por William Alves
A NME tratou de jogar na praça no final do ano passado mais uma de suas intermináveis listas de melhores de alguma coisa no campo musical. Como não poderia deixar de ser, as últimas listas do semanário priorizam artistas sem nada de novo para acrescentar. “Is This It”, do Strokes, abocanhou a primeira colocação na eleição dos melhores discos da presente década.
Jornalistas, músicos e blogueiros brasileiros parecem referendar o veredicto da New Musical Express. Ao menos é o que se pode tirar da eleição de Melhores da Década promovida por este mesmo site que você lê neste momento. Na eleição do Scream & Yell, com 68 convidados emitindo opiniões, a banda de Julian Casablancas despachou o Radiohead de Thom Yorke, o Wilco de Jeff Tweedy e o Queens of The Stone Age de Joshua Homme.
“Is This It” foi concebido em 2001, período fértil de criação de pelo menos uns 144 discos que na época estavam “salvando” o rock. Passaram pela fila de possíveis salva-guardas do gênero discos do Vines, do Hives, do White Stripes e até mesmo o The Darkness teve sua vez. No entanto, apenas “Is This It” ostenta o colete salva-vidas até hoje, sendo que o resto perdeu fôlego histórico.
Antes de 2001, os rapazes do Strokes já eram jovens ricos e bem alimentados de Manhattan. Tão ricos que tratavam seus problemas com o alcoolismo em lugares insalubres como a Suíça. Julian, o vocalista, é filho de John Casablancas, notório empresário e milionário nas horas vagas. Após assinarem com a RCA, o produtor Gil Norton (Pixies, Foo Fighters, James) foi indicado para conduzir a sonoridade final do debut dos garotos.
No entanto, os moleques ficaram insatisfeitos com os primeiros resultados sob a batuta de Gil, achando que tudo aquilo que gravaram estava limpo demais. A produção passou então para alguém bem menos reconhecido, Gordon Raphael, que deixou o som do modo que os Strokes queriam. Mesmo com a grana polpuda pertencente às famílias dos integrantes, o produto dessa união foi concebido em um estúdio vagabundo de porão, o Transporterraum, localizado em Manhattan. Nascia aí, então, a aura de “Garage Rock Rebirth” de “Is This It”.
O resultado foi um disco bacana, que merece a aura que o cerca em apenas em alguns momentos, como na ótima “Hard To Explain” e na mundialmente difundida “Last Nite”, a típica canção grudenta de rock que salva qualquer festa. Mas, voltando a questão primordial: como você ressuscita algo que nunca morreu?
O rock de garagem, por excelência, foi uma alternativa eficaz adotada por músicos paupérrimos sem grana para alugarem estúdios profissionais, com bons equipamentos e produtores. Na ânsia de tocar assim mesmo, os rapazes se reuniam em garagens, porões e estúdios amadores. Um belo exemplo do popular DIY (do-it-yourself).
Os anos dourados da rapazeada da garagem foram os 60s, época de nascimento de grupos seminais como os Sonics, os Seeds e o Music Machine, além daquele que provavelmente é o conjunto mais famoso, Iggy e seus Stooges. O som apresentado pelas bandas era cru e rascante, com bastante apreço pelo soul e as letras versavam sobre o que o rock sempre versou. Bebidas, motos, passeios e garotas.
Embora não tenham falecido, os grupos garageiros tornaram a ressurgir com força e quantidade apenas nos anos 80, representados em sua primeira frente pelo Fuzztones, Mummies, Thee Mighty Caesars (do sempre prolífico músico Billy Childish) e Chesterfield Kings. Os shows continuavam obscuros, as músicas mostravam pouco mais que um pedal fuzz tocado com galhardia.
Quando o Strokes surgiu, não havia nada para resgatar, pois Detroit Cobras (que, veja a ironia, mesmo tendo surgido meia década antes, acabou fazendo cover dos Strokes) The Dirtbombs, The (International) Noise Conspiracy e o próprio Mummies, além de muitas outras, ainda estavam queimando tudo no underground. Não é que o rock de garagem tenha falecido. A questão é que, dentre todas as citadas, somente o Strokes foi agracidado pelos braços gordos e aconchegantes do mainstream. Popularidade essa dividida no início da década com outros adeptos do rock de porão e iluminação fraca, os suecos do Hives, que já não mantêm a mesma fama de outrora.
