por Marcelo Costa
Caetano Veloso não sabe lidar com a ideia de envelhecer. Em seu terceiro disco acompanhado da jovem banda Cê (Pedro Sá, Ricardo Dias Gomes e Marcelo Callado), Caetano estraga um punhado de boas melodias com arranjos empolgantes em letras tão ridículas e forçadas que exibem a visão abobalhada do compositor sobre o rock, em primeiro lugar, a juventude e o amor na sequencia: para este Caetano infantil, ser jovem e roqueiro é falar palavrão e tentar criar hashtags. Não é algo novo e é tão tolo. Caetano desperdiça uma grande banda tentando ser outra pessoa. Freud deve explicar.
Desde que levou um antológico pé na bunda e para descontar lançou o raivoso “Cê”, em 2007, Caetano vem tentando fugir da velhice – e dos sintomas que a terceira idade causam no corpo. O barulhento “Cê” assustou os velhos fãs (muitos chegaram a devolver o disco, ou mesmo presentear amigos com aquele CD que “não é Caetano”), mas tinha uma urgência redentora que representava muitos sofredores (enquanto ousava provocar seu público afundado em redes de zonas de conforto), embora o grito inimigo do refrão de “Rocks”, o ‘hit’ do álbum, fosse uma grande besteira: “Você foi mor rata comigo” – está no encarte.
Já seu sucessor, “Zii e Zie”, de 2009, flagrava um Caetano feliz com a repercussão de seu ‘álbum de rock’, mas sem saber o que fazer com liberdade pós fim de casamento. As letras bestas já marcavam presença (que mané “Lobão Tem Razão”, homem!) enquanto o trio instrumental fazia maravilhas nos arranjos. Na turnê que se seguiu ao álbum, tudo ficou explicito. Caetano de braços abertos em 80% do show e uma asa delta no fundo do palco. Ele queria voar livre, ser abraçado, mas o disco não vendeu e uma terceira parceria ficou nublada. Para salvar as finanças vale tudo – até gravar discos cômodos com Maria Gadú e Ivete.
Caetano, melhor do que qualquer outro na música popular brasileira, domina o marketing, opina sobre tudo e todos e é amigo dos principais tubarões da mídia. Como ser isento em uma critica sobre um músico que é colunista do próprio jornal? Não à toa, “Abraçaço”, 49º disco de sua carreira, ganhou mais manchetes e destaques na imprensa brasileira que qualquer outro lançamento do ano. Sozinho, Caetano teve mais espaço na mídia do que todos os grandes discos brasileiros lançados em 2012. Preguiça da imprensa? A força estranha do baiano? Jabaculé? Amizade com benefícios? Todas as alternativas?
“A Bossa Nova é Foda” abre o disco de forma empolgante. A Banda Cê dispara a toda numa melodia criativa que desemboca no refrão viciante que dá nome a canção. A letra, porém, é um estrume (para usar uma palavra querida de Caetano atualmente). Ele “homenageia” o bruxo de Juazeiro João Gilberto colocando o bardo judeu romântico de Minessota Bob Dylan tal qual o porteiro da “Odisseia”, de Homero (desimportando o fato de Dylan/Eumeu reconhecer João/Ulisses – pois “a nossa vida nunca mais será igual” após João, diz), enquanto relembra reuniões da bossa nova encavalando imagens desconexas (“fitas-cassete, uma ergométrica, restos de rabada”) e criticando aqueles que não têm o dom da influência do “jáiss” (jazz).
No trecho mais Caetano de “A Bossa Nova é Foda”, o compositor enfileira nomes de lutadores de MMA (Minotauro, Junior Cigano, José Aldo, Lyoto Machida, Vitor Belfort, Anderson Silva) e justifica, em entrevista à Folha de São Paulo, com “porque João Gilberto gosta de luta”. O repórter pergunta:
– E ele assiste (as lutas de MMA)?
– Assiste (com convicção). Ele era louco por boxe (…) e seguramente assiste MMA (dúvida).
Na verdade, Caetano usa aqui um de seus principais artifícios, o desejo de surfar na onda, querer sempre estar na moda, colar no assunto do momento e, na carona, vender discos. Desde que surgiu ele é assim, e isso rendeu grandes momentos ao lado de alguns constrangedores, como “A Bossa Nova é Foda”, música foda de letra ridícula que não avalia o MMA como esporte (nem a favor, nem contra), apenas enfileira um punhado de nomes que vão dar ao fã do estilo de luta um motivo para se interessar pelo álbum (além da publicidade grátis dos próprios lutadores, como realmente aconteceu).
As coisas não param por ai. A faixa título enrola o ouvinte nas duas primeiras estrofes enquanto o quarto paragrafo, de certa forma, explica o ridículo da própria letra: “O acaso é o grão-senhor”, canta Caetano meio que justificando um monte de palavras jogadas ao acaso na folha de papel. Não convence, mas o belo arranjo da Banda Cê para a canção, que culmina em um solo noise impecável de Pedro Sá, salva a música do balde de lixo. Talvez satisfizesse outros, mas para Caetano é pouco. Ele pode mais, já fez mais. Não devia se reduzir a dois cê-cedilhas seguidos numa mesma palavra.
