discos antes desses trabalhos pela Yep Rock eram mais influenciados por essas coisas. Basicamente, na minha idade, eu sou apenas grato por ainda ter algo para trabalhar e algo a dizer, e ainda ter ambição e ímpeto para fazer isso. Penso que isso é apenas parte da sua força vital. Ou a sua força vital é meio forte e você quer fazer coisas, ou não é e esse não é o seu papel, independente do momento da vida em que você esteja.
E você pensa que é mais difícil ou se sente mais exposto ao tocar com uma formação de trio apenas com seu violão, ao contrário de tocar com muito mais gente e/ou instrumentos elétricos, como no X, no Flesh Eaters ou em outros trabalhos solo?
Sim, mas eu adoro (risos). É difícil enquanto líder da banda apenas orquestrar tudo. E às vezes as pessoas, os guitarristas, eles apenas tocam muito, é algo como “Vamos apenas deixar a música fazer o seu lance, escute a história da música”. Não acho que seja ego, porque eu realmente gosto de simplicidade e de economia.
E houve algum disco ou artista que te influenciou a fazer essa transição nos seus discos solo?
Eu ouço muita música country e western. Para esse disco eu também voltei para as bandas de cordas (string bands). Mas não foi algo acadêmico, foi mais do tipo tudo que eu acabasse encontrando. Quando eu era criança… nos Estados Unidos, era comum nos anos 1960 as crianças ganharem os seus próprios discos, que eram álbuns de folk, como Leadbelly, Woody Guthrie e coisas assim. Acho que foi aí que começou, que começou a parte de contar histórias. Mas esse disco também foi influenciado pelo “John Wesley Harding” (1967), do Bob Dylan. Porque esse era um disco muito simples e que meio que criava um mundo pelo qual você podia vagar e que parecia uma única parte.
Na sua carreira solo, você já gravou covers de muitos artistas, incluindo o próprio Bob Dylan, The Sonics, e obviamente, da Dolly Parton, “I Will Always Love You”. Você já pensou em gravar um disco solo apenas de covers?
Com toda certeza (risos). Não há nenhum cantor que já não tenha pensado em fazer isso. Eu meio que fiz isso com o The Sadies no disco “Country Club” (2009), que tinha apenas algumas músicas originais. Mas sim (gostaria de lançar). A Cat Power lançou um (álbum de covers) que é ótimo.
Já que estamos falando de covers, recentemente o Dave Grohl gravou uma versão muito legal, com a filha dele, Violet, e o Krist Novoselic (Nirvana) e o Dave Lombardo (Slayer) de “Nausea”, do X, que inclusive apareceu no Jimmy Kimmel.
Sim, eu vi isso. Foi legal! Na verdade, o X fez um show em Los Angeles, acho que em setembro de 2021, e nós entramos em contato com a Violet Grohl e a convidamos para cantar a “Nausea” com a gente no palco e foi muito divertido. Eles fizeram um ótimo trabalho (com o cover), de verdade – acertaram em cheio.
E você já conhecia o Dave Grohl desde a época do Nirvana ou foi depois? Porque vocês gravaram uma música juntos nos anos 1990, “This Loving Thing”. Vocês se conheceram especificamente para gravar essa faixa ou já se conheciam antes?
Eu não o conhecia antes e foi algo assim: alguém que fazia parte de um filme em que eu estava… como se chamava o filme? Era dirigido pelo Paul Schrader (“Taxi Driver”, “Touro Indomável”). Ah, o filme se chamava “Touch” (1997)! Acho que o Dave Grohl estava fazendo a trilha-sonora do filme – acho que foi uma das primeiras coisas que ele fez depois do Nirvana, acho que foi antes do Foo Fighters começar (Nota: Na verdade, o primeiro disco do Foo Fighters, auto-intitulado, foi lançado dois anos antes, em 1995). Mas foi assim que nos conhecemos. E, no final das contas, o Dave Grohl e o baterista do X, o DJ Bonebrake, são parentes, primos de segundo grau ou algo assim. Eles descobriram que são parentes, muito louco isso.
Como falamos no X agora há pouco, 2022 marca o aniversário de 40 anos do terceiro disco da banda, “Under the Big Black Sun” (1982), que foi o seu primeiro disco por uma grande gravadora (Elektra) e que contou mais uma vez com a produção de Ray Manzarek (The Doors), que já tinha trabalhado com vocês nos dois álbuns anteriores. Quais são suas lembranças dessa época, das gravações, e como vê o disco hoje em dia, quatro décadas depois?
Bom, se tivesse um disco favorito com o X, seria esse. Porque ele tem uma tela, um alcance muito amplo nos estilos das músicas. E nós tivemos o tempo e o dinheiro para experimentar. Todas essas músicas foram escritas depois que a irmã da Exene morreu, então havia um foco no álbum que era muito pessoal. Nós tínhamos o Ray Manzarek, o que era algo similar e fez com que nos sentíssemos confiantes de que podíamos fazer isso. Uau, 40 anos, é isso mesmo!