Zilhões de jovens no mundo todo passaram a usar os mesmos cabelos cuidadosamente sujos e o modo cuidadosamente displicente de se vestir do Strokes. De 2001 para cá, foram vendidos mais pôsteres do Julian Casablancas do que Bíblias. A influência social deles é inegável. Mas, cá entre nós: você realmente gosta tanto de “Is This It”, assim? Ele não é tão importante assim, ok?
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– William Alves assina o blog Sleepwalk Capsule
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Leia também:
– 68 convidados escolhem os 40 melhores discos dos anos 00 (aqui)
– Tentando entender os anos 00 (e o mundo), por Marcelo Costa (aqui)
Concordo.
The Strokes é ótimo, mas o que eles fizeram no Is This It é um rock despretensioso, sem quase nenhuma inovação, mas que não deixa de ser ótimo. CD deles que eu colocaria entre os melhores da década só o Room on Fire.
Is This It sobreviveu porque é um grande disco pop. Sob o mesmo ponto de vista, nem mesmo Nevermind é um disco revolucionário, analisando estritamente sua estrutura musical. Nada lançado nessa década é “alguma coisa não foi feita antes”. Kid A, o meu segundo disco predileto dos 00 (You Forgot It In People é o número um, como esclarecimento), é descendente direto dos discos que a Warp vinha lançando 10 anos antes.
Julian Casablancas não foi capaz de compor uma coleção de canções tão eficientes quanto essa em nenhum outro momento da carreira. Is This It suplantou Hives, Vines, International Noise Conspiracy e até mesmo os Strokes.
Is this it , bombou na rede, é despretensioso, sem firulas, direto ao ponto.Um easy listening descolado, feito por caras antenados pagando de sujinhos.Muleques espertos querendo parecer o keith richards. A cara da geração (classe média com acesso a internet) nascida entreos anos 80 e 90.Daí o pq dele ser sim importante.
cara, eu considero strokes a maior fraude da década. Um bando de filhinho de papai posando de rebelde com uma serie de músicas que ora chupam iggy pop, ora the fall, ora pretenders. E o pior é que os moderninhos todos engoliram a farsa.
Olha, tenho o disco em casa, comprado na época do lançamento. Acho, no máximo, um disquinho bacana e despretensioso, como já disseram por aí, pra botar pra tocar enquanto se lava louça. Mas, disco da década???? Nem de longe. Isso é coisa de revista inglesa querendo vender “novidade” e hype… São tantas bandas e músicos que nos últimos dez anos lançaram grandes discos, muito melhores que is this it, que nem vale a pena listar.
Tanto o hype quanto o anti hype são odiosos, gostar de uma banda por ser a onda do momento ou odiá-la pelo mesmo motivo são duas faces da mesma moeda: a insistência em deixar o aspecto musical de lado para lenvar em conta apenas aspectos superficiais da música como que roupa veste o vocalista, quantas capas de revista já apareceu. Apesar de não ser um fã ardente de Strokes reconheço a importância do mesmo para o novo rock e a importância do seu disco de estréia que por sinal é muito bom Que há bandas boas que não chegaram lá, em todos os períodos do rock também existiram, mas para mim não é isso o que importa pois se eu gosto vou correr atrás para escutar. E se os caras são filhinhos de papai sorte deles, o que isso tem a ver com a música? Joe Strummer do Clash é filho de um embaixador e sua banda foi uma das mais revolucionárias que existiram. Nota 7 para o álbum não me importando se apareceu nesta ou naquela revista, pois normalmente eu não as leio.
Comprei o disco na época, gostei, mas ele não se sustentou. Para mim eles não conseguiram escamotear as influências criando algo pessoal. Ficou parecendo cópia mesmo: cópia dos Ramones, dos Stooges, Velvet etc. Se é para gostar de imitação, preferia o Interpol e o seu Turn On The Bright Lights. Concordo que o Is This It é gostoso de se ouvir à primeira vês, mas depois fica enjoativo até a sensação do que ele realmente é: vazio. É o disco símbolo de uma década e geração que não produziu nada de muito relevante no rock. As grandes bandas e os grandes discos, Radiohead e Wilco, são todos de bandas das décadas de 1980 e 90. O pior disco do Pearl Jam é melhor do que qualquer coisa jamais produzida pelo os Strokes. Concordo, eles foram o grande engodo dessa década. A diferença é que todas as bandas desse período tiveram seus críticos e entusiastas, como Interpol, White Stripes e Kings Of Leon. Mas somente o Strokes parece ter sido blindado das críticas negativas. Acho que os críticos sentiram vergonha de terem criado um hype tão vagabundo e não quiseram fazer o mea culpa necessário. Resolvi ouvir novamente o disco e não dá para engolir esse reconhecimento todo. Os 80’s tiveram os Pixies, os 90’s o Nirvana. A década seguinte os Strokes. Não é por acaso que todas as bandas estão voltando. Neguinho deve olhar pros Strokes e pensar, porra, se isso é a vanguarda, cool e faz sucesso, vou voltar para receber o que é meu.