Essa percepção fica mais clara em “Estou Triste”, a grande canção de “Abraçaço”. De letra econômica (o que diminui a chance deste Caetano cover de si mesmo errar) e arranjo simples, “Estou Triste” fala de solidão e tristeza, e soa tão verdadeira que comove. Caetano sofre, e o lugar mais triste do Rio é o seu quarto. Um retrato bonito da melancolia. O mesmo não pode ser dito da ridícula “O Império da Lei”. O que dizer de: “Que matou meu amor tem que pagar / E ainda mais que mandou matar / Ter olho no olho do jaguar / Virar jaguar”. Que o Império da Lei chegue e multe Caetano – por Machado de Assis e Carlos Drummond.
Você não vai crer na sua sorte se deixar de ouvir “Quero Ser Justo”. Já a quilométrica “Um Comunista”, com seus oito minutos e trinta e doizzzzzzzzzzzzzz zzzzegundos, relembra Carlos Marighella, e expõe a principal fratura no discurso do Caetano no novo século: em um momento que o Brasil passa por uma crise política sem precedentes – em que direita e esquerda se beijam, transam e têm filhos que vão dominar o povo por algumas décadas –, Caetano foge do presente, esquiva-se da saia justa da opinião politica (tão Caetano isso) e sai com o refrão mais abominoso do álbum: “Os comunistas guardavam o sonho”. Só os comunistas…
Em “Funk Melódico”, outro grande momento da Banda Cê, Caetano cita Noel Rosa duas vezes, mas mostra que esqueceu tudo que aprendeu com o mestre em uma letra confusa que sai com a ‘genial’ sacada: “O tijolo é gritar: você me exasperou”. É preciso ter muita paciência para seguir em frente. “Finco o estandarte em teu terreno tenro / Em seu terreno tenro em teu terreno”, canta Caê na preguiçosa “Vinco”. Calma, está acabando. “Quando o Galo Cantou” relembra o momento de sexo, em que Caetano olha o sol penetrar “entre os pelos brasis que definem sua perna”. Nem o pagode romântico soando incomoda tanto.
“Parabéns” era um e-mail, e devia continuar sendo. Dá-lhe hashtags: #megabom #gigabom #terabom. Aos 70 anos, Caetano age como se tivesse 10. Bela maneira de negar o tempo, alguém pode pensar. A idiotia é uma arma tão útil quanto as drogas: o personagem foge da violência da rotina criando um universo particular, todo seu, em que rir abestalhadamente faz com que o fardo de estar vivo seja mais fácil de carregar. E nessa negação do presente os dias passam. É útil de vez em quando, mas não todos os dias, não num disco. Caetano joga pela janela uma excelente parceria que poderia render clássicos, mas só resulta em bobagens.
O que mais incomoda na postura tola do compositor em “Abraçaço” é a percepção que ele tem do mundo, do ser jovem e do ser “roqueiro”. Caetano cria um personagem para si, e faz um monte de bobagens em nome da “arte”. Ele não quer se mostrar, ele não quer enfrentar o mundo, ele não quer envelhecer. Neste ponto parece ter abandonado lá pelos anos 80 a carreira do bardo judeu romântico de Minessota, que assombrado pela morte vem lançando alguns de seus melhores álbuns. Se Caetano ouvisse algum disco de Bob Dylan dos últimos 15 anos, talvez tivesse vergonha deste “Abraçaço”. Se ele não tem, você devia ter.
#vergonhaalheia
– Marcelo Costa é editor do Scream & Yell e assina o blog Calmantes com Champagne.
Leia também:
– “A Foreign Sound”: Caetano trafega entre paixão e poder em show, por Marcelo Costa (aqui)
– Frágil, o show “Zii e Zie” é um retrato nublado do momento atual de Caetano, por Mac (aqui)
– Em “Cê”, Caetano exercita um placebo de rock, um rock a lá Caetano, por Mac (aqui)
– “Recanto”, de Gal Costa, flagra o desmascaramento do wannabe, por Marcelo Costa (aqui)
– Ao Vivo com Maria Gadú: Não é a primeira vez que Caetano flerta com o mau gosto (aqui)
– Caetano Veloso não acredita em lágrimas, por Vladimir Cunha (aqui)
– Melhores do Ano Scream & Yell 2006: “Cê”, de Caetano, Melhor Disco (aqui)
– “Eu Não Peço Desculpa” é um delicioso registro de música descompromissada, por Mac (aqui)
Parabéns pela crítica, escrita limpa e corajosa.Afinal, falar mal de Caetano, não faz bem para ninguém.Pena ver esse dublê de Caetano, mas irei escutar – ou tentar.
Ponha o Prenda Minha para ouvir e seja feliz.
Sensacional, Marcelo.
Clap Clap Clap.
Maravilha de texto. Poucas vezes eu me senti tão realizado com uma crítica ao “geniaaaaal” Caetano (que já teve as suas ótimas, sim, serei justo). A Caricatura “Cheia das PoesiA” é que merecia uma dessa (e mais) há bastante tempo.
Parabéns pelo texto Marcelo !!!
Concordo !!