Você está prestes a iniciar a sua turnê solo, em cerca de 10 dias, se não me engano. Por isso, queria saber o que está planejando tocar: músicas da sua carreira toda ou focar mais nos últimos discos?
Eu diria que principalmente os últimos quatro ou cinco discos. E então eu sempre toco alguns covers, músicas do X e coisas assim. Tento não ser egoísta, porque eu sei que as pessoas… Por exemplo, quando vou assistir a um show e o artista toca um monte de músicas novas, eu fico pensando “Eu não conheço nenhuma dessas merdas. Toque aquela música que eu gosto, ou que eu conheço” (risos). Mas tento tornar o show interessante, sabe? As pessoas pagam um bom dinheiro pelo show, então você entretê-las.
No ano passado, você voltou aos palcos com o X. Como foi esse retorno após tanto tempo longe por conta da pandemia?
Para ser honesto, foi esmagador. Você lembra o que precisa fazer, como as coisas acontecem. Mas a energia do público foi como se houvesse uma rajada de agradecimento e felicidade porque as pessoas podiam se encontrar novamente – é, ficamos engasgados. Sei que parece algo meio mole e nada punk (risos). Mas há uma razão pela qual as pessoas gostam de assistir a shows de música, seja em uma pequena casa de shows ou em um lugar maior. Porque você sente essa humanidade, todas as coisas que vocês compartilham enquanto seres humanos.
Como acontece a cada quatro anos, em 2022 teremos a Copa do Mundo de futebol, que acontecerá no fim do ano no Catar. Sei que você é fã de futebol e até mesmo já treinou o time da sua filha. Por isso, queria saber quais as suas expectativas para a Copa, de maneira geral e também em especial com a seleção dos EUA?
A seleção dos EUA tem sorte de poder jogar a Copa (risos). Quero dizer, eles parecem ter um bom time – o Pulisic (jogador do Chelsea) é muito bom. Mas vamos ver. Apenas adoro o fato de que quase nenhuma das seleções realmente sabe como jogar juntas. Elas meio que sabem, você tem talentos incríveis, mas isso apenas mostra o quanto o futebol é um esporte coletivo. Estou muito animado (com a Copa)! Espero que tudo saia bem. E espero que vocês cheguem às finais. Quem está no grupo de vocês?
Se não me engano, Camarões, Suíça e Sérvia. Mas acho que o grupo dos EUA talvez seja mais difícil (nota: o grupo dos EUA conta ainda com Inglaterra, Irã e o vencedor de País de Gales/Escócia/Ucrânia).
Vamos ver. Alguém estava dizendo que a verdadeira prova de um grupo é quem é o terceiro melhor time. Porque se você puder derrotá-lo, então provavelmente conseguirá se classificar.
E você tem algum time ou jogador favorito nos EUA ou na Europa, por exemplo?
Deixe-me ver, não tenho acompanhado mais com tanta frequência quanto costumava fazer antes. Não sei. Eu costumava gostar do Alan Shearer, que jogava no Newcastle, ele era ótimo, porque ele era durão. Quem mais eu acompanho? Eu sigo um pouco a Roma.
Ah sim, o Mourinho está treinando a equipe agora.
Sim. Eu não gosto do estilo dele como treinador, mas acho que ele é o único que tem personalidade o bastante para conseguir ser um técnico em Roma. Porque todo mundo é uma estrela de cinema por lá, eles têm muita cobertura (risos).
Na nossa outra entrevista, eu te perguntei quais discos mudaram a sua vida. Então agora gostaria de saber se há alguma música que fez isso por você? Pode ser mais de uma música, é claro.
Há uma música de folk norte-americano chamada “The Big Rock Candy Mountain”, que é de autoria do Harry McClintock. E é uma canção sobre um sonho, em que alguém tem um sonho do tipo “Eu vou para um lugar onde tudo é bom”. Mas ele é tipo um andarilho, anda nos trens sem pagar. Então ele sonha apenas sonhos de andarilhos. Acho que seria essa. Mas acho que os meus dois artistas novos favoritos são a Madi Diaz – ela tem uma voz muito bonita, com músicas ternas e vulneráveis – e também uma banda chamada Shannon and the Clams.
– Luiz Mazetto é autor dos livros “Nós Somos a Tempestade – Conversas Sobre o Metal Alternativo dos EUA” e “Nós Somos a Tempestade, Vol 2 – Conversas Sobre o Metal Alternativo pelo Mundo”, ambos pela Edições Ideal. Também colabora coma a Vice Brasil, o CVLT Nation e a Loud! A foto que abre o texto é de Todd V. Wolfson / Divulgação