Não sei dizer qual o melhor disco da década, mesmo porque essa ainda não acabou, mas que esse primeiro disco do Strokes é muito bom, isso é.
Esse Is This It é excelente, mas não é nenhum Nevermind, Ok Computer ou Definitely Maybe, so pra comparar com a decada de 90.
Para se definir se esse disco é o melhor da década é preciso estabelecer um parametro. acho que em termos de inovação esse disco é fraco. como outros já disseram ele emula um monte de outras bandas. Mas isso não signiffica que é ruim. é um bom disco de rock. Acho que ele pode sim ser considerado um album signiicativo porrepresntar uma serie de coisas que aconteceram nessa dcada: o fenomeno do hype levado ao extremo, a imagem visual. é como ver e ouvir um disco dos beatles e imginar a atmosfera dos anos 60. esse disco do strokes é perfeito para isso. talvez seja uma boa sintese dessa decada. mas de novo, isso não tem nada (ou quase nada) a ver com qualidade musical.
Pode até não ser o melhor (eu cho que é), mas na minha opinião, “Is This It’ foi o álbum mais importante e influente da década. Abriu as portas para boas bandas como Interpol, Franz Ferdinand, Killers e outros.
Bom álbum….sem dúvida….(na verdade teria sido mais autêntico se o Modern Age EP tivesse sido lançado como Álbum…aí talvez tivessmos aí algo no mesmo naipe que as grandes estréias…ou bem perto)
“Is this It” é cool. Mas houve um grande trabalho de “polimento” nele. Produção além da conta, limpar as pequenas imperfeições das guitarras cruas, do vocal mezzo bebado do Julian……aí….tivemos um grande álbum de FM e um álbum que não se tornou nem se tornará imprenscindivel na vida de muita gente.
Ou seja, ele está no tabuleiro dos grandes álbums de Rock da história, mas não está ao lado de “Nevermind”, “The Clash”, “Definitely Maybe” ou mesmo “Marquee Moon”. Ele está ao lado de pérolas mas nem tantop vitais e divisoras de água como por exemplo “The Cars”.
Qual o tema discutido? se o álbum eh importante ou se eh o melhor da década?
Importante ele eh com certeza… talvez pelo fato de ter surgido nos primeiros anos da década, acabou sendo uma das maiores referencias para as próximas bandas.
Agora o melhor da década? NAO… eu sei, voce sabe, ate os Strokes sabem…
Respondendo à pergunta do título: claro que não! É que tudo que é yankee ganha um ar diferenciado. Se os strokes fossem pobres, irlandeses ou galeses, com certeza fariam um álbum muito melhor mas beeem menos “hypado”, assim como o álbum daquela banda de seattle, que muitos acham que a música realmente começou depois do lançamento daquele álbum. Tsk tsk…
eu gosto tanto assim de ‘Is This It’.
Com certeza foi importante sim.
Esse foi o álbum que deu o pontapé inicial pra expansão que o indie rock teve nessa década que passou, e não adianta negar.
Tsc. Se não fosse com certeza ninguém nem estaria comentando.
Ressuscitar o que não tava morto? Pff, o que é que tinha de grandioso no final dos 90’s?
Só aqueles hits de um mesmo grupo de bandas, como o Red Hot Chili Peppers, U2, Oasis, o fenômeno pop punk e new metal, as vezes alguma baladinha de hard-rock e o hardcore, que sempre rolou pela nossa terrinha. Não que as músicas sejam ruins, eu sou fã de Green Day e de Oasis, o Red Hot Chili Peppers tem músicos excelentes, mas o que existia era uma espécie de mais do mesmo.