A Sonoridade ( e a banda CÊ ) estão muito legais , mas as letras estão ridículas !!
falou entao sabichao. vou imprimir seu post e guardar na carteira
Baita texto Marcelo!
Fiquei curioso pra ouvir o disco, mas de fato, o Caê já vinha dando sinais de soar datado há um tempo, preciso ouvir pra ter uma idéia.
Não entendo o que faz um crítico de música perder seu tempo falando sobre um artista que considera irrelevante há 3 décadas e não escrever sobre as coisas legais que existem no mundo [são tantas]. Também não gostei do disco do Caetano, por outros motivos, mas por quê não apenas ignorá-lo [o que seria até mais relevante do que própria crítica] e falar sobre as coisas boas? É exatamente isso que o Caetano quer, instigar, incomodar, deixar falarem sobre ele, e pasmém, ele consegue. Ele sempre fez isso e vocês jornalistas sempre caíram como uns bobos nessa armadilha. Crítica negativa é tão ridículo [e irrelevante] quanto os discos do Caetano. É por isso que ninguém leva jornalismo musical no Brasil a sério.
Até que enfim crítica negativa!
E bem feita. Estruturada, analisando certinho…
Eu nunca teria essa paciência toda com esse senhor.
Critica-se a parcialidade dos “amigos” do Caê como se houvesse alguma imparcialidade por aqui também…E lá se vai mais um ano e os mesmos amiguinhos frequentam e vão frequentar as listinhas do “best of the year” do S&Y. Um dia vocês conseguem convencer o Brasil que Tulipa, Froes et caterva são bons…
De resto, até concordo integralmente com você: o disco é uma merda e o velho devia ser mais seletivo com o que escreve.
E não, não sou nada fã do Caetano.
Obrigado por desmistificar esse último disco – e, a reboque, os outros dois anteriores – do Caê. Ótimo texto, contraponto necessário.
parabens, ha tempos nao li algo tao enxuto e real e corajoso…acho q velo foi o ultimo disco dele
e ja acho mediocre…queria ver vc escrevendo algo assim do chico buarque….
feliz 2013
byra dorneles
Se fosse um disco instrumental, sem as letras, tinho tudo para ser um dos melhores discos do Caetano
Parabéns pela crítica. Até que enfim alguém para mandar a “real” sobre esse álbum. É disso que o jornalismo musical precisa: de críticas que não apenas elogiem um artista, que não sejam meramente descritivas, com aquele tom de “imparcialidade” (que não deveria existir em se tratando de críticas… deve-se tomar uma posição e tal), mas que saibam apontar os erros também. Até porque elogiar é muito fácil. Ter “cara” para escrever uma crítica negativa é o que mais falta. Se é para ter somente crítica positiva, então, para quê críticos? Assessoria de imprensa faz bons releases.
Crítica é exatamente para isso: gerar discussão. Parabéns.
Discordo de muita coisa.
Uma letra com um “foda” no meio é suficiente para concluir que ele acha que ser roqueiro é falar palavrão? Por que há uma canção feita a partir de um e-mail com gírias, ele age como uma criança de 10 anos e não quer evenlhecer? A crítica está repleta de conclusões do tipo, que me pareceram meio forçadas.
Concordo que as melodias e arranjos da banda Cê são o grande destaque dos 3 discos, o que não quer dizer que as letras do caetano sejam ruins. pelo contrário, tem muita coisa boa. Perdeu e Sem Cais, por exemplo, do 2º disco, são ótimas. A citada música do Mariguella acho linda também. E outras muitas. Do Abraçaço, não curto Parabéns, mas me parece mais uma brincadeira do Cateano.
Se fôssemos tão críticos e levássemos tão a sério (a ponto de contestar o real propósito de uma estrofe, com base em ume entrevista (?!)) as propostas dos novos trabalhos lançados por aqui, pouco coisa sobraria. Tomemos como verdade a insinuação de que as referências aos lutadores de MMA tem por fim “querer estar na onda” (outras muitas interpretações são possíveis). Mas e daí que a ideia seja realmente estar na moda? Não é isso que retirará o mérito de uma canção que, a meu ver, é acima da média.
Eu prefiro celebrar a parceria com a banda cê, a coragem de um artista consagrado em sair do lugar comum e se propor algo novo, ainda que menos comercial.
Um abraçaço.
Eu gostei do disco novo,achei muito foda A Bossa Nova É Foda,mas tinha que ver se era isso mesmo.E achei isso mesmo.Ai fui ouvir o disco todo,e gostei também,achei bacana.Eu gosto dele rock,vide esses discos e os do exilio.Nada dessa mpb chata.Também não entendi a critica,apesar de parecer sincera.Mac,critica o Corinthians que tem dinheiro publico no seu estadio e no seu time.
Cesar paes, não sei se vc reparou, mas seu comentário é uma crítica negativa – e se vc não acredita erm críticas negativas, deveria se abster delas.
