por Marcelo Costa
“The Return of The Spetacular Spinning Songbook”, Elvis Costello & The Imposters (Hip-O)
Em 1986, Elvis Costello decidiu montar um espetáculo em que o público decidiria o set list do show. Para tanto, criou uma roleta com o nome de várias canções (suas e de artistas que ele admirava), e toda noite convidava pessoas da plateia para tentar a “sorte”. Fãs pediram durante anos para que Costello revivesse a experiência, e em 2011 o músico atendeu. Acompanhado dos Imposters (versão atualizada da Attractions), Costello leva um casino para o palco todas as noites, e fãs tem o direito de girar a roda, tentar a sorte e acompanhar o resultado de um pequeno bar montado no palco bebendo drinks azuis. O registro em CD e DVD surgiu acompanhado de uma polêmica. A gravadora Hip-O decidiu vender uma edição limitada por nada menos que 220 libras (mais de R$ 700), e Costelo protestou: “Não compre. Use esse dinheiro para comprar álbuns de Louis Armstrong”, aconselhou. Gravado durante duas noites em Los Angeles em 2011, o show é impecável. Em sua melhor forma, os Imposters criam uma massa sonora perfeita para as interpretações teatrais do compositor. A avassaladora versão de “I Want You”, a baladaça “God Give Me Strength”, a versão para “Out of Time”, dos Stones, e clássicos como “Radio Radio” e “(What’s So Funny ‘Bout) Peace, Love and Understanding” são grandes momentos do CD, que não tem “Alison”, inclusa no DVD com direito a uma Alison no palco (além de mais três faixas bônus e um curta de 6 minutos sobre o show), num total de 23 canções consagradoras, registro de uma das melhores turnês da atualidade (e ainda na ativa).
Nota: 9
Preço em média: R$ 80 (CD/DVD) R$ 720 (CD/DVD/Vinil/Livro) – Importados
Leia também:
– Uma noite clássica com Elvis Costello, por Marcelo Costa (aqui)
– Discografia comentada: Elvis Costello, por Marco Antonio Bart (aqui)
“Celebration Day”, Led Zeppelin (Warner Music)
Desde que anunciou seu fim, em 1980, após a morte do baterista John ‘Bonzo’ Bonham, o Led Zeppelin tem se encontrado esporadicamente para reviver a aura de uma das maiores bandas de todos os tempos (senão a maior). A primeira vez foi em 1985, para o Live Aid, com Phil Collins na bateria; depois em 1988, na festa de aniversário da Atlantic Records, já com Jason Bonham, filho de Bonzo, que iria assumir as baquetas nos reencontros seguintes: em 1995, quando a banda entrou no Hall da Fama, e em 2007, numa homenagem ao fundador da Atlantic, Ahmet Ertegun. Para este último show, 20 milhões de pessoas se inscreveram sonhando com um dos 18 mil ingressos e o dia celebratório ganha edição caprichada em CD, DVD e Blu-Ray contendo as 16 faixas tocadas naquela noite mítica. Tente não comparar o Led Zeppelin de registros furiosos e antológicos como os do álbum triplo “How The West Was Won” (lançado em 2003 com canções da turnê de 1972) e dezenas de outros álbuns piratas com o deste show de 2007, classudo e de execução impecável, mas também correto e nostálgico, e deixe-se levar por um set list de canções que mereciam estatuas em praça pública, ou no mínimo nomes de ruas, para que toda vez que alguém pisasse no asfalto lembrasse-se delas. E que canções: “Good Times, Bad Times”, “Black Dog”, “In My Time of Dying”, “Since I’ve Been Loving You”, “Whole Lotta Love”, “Kashmir”, “Dazed and Confused”, “Rock and Roll” e “Stairway to Heaven” – além da primeira execução pública de “For Your Life”, do álbum “Presence”. Não um show, mas um sonho.