O Is This It foi um tapa na cara, foi aí que o rock voltou a ganhar novamente aquele espírito de jovialidade, que não se via desde a época do Ramones e finalmente voltou a ter a pegada alucinante, que tinha muito tempo que não se via, mas sem deixar de parecer moderno. The Strokes abriu o mercado para bandas do cenário alternativo, mais do que qualquer banda tinha aberto anteriormente e, junto com a internet, é o responsável por toda essa explosão indie que a gente vê por aí.
Ah, e não sou só eu que digo.
Esse papo de que o rock morreu começou no final da década de 1950, com o Elvis indo para o exército, o Little Richard virando pastor e as mortes que inspiraram American Pie, do Don McLean. Ou seja, sempre tem alguém dizendo que o rock morreu, o que é uma grande bobagem. Há momentos em que pouca coisa de relevante parece ocorrer, mas pra daí estar morto são outros quinhentos. No final dos anos 90 nós tínhamos, pelo menos, o Radiohead, que é uma banda que se lançar um disco natalino inspirado pela axé music soará mais relevante do que os Strokes. Os Strokes abriram mais o mercado para bandas alternativas do que R.E.M., Sonic Youth e Pixies fizeram nos anos 80? Ou mais do que o Nirvana na década seguinte? Acredito que não. E toda essa explosão indie que veio pós-Strokes valeu de quê? E se abrir mercado valesse por si só, os Menudos e o New Kids On The Block seriam gênios por terem aberto para as boys band. Assim como o Charlie Brown Jr., que possibilitou a existência de quase todo o rock nacional dos últimos anos, de Detonautas a CPM 22, passando por Pitty. Strokes foi um golpe de marketing, orquestrado por seu empresário, com o apoio da mídia, que precisava de um hype para animar suas páginas. Mas ao contrário dos Sex Pistols, que foram a farsa mais bem sucedida do rock, por ter estourado um movimento, que já existia, e legado um dos discos seminais do rock. O mesmo não se pode dizer dos Strokes. Is This It é um disco ruim? Não. O que não dá para entender é como ele recebeu – e o espantoso é que ainda recebe – todo esse reconhecimento. Até concordo que é o disco símbolo dessa geração, mas nem por isso merece ser eleito o melhor da década. Aliás, se fosse colocá-lo em algum lugar, seria bem distante. E cá pra nós, mais do mesmo repaginado é tudo que o disco é. Não há nada próximo de novidade ali. NYC Cops, por exemplo. É uma versão desnutrida do Iggy Pop & The Stooges. A grande novidade que eles fizeram não foi nada além de copiar o punk novaiorquinho setentista: uma guitarrinha do Television aqui, uma pegada Ramones lá. Não vejo um grande artista do rock citar os Strokes para nada. É banda de crítico interessado em hype, em soar moderninho. Os Álvaro Pereira da vida, que acham que ser crítico musical é estar sempre além, por dentro da próxima revolução furada. Dois meses depois, quando a banda vira moda, eles chutam e começam a criar a próxima novidade. Sou mais os da velha guarda, Arthur Dapieve, Fábio Massari, Ana Maria Bahiana. Mas cada geração tem que lidar com as suas enganações. Eu tomei quando era adolescente com o Guns N’ Roses. Finalmente isso passou. Quando os Strokes chegaram já estava vacinado.
Matou a pau, Rogerio.
O colega aí de cima disse uma coisa bastante pertinente: há uma consonância entre a música pop mais vagabunda dos anos 00 com a pior crítica musical já feita. Lúcio Ribeiros, Tiagos Neys, Trabalhos Sujos, etc, sempre à procura de alguma bosta pop metida a superbacana – seja filme, música ou seriado. É uma pobreza de espírito mesmo – uma necessidade de uma felicidade fingida, de estar o tempo todo com um sorriso cínico na cara, de dizer ”isso é o que há de mais legal agora” ao mesmo tempo que soa como “nada me surpreende, estou sempre à frente”. Tudo isso criando uma fantasia feliz-desesperada de estar vivendo um momento único, esse ”admirável novo mundo virtual, em que tudo muda tão depressa – como é legal!”. Daria um estudo interessante comparar crítica musical do passado com os textos de adolescente excitado do Lúcio Ribeiro – daria uma boa medida da queda: do afastamento em relação a uma perspectiva particular, indivudal, para a necessidade ansiosa de criar coletivismos, hypes ”da nova geração”. Mas o legal é que um década disso já se passou, e se percebe em várias frontes um certo nojo em relação a essa postura de merda. Times they are a-changing. E esses babacas vão passar.