Não tem nada mais chato do que esses manés (cesar paes) que ficam com esses argumentos “paz e amor”: “pra que perder tempo falando mal quando podíamos celebrar o sol a vida o arco-íris e as coisas belas da vida” pfff. Meu caro, uma boa crítica pode ser tanto uma avaliação positiva quanto negativa, cabe a vc concordar ou não. Mas ninguém deve escrever só sobre aquilo que gosta e acha lindo. Escreve-se para manifestar apreço ou repúdio. Sempre foi assim e é bom que seja. Quanto ao Caetano, ainda que seja um monstro consagrado, nunca me desceu. Hoje em dia, seus discos são tão relevantes quanto um zero a esquerda (me odeiem, fanzocas). Quem grava com a maria gadú, perdeu o respeito por si próprio. ALém disso, quem aguenta essa voz enjoada dele??
O Gabriel aí em cima foi certeiro.
A panelinha indie paulista, da qual o Mac faz parte, reclamar de corporativismo soa escroto e engraçado – depedendo do enfoque que se dê.
No próprio texto o Mac descasca o Caetano(fácil, extremamente fácil) e livra a cara dos chapas indies cariocas.
Acho a Banda Cê uma bosta! Os caras em si são talentosos, mas a banda é enjoada até o talo. Som todo picotadinho. Parecendo uma foda mal dada que, pior, nunca chega a ejaculação.
Quanto a Mano Caetano, de fato, esse novo Caetano também não me desce.
Mas acho prá lá de louvável sua tentativa de ousar a essa altura do campeonato, mesmo que errando mais que acertando.
No mais, na minha opinião, e personalidade mala à parte, é o maior nome da música brasileira dos últimos quarenta anos.
Vamos lá:
02. João Paulo, “Prenda Minha”, “Multishow ao Vivo com Maria Gadu” e o especial com a Ivete e o Gil são discos ao vivo menores. Se for pra ouvir um Caetano e ser feliz vou de “Transa” (1972).
08. Cezar, quer dizer que criticar um artista faz com que o jornalismo musical brasileiro não seja levado à sério? Você precisa ler mais sobre critica musical (mundial).
10. Gabriel, parcialidade é uma coisa, amizade é outra. Romulo, que você citou, não deve concordar com este texto assim como não concorda com o que escrevi sobre o disco da Gal (escrito e produzido por Caetano). O fato dele não concordar não muda minha opinião. O fato de Caetano não concordar muda opiniões em muitas redações Brasil afora. É bem diferente.
13. Gabriel T., eu devia ter colocado essa sua frase no texto 😀
16. Rafael, basta comparar a obra de Caetano pré-Banda Cê e com a Banda Cê (ou pré fim de casamento e pós fim de casamento) que você perceberá a infantilização dos temas. Muitas vezes rendes grandes letras, não no caso das deste terceiro disco. Pra você basta a tentativa de voar, e dar de cara no chão. Eu quero ver o voo.
19. Zé Henrique, não estou discutindo aqui a relevancia do Caetano. Estou discutindo um disco. Não basta ser um gênio prostrado que o mundo irá consagra-lo como gênio. Ele tem todo o direito de errar. O problema é a reverência cega. Você pode “achar” o que você quiser do que quiser., Eu “acho” o que quero, e justifico no texto acima. Sobre o comentário do Gabriel, minha explicação está acima neste mesmo comentário. É muito mais que essa birrinha infantil sua.
Geral: Muita gente aproveita um critica negativa à Caetano para desforrar nele algo extra-musical, uma maletice verdadeira, mas que não desvaloriza a imensa obra do compositor. Caetano tem uma das carreiras mais exemplares da música brasileira. Discordo daqueles que dizem que sua carreira estancou nos anos 70. Se não são clássicos, álbuns como “Outras Palavras” (1981), “Cores e Nomes” (1982) e “Uns” (1983) tem seus acertos. Já “Caetano Veloso” (1987) e “Estrangeiro” (1989) figuram entre o melhor da obra de Caetano ao lado de “Circuladô” (1991) e do superestimado, mas ainda assim excelente “Tropicalia II” (1993). No novo século, “Eu Não Peço Desculpa”, com Jorge Mautner, tem momentos brilhantes, assim como “Cê”. A questão da critica acima é o álbum “Abraçaço”, e o dom que Caetano tem de iludir as pessoas transformando um álbum ruim e um dos discos do ano. Mas, como já escrevi em outros textos linkados no final da resenha, Caetano é um dos grandes músicos da história deste país. Só que agora errou – e todo mundo tem direito ao erro (até Lou Reed, até Bob Dylan, até o Stones, por que não Caetano?).
pra mim caê acabou no circuladô . tem o bacana Tropicália 2 mas é junto com Gil …Tom Zé fez o melhor disco do ano ” Tropicália Lixo Lógico ” .esse sim sabe envelhecer e continua entortando a Música Brasileira…
Para o Mac todo mundo agora é infantil e ele é o adulto…
Como posso ser tudo, menos desonesto e relembrando águas passadas desse blog, gostaria de retificar que o Mac embora pertença a panela indie é um crítico, aqui e ali, de alguns de seus pratos.
É pra gente como o João Paulo, que quer ouvir ad eternum Prenda Minha e similaridades, que Caetano fez essa trilogia.
E, Mac, a inclusão de Um Comunista é obviamente propositada pelo momento político – com a esquerda achincalhada pelos, como vc diz, tubarões da mídia.