Nota: 9
Preço em média: R$ 45 (CD Duplo), R$ 75 (CD Duplo e DVD Duplo), R$ 90 (CD Duplo e Blu-Ray)
Leia também:
– Robert Plant ao vivo em São Paulo, por Bruno Capelas (aqui)
– Vídeo: Led Zeppelin no Kennedy Center Honors 2012 (aqui)
“Live At The Bowl ‘68”, The Doors (Warner)
Enquanto Jim Morrison, recluso em algum canto insuspeito da África, bebe uma Umgombothi, desligado do mundo (ir)real do showbusiness, seus três ex-companheiros de banda continuam abastecendo o mercado (e faturando) com material raro do Doors. Desde 2000, o selo Bright Midnight vem lançando shows completos como o obrigatório “Live at the Matrix, March 1967” (que flagra um dos momentos mais explosivos do grupo) e os curiosos “Live at the Aquarius Theatre, July 1969”, “Live in New York, January 1970”, “Live at Boston, April 1970”, “Live in Detroit, May 1970”, “Live in Pittsburgh, May 1970” e “Live in Vancouver, June 1970” (registros da fase mais caótica do Doors, com apresentações irregulares e um Jim Morrison inconstante discursando a torto e direto). Lançado originalmente em 1987, “Live At The Bowl ‘68” é uma polaroide do Doors em seu auge. Na noite seguinte às comemorações do Dia da Independência dos Estados Unidos, o quarteto lotava o mítico Hollywood Bowl, em Los Angeles, e fazia um grande show, que retorna agora ao mercado em versão remasterizada e (quase) completa. Em três músicas – “Spanish Caravan”, “The Wasp” e “Hello I Love You” – os vocais de Jim Morrison estavam inaudíveis. A solução foi usar a voz do cantor retirada de outro show para entregar ao público a integra das 16 canções tocadas naquela noite. Com tantos álbuns ao vivo do Doors no mercado, a atração maior deste relançamento é, sem dúvida, as versões caprichadas em DVD e Blu-Ray, raros (e imperdíveis) registros em imagem do quarteto ao vivo.
Nota: 9
Preço em média: R$ 35 (CD), R$ 40 (DVD) e R$ 65 (Blu-Ray) – Nacional
Leia também:
– “L.A. Woman – 40Th Anniversary”, por Marcelo Costa (aqui)
– “Live in Boston 1970?, The Doors: se você procura história (aqui)
Cara eu gosto muito do q vc escreve mas vc acha mesmo q hj bob dylan seja melhor q elvis costello? Pois eu vou te dizer uma coisa. Pegue seus tios beberroes promova um churrasco com campeonato de truco, ponha os dois ultimos discos dessas pessoas e apos duas horas de alcool pergunte o q eles gostaram mais. Pode por dylan por ultimo se quiser.
E agora jose?
Tio beberroes sim pq nao vejo a menor possibilidade de pessoas normais ouvirem qqr uma dessas duas coisas hj em dia
O mundo que você vive, Bruno, é diferente do das outras pessoas. Elas ouvem isso sim. Mas cada maluco com a sua mania.
Cara….. isso me parece estranho, mas ao mesmo tempo que duvido de suas opiniões sobbre o som atual, tenho vontade de parabeniza-lo com “rezenhas” como essas… sei lá… não enxergo diferença entre o que o Bruno falou, e o que vc brilhantemente descreveu…..de qq forma parabéns! Não ganhei na Mega da virada pra pegar esses originais, mas vou correr atrás com certeza!!!
O que é mais normal nessa vida do que tios beberrões?!
Como o Mac insinuou, e eu completo, são 7 bilhões e meio de mundos.
Quanto mais eu fico velho mais eu gosto do Led Zepellin. Já com o Doors aconteceu o contrário, enjoei.
PS: O Morrison deve tá na Bahia. Junto com o Elvis eles têm um barquinho de pesca. O velho Elvis já não pesca mais, mas ainda gostar de pegar um violão e, com a cara cheia de pinga, cantar algumas baladas sob a lua cheia enquanto o Morrison dança.
Formam um belo casal.
Acho os Doors a melhor banda para adolescentes de todos os tempos. Na real, a banda só faz sentido nessa fase da vida. Quando se é adolescente, pega muito bem ser fã da banda. The Doors oferece rebeldia e qualidade nas doses certas para a garotada. Fui muito fã da banda. Hoje, continuo gostando, mas não tenho a menor vontade de por os cds e ouvir. Não por ter enjoado, mas por não me trazer mais nenhum prazer.
Com o Led é diferente. Ouvi-los nunca é demais. Ao vivo, então, melhor ainda. Ouvi ontem este cd. Muito bom mesmo. Achei algumas bem melhores que em The Song Remains e pau a pau com as gravadas na BBC. Paro por aqui. Se eu continuar falando de Led e desse disco, posso ir longe demais e cometer o oitavo pecado capital: chatice.
Quanto ao Costello, nada a declarar. Nunca gostei.
Acho que a Prefeitura de Londres poderia renomear um bairro de Led Zeppelin e por o nome das músicas nas ruas.
Cara, o rock sempre vai ter altos e baixos, mas ele sempre está vivo! É impossível não ouvir um bom rock’n’roll pelo menos 1 dia durante a semana… \m/