Não para fazer média, mas ressalvo que o Mac aí parece ser o último ser humano escrevendo sobre música pop dentre os sites mais conhecidos nacionalmente. Keep on rockin’ in a free world, my man.
como nós dizemos aqui em Belém: égua, rogério moraes. mataste a pau. é isso mesmo. concordo 100% contigo. Volto no tempo. Estava com um grande amigo num boteco em frente a Universidade Federal do Pará tomando umas cervejas, quando um amigo comum chegou entusiasmado para mostrar o disco de estreia dos strokes. botou para rodar e ficamos eu e esse amigo quase que o tempo todo rindo. ‘ei, isso é pretenders…égua, iggy pop…’ enfim, não era influência, era chupação mesmo. aí, aqueles críticos que gostam de hype, como lúcio ribeiro, álvaro pereira, começaram a elogiar. fiquei mais desconfiado ainda (se eles elogiam…é quase certo que não presta). Dizer que eles abriram espaço para franz ferdinand (chupação de talking heads) e outros do mesmo naipe…é um exagero danado. Nesse ponto, Rogério, até o Guns and Roses era mais válido, porque o Slash, pelo menos, era foda nos riffs.
Os comentários aí de cima são bastante pertinentes,principalmente do Rogério,só que não acho que os Strokes são horriveis.Aliás,muitos falam isso porque fizeram sucesso desde o inicio,e nem falo por conta desse disco(desde o EP Modern Age que se tem boas criticas).Foi um desbunde quando eu ouvi,ouço até hoje,EU TENHO O DISCO,NÃO MP3 IDIOTA.Falando do disco,ele é bom do inicio até o fim,e ele deu uma idéia a um monte de bandas,muito boas ou ruins,que surgiram e surgem até hoje.Não sei se como Nevermind,até porque a coisa era outra mesmo,tem a ver com rock alternativo,etc.Mas é um bom disco,e se o cara que escreveu a coluna de cima duvida,por que fica escutando e relevando até agora?
Bem mais do que a atitude da banda (nunca liguei nem ligarei pra como neguinho se veste ao tocar as músicas que gosto de escutar), o Is this it foi sintomático e genial pro momento em que surgiu. Bem mais que o Wilco (que é atemporal pra mim) e o Radiohead (que meio que ferrou com o meu cérebro no começo da década passada), Strokes foi a trilha sonora do começo do 00! E dois em quem falou que é bom por que é um puta disco pop. Músicas deliciosas de se ouvir e pra realmente salvar qualquer festa rock’n’roll. Acho sim importante, não o “mais”, mas é bom pra caramba!
Concordo em gênero e grau com o Rogério Moraes. O Strokes não representa um décimo se comparado com bandas como Radiohead, REM ou Sonic Youth. Quer falar de pioneirismo “indie” ou alternativo???? Vá procurar por discos como Daydream Nation, surfer rosa (pixies), qualquer coisa do Fugazi ou Husker Du. Nâo acho que os Strokes sejam ruins de todo, só não dá pra engulir como tábua da salvação. Quer quiser cair nessa, que caia… Uma banda como o Queens of the stone age, por exemplo, coloca eles e metade do “novo rock” no chinelo, fácil fácil.