Caetano gosta, tem prazer em provocar. Recentemente fez algo parecido, gravou standards americanos quando os EUA estavam sob fogo cruzado(mais ainda do que sempre estiveram) em virtude dos, digamos, mal feitos, do imbecil do Bush.
Enfim, nada de novo no universo do Baiano.
A não ser, como vc bem pescou, uma certa mudança de vocabulário.
Recomendo aos que desconhecem sua obra uma audição em seus discos dos anos sessenta e setenta.
Aliás, falando neles, esse culto ao Transa é outra bosta!
Não pelo disco que é, para usar o novo vocabulário do cara, foda! E sim porque embota os outros. O anterior ao Transa, o que o Baiano está com um casacão de pele na capa, é tão bom, ou até melhor, que o incensado Transa.
Nando Reis até falou isso outro dia. Só que em relação ao culto do Acabou Chorare em detrimento do Novos Baianos F.C.
Todo lista de melhores lá está o Acabou Chorare eleito pela tchurmaaa heterogeneamente homogênea.
PS: Não tenho birra com vc, Mac. Embora vc tenha censurado, usando de forma mesquinha seu poder, comentários meus há algum tempo. Águas passadas, como diria Tim Maia: Tô numa relax, numa tranquila, numa boa.
PS2: Ahhh, o Circuladô é bom pacas e o Tropicália II é ruim. Embora tenha a obra prima “Desde que o Samba é Samba”.
Aliás, Feliz ano novo pra vc.
Zé Henrique, a esquerda está achincalhada pelos próprios erros que cometeu. Quanto ao culto, sempre foi e sempre será assim. Quem fica de fora (ou admira coisas que ficaram de fora), reclama. Acontece desde os 13º apóstolo, e, claro, há muito mais numa carreira artistica do que aquele objeto de culto (de Camus a Picasso até Caetano e Novos Baianos), mas cada um tem que trilhar o seu caminho de descoberta. O que listas apontam é sempre o que algumas pessoas “acham” que é melhor. Será “Um Corpo que Cai” o melhor filme de todos os tempos? Dai vai uma discussão longa e muito pessoal, o que não impede que cada um veja os filmes do Paul Thomas Anderson que sequer frequentam a lista. No fim, é culpa do culto ou das próprias pessoas que não vão atrás para descobrir tudo por si só? Há muito disso também. De resto, moderar comentários é um exercicio de paciência (temperamento que muda de acordo com a lua). Às vezes enche o saco essa premissa de argumentação de que para valorizar o artista é preciso desmoralizar o crítico. O Gabriel, por exemplo, abre o comentário dele querer desmoralizar o crítico para depois dizer que concorda. No fim tudo se encaminha para ataques pessoais, e perde a graça. Criei um fanzine 17 anos atrás. e dele nasceu esse site, 13 anos atrás, para discutir cultura e abrir espaço prum monte de gente que, acredito, tenha talento. Quem dera ao invés de ficar reclamando, cada pessoa fizesse seu site. Quem dera.
Bem, vamos à la Jack.
No fim, no finzinho mesmo as culpas e as virtudes são de todos.
O que reclamei, e reclamo de novo, foi da mesmice dos formadores de opinião(raça mais resistente que as baratas, infelizmente) e, claro, a idiotice de quem os segue está embutida na reclamação.
Quanto as luas, lhe entendo. Elas também exercem forte poder sobre mim.
Aliás, gostei da lua 1111 do Otto. Tem ótimas sacadas, como sempre, ali.
Por último e não menos importante, sem “reclamação” não há discussão.
E sem discussão a vida seria uma merda tão grande que o Cezar Paes, prontamente bem enquadrado pelo Paulo Diógenes, lá em cima nem tem idéia.
Com melhores, piores ou mesmo nenhum argumento uma “reclamação” tem o poder de mover as pedras.
Além do mais, se cada um fosse fazer seu site como parece ser seu sonho. Íamos ficar que nem os milhares de “artistas” hoje em dia – com cds embaixo do braço, músicas em sounclouds, blogs… mas sem ninguém ouvir.
Ou seja, falando sozinhos. Sem convergência fica difícil.
Seu site é uma, digamos, gravadora, meu chapa.
Mantenha – a livre, sem amarras, sem jabá e com muita reclamação!
Abraçaço.
Nunca concordo quando dizem que o Caetano descobriu o rock com o Cê. Rock sempre fez parte da música dele e de Gil e Gal, por exemplo. Outro dia fiquei ouvindo ‘quero essa mulher assim mesmo’, do Araçá Azul e se aquilo não é rock , com todas aquelas distorções de guitarra, perdi a noção do que é rock. Gosto muito do Caetano até Circuladô, assim como gosto de muita gente da MPB que costuma ser ignorada/avacalhada. o que acho engraçado é que volta e meia, alguns desses nomes são ‘redescobertos’ e se tornam cults ou coisa parecida. Agora, quanto a essa fase do caetano, no fundo acho que essa banda que o acompanha não é isso tudo, não. Me soa repetitiva. banda bacana era a que tinha vinicius cantuária na batera e arnaldo brandão no baixo.