Independente de gostar ou não dos Strokes, estamos conseguindo discutir o assunto sem ataques pessoais, o que é bem bacana. Eu acho o Is This It um disco bacaninha, gostoso de ouvir uma vez ou outra, mas nada próximo à fama que ganhou. Flávio e Ismael, cresci musicalmente lendo os textos da Bizz de José Emílio Rondeau, Ana Maria Bahiana, Arthur Dapieve (nos jornais em que colaborava) e Fábio Massari (esse mais via MTV). São pessoas que refletem mesmo sobre a arte, não era simplesmente querer ser o crítico mais “in” ou antenado, ou simplesmente ficar criando polêmica por descer o pau em bandas e artistas consagrados. Acho que a mudança veio com o André Forastieri, que foi o mentor intelectual do Álvaro Pereira. É o tipo de jornalismo cultural que acha que a competência é medida pelo número de polêmicas criadas e novidades descobertas. Se bem que o Forastieri era superior aos seus seguidores. Paulo, vou mais além, projetos paralelos do Josh Homme, como Desert Sessions e Eagles Of Death Metal, são mais significativos do que essas bandas do “novo rock”. Franz Ferdinand é uma chupação não apenas do Talking Heads, mas como do Gang Of Four. E o pior é que a galerinha que só se liga nas novidades acredita que tudo começa com essas bandas, sempre revolucionando alguma coisa. Lembro de participar de uma comunidade da série Freaks & Geeks, que tinha como música de abertura Bad Reputation, da Joan Jett. Uma menina perguntou da música e eu citei o título e a autoria. Logo veio um garoto me corrigir, dizendo que na verdade a música era do The Donnas e a versão da série, uma cover. Complicado.
Esse negócio de dizer se um álbum é ou não ruim é o tipo de coisa que não dá pra afirmar de maneira absoluta.
Eu, por exemplo, nem gosto do Nevermind, e até o proprio Cobain odiou a repercussão que o álbum teve. Sem falar que na época só o que tinha era criticozinho dizendo que o álbum era “baboseira comercial”. Mas hoje, tá aí, considerado uma relíquia intocável do rock.
O fato é que o pessoal de “gosto refinado” odeia o que faz muito sucesso. Álbum mainstream não pode ser bom. E ironicamente os Beatles e Elvis Presley foram os mainstreamers da história do rock.
Eu adoro o “Is this It” da primeira à última música. E concordo que ele tem influências muito notáveis de outros artistas, mas desde quando isso conta como algo negativo?
Pra uma coisa ser boa tem que ser diferente de tudo que já exisitu? Bullshit. Ouçam Buddy Holly e depois ouçam Beatles. Tsc.
E sobre “ressuscitaram o rock”, a frase tá incompleta. Eles ressuscitaram o GARAGE Rock. E isso é fato. Desde o The Fuzztones, na década de 80, nenhuma banda notável nesse estilo havia aparecido.
É…
a tal despretensão apresentada pelos Strokes em 99/00 é a mesma cuidadosamente arquitetada pela Warner na conquista do mundo pelo Nirvana (assistir Classic Albums Nevermind); a mesma criada por Sam Phillips quando gravou Elvis; a mesma de Mclaren na gestão dos Pistols… e por aí vaí.
O Strokes usavam roupinhas inspiradas no punk, que por sua vez, inspirou-se em Dean e demais revoltados sem causa, que por sua vez se inspiraram nos outlaws e mendigos da década de 50, etc…
Ou seja…
O mainstream se encarrega do que vamos gostar, e nós abraçamos a causa, já diria o citado Jeff do Wilco.
O Joey Ramone usava couro no Letterman e jogava Super Nintendo de pijama.
Conclusão:
Podem falar mil coisas dos Strokes, assim como podem falar mil coisas dos Pistols… pra mim, o primeiro disco dos Strokes é tão ruim quanto o dos Pistols, mas como diria Tom Petty:
“…não se esqueçam que o mais importante do Rock não é a qualidade, e sim, a atitude.”
Então ponto pros Strokes, pros Pistols e pro Petty.
Ele certamente não é tão bom quanto outros do seu tempo, mas é o mais importante pq o mainstream quis assim e nós aceitamos. E não que o main esteja errado em 100% do tempo. Eu adoro Lou Reed… e olha que ele é bem ruinzinho também.
Caraca! vcs são muito chatos mesmo.
Como falam de originalidade se todos defendem exatamente os mesmos pontos de vista, as mesmas bandas cultuadas (pro bem diriam) e usam os mesmo argumentos que diga-se de passagem são tipicos das crias do nme, não confio em ninguem q envereda já na segundo paragrafo citando as boas referencias de beltrano e cicrano, mas sendo ENFÁTICO… não conseguiram superar seus inspiradores.
Bem q se foda! E tudo questao de gosto. Nao tenho 15 anos (caso faça diferença) e só digo q enquanto a maioria ate achou agradavelzinho o sonzinho de garagem easy listening 00′ mas hj não ve mais nada a acrescentar desse engodo, eu só digo q cada audição ainda hj é poderosa! Alias mais hj.. pq por causa de opiniões assim demorei a escutar Strokes por 2 anos.