Eu acho que fui muito mais mordaz do que gostaria de ser no meu primeiro comentário. Apesar de ter esta impressão de panelinha (ou amizade, conforme preferir), não posso afirmar que ela exista de fato – e nem que a amizade faça com que exista uma excessiva laudação a artistas que, talvez , não mereçam tanto. Mas é uma impressão que eu tenho (e que acredito que outros também tenham) e uma impressão nem sempre reflete a verdade real.
O grande “problema” do Caetano não é o fato de ter criado essa persona polêmica, essa coisa de ser o agitador et cetera. O problema real é ele levar isso para dentro do estúdio. É fato de que não há ninguém que cumpra papel parecido no momento; mas o cara não percebeu que nós – apesar dessa situação de panelinhas e compadrio que impera nos meios artísticos e intelectuais deste país nos últimos tempos – não precisamos deste tipo de figura. (Não que Francis, Merquior e outros não tenham sido legais, mas esse tempo já passou e o último que tentou se criar partiu para um auto-exílio quando percebeu o óbvio.)
E, por fim, Caetano, meu filho, seja mais “Não me arrependo” do que “Rocks”.
Caetano, meu filho, artista engajado em 2013 é sinônimo de artista chato.
Caetano, pára de tentar aparecer a todo custo! Eu sei que o condomínio do edifício JK é caríssimo, sei que o leite dos seus filhos é bem caro, mas você é um dos compositores que mais arrecadam no país…Você não precisa de Maria Gadu e Ivete Sangalo para aparecer; Elas precisam de você.
Os críticos passam; Caetano fica. Sempre se reinventando, sempre polêmico. Crítico q mistura a arte com as posições pessoais do artista não é crítico. Aliás, quem é Marcelo Costa? A qto tempo acompanha a carreira do Caetano? Poupe-me e vá recuperar a história da MPB.
Comecei a ler os comentários e o tal do Marcelo Costa incomodou bastante o Eduardo Benzatti. Dei uma stalkeada (rsrsrsrs) e ele é Antropólogo, Psicanalista; e Professor na empresa Espm. Quero incomodar professores como você, Marcelo Costa.
Só uma coisa a dizer: “Lobãããoooo temm razãããããoooo…” E o Mac também!!!! Parabéns pela crítica e o texto.
Essa Banda Cê é um engodo, Ismael.
Como disse acima: É uma foda mal dada.
Sem suingue, sem groove.
Lanny Gordin sozinho engole os três – a versão de Eu Quero Essa mulher Assim Mesmo do talentoso e pouco lembrado Monsueto é mesmo massa!
Outro assunto:
Artista engajado em 2013 é artista chato?!
Putzzzzzz! Que besteira!
Engajamento caricato, panfletário é chato em qualquer época.
Agora, colocar idéias e fazer os neurônios chacoalharem com grooves espertos ou belas melodias nunca será chato. A não ser para os burros, que na verdade são os chatos.
Outro dia vi o ginasiano Emicida fazendo propaganda de celular na TV.
E me lembrei de uma frase certeira do Lobão – ele tem razão em várias coisas e não em poucas.
“Quem vende idéias não vende produtos”
Mac, sou muito fã de Caê e do teu blog. Respeito a critica, porque também achei o disco muito “meia boca”. Quanto a banda Cê, eu engrosso o comentário de muitos aqui: acho uma foda borrachenta. As letras são de fato fracas, datando o atual tempo de Caetano. Agora vale ressaltar que, se o disco fosse apenas instrumental, sem as letras, ele continuaria sendo um disco do Caetano.
Não sou contra a atual fase do baiano. O “Cê” e o “Zii e Zie” são possivelmente uns dos melhores e mais inventivos discos de um “medalhão” (medalhão mesmo/ ex: roberto, chico, etc) nos últimos 8 ou 10 anos.
Ou seja, não dá pra não perceber a inquietação de Caetano em criar e se reciclar. Você pode até não gostar, mas deve concordar que entre esses “medalhões”, nenhum colocou tanto o trono a perder quanto Caetano Veloso.
Um abraçaço.
Opa, Raphael, acho a inquietação do Caetano ótima, e essa trilogia é extremamente bem vinda. Só que não me contento apenas pela tentativa, ainda mais que acredito que ele é capaz de ir além, e não encher um álbum com letras fracas, que, na minha ótica, são fruto de uma pré-concepção do que ele acha que é ser jovem e roqueiro hoje em dia (incluindo a “expertise” de A Bossa Nova É Foda, um rock que louva o pai da bossa e desmerece o mundo – Dylan, que hoje em dia é cada vez mais rock, incluso).
Nesse ponto, no cerne da polêmica e da provocação, um disco instrumental seria muito mais agudo do que “Abraçaço”. No auge de sua crise criativa, Dylan fez dois discos de covers – inseguro que estava de suas letras. Se Caetano lança um disco instrumental (que seria dele, porque todas as composições são dele, e os arranjos da banda) seria extremamente provocativo para aqueles que esperam as letras “geniais” e para os fãs de “Prenda Minha”. Ainda mais que admiro o trabalho da Banda Cê nos três discos, e tinha tudo para ficar ótimo (com os arranjos crescendo sem a presença das letras).
Então o fato de arriscar é louvável, sim, e rendeu bastante em “Cê” e, principalmente, nas duas turnês, Obra em Progesso e Zii e Ziê (há textos linkados que ajudam a aprofundar essa visão). Mas álbuns, apenas o “Cê” me convence. Os outros dois são tentativas, validas, mas tentativas. E o texto que escrevi foi sobre resultado, não tentativa. Nesse ponto, Miles Davis tentou muito mais, e acertou muito mais. Mas tudo bem, ele tem o dom da influência do “jáiss”. : )
Abraço!
Sou um leitor antigo do twist and shout, ops, quer dizer, scream and yellow q eh um formador de opiniao e tal
Sou um grande fa do mano caetano tb do primeiro ao ultimo disco, do seu livro tb, e fui cair aqui nessa critica haha
Cara, eu tinha gostado do disco haha mas concordo com quase tudo q vc escreveu haha o caetano ta dando migué mesmo, dei umas segundas ouvidas vc captou umas coisas fodas tipo esse lance de se comportar como um idiota… mas pensando bem ele sempre foi assim rs… E ele nao eh um idiota qqr ele eh o idiota mais diabolico q vc poderia conhecer eh o artista q tem o “dominio do fato” kk alem de ser comletamente apaixonado por si mesmo e pela imagem q burilou por anos. (Se a musica brasileira fosse o family guy ele seria o stewie). Ate sua briguinha com o lobao me parece q foi a realizacao do seu desejo infantil nao reallizado de brigar com o meninao mau do seu bairro rico.
E ate quem defende o caetano tem desconhecimento do seu camaleonismo, admite uma fase sua como a do “velho caetano”. Tipo o caetano 90s-engomadinho-fhc ou o caetano porraloca-engajado-vitmadaditadura e mil outros… Caetano eh mil, eh doidera pura cara…
Por isso admiro quem tem coragem e saco de fazer um critica sobre o mano caetano
Eu acho q vc so tem um parametro para medir isso. Se for boa mesmo e ele ler (ah claro q ele vai ler imagino q ele deva passar o dia todo lendo o q escrevem sobre ele rs serio) ele vai escrever uma musica tipo “mac, vc criogenizou as minhas bolas de almondegas em sua macarronada cultural”
E se fizer sucesso mundial vc ainda corre o risco extra de ser imortalizado na voz do latino, entao eu tomaria muito cuidado ao me referir a esse cara…
De qqr maneira, de modo geral vamos combinar q o rock morreu e hj o q temos eh o hype do rock -e q o melhor judeu fazendo rocks eh o nissim ourfali. Rock hj eh a beyonce cantando single lady e maior rapper do mundo eh um sul coreano gordo.
Mas sei la cara escreve mais sobre o caetano, por favor!
kkkk essa do Bruno foi show! é bem isso ae! Agora: “…em que direita e esquerda se beijam, transam e têm filhos que vão dominar o povo por algumas décadas …”, kkkk tem coisas ae que cheiram a influência de Caê hein?! Será?! Mas mais engraçado é a turma dos “culto” entrando e dizendo ´parabens’…. ‘belo texto’…. Tipo: críticos do crítico….kkk letras fracas? qual seriam as boas? as letras então devem fazer sentido? kkkk O legal, o bacana é gostar de Tom Zé e meter o pau no Velhoso ops!! Perae …. ainda me parece estranho essa pagação pro Dylan… aquela coisa meio que o que vem de fora é sempre melhor…manja? espaço na mídia….kkkk ah fala sério! Acho que foi por isso que deletaram o C.E.L. hein?
Ainda não ouvi o disco, mas que ele tem a capa mais horrenda de todos os tempos, ah isso tem! rsrs.
Estranho sempre essa frase ‘artista engajado hj é chato’ ou coisa parecida…
Bruce Springsteen e Billy Bragg são provavelmente dois dos artistas mais engajados do mundo hoje em dia, e não são nem um pouco chatos.
Excelente crítica !
Quanta bobagem, Marcos!
Lendo esta “crítica” me peguei pensando que você é um grande gigante bocudinho mediano.
Abraçaço com muitos cês cedilhas pra você!
Dennix haha vc tem senso de humor vou te passar noticias frescas sobre o tom ze em um recente show no interior de sp. ele veio dar uma de suas aulas de historia de cursinho e sua producao deixou um recado em cada banco do teatro q nao tenho mais comigo mas dizia algo assim: -caros espectadores caso nao saibam tom ze eh um artista muito importante na cultura brasileira tendo participado da tropicalia junto com c. Veloso e g. Gil por isso quando entrar no palco levantam-se e aplaudam esse importante artista da cultura brasileira. E eu juro por deus q vi doutores em filosofia aplaudindo o tom ze. claro q dez minutos apos isso estava apreciando um belissimo x bacon com a minha mina.
Ai eu fiquei pensando como deve ser triste ser o tom ze vamos poupar ele ok? Abraço.
Abraçaço é um ótimo disco! Não deixem de ouvi-lo.. .
To com o Cesar Paes ai em cima: não queria escutar o disco. Depois dessa critica vou escutar com certeza.