E quanto a marketing… parece q so no rock as pessoas se ofendem tanto com isso, garotada toda q so assiste blockbuster, pega fila de 2 horas pra ver um AVATAR ou TERMINATO 3/2 e reclama … perda de tempo!
Eu gosto do “Is This It”, mas prefiro “Room on Fire”…
Só não entendo do que o Strokes salvou o rock exatamente…
De tempos em tempos o estilo de rock ouvido pela maioria muda, mas
o rock como um todo nunca correu perigo iminente.
“De 2001 para cá, foram vendidos mais pôsteres do Julian Casablancas do que Bíblias.”
Fonte?
Is this it teve uma importancia vital, mas não acho ele tão bom assim. Em 2001, 2002 quando pipocava bandas de new rock por todos os cantos do planeta, os strokes estava liderando aquela massa, dando um lugar àqueles que nunca conseguiram muitos ouvintes, exemplo é como o hellacopters conseguiu fama após is this it apesar de serem bem anteriores ao strokes. Julian e cia. provaram seus verdadeiros talentos no room on fire e em projetos paralelos, mas is this it sem dúvida é superestimado.
Desde que ouvi falar nos Strokes desconfiei da qualidade da banda, mas procurei ouvir com cuidado o “Is This It” e fiquei surpreso como uma coisa tão razoavel poderia ser tão bem falada. Achei até que o problema fosse eu, talvez eu não tivesse, e continuo a não ter, a capacidade de entende-lo completamente (rs), ou possivelmente, o que é mais provável, o disco é mesmo uma coisinha razoável cheia de gente moderninha falando bem.
Eu fui mais um daqueles que se obrigou a conferir o porque de tanto alarde em relação ao Strokes na época. Sim, é um disco com boas músicas, de grande potencial pop, mas apenas isso. Não é aquele disco que você se apaixona incondicionalmente de maneira instantânea, que você ouve várias às vezes e continua amando com o passar dos anos. É algo com o qual não dá para ficar empolgado, ao menos, não muito tempo. Pelas referências que o escriba acima deve ter (o nome do blog e sua URL denotam isso), talvez concorde comigo: a última vez que ouvi um disco que realmente me causou comoção, que me surpreendeu e me pegou de jeito, foi nas zilhões de audições de “Relationship Of Command” do At The Drive-In. Ok, muitos dirão que não há nada de novidade naquilo, que o Fugazi e a turma da Dischord já fazia um som como aquele uma década antes deste disco ser lançado e blá-blá-blá. Mas não me lembro de ter escutado algo tão sincero, engenhoso, vibrante e vigoroso como este masterpiece dos então garotos de El Paso nestes últimos 10 anos.
Fato é que, como a maioria que tem se manifestado aqui, não consigo me imaginar falando para os meus filhos e netos que “Is This It” dos Strokes foi o grande marco do começo deste século. E se falasse isso, muito provavelmente eles diriam: “Strokes quem?”.
O lance é que depois do Strokes tudo quanto era banda que aparecia passava a utilizar o artigo definido THE antes do nome, coisa que praticamente inexistia nas décadas pretéritas. Afora esse duvidoso legado e algumas músicas bacanas, não acho que seja esse deslumbre todo não…
É um excelente disco.
E é um disco extremamente importante para sua época, sim.
É um disco importante pra “linha evolutiva” (rs) do rock/pop ?
Não.
Pq tudo o que está ali já foi feito melhor por outras bandas (um adendo: pra mim, bandas como Sonics ou alguma do Childish, q eu adoro, estão MUITO LONGE de serem o melhor referencial pro som dos Strokes. Na verdade, há pouquíssimo a ver. As fontes mais óbvias são outras: Lou Reed e Iggy Pop, Riffs circulares do Television, Wire, Modern Lovers, Blondie….).
E aí eu vou chegar onde quero:
Essa é A MESMÍSSIMA posição que o NEVERMIND ocupa na “História – céus – do Rock” : é um disco excelente, importante pra sua época e que não contém uma nota sequer que seja original.
Abraço
Acho muito precipitado termos uma relação de melhores discos da decada a essa altura do campeonato. Primeiro porque os do começo dela levam vantagem por já terem seu espaço solidificado do inconsciente popular, enquanto os do (excelente) final ainda são lembrados apenas como discos legais recentes, e não clássicos. Por exemplo, o Dark Night of The Soul não deve nada ao Yoshimi, e, mesmo assim, o segundo é lembrado em quase todas as listas, S&Y incluso. Quanto ao fato do Is This It ser lembrado como melhor da decada, é de se entender, pois ele foi o marco zero da mesma, embora não tenha tido a importância do Nevermind teve para os 90, mas a posição é enganosa, pois temos discos bem melhores e mais desafiadores, como o De Loused in Comatorium do Mars Volta, por exemplo.
Agora, o que não dá pra levar a sério é esse papo de viúva: Ah, os anos 90 foram bem melhores…
Até porque não foram. Os melhores discos dos 90 (pra mim) foram de bandas que já gravavam desde o meio dos 80. Quanto a surrada questão da originalidade (se alguém ainda tem saco pra ela), ela não estava em melhores mãos nos 90. Acho o 00/10 mais ousado, mais heterogêneo, com influências mais díspares.
Com todo o respeito,que idiota .Não é o fato de você não concordar que “is this it ” é o melhor da decada que ele vai deixar de ser cara,porque na minha opnião e de várias outras pessoas que realmente entendem de música esse disco é o melhor desde o ano que foi lançado,não que ñ tenham surgido outros discos bons mas igual a esse eu ainda não encontrei.O que eu percebir ai foi um certo preconceito pelo fato dos pais dos meninos terem grana + eu sinceramente acredito que isso ñ tenha influenciado em nada,pois esses 5 garotos tem muita personalidade e pra fazerem esse disco eles realmente colocaram a mão na massa,tanto é que foi o própio Julian Casablancas que compôs todas as músicas do album.
cara, o is this it é um vintage rock dos melhores, os caras podem ser filhinhos de papai querendo pagar do que for, voces podem falar de julian o que for, agora escutem o novo disco deles. e dps venham falar das letras dele, o cara é um grande compositor, ele e alex turner do arctic monkeys, são os melhores compositores da década 00, e tenho dito. Acho que de vez em qnd n é necessário tanta crítica, os caras tão fazendo o que gostam, independente se são ricos ou não, a música deles é boa, involvente, e diferente.
detalhe: quem pôs o strokes em primeiro, foram críticos da nme, os caras são muito melhores do que qualquer um aqui, apesar de por mais de que a pessoa escute, entenda, e manje do assunto da música, prefiro manter a velha opinião que música é questão de gosto.
Já me dá vontade de chorar quando alguém cita o Alex Turner como compositor, imagina quando dizem “…melhores compositores da década 00”.
G-zuis, me chicoteia.
Acho normal quererem caçar os defeitos do Is This It, dez anos atrás o mesmo era feito com o Nevermind. Em 2021, vai ancontecer o dos Strokes o mesmo que estão fazendo com o do Nirvana agora, endeusando novamente. Essa mídia musical é previsível demais.
Acho que hoje, 2011, é muito fácil dizer que Is this It é um álbum ruim. De fato, não é o melhor álbum dos Strokes, musicalmente falando. E, mesmo olhando o conjunto da obra, tem bandas que fizeram melhor que os Strokes. O White Stripes, por exemplo.
Mas a importância de Is this It pra música mundial não pode ser negada. Eu falo isso por ter 18 anos em 2001, na época do álbum. Os nossos ícones dos anos 90 estavam começando a submergir. O Garbage tinha lançado um álbum mais ou menos. As rádios eram infestadas por Nu Metal, tocava Limp Bizkit até dizer chega. Da Inglaterra só chegava Stereophonics pelo rádio. A internet era discada, baixar música era para poucos. Quem ouviu Strokes pela primeira vez literalmente sentiu alguma coisa diferente. O som nem era dos mais agradáveis, mas a atitude que repercutia era contemporâneo mas diferente do que a gente ouvia na época pelo rádio. E a gente teve de buscar a internet para saber mais.
O resultado é que o boca-a-boca em torno do Strokes começou com “você já ouviu the strokes? saca isso, é diferente de tudo o que você já ouviu” e terminou com “se você gostou de the strokes vai gostar de white stripes”, “vai gostar de interpol”, “vai gostar de libertines”, “vai gostar de the hives”….e como white stripes era BOM na época. Daí a coqueluche de procurar bandas e notícias musicais na internet começou….e viramos o que viramos hoje.