Velho, ultrapassado, antigo, repetitivo, manjado, cafona, nada de novo mesmo é criticar e estranhar qualquer novidade (ou não!) vinda do Caetano. Há pelo menos 5 décadas se ocupam disto!
cezar paes
Se faz crítica negativa pois é o trabalho do crítico, meio óbvio isso. Mandaram ele fazer, o site precisa, o público precisa. Antes de ouvir o disco e fazer a crítica ele não sabia que era ruim, vai abrir mão do trabalho dele só porque achou o disco ruim?
Crítica no mundo inteiro é assim, queridão. Diria que lá fora é até mais severa e maldosa. Crítica não substitui a audição, por isso qualquer crítica me incentiva a ouvir para confirmar ou não o que foi dito.
Óbvio, se vejo uma crítica boa de um crítico que eu sei que tem um gosto parecido com o meu, seguramente irei comprar o disco sem ouvir no spotify, grooveshark, youtube etc. Agora se a crítica é ruim, confiro antes de comprar.
Adorei o post do Bruno, do dia 03. mas vcs precisam parar de discutir e ouvir mais Nação Zumbi. Seu último projeto – do los sebozos postizos – tá muito legal. Muito melhor q qq porcaria q a gente ouve por aí. Essa estória de atualizar-se com a garotada já deu o que tinha que dar. Os discos da nada mercadológica trilogia não merecem nossa atenção. Eu ateh gostei do primeiro (ce), e adoro vários dos antigos, mas hj tudo eh motivo p comprar dvd, cd, box de dvd, box de cd, box de livro, box de box. Que saco de indústria da cultura descartável! Quero ver se quem comprou essa bosta de disco (eu nao comprei mas ouvi) vai pensar em compartilhar alguns minutos de sua vida ouvindo-o com alguém que gosta. Tudo que se produz culturalmente tem vida própria assim que se publica, como afirmam os filósofos da linguagem, de modo que se um artista faz uma bosta apenas por diletantismo, e isso não tem qualquer proveito e só serve como nota de colecionador, isso para mim não pode ser considerado arte ou cultura, isso é produto, é pura indústria. E um admirador da boa música, do om filme, do bom livro, do bom show, da boa arte, deve saber diferenciar cultura de produto industrial, sob pena de apequenar seu cerebro. Chico science e nacao zumbi para os senhores…….
Eita, Mac, teus amiguinhos da Rolling Stone cravaram Abraçaço como melhor disco nacional de 2012. rsrsrrsrsrs
Rapaz, não tinha lido isso aqui ainda. Vc tava bravo hein?
É o que chamo de texto figadal, ehehhe… Daqueles que, como vc e Hemingway sugerem, se escreve bêbado e se revisa sóbrio 🙂 Belo texto.
P.S.: No meu tempo de S&Y não havia caixa de comentários. Isso aqui tá muito mais divertido agora.
Francamente, gostei bastante do disco, mas, salvo algumas exceções, o vocal (e a letra, consequentemente) é apenas mais um instrumento. É assim que escuto os três discos com a Banda Cê e não me arrependo. Tá certo que é só ver/ouvir os “ao vivos” dessa fase e perceber o quanto as músicas antigas ganham com a sonoridade da banda nova, e como são muito melhores que as músicas novas. Enfim, acho que sou meio do contra, gosto mais do “álbum branco” que do Transa (só um pouquinho mais, é verdade!). Mac, noves fora, a sua opinião me parece estar muito bem fundamentada, gostem ou não. Mas eu prefiro continuar ouvindo o disco sem prestar atenção nas letras. Abs
Critica inteligente sobre uma pessoa mais inteligente ainda! No entanto, não poderemos esquecer do conteúdo de sua obra e de sua importância na revolução cultural e politica que suas letras, manifestações e comportamentos colaboraram nas modificações de visão em relação a tudo que sempre aconteceram e acontece por debaixo dos panos da disfarçada democracia, incomodando pessoas que gostam de enxergar o que lhes convém. Acho que “Um Abraçaço” é mais uma “Obra” que quebra o “concreto armado” da satisfação dos conservadores.
Li boa parte da movimentada discussão, em reflexo da crítica livre e em boa parte negativa, ácida, hehe! Por ousar em fazê-lo assim, reconheço como um ingrediente importante na Comunicação, já que a Folha e a Globo abriram todo o espaço para o Caetano.
Eu gostei do disco, pois já fui logo pégo pelo instrumental. A bateria de Marcelo Callado é impecável. Quanto às letras do Caetano, que estão sempre em metamorfose, parecem levar muito a concepção de arte contemporânea nas construções. Construções realmente individuais, o que inclusive revela um disco de tom intimista.
A parte mais marcante da crítica é a que fala do momento político do país e essa “meninisse” do Caetano impertinente. Eu concordo em parte, pois realmente, o Caetano podia estar fazendo mais estardalhaço nos tempos atuais. Mas enfim, ele faz o que quiser. Está com vontade de viver suas loucuras autorais que seu legado artístico permite fazê-lo. E nesse ponto o admiro muito, pois ele realmente experimenta. Levo isso consideração também pra ressaltar o trabalho do crítico Marcelo Costa, que resolveu ir na contramão e lembrar que seu texto é autoral, é opinativo, é parcial.